O LÚDICO NOS CONTEXTOS HISTÓRICOS: RENASCENÇA, MODERNIDADE E PÓS MODERNIDADE

 

Resumo

Este trabalho tem por objetivo analisar os aspectos históricos que  influeciaram  a criança e a inserção da ludicidade no ensino. Para entendermos acerca da origem do lúdico, é imprescindível a análise ao mundo infantil, bem como as transformações das brincadeiras e jogos. Nesse sentido, para que haja um olhar ao objeto de estudo na sua historicidade, teorizaremos acerca da criança e ludicidade nos diferentes contextos históricos: renascença, modernidade e pós-modernidade. Entendemos que o lúdico, é o ambiente natural em que os indivíduos, mais especificamente as crianças, constroem seus conhecimentos, seus valores, suas habilidades num contato mais direto com o mundo, proporcionará mais alegria para a realização das atividades desempenhadas.  

Palavras-chave: lúdico, educação, jogos, criança. ,

O presente artigo está relacionado à disciplina Metodologia do Jogo da Graduaçãoem Ed. Física, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte tendo como metodologia, a pesquisa bibliográfica e como objetivo analisar os aspectos históricos que influenciaram a criança, bem como a ludicidade. Acredito que não é possível dissertar a respeito do objeto de estudo ludicidade, sem antes esclarecer esse conceito que engendrará o trabalho. Por se tratar de atividades prazerosas, o lúdico não está pautado numa postura de educador que deixa a criança brincar apenas para passar o tempo, sem nenhum objetivo. Ao contrário, o lúdico é um recurso pedagógico que envolve a brincadeira de maneira séria, pois deve ser visto como um fator de aprendizagem significativa para o educando, possibilitando o desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social.

Nesse sentido, reconhecemos a importância das atividades lúdicas na prática docente e a sua influência na aprendizagem da criança. Porém, o que é ludicidade?

 

 

 

Em grego, todos os vocábulos referentes às atividades lúdicas estão

ligados à palavra criança (païs). O verbo païzeim, que se traduz

por ‘brincar’, signifi ca literalmente ‘fazer de criança’. [...] Só mais

tarde paignia passa a designar indiscutivelmente os brinquedos

das crianças, mas são raras as ocorrências. [...] Em latim a palavra

ludribrum, proveniente de ludus, jogo, também não está ligado à

infância e é utilizado num sentido metafórico. [...] Quanto à palavra

crepundia, freqüentemente traduzida por ‘brinquedos infantis’

parece só ter adquirido sentido depois do século IV, e encontrálo-

emos freqüentemente na pluma dos humanistas renascentista [...]

(MANSON, 2002, p. 30).

 

 

Para entendermos o aspecto lúdico, é impressindível a análise ao mundo infantil, bem como a brincadeira da criança. Nesse sentido, buscamos teorizar acerca da infância e ludicidade na sociedade Primitiva, Antiguidade, Período Medieval, Renascimento à sociedade contemporânea e a respeito do lúdico a fim de justificar a necessidade de uma educação que contemple o jogo, a brincadeira e a imaginação como fator de aprendizagem na instituição de educação infantil.

Nesse período, o movimento do humanismo, marcado pelo período do Renascimento, por volta dos séculos XV e XVI, procurava romper com concepções dominantes da Idade Média, procurando formar uma nova imagem do homem e da cultura. Surgiu uma preocupação com a educação, acarretando no surgimento de instituições de escolas modernas. Manson (2002) afirma que a partir desse movimento renascentista no século XVI, começou-se a perceber o valor que os jogos tinham para educação, vistos como uma tendência que é natural do homem, porém:

 

Embora seja grande a produção intelectual na Renascença, não foi capaz de mudar significativamente as concepções em relação às crianças, que continuam desconhecidas em sua natureza singular, até que pensadores como Erasmo; Vives; Rabelais; Montaigne; Comênius e, posteriormente, Rosseau e Pestalozzi; realizaram estudos sistemáticos sobre educação, chamando a atenção para a ‘responsabilidade social’ da ciência, o reconhecimento do desenvolvimento infantil e os aspectos psicológicos no ensino. (QUEIROZ, 2009, p. 19.

 

A idéia de infância teve sua origem a partir do momento histórico e social da modernidade, com a alta redução dos índices de mortalidade infantil. a criança era considerada “um adulto” em miniatura no período medieval, e hoje não é muito diferente. Vivem um “faz-de-conta” que não oferece fatores positivos ao seu

desenvolvimento, reproduzem o adulto de hoje, influenciado pela sociedade capitalista.

proporcionando o faz-de-conta.

A prática docente realizada por meio do jogo proporciona aspectos relevantes ao desenvolvimento do educando, pois o jogo não o afasta da vida, ao contrário, proporciona aptidões fundamentais na vida. Mesmo com as contradições apresentadas, na instituição de educação infantil é possível oferecer um ensino que priorize a

aprendizagem significativa ao educando. Sendo assim, a proposta do ensino por meio da ludicidade na prática docente visa propiciar ao educando a oportunidade de desenvolver atividades em equipe, momentos de socialização, de imaginação a partir do seu conhecimento de mundo, ter contato com regras por meio dos jogos, entre outros.

Considerações Finais

Podemos observar a partir da pesquisa acerca da criança em diferentes contextos, que os jogos estavam presentes em todos os períodos e povos, porém, muitas vezes eram vistos apenas como instrumento para passar o tempo. A criança procura o jogo como uma necessidade e não como distração (...). É pelo jogo que a criança se revela. As suas inclinações boas ou más, a sua vocação, as suas habilidades, o seu caráter, tudo que ela traz latente no seu eu em formação, torna-se visível pelo jogo e pelos brinquedos, que ela executa. Precisamos ter em conta que educar é papel principal e fundamental da família, cabendo a ela o direito de transmitir suas crenças, seus valores, seus costumes. Partindo desse pressuposto, podemos concluir que, na educação infantil, o jogo, servindo principalmente para educar, deve ter em conta a prioridade da família nesse aspecto. O jogo deve ser usado também, quando aplicado de forma adequada, para ensinar.  Já quando as crianças vão para a escola propriamente dita, devem desenvolver atividades que lhes permitam desenvolver a escrita, a leitura e o raciocínio lógico. Para isso, o jogo e a brincadeira poderão ser utilizados, sabendo que para esta finalidade o conhecimento das técnicas adequadas por parte dos professores deve ser mais aprimorado. Alguns pais ao serem questionados sobre o papel da escola respondem diretamente que a escola tem o papel de ensinar os seus filhos a ler e escrever, não a brincar.

O termo lúdico é abrangente, não especificando-se apenas aos jogos, brinquedos, brincadeiras e ouros tipos de divertimentos. Entendemos que o lúdico é antes de qualquer coisa, uma atitude pessoal. Também concluímos que a brincadeira é uma certa  distração, que boa parte das crianças utiliza para divertir-se, passar o tempo, gastar energia, sorrir, alegrar-se, ou seja, serem felizes. Essa felicidade pode vir também através do jogo, seja ele físico (futebol, voleibol, amarelinha, passa anel, etc.) ou até mesmo mental (dama, cartas, estratégicos, etc.), e que tais jogos são regidos por regras, tais jogos na educação possibilitam novas estratégias de ensino, podendo ser utilizados com o objetivo de construir conhecimentos, treinar habilidades já estudadas, aprofundar questões importantes e desenvolver estratégias de raciocínio lógico. 

Referências

 

 

MANSON, Michael. História dos Brinquedos e dos Jogos. Brincar através dos

tempos. Lisboa, Portugal: Teorema, 2002.

QUEIROZ, Marta Maria Azevedo. Educação Infantil e Ludicidade. Teresina:

EDUFDI, 2009.

KISHIMOTO, Tizuco Morchida. Jogos infantis: o jogo, a criança e a educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.