Resumo

O seguinte trabalho tem como função, relatar com base no filme “Orgulho e Preconceito” a realidade da mulher no período do século XIX, seus direitos e deveres para com a sociedade. Diante de uma análise histórica será aprofundado a diferença entre o homem e a mulher perante aquela época e não deixando de mostrar a evolução que ocorreu através da luta da mulher pelos seus direitos perante a sociedade machista que existia nos tempos mais remotos. Palavras-chaves: Mulher. Desigualdade de direitos. Luta da mulher. Feminismo. Evolução da sociedade. Igualitarismo.

Introdução

 A sociedade desde seus primórdios tinha como símbolo os seguintes caracteres: o homem era visto como o possuidor de força, o destinado à caça, com a evolução da sociedade, o homem passa a ser o símbolo da inteligência, da capacidade para adquirir conhecimentos, passa a sair de casa em busca de emprego para sustentar a família e até os dias atuais o homem é o símbolo do trabalhado, o destinado a sustentar a família. A mulher inicialmente e até um pouco recentemente era vista apenas como aquela que cuidava das coisas mais frágeis, por ser considera o sexo frágil, aquela que era destinada então somente a cuidar das coisas da casa, como cuidar de filho, cozinhar, lavar, passar e etc. 2 Com o passar do tempo, a mulher passa a querer ter outros direitos, além de ser obrigada por imposição da sociedade a viver em casa e para casa e seu marido. A mulher começa a ter interesse para outras coisas, passa a ter a vontade de ser independente, porém a sociedade sempre impondo que a mesma possuía o lugar apenas de dona de casa. No decorrer do trabalho, inicialmente veremos através do capitulo que fala sobre a contextualização histórica, a grande diferença que existia e que ainda existe em certos lugares em relação ao homem e a mulher, por mais que na lei, os direitos são iguais perante a todos, independentemente inclusive do sexo. Sendo essa diferença notada não apenas no aspecto de independência para com a sociedade, mas no aspecto do homem se sentir com mais direitos no sentido tanto no relacionamento, como em cargos de empregos, como em questão de nível de conhecimento etc. O filme “Orgulho e Preconceito” nos servirá pra entendermos o grande preconceito que existia no século XVIII, o quanto a mulher era vista apenas como um bem, até para sua família, e que os raros os casos, mas existia, que as mulheres se “revoltavam” queriam ter os mesmos privilégios ou tão somente os mesmos direitos, de estudar numa boa escola, de poder trabalhar, de poder ser dona da sua vida. Através do capitulo que fala sobre a luta da mulher para garantir seus direitos perante a sociedade, poderemos verificar que a mulher durante muito tempo sofreu grandes coisas, para apenas exercer algo que por lei já era estabelecido. A mulher vai lutar com o principal de igualdade perante a todos. Vai buscar meios que as façam ter destaque para com a sociedade. Farão coisas que as tornaram merecedores de reconhecimento da sociedade. A visão deste trabalho terá um caráter completamente feminista, porém não deixando de lado o caráter igualitário. Pois da mesma forma que a mulher cansou de ser vista como algo inferior, não colocaremos o homem como algo inferior e que não mereça ter os mesmos direitos que a mulher um dia lutou afinco para garanti-los na sua vida. 3 1. Contexto histórico do XIX numa visão “feminista”: Século XIX período em que a mulher era vista tão somente como um ser responsável para ser servir a casa, aos filhos e o marido. Ao inverso da mulher o homem era visto como aquele que sustentava a família, que deveria estudar e trabalhar para que fosse um homem de honra, bem sucedido. A igualdade estabelecida pelo Art. 5º da Constituição, não existia. O homem era visto como ser superior da mulher, e a mesma deveria obediência e nada mais. Art.5º: Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; (Constituição, 1988). A mulher assim que começa a pegar os primeiros ensinamentos, aprende que sua utilidade para sociedade é tão somente para casar e procriar. Seus direitos e deveres se baseavam tão somente a vontade do seu marido. As mulheres eram criadas como um porco pronto para o abate, seus ensinamentos eram baseados nos serviços de casa, seja cozinhar, costurar, tocar algum instrumento musical etc. O interesse de aprender a ler, a saber falar sobre resoluções de problemas, a ter um senso crítico mais aguçado era ensinado, era considerado algo desnecessário e que tornava a mulher menos atraente. A sociedade naquele período exercia o poder de mostrar que o que importava pra mulher é casar, a partir do momento que a mesma consegue um marido, a mesma venceu na vida. Aquelas que se interessavam pelas coisas além das de casar, ter filhos e cuidar da casa, eram consideradas desinteressantes e acabavam sendo as excluídas da sociedade, e possivelmente ficariam para titia, termo esse utilizado para aquelas mulheres que passaram dos trinta anos e nunca casaram. 4 “A mulher das classes superiores tinha que entender cedo que a única porta aberta para uma vida que fosse, ao mesmo tempo, fácil e respeitável era aquela do casamento. Logo, ela dependia de sua boa aparência, nos conformes do gosto masculino daqueles dias, de seu charme e das artes de sua penteadeira” (Charlotte Despard, memórias não publicadas, registro de 1850). Além do papel quase inexistente que a mulher exercia para a sociedade, existiam casos que as mulheres que não casavam, após a morte dos seus pais, iam morar com seus irmãos, se tornando um “peso” para eles. A mulher naquele período não tinha nenhuma chance no mercado de trabalho, a mulher ser contratada para trabalhar em algo era altamente inaceitável, mas ainda assim existiam funções dadas para as mulheres, porém o reconhecimento do serviço era inexistente e os salários miseráveis. Podemos ver essa realidade no seguinte depoimento: Permanecer solteira era considerado uma desgraça e aos trinta anos uma mulher que não fosse casada era chamada de velha solteirona. Depois que seus pais morriam, o que elas podiam fazer, para onde poderiam ir? Se tivessem um irmão, poderiam viver em sua casa, como hóspedes permanentes e indesejados. Algumas tinham que se manter e, então, as dificuldades apareciam. A única ocupação paga aberta a essas senhoras era a de governantas, em condições desprezadas e com salários miseráveis. Nenhuma das profissões eram abertas as mulheres; não havia mulheres nos gabinetes governamentais; nem mesmo trabalho de secretaria era feito por elas. Até mesmo a enfermagem era desorganizada e desrespeitada até que Florence Nightingale a tornasse uma profissão ao fundar a Nightingale School of Nursing (Escola Nightingale de 5 Enfermagem) em 1860". (Louisa Garrett Anderson, depoimento escrito de 1860) O que podemos ver é que a sociedade no período do século XIX era altamente machista, a mulher não tinha sua vez para as coisas. A mulher era ícone de inferioridade para o homem, e aquela que buscasse novas maneiras de ser na sociedade era criticada, era considerada a rebelde, onde até a própria família a escravizava, a condenava, mostrando que aquela maneira de pensar era a errada e se ela continuasse a agir dessa maneira, a mesma acabaria sozinha sem apoio nem de seus familiares. É de se concluir que a mulher naquele período não tinha opção de escolha, desde suas roupas até com que a mesma deve se casar tudo era imposto pela sociedade. O direito da mulher e o dever da mesma era tão somente seguir as ordens impostas pela sociedade. Sendo assim notamos que existia um certo conceito de preconceito sobre a capacidade da mulher naquele período, e podemos ver isso em muitos casos hoje em dia. O que nos faz diferente dos homens é tão somente o aspecto físico, e para que essa maneira de pensar fosse posta em pratica foi preciso nada mais, nada menos do que um movimento de mulheres pela luta dos seus direitos, movimento este que veremos no decorrer do trabalho. 2. Relação “Orgulho e Preconceito” e a situação da mulher naquele período: O filme relata como o amor dos protagonistas podem superar os preceitos estabelecidos pela sociedade, colocando o orgulho e preconceito sempre em pauta. Dando ênfase também na diferença social entres eles e do escasso poder de decisão que mulher possuía naquele período. E essa realidade onde o caráter financeiro, a inferioridade da mulher eram bem imposto e cobrado está relacionado com o contexto histórico do XIX. A família da protagonista tinha como objetivo casar suas filhas, todas elas, mas propriamente dito, as mais velhas, devido a possível fama que elas teriam se não casassem.

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