O OLHAR INTERIOR E O AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

A sua visão interior cria a sua realidade.

As suas atitudes refletem o seu comando.

O olhar interior, no entendimento do autogerenciamento vivencial, é visto como umas das forças gestoras do nosso processo de interação e autotransformação vivencial, pois é através dele que criamos ou modificamos os nossos personagens vivenciais. Personagem esses que dirigem e determinam as nossas atitudes e comportamentos conosco, com os outros e com a vida.

É através da consciência que iremos viajar nesse mundo do ser ou não ser, pois, ela nos permite perceber a relação entre nós mesmos, o outro e a vida.

A consciência pressupõe autoconsciência. Não há como alguém está consciente de algo sem estar consciente desse algo.  A reflexão é posterior a autoconsciência já que primeiro você percebe e depois analisa, pensa sobre o percebido. Logo, não podemos esquecer que sem a autoconsciência não há consciência nem reflexão sobre a consciência. A autoconsciência nos permite despertar incertezas, dúvidas sobre a nossa atuação, que são elementos motivadores de autorreflexão. É importante destacar que para ser ter dúvida é necessário ter uma noção de realidade do fato que a gerou.

 Para o autogerenciamento vivencial a autoconsciência e a autorreflexão são fundamentais na estruturação e modificação do “olhar interior”.   

 A autoconsciência é vista como a capacidade de estruturar e determinar o “olhar interior”. Exemplificando: Se determinada pessoa tem como elemento instigador e estruturador da sua lógica vivencial a auto-rejeição, a relação que terá consigo será de auto-abandono e de baixa auto-estima.

 Por sua vez, a autorreflexão nos permite viajar através do mundo “das dúvidas” e a criar motivos que nos levem a mudar a nossa maneira de “auto-olhar”. No caso do exemplo a cima, ela fornecerá informações que nos permitirão mudar o elemento instigador e estruturador dessa lógica vivencial. Em vez de se olhar com o olhar de auto-rejeição, se olhará com o olhar de auto-aceitação, de auto-amor, mudando assim a sua forma de “auto-olhar”. Logo, as nossas limitações vivenciais são geradas por nós mesmos apesar da sociedade e do outro, contribuírem para isso.

Na visão do autogerenciamento, teremos que nos olhar com uma olhar reflexivo para podermos mudar cada personagem vivencial constituído inadequadamente. Uma vez que através de um olhar interior reflexivo, que emitiremos um juízo, mas realista sobre a nossa própria atuação. Teremos uma noção mais clara que se somos levados ou nos levamos.

Só através de uma auto-percepção mais flexível e realista, nos tornaremos mais compreensível conosco e como conseqüência nos veremos com menos “auto-preconceitos”.

Faz necessário ressaltar de quanto pode ser perigoso o personagem criado ou adotado por você.

Ao embotar a sua capacidade de autoconsciência e autorreflexão, deixará de questionar as suas verdades, reprimindo a sua capacidade de ter dúvidas, passando a ser levado pelo mundo das certezas, tirando de si o direito de se olhar diferente e atingir o seu potencial vivencial seja ele qual for. Sem auto-aceitação o seu olhar interior é estruturado com olhar de auto-rejeição.

Em relação ao personagem que o domina, é importante destacar que as regras estabelecidas por ele, o protege de você, não o contrário. O personagem instituído sabe que precisa da sua submissão para não correr risco e perder a sua importância no comando da sua vida. Nunca se esqueça que em termos vivenciais, quem te obriga a ser e quanto tempo viver esse ou aquele personagem é você.

Cuidado!!! Dependendo do poder dado a ele, poderá dominá-lo e tirar de si o direito de gerir a sua vida com auto-respeito. Ainda bem que, em alguns momentos, percebe e se desespera por não ser o gestor da sua vida.

Infelizmente estamos cada vez mais introjetando o mundo virtual e seus personagens sem nos perguntar se será ou não bom para nós. Superar esse limite mental através de um olhar interior autoconsciente e autorreflexivo faz-se necessário.

Atenção!!! Ao ter consciência que para parar de sofrer terá que obter autorização de quem o faz sofrer, está na hora de se olhar com outro olhar. Só assim, abrirá dentro de si a janela da autotransformação. Felizmente os personagens criados por cada um de nós podem ser mudados a hora que bem quisermos.

 Nesse mundo vivencial existem vários personagens tais como:

  • Aquele que apregoa que irá mudar desde que as pessoas façam o que ele quer.
  • Aquele que coloca a culpa pela vida que está levando no outro.
  • Aquele que a todo instante, fala do seu sofrimento, da sua dor, na esperança em receber como prêmio a felicidade.
  • Aquele que apresenta soluções para a vida de todos, menos para a sua.
  • Aquele onde as suas regras só valem para o outro, para si é outra conversa.
  • Aquele que está à espera de uma intervenção divina.
  • Aquele que se autopune e autoflagela para mostrar para as pessoas que elas estão sendo injustas com ela. E assim vai......

Cuidado!! Não é sinal de bem-estar “estar acomodado” a um personagem autodestrutivo.

Pergunto: Qual o seu personagem?

Enfim!!! Deveríamos ser como a lua, embora em alguns momentos seja cheia, nova, minguante ou crescente nunca deixa de ser lua.

Para refletir:

 No mundo vivencial é o paciente que relata o que tem. O grande perigo é quem está falando no momento da elaboração do diagnóstico: o personagem ou a pessoa. Seguindo essa linha pensamento, poderíamos dizer que no mundo vivencial é o paciente que elabora o seu diagnóstico, diz o que tem. Aqui, passa a ser fundamental saber diferenciar quem fala. Olha o grande perigo na conclusão do diagnóstico!!!

Já no mundo orgânico é através de exames que se saberá qual a doença o paciente tem. Só assim, o diagnóstico é elaborado. . Logo, é através do resultado do exame que esse profissional saberá que doença o paciente tem. Só assim, poderá emitir o seu diagnóstico.

 Pergunto? Como esse profissional que estuda o corpo humano e as suas doenças que nada entende do mundo vivencial e que se utiliza de exames, para saber o que o paciente tem, poderá dar diagnóstico e tratar distúrbios vivenciais. Será que o CID 10 tornou-se divino, tem diagnóstico para tudo, tanto para o mundo orgânico como para o vivencial. O que vocês acham?

Aproveitando o momento, para o autogerenciamento vivencial, o mundo vivencial e o orgânico requerem conhecimentos específicos, misturar os conhecimentos na hora de emitir um diagnóstico específico de cada mundo e criar uma realidade, fora da realidade. É criar uma doença aonde é apenas um conflito vivencial.

Continuando, para o autogerenciamento vivencial o objeto de estudo da psicologia não é o mundo comportamental e nem orgânico e sim vivencial e ainda mais, para ele a psicologia não trata de doença e sim de distúrbio vivencial, ocasionados por escolhas vivenciais inadequadas, tendo como foco de atuação a consciência (autoconsciência/autorreflexão) e o momento presente.

Por fim, Nunca ignore que a força vivencial não provém da capacidade física e sim da vontade férrea.

A EXORCIZAÇÃO

Hei você

Que viaja dentro de mim

Achando que é meu protetor

Destrói-me a cada dia

Por não querer aceitar

O que sou

E nessa obsessão desenfreada

Pelo que quer que eu seja

Mata-me a cada dia

A querer provar para todos

Que não sou o que sou

Saia de mim

Vá para o quintos do inferno.

Drº Cláudio de Oliveira Lima – psicólogo

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