A música no presente texto será olhada pelo viés do pensamento Bakhtiniano, cujos conceitos sobre língua e linguagem marcam a reinserção do sujeito no processo de estudo e de análise do discurso. Como o texto marca um novo posicionamento do seu autor, quanto ao ser músico, intérprete, compositor e pesquisador. Trato como se deu esta aproximação do pensamento bakhtiniano, buscando entender a concepção da música, enquanto obra de arte, como um enunciado e como uma forma de diálogo. Vejo ainda na obra de arte, em especial na música, com uma enunciação concreta. O autor então ao escolher materiais, ao refletir sobre as escolhas, ao buscar significar suas percepções, seu conhecimento e sua visão de mundo por meio da arte, nada mais está fazendo do que se enunciando, travando assim um diálogo com seu eu discursivo, com os saberes envolvidos e com o(s) seu(s) outro(s) mesmo que de forma constitutiva. Defende a criação musical vistas pelas lentes conceituais bakhtinianas.

Palavras chaves: Música contemporânea; Enunciado e diálogo; Criação musical; Bakhtin