O LIXO QUE PRODUZIMOS – O QUE FAZER COM ELE?

Rosangela Silva Souza1

 

RESUMO

 

Esse trabalho tem como objetivo, analisar a questão do lixo por nós produzido, sua permanência e efeitos bem como tempo de duração e degradação no meio ambiente, além de verificar também coleta, transporte e destinação final e também das possibilidades de transformação de diferentes tipos de lixo em produtos reutilizáveis. Para que isso ocorra, foi necessário realizar pesquisa, consultas, entrevistas, entre outros.

Depois de realizar tais estudos, pude concluir que o caminho para um desenvolvimento sustentável é o esclarecimento e conscientização das pessoas para que possam trabalhar as questões oriundas do lixo de forma dinâmica e consciente dos efeitos que ele pode causar a longo prazo.

 

Palavra-Chave:

Lixo. Coleta seletiva. Reciclagem.

 

Introdução

Para onde vai o lixo que produzimos?

 

Com o surgimento das cidades e o início da era industrial, o que proporcionou o crescente êxodo rural, derivou daí um grave problema de difícil solução: o lixo urbano. Em virtude do crescimento populacional nos centros urbanos, onde é consumido grande quantidade de alimentos, vestimenta, bem como embalagens para os mesmos, cresceram assim a quantidade de resíduos, ou seja, acessórios que serão descartados como inúteis para o ser humano.  Ao mesmo tempo em que a evolução tecnológica e industrial revoluciona a cada dia com novidades no mercado consumidor, estimulando as pessoas a adquirirem cada vez mais, nem sempre por necessidades, mas, sobretudo, para ostentar modernidade, dessa forma, aumentaram as dificuldades referentes à produção de resíduos sólidos de diferentes naturezas (domésticos, industriais, serviços de saúde, etc), os quais constituem-se atualmente numa das principais fontes de degradação do meio ambiente.

Nossas casas são ambientes dinâmicos, onde trocamos afetos e experiências, onde as pessoas se abrigam, descansam se alimentam, se lavam e eliminam dejetos. É no interior das casas que realizamos as mais íntimas atividades necessárias à nossa sobrevivência. O resultado de nossas ações e atividades realizadas no interior de nossas casas, inclusive alimentação e higiene, retornam para o exterior delas em forma de lixo e dejetos.  Os resíduos eliminados pelo nosso corpo bem como o lixo doméstico, não podem permanecer no interior de nossas casas, pois são excelentes proliferadores de insetos que podem causar danos à nossa saúde, pois transmitem doenças. Sendo assim o que fazer com os mesmos? Onde depositar tais resíduos?

Necessitamos entender melhor o que acontece, quando não temos conhecimento do destino do lixo. Os problemas que enfrentamos são por falta de informações de modo geral, pois, infelizmente não há investimentos em campanhas sobre educação ambiental. A solução para o problema exige esforços individuais e coletivos. Podemos começar em casa e dar continuidade em nossa comunidade, envolvendo assim outros grupos.

Desejando encontrar informações a respeito de que destino dar ao lixo produzido tanto em nossas casas como nas indústrias, hospitais, estabelecimentos comerciais etc..., venho através deste estudo, analisar o que acontece com o lixo.

 

 

 

1 - Acadêmica do curso de Licenciatura em Informática da  Universidade Estadual de Goiás (UEG), atua Auxiliar Administrativo na Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Trindade.

 

Desenvolvimento

Produzimos uma grande quantidade de lixo diariamente, contudo, todo esse material precisa ter um destino. Onde depositar toneladas e toneladas de lixo?

Um dos problemas mais graves da atualidade, é a crescente produção de lixo urbano, quer seja ele sólido ou líquido, proveniente das residências, das indústrias, construções ou dos serviços de saúde. Necessário se faz que se entenda a eficácia dessa produção, para que se possa desenvolver medidas aceitáveis na solução dos problemas caracterizando os resíduos e seu condicionamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final, dando ênfase, certamente aos aspectos sanitários e ambientais envolvidos.

Antigamente, o lixo não despertava a preocupação que hoje nos remete, em virtude da quantidade gerada ou ainda, pela facilidade da natureza em reciclá-lo, entretanto, atualmente a quantidade de lixo produzida no mundo tem sido grande e mal administrado, o que vem provocar gastos financeiros elevados e ainda causar graves danos ao meio ambiente, comprometendo a saúde e o bem estar da população.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), realizada pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE, 2002), citada por Pinto (1999), a população brasileira é de aproximadamente de 170 milhões de habitantes, produzindo diariamente por volta de 126 mil toneladas de  resíduos sólidos. Quanto ao destino final, os dados relativos às formas de disposição final de resíduos sólidos distribuídos de acordo com a população dos municípios, obtidos com a PNSB, indicam que 63,6% dos municípios brasileiros depositam seus resíduos sólidos em Lixões, somente 13,8% informam que utilizam aterros sanitários e 18,4% dispõem seus resíduos em aterros controlados, totalizando 32,2%. Os 5% dos entrevistados restantes não declararam o destino de seus resíduos.

Além dos lixões e aterros sanitários, devo citar também outros tipos de destino final para o lixo, tais como: Incineração e Usinas de compostagem.

 Os incineradores são utilizados para queimar os lixos contaminados de  hospitais e indústrias, além de animais mortos e também drogas. O lixo queimado e transformado em cinzas é conduzido para o aterro sanitário, porém essa conduta é pouco utilizado no Brasil, em virtude de ser um processo caro e oferecer grave risco à saúde, posto que, a mistura de gases resultantes da queima contém substâncias tóxicas, algumas até cancerígenas, que atingem a atmosfera e espalham-se. O único processo de disposição final para esse tipo de resíduo é a vala séptica, embora, muito questionado por vários técnicos, contudo seu baixo custo de investimento e de operação é o mais utilizado no Brasil.

Usinas de compostagem utilizam o lixo orgânico para a produção de adubo. É um processo controlado de decomposição biológica da matéria orgânica presente no lixo, utilizando-se microrganismos existentes nos resíduos em condições adequadas de umidade e temperatura. Este processo gera um produto biologicamente estável chamado composto orgânico. Para que isso ocorra corretamente, a matéria orgânica deve ser separada dos demais materiais, o que proporciona o reaproveitamento de materiais recicláveis, como: vidro, plástico, papéis e metais. A compostagem pode ser considerada um processo muito interessante, porque possibilita o reaproveitamento dos materiais e uma diminuição significativa do lixo produzido.

Aterros sanitários Nesse processo o lixo é comprimido por máquinas especiais, são organizadas camadas sucessivas de lixo compactado, formando uma espécie de pacote chamado “célula de lixo”. O terreno que receberá esses aterros é aplainado e forrado com material impermeável, de preferência argila.  É construída uma canalização que receberá as águas da chuva e do chorume, isto é, o líquido escuro que sai do lixo; existe também uma tubulação para a saída dos gases.

 Os aterros sanitários são construídos nas proximidades das grandes cidades e suas áreas podem ser reaproveitadas para outros fins. Podemos dizer que os aterros sanitários são uma forma um pouco mais sofisticada de depósito desses materiais, contudo possuem vida útil limitada.

Lixões ou vazadouros devem ser instalados em terrenos desocupados, longe das áreas residenciais, em virtude do mau cheiro e, sobretudo, à presença de animais atraídos pelo lixo. É a forma mais prejudicial ao ser humano e ao meio ambiente, pois nesses locais geralmente se estabelece um economia informal, resultado da catação dos materiais recicláveis, além da criação de animais domésticos, que posteriormente serão consumidos. É comum nos grandes centros urbanos, a presença de vários lixões abandonados tornarem focos de doenças e poluição, entretanto estudos devem proporcionar a compreensão de que o lixo não pode ser mantido a céu aberto, nem acumulado em solos rasos, em leitos de rios ou próximos a mananciais, pois esses são casos em que se verifica a contaminação da água, do solo e do ar, além da proliferação de animais transmissores de doenças.

De acordo com Alberguini (2002), os lixões para onde vai a maior parte do lixo doméstico, são depósitos a céu aberto, onde os resíduos depositados de forma regular ou clandestinamente, formam verdadeiras montanhas, Além da poluição visual, do risco de contaminação do solo, de rios e águas subterrâneas – caso os resíduos alcancem o lençol freático – nos lixões proliferam parasitas causadores de doenças. Muitas pessoas, ainda, lançam seus lixos em vias públicas, rios, praias, mares, em terrenos baldios, margem de vias públicas, redes de esgoto, entre outros locais impróprios.

Reciclagem dos resíduos e coleta seletiva

Entende-se por reciclagem, ao conjunto de técnicas que buscam reprocessar substâncias desprezadas no lixo com a finalidade de transformá-las em produtos novamente utilizáveis de forma que possam ser reinseridas no mercado. A reciclagem é um dos fins, com certeza, o mais lucrativo  e ecológico que os resíduos podem ter, contudo nem todos os resíduos podem ser reciclados e para cada um, existe uma forma adequada de reciclagem. Nesse processo é de fundamental importância que ocorra a coleta seletiva que consiste basicamente, na separação e recolhimento do lixo.

Os materiais que podem ser reciclados são: papel, vidro, plástico e metais, contudo, entre eles existem algumas exceções tais como, lâmpadas fluorescente e espelhos, material acrílico, cerâmica, papeis plastificados, papel carbono, papel higiênico, fitas e etiquetas adesivas, fotografias, fraldas descartáveis, absorventes e guardanapos, que devem ser desprezados no lixo comum. Vale lembrar que as baterias de telefone sem fio, de filmadoras  e de celulares assim como as pilhas comuns, podem ser recicladas.

A reciclagem é um procedimento que consome muita energia e ou equipamento muito caro. É importante citar que os resíduos possíveis de reciclagem devem ser protegidos da umidade, ou seja, deve chegar à fábrica de reciclagem em bom estado, isso quer dizer que o resíduo seco não pode entrar em contato com resíduos orgânicos.

Segundo (CALDERONI, 1996) reciclar, é na sua essência, uma forma de educar e fortalecer nas pessoas um vínculo afetivo com o meio ambiente, despertando em cada um, o sentimento de poder modificar o meio em que vive.

Todo o resíduo de uma cidade é de responsabilidade das prefeituras. Dessa maneira, se não existirem iniciativas municipais, dificilmente a reciclagem será massificada. Outra situação a ser vencida é a falta de mecanismos de coleta seletiva. Essa etapa inicial e fundamental da reciclagem é realizada pelos órgãos públicos em cerca de 6% dos municípios brasileiros. Dessa forma, a situação levou à formação de cooperativas de catadores de lixo e de empresas privadas especializadas, que enxergaram na coleta seletiva e na reciclagem uma forma de ganhar dinheiro, por outro lado isso veio oportunizar uma geração de renda para as famílias de baixo poder aquisitivo.

A reciclagem dos resíduos sólidos, além de proporcionar a preservação dos recursos naturais, economizar energia, redução da área do aterro sanitário, e também geração de empregos, tem ainda o princípio de conscientizar a população para preservação ambiental, embora, muito pouco tem sido investido para esse fim, contudo é necessário que seja implantado o sistema de coleta seletiva, onde os resíduos recicláveis serão separados pela população ainda no interior de suas casas e coletados pelo serviço de limpeza urbana. Infelizmente a maioria das pessoas  ainda não tem conhecimento da forma correta de acondicionamento dos resíduos, resultado da falta de informação sobre coleta seletiva.

Segundo Monteiro (2001), a implantação da coleta seletiva é um processo contínuo, que é ampliado gradativamente, o primeiro passo diz respeito a realização de campanha informativa de   conscientização junto a população, convencendo-a da importância da reciclagem e orientando-a para que separe o lixo em recipientes para cada tipo de material, posteriormente deve-se elaborar um plano de coleta, definindo equipamentos, veículos, áreas e periodicidade da coleta dos resíduos e o acondicionamento para venda do material a ser reciclado. Após coletados, os resíduos devem ser transportados para uma unidade de triagem, equipada com lugares para, para que seja feita uma separação mais criteriosa dos materiais visando a sua comercialização. É importante que a população seja devidamente orientada para que somente separe como lixo seco, os materiais que possam ser comercializados, evitando assim, despesas adicionais com transporte e manuseio dos rejeitos.

Compreender o gerenciamento integrado dos resíduos sólidos proporcionou a formulação da chamada Política  ou Pedagogia dos 3R’s (reduzir, reutilizar, e reciclar), que inspira técnica e pedagogicamente os meios de enfrentamento da questão do lixo. Embora o tema inspire muito maior complexidade, haja visto que o aumento da produção de resíduos sólidos é cada vez mais crescente em  virtude  da grande influencia da sociedade de consumo, do industrialismo, do modo de produção capitalista além dos aspectos políticos e econômicos que envolvem as questões do lixo. Sendo assim, não seria mais importante educar para diminuição do consumo, sobretudo de produtos industrializados? As indústrias – não deveriam oferecer maior qualidade em seus produtos, garantindo uma vida útil maior, na expectativa de um futuro melhor para o planeta? Quando falamos em reciclagem devemos considerá-la um tema gerador de questionamentos das causas e conseqüências do lixo.

Diante de tais questionamentos é evidente concluir que, necessário se faz, uma conscientização imediata acerca dos problemas gerados pela crescente produção de resíduos sólidos e líquidos, bem como  das conseqüências por ele geradas a longo prazo, comprometendo assim as gerações futuras.

 

Coleta seletiva

Alberquini (2008) cita três medidas urgentes para diminuir a quantidade de lixo e o impacto dos resíduos no meio ambiente, que são: a coleta seletiva, a reciclagem de materiais e a compostagem, que devem acontecer de forma integrada, ou seja, de modo que uma depende da outra, com apoio do poder público municipal em parceria com empresários e sobretudo com a participação ativa da população.

 

“A coleta seletiva é uma alternativa ecologicamente correta que desvia do destino em aterros sanitários ou lixões, resíduos sólidos que podem ser reciclados, ou seja transformados em novos produtos.  Com isso, dois objetivos importantes são alcançados. Por um lado a vida útil dos aterros sanitários é prolongada e o meio ambiente é menos contaminado. Por outro lado, o uso de matéria-prima reciclável diminui a extração dos nossos recurso naturais. Uma lata velha que se transforma em uma lata nova é muito melhor que uma lata a mais para poluir e degradar o meio ambiente...”

De acordo com Sewell (1978), as crescentes objeções ao volume de resíduos sólidos dividem-se em cinco categorias: saúde pública, custos de recolhimento e processamento, estética, ocupação de espaço em depósitos de lixo e esgotamento dos recursos naturais. Mas a discussão que inaugura o debate a respeito da coleta seletiva de lixo como alternativa tecnológica para o tratamento dos resíduos sólidos baseia-se no panorama da saturação dos depósitos de lixo: a cada ano, avolumam-se as dificuldades que os municípios encontram para a destinação final do lixo. Problemas de ordem política e técnica tornam a coleta convencional de lixo cada vez mais onerosa, a ponto de favorecer o surgimento da tecnologia baseada na coleta seletiva, complementar à coleta convencional. Um fator adicional ao surgimento da coleta seletiva de lixo é a constatação da possibilidade de esgotamento dos recursos naturais, sobretudo dos não-renováveis: segundo projeções futuristas de alguns especialistas, o uso de certos recursos minerais pode provocar um colapso em curto espaço de tempo, se as tendências na exploração mineral não forem alterados.

A coleta seletiva, é uma atividade pouco desenvolvida nos centros urbanos, embora o ideal seria que ocorresse em todos os municípios, haja visto que junto com ela viria também a prática da reciclagem bem como o desenvolvimento de um maior número de usinas de compostagem. Dessa forma haveria também uma conscientização permanente da população para uma mudança de atitude a cerca do destino final dos resíduos.

Assim, a coleta seletiva tem se tornado uma indispensável ferramenta para o tratamento do lixo, à medida que distribui o lixo para cooperativas e retira das ruas uma grande quantidade de lixo que iria para os lixões colaborando para a degradação ambiental.

É importante, antes de tudo, que a população seja conscientizada acerca da importância da coleta seletiva do lixo, pois em grande parte a população não sabe como lidar com o lixo que é produzido pelas suas residências e é justamente o lixo das residências que têm se tornado o maior problema do acumulo de lixo no meio ambiente. Pois é a população que tem cada vez mais aumentado o consumo de produtos de higiene, beleza, limpeza, roupas, ou seja, é o consumismo da população que está ocasionando o excesso de lixo e por sua vez, não está gerando uma devida acomodação do lixo.

É através da coleta seletiva que a população acaba se conscientizando a respeito do pouco caso que se tem dado ao lixo, outro fator relevante é que a coleta seletiva proporciona uma preservação do meio ambiente em diferentes ângulos, primeiro porque retira do meio ambiente o lixo que é um grande poluente e segundo, porque proporciona uma economia de material que deveria ser retirado da natureza, mas ao invés disso será reciclado.

Quando se fala em reciclagem é importante ressaltar que hoje ela já não é mais uma proposta, mas acima de tudo uma necessidade que a cada dia se torna mais extrema no mundo, assim podemos dizer que reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e acima de tudo trazer de volta ao ciclo produtivo o que jogamos fora e que nem sempre encerrou sua vida útil.

Criar conceitos de coleta seletiva e reciclagem na população não é uma tarefa simples, à medida que para isso deve-se desmitificar o conceito já existente de que o lixo é inútil, portanto não possui mais utilidade. Tendo em vista que materiais como plástico, vidro, metais levam de450 a5000 anos para se decompor, devemos nos conscientizar que estes materiais não podem se acumular no meio ambiente, pois já vêm gerando inúmeros transtornos ambientais, então futuramente os transtornos serão ainda maiores.

Reciclagem é um termo geralmente utilizado para designar o reaproveitamento de materiais beneficiados como matéria-prima para um novo produto. A reciclagem possui inúmeras vantagens, sendo que uma delas é a minimização de utilização de fontes naturais, muitas vezes não renováveis, outra é a minimização de resíduos que necessitam de tratamento final, como o aterramento e a incineração.

Vale ressaltar que o conceito de reciclagem é diferente do conceito de reutilização, já que a reciclagem existe quando há uma volta do material ao seu estado original e dele puder ocorrer a transformação em produtos com as características iguais ao produto anterior a reciclagem.

O termo reciclagem ganhou destaque na mídia a partir da década de 80, quando começou a se perceber que muitos materiais não eram renováveis e que estavam entrando em rápido processo de escassez, além do mais foi neste período que começou a se pensar no acúmulo de dejetos que a aumento do consumo estava gerando e sendo lançado no meio ambiente, ocasionando poluição. Desde este período já havia a previsão de que os resultados do aumento do lixo poderiam trazer conseqüências catastróficas para a humanidade.

Quando se pensa em meio ambiente a reciclagem se torna indispensável, já que pode reduzir a acumulação progressiva de resíduos na produção de materiais, quando se trata do aspecto econômico a reciclagem contribui para um uso mais racional dos recursos naturais e a reposição daqueles recursos que podem ser reaproveitados.

Em âmbito social, a reciclagem não só proporciona melhor qualidade de vida para a população, como também gera trabalho, pois tem proporcionado a criação de inúmeras cooperativas para catadores e recicladores de diversos materiais que antes iam para o lixo.

Porém, é de suma importância ressaltar que a população deve estar consciente não só da importância da coleta seletiva e da reciclagem, como também deve se conscientizar que é importante reduzir o consumo e o desperdício de materiais.

Sabemos que foi o aumento excessivo do consumo, surgido a partir da década de 80 e 90 que gerou por conseqüência o aumento excessivo da geração do lixo urbano, ocasionando poluição ambiental, em razão disso é preciso que a população reconheça seu importante papel na redução do lixo, reduzindo o consumo de produtos industrializados e alimentos, já que grande parte destes produtos não é consumida. Estima-se que cada brasileiro produza por dia1 kgde lixo, sendo queem São Pauloesta média sobe para1,5 kgpor dia.

Há uma estimativa que quanto maior o poder aquisitivo da população maior é a quantidade de lixo que esta produz, ou seja, famílias que possuem maior renda geram mais lixo, à medida que aumentam cada vez mais o consumo de bens duráveis e bens não duráveis, segundo o IBGE (2010) o consumo de eletrodomésticos aumentou mais de 5% neste ano de 2010, este aumento gera conseqüências graves ao meio ambiente, já que os produtos acabam sendo descartados no mesmo.

Outro aumento de consumo que traz sérias conseqüências ao meio ambiente é o aumento no consumo de celulares, que devido
à redução de preços, atualmente cerca de 39 milhões de brasileiros possuem celulares e a troca de celulares ocorre em cerca de 10% desta população todos os anos, isto representa geração de 10% a mais de lixo poluente de metais pesados por ano a mais no meio ambiente.

Com esta reflexão queremos demonstrar que uma parte do lixo que a população lança no meio ambiente não pode ser reciclado e isto gera graves problemas, e a solução para este problema é a redução do consumo.

Aliada às técnicas de coleta seletiva e reciclagem está a técnica da compostagem, que é utilizada para transformação do lixo orgânico, visando impedir que este, vá para lixões gerando doenças em animais que se alimentam de restos.

A compostagem é uma técnica aplicada para controlar a decomposição de materiais orgânicos, visando obter num menor tempo possível, materiais estáveis ricos em húmus e nutrientes, portanto que sejam capazes de solucionar problemas de qualidade do solo, assim a compostagem permite a utilização de lixo orgânico, retirando este lixo do meio ambiente, além de evitar que sejam usados adubos químicos nas plantações.

As técnicas de compostagem podem ser usadas também para diminuição dos biossólidos (lodo de esgoto) que são jogados em aterros ou lixões gerando grande mau cheiro para estas regiões, além de ser uma forma limpa de utilização destes resíduos, ainda tem grande utilidade na fertilização do solo, devido a sua grande concentração de nitrogênio e fósforo, chegando a muitos casos a suprir a necessidades apresentadas por algumas culturas de plantio.

Assim, fica claro que a compostagem se torna uma das técnicas mais importantes para diminuir os efeitos negativos da produção de lixo, que é o cheiro desagradável e a proliferação de doenças, portanto é perceptível mais uma vez que é indispensável a conscientização da população em geral acerca da necessidade da separação do lixo doméstico, pois para que haja reciclagem e compostagem é necessário que o lixo seja separado e coletado individualmente.

Existem alguns fatores que interferem na realização da compostagem, são eles: microorganismos, umidade, aeração, temperatura, relação carbono/nitrogênio, preparo prévio da matéria prima, dimensões e forma das pilhas, isto quer dizer que para que seja possível a realização da compostagem e ela gere benefícios faz-se necessário o conhecimento da técnica, porém isto não impede que este processo seja realizado até mesmo com o lixo orgânico doméstico, já que existem técnicas bem simples para a realização da compostagem.

Quando se fala do uso dos fertilizantes orgânicos em escala industrial, deve-se levar em consideração que atualmente eles têm sido grandemente utilizados, pois os fertilizantes orgânicos nitrogenados têm a vantagem de disponibilizar proteínas e aminoácidos gradualmente às plantas, além de favorecerem no equilíbrio do PH do solo e favorecem o equilíbrio microbiológico deste solo, colaborando indiretamente no controle de algumas pragas e doenças, como aquelas causadas por nematóides. (KIELH, 1985).

A técnica de compostagem alia algumas questões importantes: retira do meio ambiente o lixo orgânico que causa mau cheiro e doenças, utiliza em beneficio do solo os nutrientes que o lixo dispõe e por fim evita que sejam utilizados fertilizantes químicos que são sérios contaminadores do solo e do leito dos rios, já que é levado até o leito destes rios através das chuvas.

Atualmente muito se ouve falar a respeito destas questões ambientais, mas muito pouco se tem feito para solucionar o grave problema do lixo urbano, que tende a aumentar, quanto mais aumenta o poder aquisitivo da população mundial, este problema é sério e preocupa devido à relação que população em geral tem com o assunto, pois à medida que aumenta o consumo aumentam também o número de descartes de resíduos gerado pela população, que é bem pouco conscientizada sobre o problema que vem crescendo dia após dia.

Outro fator que se torna um problema no tratamento do lixo e por conseqüência gera problemas ambientais é que segundo o jornal O Estadão de 22 de setembro de 2010, apenas sete municípios no Brasil inteiro fazem coleta seletiva do lixo, ou seja, um índice muito pequeno de cidades foi capaz de transformar a situação do lixo e se preocupou com a questão ambiental em nosso país.

Deste modo, por mais que a população seja conscientizada a respeito do problema, muito pouco se pode fazer a respeito, à medida que são pouquíssimas regiões que terão acesso as técnicas citadas, afinal questões ambientais ainda não se tornaram uma vertente entre os nossos governantes.

A população, por sua vez, pode colaborar grandemente com a questão do lixo, este é um dos fatores que pretendemos abordar, já que uma das formas de diminuir a produção de lixo é diminuir o consumo que está diretamente aliado a produção acelerada de lixo urbano, o Brasil está no 11º lugar no rank mundial dos países que mais consomem no mundo, tratando de produtos de modo geral.

Isto é o resultado da evasão rural, já que com o crescimento das cidades houve um maior acúmulo de lixo, assim o lixo é resultado do desenvolvimento acelerado das cidades, que crescem de forma mal projetada gerando a falta de infra-estrutura e principalmente, gerando o mau acondicionamento do lixo nas cidades, que acabam não recebendo o tratamento que deveriam.

Com a população das cidades aumentando, aumenta também o trabalho das prefeituras, que por conseqüência acabam não conseguindo receptar devidamente o lixo e não priorizam questões relacionadas ao meio ambiente, conforme já foi citado o número de prefeitura que se preocuparam até hoje com o grave problema de tratamento do lixo foram apenas sete, um número muito pequeno em relação ao que já deveria ter sido feito no Brasil, principalmente nas cidades turísticas e de praia, pois em período de férias estas cidades são alvo de um grande número de turistas que acabam não tendo consciência com relação ao lixo gerado.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente o lixo tem sido uma das grandes preocupações da sociedade, já que esta sociedade evoluiu em processo acelerado, gerando um aumento excessivo do consumo e por sua vez, gerando um aumento excessivo do lixo urbano.

Mediante tal situação o processo de tratamento recebido pelo lixo tem se tornado um grave problema ambiental, portanto é de grande importância que haja por parte das autoridades e da população em geral em se preocupar com técnicas de coleta e tratamento do lixo que sejam mais limpos e tragam menos danos ao meio ambiente.

Assim, a coleta seletiva, a reciclagem e a compostagem têm se tornado uma excelente opção para o lixo inorgânico e orgânico, de forma a minimizar os problemas que o lixo gera para a população das cidades.

Porém, é importante ressaltar que nem todo lixo pode ser reciclado ou compostado, para isso ele deve receber a coleta adequada e outro fator relevante é que a população deve começar a se preocupar com a redução do consumo que tem aumentado progressivamente juntamente com o aumento do poder aquisitivo.

Portanto é de grande importância que se comece a pensar nas gerações futuras, sabendo que se não encontrarmos destino para o lixo a tendência dos graves problemas ambientais que já vêm ocorrendo é aumentar.

 

 

 

  

REFERÊNCIAS

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CONAMA. Resolução n° 257. Ministério de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente. Diário Oficial da Republica Federativa do Brasil Poder executivo – Distrito Federal. 1999. 30 de junho. p. 257.

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http://www.scielo.br/pdf/%odpov12n1/9876.pdf

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www.coletaseletivade lixodomiciliar-estudodecasocaminhosdegeografiaigufu.br