1.0.Introdução

É sem dúvidas que tem sido uma discussão acesa entre Pedagogos e Didactas sobre a comunicação ou interacção na sala de aulas e, em especial, na aula de língua entre o professor e aluno, pois, tem sido comum assistir a aulas em que a interacção entre o professor e o aluno se demonstra fracassada.

Como avança Silva (2009)[1], numa relação comunicativa entre sujeitos, a participação destes não depende exclusivamente do domínio de saberes léxico-gramaticais e contextuais (competência linguística), mas, no dizer deste autor, supõe um conhecimento mútuo que permite a criação e a sustentação de encontros entre sujeitos, designados por actores sociais, os quais participam activamente da construção do conhecimento e permitem a manutenção da comunicação na interacção. Por conseguinte, é importantíssimo dizer que esta visão pode-se enquadrar na comunicação em sala de aulas, facto que reflectimos neste trabalho, como forma de aferirmos o que na verdade acontece no terreno.

Com efeito, é neste contexto e motivados pela análise de teorias de ensino aprendizagem em linguas na Cadeira de Teorias de Ensino e da Aprendizagem de Línguas que surge este ensaio com o tema – O modelo jakobsoniano de comunicação e a teoria socio-interacionista no desenvolvimento da interacção na aula de língua, trabalho no qual reflectimos em torno desta temática que, na nossa opinião, precisa de um tratamento especial na escola e na aula de língua.

 A escolha deste tema prende-se com o facto de muitos professores privilegiarem na aula métodos que não abrem espaços para a participação dos alunos e consequentemente fraca interacção na aula. Não somente, temos assistido a professores de língua que escolhem textos que não estimulam a participação dos alunos e que os mesmos não conseguem estabelecer relação com as suas vidas. Enfim, é em torno destes sinais que problematizamos neste ensaio.

Diante disso, queremos saber de facto como se caracteriza a interacção verbal e não verbal entre (professor-aluno, aluno-professor) em sala de aulas? Ao mesmo tempo em que usaremos o modelo Jacobsoniano de comunicação em conexão com a teoria sócio-interacionista para o desenvolvimento da interacção na aula de língua como sugestão para a construção de uma comunicação sadia entre o professor e aluno na aula. Com este propósito, cremos que o professor de língua pode estabelecer uma interacção saudável na aula e consequentemente uma construção do conhecimento neste processo pelos alunos como protagonistas para o efeito.

Quanto à organização, este ensaio divide-se da seguinte maneira: introdução, na qual apresentamos as considerações gerais do trabalho, objectivos, metodologia; na segunda parte, fazemos a apresentação das teorias ou doutrinas que versam sobre o tema que tratamos ao mesmo tempo que analisamos ou reflectimos em torno do assunto como base na realidade do terreno e, finalmente, apresentamos as considerações finais.

No que tange à metodologia, este ensaio, enquanto análise de base interacionista, a investigação se apoiou em categorias trazidas de estudos anteriores sobre o discurso de sala de aula e sobre os turnos de participação do professor na aula (MACHADO, 1992,)[2]; Enquanto pesquisa de base etnográfica, reflectiu e descreveu contextos naturais de ensino e aprendizagem de línguas e as interacções entre o professor e os alunos. Esta metodologia contribuiu na busca de respostas à pergunta de pesquisa que diz respeito à caracterização da interacção verbal e não verbal entre (professor-aluno, aluno-professor) em sala de aulas.