O meu tapete mágico

 

 Certa manhã indo a Parnamirim, – trabalhar – ao invés de ir de motocicleta como acontece todos os dias, sentei-me no meu tapete mágico e dei inicio a viagem.

Como o tapete era muito veloz e a saudade da minha terra natal era enorme, resolvi mudar a rota e passar rapidinho pela comunidade que me viu nascer e onde passei os meus primeiros sete anos. Guarani é o seu nome. Fica na zona rural do município de Boa Saúde.

A sensação foi a mais gostosa do mundo. Senti-me uma criança. Vi-me há mais de vinte anos. Quando eu e os meus irmãos ficávamos observando o nosso pai ordenhar as vacas para depois levar o rebanho ao pasto. Senti-me rodeado dos bezerrinhos que saltitavam de felicidade ao encontrarem-se com suas mães. Quão grande era a alegria daqueles animaizinhos, pareciam até crianças correndo ao encontro do acolhedor colo materno.

Foi muito gratificante me sentir testemunha daquela felicidade. Como é bom reviver momentos alegres e gratificantes que vivemos na companhia dos nossos.

O mais emocionante aconteceu quando tive a sensação de estar sentindo o cheirinho do café com leite preparado pelas mãos da minha saudosa mãe. Que mistura deliciosa era aquela. Parecia até que era feita com as melhores de todas as iguarias existentes no mundo. E ela parecia que tinha uma varinha de condão, pois tudo que tocava se transformava na mais deliciosa comida do universo.

Como não podia demorar. Dei uma passadinha, rápida, por cima do rio e das lagoas que nos tempos de criança me banhei inúmeras vezes. Sem esquecer, das poucas e boas que eu e os demais irmãos aprontávamos naquelas terras. Era como se estivesse vivendo tudo novamente!

Por estar voando em um tapete mágico, podia ver cada recanto, cada detalhe, por mais minucioso que fosse. Do ângulo que quisesse. Uma experiência espetacular!

Mas como não podia passar muito tempo por lá, dei continuidade a minha viagem. Afinal, não é legal chegar atrasado ao trabalho!

De repente, ouvi um ruído! Ruído chato, que incomodava muito!

Querem saber o que era? Era o meu despertador tocando. Não acreditei. Tinha que acordar. Pois já estava na hora de levantar para ir trabalhar. Afinal de contas, vocês estavam a me esperar. Sai de casa extasiado por ter vivido aquela grande aventura!

Em que transporte fui ao trabalho? De moto, é claro! Pois o meu tapete mágico só voa em meus sonhos.

Ivanildo S. da Silva