O Manejo Convencional do Solo

Não é raro ouvir no ramo da agricultura o termo "manejo convencional". Mas, o que é isso?

Com o intuito de preparar o solo para receber as sementes ou mudas de uma determinada cultura, o lavrador geralmente realiza a aração e a gradagem de uma determinada área da propriedade agrícola. Nesse sentido, essas operações feitas com o arado e com a grade visam quebrar a crosta superficial do solo, aumentar a sua aeração, facilitar a penetração das águas da chuva, controlar ervas daninhas, e propiciar um ambiente adequado para o desenvolvimento das raízes das plantas que ali serão plantadas. Esse tipo de manejo do solo (preparo) recebe o nome de manejo convencional do solo.

Essa seqüência de operações que antecedem o plantio pode ou não contemplar também a queimada dos restos da cultura que, anteriormente, estavam sobre o solo. No entanto, esse conjunto de práticas do manejo convencional, se usadas durante longo período de tempo, causa um declínio da produção agrícola pelas seguintes razões: (1) encrostamento superficial; (2) adensamento e compactação sub-superficial; (3) aeração reduzida; (4) problemas de infiltração e armazenamento de água; (5) ampla oscilação de temperatura no solo devido à sua exposição direta ao sol; (6) menor desenvolvimento da raiz; (7) redução da quantidade de matéria orgânica.

Como isso tudo ocorre? Revolvendo-se periodicamente a terra, a estrutura do solo é destruída pelos implementos agrícolas citados. Assim, é comum usar a expressão "pulverização do solo" no sentido de expressar que o mesmo é reduzido a pequenas partículas ou estruturas como aquelas que podem-se observar quando alguém utiliza um pulverizador para aplicar água, herbicidas e etc... Além disso, a movimentação do solo provoca redução do conteúdo de matéria orgânica no mesmo, pois uma série de fatores colaboram para isso, são eles: a queimada que transforma a matério orgânica em dióxido de carbono, a fragmentação dessa matéria por meio dos implementos o que favorece a ação de decomposição da matéria orgânica por meio dos microrganismos.

Por último, o revolvimento periódico do solo promove a compactação da sub-superfície do solo. Assim, embora a camada superficial fique mais solta (menos coesa), a camada sub-superficial sobre a qual os implementos passaram fica mais compacta, favorecendo o acúmulo de água e, por conseguinte, favorecendo a erosão da camada superficial do solo que é a que contém mais nutrientes para as plantas.

Desse modo, fica evidente que deve-se fazer um uso racional do solo a fim de não deteriorar suas características que são essenciais para manter altas produtividades agrícolas assim como boa qualidade do ambiente em que vivemos.

Preparado a partir de:

GALETI, P.A. Práticas de controle à erosão. Campinas: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1984. 154p.