O autor Kenneth R. Maxwell (nascido em 1941) é um historiador britânico. É especialista em História Ibérica e no estudo das relações entre Brasil e Portugal no século XVIII, sendo um dos mais importantes brasilianistas da atualidade.
Tendo publicado "Conflitos e Conspiraçoes: Brasil & Portugal 1750-1808" (Cambridge University Press, 1973), notabilizou-se no Brasil a partir da publicação da obra no país, em 1977, sob o título "A devassa da devassa - A Inconfidência Mineira: Brasil e Portugal 1750-1808" (ISBN 8521903979). Publicou, posteriormente, "Marquês de Pombal - Paradoxo do Iluminismo" (1996) e "A Construção da Democracia em Portugal" (1999). A sua obra mais recente é "Naked Tropics: Essays on Empire and Other Rogues" (2003).
Em maio de 2004 renunciou ao seu cargo de Diretor de Estudos Latino-Americanos do Conselho de Relações Exteriores de Nova York por ter criticado Henry Kissinger em uma resenha de livro sobre o golpe de Estado de Augusto Pinochet em 1973 e de não ter tido uma resposta publicada na revista Foreign Affairs.
Atualmente, é diretor do Programa de Estudos Brasileiros do Centro David Rockefeller para Estudos Latinoamericanos da Universidade de Harvard.
Apesar de Kenneth R. Maxwell não escrever sobre a História da Educação, é possivel utilizar seus textos de História do Brasil para estudarmos sobre a História da Educação Brasileira.
Maxwell nos mostra o pragmatismo do Marques de Pombal na luta em defender os interesses de Portugal, mas com fundamentação e inspiração nas idéias iluministas, precisamente no Despotismo Esclarecido. Apesar de Pombal ter lutado em defesa dos interesses portugueses e isso significar prejudicar os interesses do Brasil, não podemos ignorar a sua importância no marco da História da Educação Brasileira.
O momento em que Pombal viveu foi do século das luzes, em um contexto ao qual expressavam-se novos valores sobre o Estado,Educação e Religião e a necessidade de rompimento com o Modelo de Estado Absolutista e mercantilista que não conseguiu atender os interesses da burguesia nascente. Temos que ter cuidado sobre qual olhar nós vamos olhar Pombal se é com o olhar francês ou se será com o olhar a partir de Portugal. Se olharmos a partir da França daremos valor insignificante a ele. É necessário olharmos Pombal a partir de Portugal. Para entendermos o paradoxo do iluminismo pombalino que utiliza o iluminismo despótico para promover o desenvolvimento. Este paradoxo consiste em Portugal não ter uma classe burguesa forte para exigir mudanças profundas na sociedade portuguesa e Pombal ter relações estreitas com a Monarquia portuguesa. Pombal querendo entender porque Portugal com tanto ouro era dominado pela Ingalterra, utilizou seu pragmatismo para defender os interesses de Portugal.
A importância que Pombal vai ter para a História da Educação Brasileira se refere à expulsão dos jesuítas e aos projetos educacionais. Esta expulsão teve inspiração nas idéias iluministas. A educação dos jesuítas representava os interesses das Monarquias Européias no que se refere ao conhecimento pedagógico. Os jesuítas acreditavam que o conhecimento estava pronto, dado que não precisava construí-lo, que somente era necessário as pessoas se apropriarem dele. O ser humano era visto como um objeto vazio e que precisava enchê-los de conhecimentos. A expulsão dos jesuítas em 1759 por Pombal significou um rompimento com o modelo de educação tradicional. Neste momento podemos fazer uma relação do texto de Maxwell com o de Carlota Boto. " A ducação Escolar Como Direito Humano Três Gerações:Identidade e Universalismo. Ou seja os direitos do ser humano tem fundamentação nas idéias iluministas, que todos são iguais perante a lei.Esta idéia iluministas está presente em todas as Constituiçoes ocidentais, mas que ainda precisa ser construída historicamente na prática das relações sociais, isto porque os direitos teoricamente são universais, mas historicamente são limitados. A partir do momento em que o direito a Educação é um direito subjetivo o seu não cumprimento acarreta possibilidade de ação contra o Estado. A democratização do ensino através da Universalização não significa atender a educação enquanto direito, isto porque os que tem dinheiro compram a educação de qualidade e os que não tem ficam com a educação sem qualidade, portanto universalizar não basta é necessário também ter qualidade isto presume ter educação enquanto direito e não enquanto mercadoria. A idéias de democratização passa para o interior da escola, assim como as idéias de particularidades e de pluralismo, educação enquanto direito também tem que considerar esses novos aspectos construídos historicamente.
No aspecto do pluralismo podemos utilizar os textos de HANSEN, João Adolfo. Ratio Studorum e Política Católica e o texto A Civilização Pela Palavra. Hansen nos mostra que a diversidade da cultura indígena brasileira foi ignorada . no Brasil no início da colonização tinha 340 línguas faladas esta diversidade não foi respeitada.
O iluminismo que pombal se apropriou foi o Despótico e através dele impôs uma língua ao Brasil, que foi a língua portuguesa e também ignorou a Diversidade da cultura indígena brasileira. Podemos concluir que a Educação enquanto Direito é algo a ser construído historicamente.