Por: Prof. Ms Gilson Lopes da Silva Junior.

 

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O conceito de família vem sofrendo alterações ao longo dos anos, os países ocidentais sofreram e continuam sofrendo diversas transformações externas no âmbito político e econômico que vão atingir variadas camadas sociais. Nós ocidentais, possuímos profundas raízes do cristianismo, durante séculos tivemos nossa casta social modulada por doutrinas protestantes ou católicas que ditavam regras de convivência social sobre família, casamento, gerar filhos, divórcio, namoro etc.

Após os anos 1950, o capitalismo liberal norte americano influenciou países ocidentais, a guerra fria foi um instrumento eficaz difundiu diversas correntes ideológicas que foram introduzidas nos países europeus, latinos americanos e africanos, com o liberalismo em alta as nações ocidentais implantaram a democracia, com o regime democrático aos poucos nos anos 60, 70, 80 passaram por transformações sociais e comportamentais, em nome da felicidade e do amor o divórcio, o segundo casamento, união sem a legalidade do casamento, relações sexuais fora do casamento, filhos passaram a conviver com pais separados e isso foi tornando comum no nosso meio social. Não podemos esquecer que o regime liberal democrático também irá gerar um sentimento de liberdade entre as pessoas, através desses episódios homens e mulheres assumem sua homosexualidade, com o decorrer dos anos o sentimento de democracia foi aumentando no ocidente e esses indivíduos foram conquistando leis que foram amparando esses novos comportamentos modificando aos poucos a estrutura social e familiar.

Com códigos de leis reformulados, a imprensa produziu um arsenal de filmes, novelas, minisséries, propagandas, programas radiofônicos, jornais impressos, revistas, etc. a propaganda veio acompanhada com as regras democráticas que bombardeavam cidadãos com imagens de uma nova família ou nova estrutura social. A nova sociedade então, conheceu novos conceitos de uniões (relações amorosas estáveis), também casamentos, casais homossexuais se unem ou casam, com propósito de formar um novo modelo de família, apesar da parte da sociedade ainda ser resistente a essa nova regra de união, devemos sempre analisar os fatos e reconhecer que nossa sociedade vem sofrendo mudanças a décadas, o casamento homossexual é uma realidade a sociedade não tem instrumentos para impedir esse fato que surgiu desde os anos 60, 70 e vem tomando corpo com leis e códigos de leis reformulados, como somos todos livres devemos raciocinar que temos liberdades de escolhas, mesmo que não concordemos com elas devemos sempre respeitar as escolhas do próximo, o impedimento a qualquer episódio parecido seria algo que ferisse a democracia na nossa sociedade.

O respeito e a reflexão deverá ser a análise do tema deste artigo, cada caso de ser analisado com consideração, não sou a favor da união homossexual, como cristão reconheço o valor espiritual do casamento, mas como ser humano acredito que qualquer ser humano merece o mínimo de acatamento por suas decisões, e como verdadeiros cristãos devemos entregar essas situações nas mãos de Deus, evitar críticas ou preconceitos, também a prática de violência contra essas pessoas que escolheram suas opções sexuais.

Quando estava ainda fazendo o mestrado em Ciências da Religião, me deparei com uma reportagem de um casal homossexual que inclusive possui um blog na internet onde é relatado um história de adoção a uma criança de 7 anos, com histórico de rejeição de outras famílias, essa criança provavelmente não seria aceita por um casal hetero devido a sua idade avançada, segundo o blog a criança é totalmente assistida com cursos, escola particular, boa alimentação, tratamento médico adequado, carinho e acompanhamento dos pais, ao ler essa reportagem eu confesso que tive que refletir em vez de criticar e não concordar, a felicidade de uma criança vale muito mais do que os meus preconceitos, fui obrigado a reavaliar meus conceitos para avaliar o fato e realizar um trabalho acadêmico sobre essa reportagem.

Continuo acreditando nas minhas crenças inclusive na união heterossexual, mas dentro desse perfil liberal democrático estou disposto a respeitar o próximo, também analisar caso a caso, encerrar críticas modificando minha posição olhando com respeito e reflexão para esse devidos casos.