Nos dias atuais, podemos perceber que tem ocorrido uma reestruturação nas comemorações da festa natalina, quando observamos a infraestrutura montada para celebrar esse festejo. Algumas pessoas têm se desviado do sentido primário dessa celebração e atendido aos apelos do comércio que, por sua vez, se apóia no poder de persuasão da mídia. É, portanto, nessa perspectiva, que o presente artigo procura analisar os atuais significado(s) e simbolismo(s) dessas festividades para a população da cidade do Natal, como também para os turistas que visitam a cidade nesse período. Buscaremos, observar as relações estabelecidas entre o comércio e as emoções trazidas pelo espírito natalino, recorrendo, para tanto, à revisão bibliográfica de autores correlacionados ao tema abordado e a entrevistas do tipo semiestruturadas.

PALAVRAS-CHAVE: Festa. Infraestrutura. Símbolos. Significados. Comércio.

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho trata-se de um estudo de cunho cientifico que busca, sob a ótica da Geografia Cultural, analisar o(s) significado(s) e simbolismo(s) das festividades natalinas na cidade do Natal localizada no Estado do Rio Grande do Norte, bem como investigar quais as relações existentes entre estes preceitos e o comércio que gira em torno dessa comemoração.
Como bem sabemos, as comemorações natalinas são festividades que envolvem uma gama de sentimentos fraternais, sendo esse o período em que a população se julga mais caridosa e com o coração aberto para a realização das boas obras. Contudo é possível perceber que vem ocorrendo algumas mudanças no posicionamento das pessoas, principalmente quando levamos em consideração o papel que o comércio tem assumido no período das festas natalinas, amparado pelo grande poder que a mídia exerce sobre a população.
Utilizaremos, no entanto, a Geografia Cultural como suporte teórico que nos dará condições de investigar na história do Natal seu significado mais amplo, e, por conseguinte, contextualizar seu sentido atual observando como a população da cidade do Natal comporta-se nesse período de festividades e até que ponto o interesse pelas vendas de determinados produtos tem alterado essa festa tradicional comemorada há vários séculos por toda comunidade universal.
Para a construção e desenvolvimento desse artigo científico recorremos à revisão bibliográfica, buscando autores correlacionados ao tema em questão que dessem suporte a essa investigação. Recorremos também a entrevistas do tipo semiestruturadas por acreditarmos que não há nada melhor que buscar no povo as respostas para as nossas indagações. Dentre os autores utilizados podem ser destacados: CORRÊA, CLAVAL, MCDOWELL, ALVES, MAIA, AMARAL, BEZERRA, ROITBERG, TORRENCE, PORCIÚNCULA, ROITBERG, JOANAZ, FRANÇA, TEDESCO, BEZERRA dentre outros autores.


2 A GEOGRAFIA CULTURAL: CONCEITOS E SIGNIFICADOS

A Geografia Cultural é um ramo da Ciência Geográfica surgida nas últimas décadas do século XIX. Ela apresenta como maior objeto de estudo a paisagem que segundo Corrêa (1995)
Constituiu para a geografia um de seus conceitos chaves, a ela sendo atribuída, por parte de numerosos geógrafos, o papel de integrar a geografia, articulando o saber sobre a natureza e o saber sobre o homem.
Encontra-se dividida em duas fases importantes. A primeira, considerada "Geografia Cultural tradicional" que vai de 1880 á 1940 é nessa fase que os seus pensadores estavam em grande maioria preocupados em estudar aquilo que é real, ou seja, estavam voltados para o estudo das coisas materiais, como por exemplo, os utensílios utilizados pelo homem para modelar o meio natural. Já a segunda fase iniciou-se a partir da década 1970. Nomeada de "Nova Geografia Cultural", perdura até os dias atuais e ao contrário do que vimos na primeira fase, aqui encontramos uma Geografia cultural filosófica, muito mais preocupada com os simbolismos e os significados do que com as coisas materiais.
Antes de ingressarmos, literalmente, no tema em questão, faremos uma breve retomada das duas fases da Geografia Cultural para que nos apropriemos da compreensão do assunto que nos propomos a discutir nesse ensaio científico.


2.1 A GEOGRAFIA CULTURAL TRADICIONAL

Antes mesmo de seu surgimento concreto na década de 1880, com o cientista alemão Friedrich Ratzel, alguns estudiosos já se preocupavam com a análise de questões tais como: em que medida o destino dos povos está ligado ao país onde estão instalados? Há influência deste sobre os homens? Ou há harmonia sutil entre a ordem natural e a ordem social? (Claval, 1999, p. 19). Estas questões, encabeçadas por Herder, já demonstravam o interesse de alguns pelos aspectos da cultura e foram os primeiros passos do surgimento deste ramo da Geografia.
A disciplina Geografia Cultural teve seu desenvolvimento mais acelerado em três países distintos: Alemanha, Estados Unidos e França, respectivamente, e em cada um deles ela aparece com características diferentes.
Na Alemanha, o grande nome de destaque dessa disciplina é o de Friedrich Ratzel. Ele foi o primeiro a utilizar o temo "Geografia Cultural". Após uma longa viagem pelos Estados Unidos da América, ele realizou uma obra sobre a geografia desse país a qual foi intitulada como Culturgeographie der Vereinigten Staaten von Nord ? Amerika unter besonderer Berücksichtigung der wirtschaftlichen Verhãltnisse (Claval, 1999, p.20).
Esse naturalista alemão interessou-se e propôs uma nova concepção da Geografia a qual foi nomeada de antropogeografia. Ele passou, então, a se dedicar ao estudo das relações do homem com o meio natural, bem como a repartição dos povos sobre a superfície da terra analisando a influência da natureza sobre os corpos e os espíritos dos homens, ou seja, sobre as sociedades Buttmann apud Claval (1999, p. 21). O estudo dos utensílios e das técnicas utilizadas pelo homem na transformação do meio em que vivem também era objeto de estudo da disciplina para esse autor.
Contudo, não devemos esquecer os trabalhos desenvolvidos por outros importantíssimos autores alemães como: Ottor Schlüter, que se dedicou a estudar a maneira pela qual o homem modela o espaço em que vive alterando, assim a paisagem natural através da construção de casas, edifícios, desmatamento para o cultivo e criação de animais, etc. (Claval,1999, p. 24).
Por fim vemos que para estes autores alemães a Geografia Cultural era, simplesmente, a análise dos aspectos materiais dos fatos de cultura, voltando a suas atenções para os utensílios, as ferramentas, as técnicas e a paisagem.
Nos Estados Unidos, podemos destacar Carl Ortwin Sauer como um nome de grande influência nos trabalhos realizados dentro da Geografia Cultural, trabalhos esses iniciados apenas trinta anos após os primeiros estudos desenvolvidos na Alemanha. Ele foi o fundador da escola de Berkeley. Diante do exposto, podemos dizer que foi através dessa escola e de seu fundador que a Geografia Cultural americana alcançou o seu êxito.
Acerca disso Spencer apud Claval (1999, p. 29) afirma que:
A geografia Cultural teria sido completamente negligenciada se não tivesse sido celebrizada por Carl O. Sauer (1889-1975), o fundador de outra escola americana, a de Berkeley. O êxito da geografia cultural americana começa assim trinta anos após os primeiros trabalhos alemães neste domínio.
A escola de Berkeley rompeu definitivamente com o modelo rigoroso e descritivo da escola do Middle West que voltava a sua atenção para a coleta de dados e as representações cartográficas. Essa nova escola, por sua vez, se preocupava, assim como os alemães, com o estudo da paisagem, porém enfatizando a ação do homem sobre o ambiente ao invés da ação do meio sobre o homem, como era estudado pelos alemães.
Segundo Claval (1999), Sauer, assim como os seus contemporâneos, entendia a cultura como um conjunto de instrumentos que permitia ao homem modificar e agir sobre o mundo exterior, porém Claval (1999, p. 31) ainda ressalta que Sauer:
[...] vai mais longe que eles: a cultura é também composta de associações de plantas e animais que as sociedades aprenderam a utilizar para modificar o ambiente natural e torná-lo mais produtivo.
Todavia, vemos que Sauer entendia que essa ação do homem não se tratava apenas de modificar o meio simplesmente por modificar ou apenas para o sustento particular, mas que se tratava algo inerente às questões econômicas da época, onde tudo era lícito quando se tratava de produção e lucro, não querendo afirmar que algo tenha sido modificado atualmente.
Já na França, o nome em destaque é o de Paul Vidal de La Blache. Este geógrafo francês, influenciado pelos estudiosos alemães, inicia os seus trabalhos a partir dos pressupostos de Ratzel: o estudo das influências do meio sobre as sociedades humanas, recorrendo, portanto, à análise dos utensílios e técnicas utilizadas pelos homens para modificar o meio onde vivem. Porém apesar das influências alemãs Vidal de La Blache mostrou-se contrário ou determinismo de Ratzel. Para ele, a natureza seria apenas condicionante das ações humanas, mas sua transformação constituía uma obra do próprio homem.
A esse respeito Claval (1999, p. 33) comenta que:
Para Vidal de La Blache como para os geógrafos alemães ou americanos, a cultura pertinente é aquela que se apreende através dos instrumentos que as sociedades utilizam e das paisagens que modelam. Para ele, entretanto, esses elementos não ganham sentido se não são compreendidos como componentes dos gêneros de vida.
Vidal de La Blache concentra seus estudos na explicação dos lugares e não das sociedades por acreditar que a geografia é ciência dos lugares e não dos homens, e através da análise dos gêneros de vida ele consegue mostrar como a elaboração da paisagem reflete a organização social do trabalho. Para ele o tipo de organização que um determinado grupo apresenta depende do gênero de vida que este aprecia, e para Vidal, o mais importante é que cada grupo tem em seu gênero de vida a sua própria cultura e valores particulares, não querendo por nada reproduzir as práticas e costumes vizinhos (Claval, 1999).
Então nos é possível compreender que a forma com que os franceses enxergam a cultura difere da forma alemã e americana no sentido que eles não centralizam o seu foco de estudo apenas o meio natural ou apenas no homem, mas analisar tudo o que permeia entre o homem e o meio.
Contudo, devemos ressaltar que esta primeira fase da Geografia Cultural foi de suma importância para os estudos atuais dessa ramificação da ciência geográfica. Sem as importantes e numerosas contribuições dos grandes autores dessa fase seria impossível chegar a Geografia Cultural que conhecemos hoje. E quanto às contradições e divergências no que se refere ao seu objeto de estudo, devemos observar que são elas que nos conduzem ou caminho que devemos escolher.


2.2 A NOVA GEOGRAFIA CULTURAL

A Geografia Cultural, após passar muitos anos presa nos esteios da materialidade e da técnica que a impulsionavam para estudos que muitas vezes eram desinteressantes, ela esteve por algum tempo esquecida, ou melhor, adormecida. Muitos temiam o seu fim devido à uniformização do planeta, com a chamada Globalização. Porém, a partir da década de 1970, ela ressurge com muita vitalidade e com uma notada transformação se compararmos como a sua primeira fase. Ela sofre, agora, a influência dos significados, do povo, da história desse povo. Estuda o simbolismo, mas não deixa de lado a observação e análise da paisagem.
Diante disso, a cultura passa a ser repensada e reformulada e faz menção a aprendizados por meio de acontecimentos cotidianos, relações sociais, onde os significados são vistos e revistos a partir de conhecimentos e descobertas. Contudo, é possível, atualmente, pensar na Geografia Cultural como a ramificação da Geografia que considera, em seu objeto de estudo, as idealizações de um povo ou grupo em um determinado espaço de acordo com as experiências vividas.
Ela, como disciplina, tem um campo de estudo bastante abrangente que vai desde a análise de objetos do cotidiano, representações da natureza na arte e em filmes até estudos do significado de paisagens e a construção social de identidades baseadas em lugares, enfim, ela cobre numerosas questões, (Mcdowell, 1996).
Os aspectos religiosos que envolvem as crenças de um determinado povo, as práticas e costumes no tocante a vestimentas e hábitos alimentares, atividades econômicas desenvolvidas em determinado lugar, entre outros estão relacionados com a cultura de cada grupo ou sociedade que são adquiridas de geração em geração ou até mesmo capturadas através da observação de grupos distintos.
As comemorações festivas também podem se consideradas como uma característica da cultura de um povo ou até mesmo de todos os povos como é o caso da celebração do Natal, que se trata de uma festa cristã celebrada nos cinco continentes do planeta.
Essas celebrações estão cheias de significados e símbolos inerentes à cultura de cada povo, de cada região. E esses significados são transferidos de pais para filhos e de filhos para netos consecutivamente, ocorrendo, porém, nesse processo de transferência algumas mudanças de valores, por não se tratar de algo imutável, mas passível de modificações e capaz agregar e desagregar valores a cada geração.
E, é acerca da "Festa" e mais especificadamente sobre as festividades natalinas, que nos propomos a discutir nesse estudo, porém com falar da festa natalina sem ao menos nos debruçarmos, mesmo que rapidamente, no que venha a ser a Festa em seu sentido real. Por esse razão trataremos de desvendar no próximo instante quais os significados e qual a relação da Festa com a cultura.


3 A FESTA COMO ELEMENTO DA CULTURA

A festa faz parte da vida das pessoas e está presente entre todas as sociedades muito antes mesmo até da cultura, onde os homens faziam festas em homenagem e oferendas aos seus deuses. Ela é algo que perpassa todas as culturas e se constitui em representações coletivas onde seus indivíduos comungam dos mesmos sentimentos e pensamentos (Alves, 2008).
Diante do exposto podemos, então, afirmar que conceituar "Festa" não se trata de uma tarefa muito fácil, visto que não são poucos os grupos sociais e os aspectos culturais que são inerentes a cada um deles. Contudo, podemos destacar características que lhes são peculiares.
Sempre marcada pelos símbolos e os significados que lhe são atribuídos e lhe dão todo o sentido de ser, ela é algo que podemos perceber na prática de algum tipo de celebração ou ritual religioso, solenidade, brincadeira, entre outras comemorações que são realizadas no intuito de promover a distração, a reafirmação dos laços sociais de um dado grupo e reanimação do homem para o exaustivo trabalho do dia-a-dia (Maia, 2001).
Amaral (1998) complementa que a festa em sua essência representa os costumes, as crenças, os mitos, e em especial a história de um agrupamento humano, tornando-se, assim, impossível falar em festa sem recorrer a esses temas.
A esse respeito Alves (2008) reforça comentado que
A festa se faz presente em todas as sociedades, seja ela, celebração, comemoração, fruição, diversão, espetáculo, ritual, brincadeira, investimento, trabalho, religião. Inúmeras são as festas, ao mesmo tempo em que são únicas, singulares. Cada uma delas exprime o modo de viver dos grupos sociais, que nelas produzem e reproduzem sentidos e significados diversos. Desse modo, diz de nós mesmos, de nossas sociedades e das relações que as pessoas estabelecem entre os grupos com seus mitos, com o sagrado, o simbólico, uma ancestralidade, a historia.
Porém, devemos dizer que a festa, além de revelar (desvendar) as tradições das sociedades, também tem a capacidades de revitalizar, de fazer ressurgir o sentimento de pertencimento ao um lugar, uma vez que traz consigo uma gama de símbolos (deuses, danças, comidas típicas, etc.) e significados (religiosos, comemorativos como o ano novo, mais um ano de vida, etc.) que são compartilhados com todos, ou, pelo menos, com a grande maioria do grupo social. Ela também tem o poder de reunir as diferenças, fazendo com que seus participantes se relacionem afetivamente, fazendo emergir o sentimento de pertencimento em um mesmo grupo, que possuem uma mesma identidade. E é diante disso que Bezerra (2008) afirma que essa característica que a festa tem agregado tem permitido que a mesma seja apropriada como uma das formas de afirmação da particularidades locais.
Contudo, temos percebido uma transformação daquilo que entendemos por festa. Ela, segundo Bezerra (2008) tem passado por um processo de (re)estruturação com a finalidade em muitos casos de reafirmação da identidade local, o que contribui para a promoção do lugar de sua realização, fazendo com este se sobre saia a outros lugares apoiados em suas particularidades. Entretanto, devemos frisar que essa reestruturação não é inconsciente, mas se trata de algo pensado com estratégias e objetivos definidos, o lucro.
A cerca dessa questão Bezerra (2008) assegura que
Com esse objetivo muitas festas vêm sendo (re)inventadas e espetacularizadas nas cidades brasileiras, implicando numa redefinição das espacialidades e temporalidades das formas de festejar.Algumas cidades têm vivenciado uma reestruturação e um embelezamento de determinadas espaços, assim como a construção de equipamentos urbanos destinados a realização de eventos culturais.
Essa (re)definição da festa é algo que vem sendo debatido entre alguns estudiosos do tema, que tentam explicar as razões que levaram a essa nova configuração. E é diante dessas questões que nos propormos a ingressar mais especificamente nas transformações ocorridas na festividades natalinas na cidade do Natal/RN e da reestruturação que a própria cidade tem passado em ocasião dessa comemoração, relacionado-as com as forte participação do comércio que é consecutivamente apoiado pelo grande poder que a mídia tem sobre as sociedades.
Contudo tentaremos não esquecer que, apesar de ser a festa uma tradição repassada de geração a geração, ela não é sinônimo de imutabilidade, ou seja, uma mesma festa pode ser realizada todos os anos, mas seu conteúdo não será sempre o mesmo (Perez apud Alves, 2008).


4 O SIGNIFICADO DAS FESTAS NATALINAS E SEUS ELEMENTOS SIMBÓLICOS

Os povos antigos já celebravam, há muitos séculos, nas proximidades do dia 25 de dezembro, o fenômeno conhecido atualmente como Solstício de Inverno. Esse fenômeno ocorre nos dias 21 e 22 de dezembro e é caracterizado como o momento em que o sol se encontra mais afastado da esfera terrestre tornando-a desfavorecida pelos raios solares que provocam o encurtamento do dia e o prolongamento da noite. Na história, podemos perceber que esse fenômeno era comemorado por ser considerado o surgimento do novo ciclo solar (Roitberg, 2004).
Mais tardar, o imperador romano Constantino I, no ano IV, adota o Cristianismo como singular religião para o império como tática para substituir as festas pagãs. Ele, a partir do ensejo acerca dos festejos da Luz, propaga à população a história de Cristo. Diante disso, mesmo com evidências de que Jesus Cristo tivesse nascido na estação da primavera, o papa Julius I nomeou o dia 25 de dezembro dedicado ao festejo de seu nascimento (Torrence, 2001).
Estudos de Torrence (2001) apud Porciúncula (2008), mostram que
houve reconfiguração simbólica da data do nascimento da Luz, filha do Sol, para o nascimento de Cristo, filho de Deus. Neste sentido, os romanos capitalizaram a data já comemorada, associando a outra data ao reforçar o motivo para festejar o nascimento de Cristo.
A celebração desse festejo se tornou cada vez mais visível na Europa e através da colonização e catequização dos índios foi inserida também na América. (Roitberg, 2004).
Apuramos que no século XX, vários contos de Natal surgiram. Charles Dicks, escritor renomado, em 1984 apresenta sua obra "A Christmans Carol" que aborda mensagens acerca da caridade, bondade e boa vontade que segundo ele deve ser exercido no âmbito familiar. (Roitberg, 2004).
Nesse contexto, visualizamos os elementos simbólicos atrelados à comemoração dos festejos de Natal, tais como: o pinheiro de Natal juntamente com seus enfeites, sapatinhos e a figura dramática do Papai Noel. (Porciúncula, 2008).
Um dos símbolos mais característicos da decoração de Natal é o pinheiro. Algumas teorias explicam a existência desse símbolo decorativo nas festas natalinas de diversos países. (Porciúncula, 2008).
Diante disso, observamos que a Saturnália ? festividades de Saturno na estação de inverno ? possuía um festival simbólico ao deus da agricultura em virtude a esse festival, os romanos enfeitavam suas casas com pinheiros. Diferentemente, outra teoria sustenta que o pinheiro de Natal foi escolhido como símbolo de Natal mediante sua forma triangular que representa a Santíssima Trindade. No entanto, é notório que o pinheiro, seja em qualquer época do ano, não perde suas folhas e assim simboliza também a vida. (Sensibilidade e sabor, 2006).
O elemento acima mencionado, no período dos festejos natalinos, é enfeitado com outros elementos simbólicos. Porém, queremos fazer menção às bolas na cor vermelha que simbolizam os frutos dessa árvore. Essas possuem simbolismo, outros, que remetem à vida e seus benefícios como a existência da sua importância e a apreciação das ocasiões positivas que percorre sua durabilidade. (Zannon,1991 apud Porciúncula, 2008).
Podemos ressalvar que o sapatinho ou a meia, que são pendurados nas janelas, também são considerados outros elementos simbólicos das festividades natalinas. Essa tradição se oriunda da estória de três jovens mulheres que estavam impedidas de casar por não possuírem recursos financeiros necessários para o pagamento do dote aos seus pretendentes. Mediante a situação e comovido com ela, São Nicolau, joga três sacos de moedas pela chaminé da casa das jovens e eles caem dentro das meias delas que secavam na lareira. Por isso, no período natalino, várias pessoas colocam sapatinhos ou meias nas janelas e aguardam presentes na noite de natal. (Zannon,1991 apud Porciúncula, 2008).
Entretanto, a personalidade simbólica das festas natalinas é o Papai Noel. Acerca dessa figura, Salome Joanaz (2006) aborda que "São Nicolau, também conhecido por Santa Claus, nome que deriva de Santus Nicolaus, terá sido Bispo de Mira, em Dembre, na actual Turquia. Nasceu em Lycia, no sudoeste da Ásia Menor, entre o século III e IV" (Joanaz, 2006).
Por sempre ajudar os necessitados que o rodeavam como crianças abandonadas, com o passar do tempo, foi transformado Papai Noel. Essa transformação teve origem na Alemanha e foi difundida entre as igrejas protestantes, onde sua imagem passou a exercer conexão com as festas natalinas e as trocas de presentes.
Joanaz (2006) ainda ressalta que "A sua popularidade aumentou e o santo viu-se transformado em símbolo, estando directamente relacionado com o nascimento de Jesus Cristo, já que os princípios de dar sem pedir em troca são também máximas de Cristo" ? ipsis litteris (Joanaz, 2006).
Podemos analisar, de acordo com o exposto, que o Natal é uma festa rica em elementos simbólicos e significados e sua repetição cria uma conexão com o passado envolvendo valores comportamentais.


5 SIMBOLISMOS, SIGNIFICADOS, ESPETÁCULO, DECORAÇÃO, NOVA INFRAESTRUTURA E COMÉRCIO: O NATAL EM NATAL

Os símbolos acionados no período do Natal passam a integrar o conjunto diversificado de bens simbólicos e culturais de diferentes naturezas (Greenwood, 1989 apud Steil, 1998).
Isso não ocorre diferentemente em Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte no nordeste brasileiro, afamada como a Cidade do Sol por apresentar aproximadamente trezentos dias de sol ? o maior número no país ? é palco de comemorações e de uma belíssima ornamentação relacionada aos festejos natalinos. Por seu principal ícone ser o Forte dos Reis Magos, também é conhecida por Cidade Presépio ou Cidade dos Reis.
Sabemos que a cidade recebeu esse nome, segundo uma das versões de sua história, por possuir conexão com a data da demarcação do sítio primitivo da cidade no dia 25 de dezembro de 1599 que coincide com as festividades natalinas.
Essa que já é repleta de belas paisagens e de um intenso início de verão, no mês de dezembro recebe ainda toda uma infraestrutura, que a cada ano é aprimorada, nas vias principais, praias e praças de seu território referentes à ornamentação das festas natalinas.
Segundo o artigo publicado no dia 11 de outubro de 2008, no jornal Tribuna do Norte On-line, deu-se início no mês de outubro de 2008,
[...] a montagem da ornamentação natalina nas principais vias de acesso da cidade, nas praias e nas praças. Além da habitual decoração das avenidas Engenheiro Roberto Freire, Salgado Filho e Hermes da Fonseca, a Prudente de Morais, Ayrton Senna, Mor Gouveia e Itapetinga serão contempladas com enfeites luminosos nas árvores e canteiros centrais.
Além disso, a capital recebeu a montagem de uma gigantesca árvore de natal no bairro de Mirassol ? a maior do país ? que mede 126 metros de altura. Além dessa, quatro árvores de natal foram armadas nas mediações da cidade.
Fazendo uma relação com esses fatos, podemos concordar com Amaral (1998) apud Bezerra (2008) quando afirma que a iluminação é uma ferramenta fundamental na ornamentação da cidade.
Essa infraestrutura é alcançada através do investimento da Prefeitura de Natal que, no ano de 2008, investiu três milhões de reais, o mesmo valor do ano anterior. Em 2008, a programação do "Natal em Natal" orça seis milhões de reais (FRANÇA, 2008;TRIBUNA DO NORTE ON-LINE, 2008).
Notamos que as festividades e o poder público estão intrinsecamente interligados. Com isso, visualizamos a conexão e todo aparato que a Prefeitura de Natal desempenhou para a estruturação da cidade nesse período. Aprecia-se, também, a reminiscência que essa festividade tem, pois ela faz menção, ano após ano, dos políticos que a inseririam na cidade, assim como de seus idealizadores e organizadores nomeados pela própria prefeitura de Natal.
Ozouf (1976) apud Felipe (2008) ressalta ao tratar sobre festa e política que
O grupo político tem consciência de que não existe festa sem reminiscência; repetição do passado, frequentemente anual, a festa traz consigo uma memória que é tentadora considerar como tal.
Acerca disso, Tedesco (2004, p.125) demonstra que se forem trazidos á memória os fatos lembrados, esses podem se tornar exemplos e modelos para se construir o futuro. Assim o passado torna-se o começo de uma ação para o presente.
Associando-se a essa grande infraestrutura montada, a prefeitura de natal oferece shows de artistas renomados com entrada franca à população em junção ao Auto de Natal.
Uma questão lançamos à análise neste documento: qual está sendo o simbolismo e o significado que as comemorações e decorações das festas natalinas está trazendo para a população natalense?
Podemos observar que as tradições das festas natalinas são exercidas pela população dessa capital. Muitos montam árvores de natal e iluminam e enfeitam suas residências, pois como vimos anteriormente, histórica e culturalmente, esses são alguns símbolos dessa festividade.
De acordo com França (2008),
[...] Nessa época do ano desde as mais humildes até as grandes mansões, os natalenses mantêm a tradição de iluminar e decorar suas casas. Talvez para homenagear a cidade, fundada exatamente no dia 25 de dezembro, ou quem sabe para reforçar a esperança de um novo tempo.
Para alguns cidadãos natalenses, a festividade natalina, assim como as festas em geral, é um ensejo para assimilação da índole do vinculo territorial observados na geografia cultural. Ao chegar o período natalino, a cidade procura se adequar aos símbolos para vivificar o nome do seu território (DI MÉO, 2001 apud BEZERRA, 2008).
Esses festejos natalinos, mediante suas imagens, símbolos e narrativas ? bem como todas as festas ? agregam a tradição cultural e uma identidade local e regional para Natal. Porém, muito mais que vivificada, as festas natalinas em Natal estão criando uma espécie de identidade e de imagem para a cidade que é bastante visitada por turistas nesse período (BEZERRA, 2008).
Podemos perceber, porém, que o sentido da comemoração do Natal está sofrendo modificações. De acordo com o arcebispo Dom Matias Patrício de Macêdo, ao circular na cidade, quase não se vê a figura de Jesus. Ele ainda afirma que as crianças esperam o Natal para receber presentes do Papai Noel e não são orientadas sobre o verdadeiro simbolismo e significado da celebração tornando-o esquecido. Dom Matias ainda ressalta que esse período é importante para relembrar o verdadeiro sentido da celebração. (Tribuna do Norte On-Line, 2008).
Estabelecendo uma ponte do que foi dito acima pelo arcebispo Dom Matias e atrelando-se a essa idéia do presentear, percebemos que o comércio, nessa época, faz investimentos abastecendo todos os seus estoques.
Conforme o exposto, em favor dos festejos natalinos do ano de 2008, França (2008) diz:
A maior parte das lojas da Cidade Alta e do Alecrim está com os expedientes estendidos até as 20h, com exceção do dia 25, em que parte do comércio estará fechado. Alguns shoppings vão abrir as portas até as duas horas da madrugada e alguns supermercados programam funcionar 24 horas nos dias que antecedem o Natal.
A idéia da troca de presentes acaba desconfigurando-se de sua finalidade e simbolismo ? o de prestigiar, lembrar ? para atenuar ainda mais o comércio estabelecido com as promoções dessa época do ano.
Vale salientar que a troca de presentes no Natal na cidade de Natal é cada vez mais influenciada e apoiada pelo poder da mídia que, mediante a sua programação, integra os sentimentos contidos nas festas natalinas ao consumo, impondo imagens ligadas à alegria e presentes.
De acordo com um artigo elaborado pela redação do Jornal de Hoje em 28 de novembro de 2008,
A expectativa das entidades ligadas ao comércio do Rio Grande do Norte para o primeiro final de semana após o recebimento do 13º salário [...] é positiva para as vendas no setor. O otimismo deve se estender por todo o período natalino, de acordo com o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio), Marcelo Queiroz, e com o superintendente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Natal, Adelmo Freire. O crescimento deve ocorrer apesar da crise econômica internacional.
O jornal ainda afirma que os segmentos do comércio que têm maiores lucros com as festas natalinas são os de confecções, eletroeletrônicos, calçados e supermercados. Muito embora outros setores foram prejudicados no Natal de 2008, na cidade do Natal, pelo advento da crise econômica que tenta ser contida com algumas medidas pelo governo.
Notamos, por meio de uma entrevista semiestruturada acerca das festas natalinas aplicadas a alguns cidadãos natalenses, que a visão sobre o significado do Natal na cidade do Natal, está sendo reconfigurada.
Acerca da entrevista, Rampazzo (2002, p. 110), afirma que
A entrevista é um encontro entre duas pessoas a fim que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. Trata-se, pois, de uma conversação efetuada, face a face, de maneira metódica; proporciona verbalmente a informação necessária. A entrevista é importante em vários campos do conhecimento: na ciências sociais, na psicologia, na psicopedagogia, no jornalismo, na pesquisa de mercado etc.
O professor Francisco de Assis Gomes, 48 anos, residente em Natal, diz:
O comportamento social nesta época favorece para que me sinta estimulado a consumir mais. Desde a visão política dos prefeitos e governadores que mobilizam e enfeitam a cidade com os elementos representativos do Natal e a gratificação natalina que é paga nesse período e me dá um pouco a mais de dinheiro para gastar.
Portanto, acreditamos que o simbolismo dos festejos de Natal na cidade do Natal está sofrendo alterações. Percebemos que toda infraestrutura montada na cidade e a qualidade do comércio estabelecido durante esse período contribuem para que ela fique rotulada como uma cidade simbólica do Natal e que seja alterada pelo estímulo das vendas que também é idealizado pela mídia.


6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Deste modo, podemos considerar que a Geografia Cultural é uma ramificação da Geografia de suma relevância que evidencia estudos baseados na cultura, simbolismos, significados e sentimentos das ações humanas e dos espaços que as cercam.
Diante disso, o fator "festas" é marcadamente uma temática a ser analisada por essa ramificação geográfica, pois são traços culturais de um povo por onde permeiam simbolismos, tradições, sentimentos e etc. Nas festas natalinas, podemos observar todos esses aspectos interligados à Geografia Cultural e perceber as alterações de significado e simbolismos que essas estão vivenciando no que diz respeito ao período natalino em Natal.
Portanto percebemos, através dos estudos feitos para a elaboração desse documento por meio de pesquisas bibliográficas e diante dos dados obtidos por meio da entrevista aplicada, que a comemoração das festas natalinas em Natal está perdendo o seu simbolismo para dar ênfase ao comércio estabelecido nessa fase do ano. O mesmo acontece com toda infraestrutura montada. Ela rotula a cidade como "Cidade do Natal", já aproveitando seu nome, para associar e impulsionar pessoas a se integrarem a esse novo espírito natalino.



REFERÊNCIAS

ALVES, Vânia de Fátima Noronha. A festa como possibilidade de mobilização social. Funlibre, Colômbia, jul. 2008. Disponível em: < http://www.redcreacion.org/documentos/congreso10/VNoronha.html>. Acesso em: Acesso em: 20 dez. 2008.

AMARAL, Rita de Cássia de Mello Peixoto. Festa à Brasileira: Significados do festejar, no país que "não é sério". São Paulo, Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento de Antropologia, 1998. Tese de doutorado.

AMARAL, Rita. O tempo de festa é sempre. In: Travessia Revista do Migrante, São Paulo, v. 15, p. 08-10, 1993.

BEZERRA, Amélia Cristina Alves. Festa e cidade: entrelaçamentos e proximidades. Espaço e Cultura, UERJ, n. 23, p. 7-18, jan./jun. de 2008.

CLAVAL, Poul. Nascimento e primeiros desenvolvimentos, In:____ A geografia
Cultural. Florianópolis: Editora da UFSC, 1999.

CORRÊA, Roberto Lobato. A dimensão cultural do espaço: Alguns temas. Departamento de Geografia ? UFRJ, revista espaço e cultura, ano I, outubro de 1995.

FELIPE, José Lacerda Alves. Festa e poder político. Espaço e Cultura, UERJ, n. 23, p. 43-52, jan./jun. de 2008.

FRANÇA, Carla. Natal ganha um brilho especial. Tribuna do Norte on-line, dez. 2008. disponível em: <http://tribunadonorte.com.br/noticias/94895.html>. Acesso em: 16 dez. 2008.

GOMES, Francisco de Assis. Entrevista concedida a Clara Rafaela de Oliveira Santos e Silva e Silone Pegado Gomes. Natal. 23 dez. 2008.

GOMES, Samir Pegado. Entrevista concedida a Clara Rafaela de Oliveira Santos e Silva e Silone Pegado Gomes. Natal. 23 dez. 2008.

JOANAZ, Salome. Lenda do Pai Natal ? O homem das barbas brancas - A verdadeira história do Pai Natal. Regigiãocentro.net, Reportagens, 2006. Disponível em: <http://www.regiaocentro.net/canais/reportagens/2000_12/painatal/index2.html>. Acesso em: 10 dez. 2008.

JORNAL DE HOJE. Vendas devem aquecer com o pagamento do 13º salário. Economia, nov. 2008. Disponível em: <http://74.125.47.132/search?q=cache:uh_Y_z_GUbEJ:www.jornaldehoje.com.br/novo/navegacao/ver_noticias.php%3Fid_ce%3D8271+A+expectativa+das+entidades+ligadas+ao+com%C3%A9rcio+do+Rio+Grande+do+Norte+para+o+primeiro&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=1&gl=br>. Acesso em: 19 dez. 2008.

MACDOWELL, Linda. A transformação da geografia cultural. In_____ GREGORY, Derek; MARTIN, Ron; SMITH, Graham. (org). Geografia Humana: Sociedade, espaço e ciência social. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 1996.
MAIA, Carlos Eduardo Santos. O Retorno para a Festa e a Transformação mágica do mundo: nos caminhos da emoção, in:_____ ROSENDAHL, Zeny; CORRÊA, Roberto Lobato (orgs.). Religião, Identidade e Território. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2001, p.

PORCIUNCULA, Alice Mariz; PORTO, Fernando. O rito de Natal como temática da socialização terapêutica: uma contribuição para assistência de enfermagem pediátrica. Disponível em: <http://66.102.1.104/scholar?hl=pt-BR&lr=&q=cache:s78noW-FXtQJ:rua.ua.es/dspace/bitstream/10045/6659/1/CC_23_03.pdf+O+RITO+DE+NATAL+COMO+TEM%C3%81TICA+DA+SOCIALIZA%C3%87%C3%83O>. Acesso em: 10 dez. 2008.

RAMPAZZO, Lino. Metodologia Cientifica para alunos. 3º Ed. São Paulo: Edições Loyola, 2002, p. 110.
ROITBERG, José. História do Natal. Em cachê, jan. 2004. Disponível em< http://74.125.47.132/search?q=cache:uw-_HNMeQKoJ:jipemania.com/coke/historia_do_natal_V3.pdf+http://jipe-+mania.com/coke&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=2&gl=br>. Acesso em: 10 dez. 2008.

ROSENDAHL, Zeny; CORRÊA, Robeto Lobato (Org.). Manifestação da cultura no espaço. Rio de Janeiro: UERJ, 1999. p.191-218. (Série Geografia Cultural).

SANTOS, Wanderly Gomes dos Santos. Entrevista concedida a Clara Rafaela de Oliveira Santos e Silva e Silone Pegado Gomes. Natal. 23 dez. 2008.

SENSIBILIDADE E SABOR. Natal e seus Símbolos. Acessória on-line, set. 2005. Disponível em: < http://www.sensibilidadeesabor.com.br/natalsimbolos.html >. Acesso em: 10 dez. 2008.

STEIL, Carlos Alberto. Peregrinação e turismo: o Natal em Gramado e Canela. Disponível em:<http://66.102.1.104/scholar?hl=pt-BR&lr=&q=cache:1fcvn0pXAJkJ:bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/anpocs/steil.rtf+PEREGRINA%C3%87%C3%83O+E+TURISMO:+O+NATAL+EM+GRAMADO+E+CANELA+>. Acesso em: 18 dez. 2008.

TEDESCO, J. C. Nas cercanias da memória: temporalidade,experiência e narração. Passo Fundo: UFP; Caxias do Sul:EDUCS, 2004.
TORRENCE, Evelyn Levy. Solsticio de Inverno - O nascimento do Sol. Vivendo da luz, jan. 2001. Disponível em: <http://www.vivendodaluz.com/PT/articles/solsticio_de_inverno.html>. Acesso em: 10 dez. 2008.

TRIBUNA DO NORTE ON-LINE. Prefeitura vai investir R$ 3 milhões em decoração natalina. Disponível em: <http://tribunadonorte.com.br/noticia.php?id=89987>. Acesso em: 16 dez. 2008.

AUTORES:

SAMPAIO, Zodínio Laurisa Monteiro
Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

SILVA, Clara Rafaela de Oliveira e
Graduanda em Licenciatura em Geografia pelo Instituto Federal de Educalção, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN)

GOMES, Silone Pegado
Graduada em Licenciatura em Geografia pelo Instituto Federal de Educalção, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN)