Por causa da introdução da tecnologia da informação em todos os meios e formas de comunicação, grande parte da humanidade caminha para a cultura da realidade virtual.

A sociedade-rede desincorpora de forma eletrônica as relações sociais: o tempo fica atemporal; o espaço perde sua dimensão material; a história é desistorializada; e a sociedade fica de-sequenciada. Valores e interesses dominantes são construídos sem referência no passado nem no futuro.

A realidade será apresentada pelos meios de comunicação, não a que experimentamos diariamente. Os que controlam as redes de comunicação aumentam seu poder de moldar e manipular percepções, opiniões, aspirações e até julgamentos de valor.

Só o que é visível nas telas dos veículos eletrônicos de imagens é considerado como real; metaforicamente, o que não aparece na internet não existe.

Enquanto nossa realidade real nos isola individualmente na luta desigual pelos meios materiais da sobrevivência, os fabricantes da realidade virtual nos convidam a integrar para compartilhar os riscos globais: ecológicos, ambientais, atômicos, etc.

Muitos pais já não interatuam com seus filhos; preferem comprar equipamentos de tecnologia digital e jogos eletrônicos.

Cresce de forma vertiginosa a organização de redes virtuais, que substituem aos contatos cara a cara, criando uma espécie de vizinhança eletrônica global, onde as relações sociais e políticas parecem desnecessárias.

Enquanto a facilidade de acesso à informação não encontra precedente na história, a futura geração "ponto com" corre o risco de assumir que já não é necessário caminhar para conhecer o mundo e transformá-Io, uma conveniência para os capitalistas, que não enfrentaram as forças vivas da sociedade, apenas mensagens eletrônicas.

Somente o terrorismo cibernético alterará a calma do oitavo continente, este continente vazio de valores morais, princípios éticos e energia humana. Mas o terrorista cibernético não mata ninguém; este criminoso sem domicílio geográfico atua em um continente não habitado.