A vida apenas uma passagem breve.

Temerária.

Sem  significação.

 Posterior à existência.

Apenas o vácuo preso ao nada.

 Composto pela antimatéria.

Desenvolvendo no ar sua autodestruição.

O retorno à eternidade vazia.

Não existe sentido para existência.

Somos continuidades de células.

Replicadas infinitamente.

Levando a vida findar e renascer.

Como renasce uma bela flor.

Objetivando a morte.

Tão somente o renascimento.

Porém, tudo que existe na natureza.

Apenas a  mesma.

Pensar em deus.

É imaginar a loucura.

Desejar a continuidade.

É viver o delírio.

Tudo que existe uma breve passagem.

É muito bom que seja desse modo.

 Tudo que a natureza pode evoluir.

Exatamente, a forma como a vida é.

Sem alma.

Sem futuro para existência.

  Um  amontoado de células.

Loucas para prolongar a existência.

Pensar em deus uma atitude cruel e mentirosa.

Oportunismo ingênuo.

Desonesto para com o desespero ontológico.

Indelével  fraqueza do espírito.   

Entretanto, pensar em que mesmo?

 Na  brevidade.

Como tudo que reina no mundo é ideologia.

O que se deve saber é a ausência de tudo.

Um breve desaparecimento eterno.

Com um fluido de ar.

Que se perde no infinitólogo.

Como as partículas de hidrogênio.

Que perderão no futuro com o esgotamento.

Uma enorme cratera escura.

Desértica e fria.

Coberta de gelo.

A realidade a qual dá continuidade.

Tudo que sobrará após a morte.

Um enorme espaço interminável.

Entretanto, a grande pergunta.

Como o fogo poderá transformar em gelo.

Tudo aparentemente racional.

Pois foi o gelo e o frio.

O escuro desértico.

Que transformaram em um mundo de luz.

Entretanto, qual foi o significado da resplandecência.

Nenhum epistemologicamente.

Não restará preso ao infinito sinais

Os deuses ficarão apavorados.

Por não ter lugares no espaço.

Apenas a ausência de tudo.

A reformulação absoluta da antimatéria.

Edjar dias de Vasconcelos.