Este livra retrata a historia de Maria Izabel Barbosa da Silva

A começar pelo nome, esta mulher guerreira nunca teve a oportunidade de se localizar dentro do contexto onde vivia e hoje deseja deixar para os netos sua historia e aventuras vivida como se estivesse contando para seus filhos netos e bisneto, a realidade vivida em sua época.

Vida de criança

Nascida em 29 de dezembro de 1974, na cidade de Primavera PE, zona da meta. Mais precisamente no engenho Maravilha que ironicamente não era muito maravilhoso morar Lá. Quando criança compartilhava com seus nove irmãos em ordem cronológica; mais velha Maria Betânia, Maria Mirian, Josué, eu Maria Izabel, era os quatro mais velhos que de alguma forma ajudava aos pais Sr. José Francisco da silva e D. Joana Maria de Santana da silva. De sorte que os outros cincos irmãos ainda estava para nascer, a vida no campo não é muito fácil como na cidade, Maria Betânia minha irmã mais velha tinha a tarefa de trabalhar no campo plantando e colhendo tubérculos para o sustento da família juntamente com o restante dos outros irmãos, cada um fazia um pouco das tarefas, lembro que Maria Betânia (beta) saiu de casa aos quatorze anos por que meu pai Sr.José, não  tinha condições de dar o que ela queria, a vida no sitio era difícil mais era o que tínhamos e se não pudesse rir tinha que chorar pois lembro também da minha irmã Maria Miriam (Miriam) acompanhou Beta irmã mais velhas mundo a fora, ficando apenas, eu e Josué para tocar o serviço no campo.

   Tempos difíceis pois nesse mundo onde o trabalho é o principal objetivo tinha tempo para brincar, lembro-me que brincava com os fecho de lenha que meu pai fazia para a carvoeira, isso era muito bom, eu e Josué, brincava com os capim que pai juntava encima das lenhas que transformava-se em carvão e era vendido na feira, para levar o carvão meu pai fazia uma carga de cinco sacas de carvão e amarrava no lombo do cavalo  (cara branca) e levava até a cidade, quando meu pai  chegava da rua ela trazia em seu cavalo uma pequena feira que servia para o sustento da família, de vez em quanto ele me trazia um saquinho de pipoca e quando o dinheiro era pouco era preciso que dividisse a pipoca em quatro assim ele procurava trazer duas ou seja uma pipoca para dois irmãos, tinha vez que meu pai fazia uma grande carvoaria para dar para a semana inteira que servia de estoque sempre que faltava comida, para comer passava, mais para vestir era o pior quando conseguia comprar um vestido uma vez por ano, tinha que sacrificar a vontade de alguém e esse alguém era eu,porque  minhas irmãs mais velhas tinha que ir a igreja e eu por ser menor ficava em casa sem ganhar um vestido novo, detalhe o vestido que meu pai trazia era de chita do tipo conhecido como pano de colchão longo e florido, nós éramos crente e tínhamos que usar vestido abaixo do joelho, isso era muito bom porque podíamos sair e comer o lanche dado no barracão na barraca de Sr Luiz Heguinelo, pai homem de moral chamava seu Luiz e pedia o lanche “quero lanche peça molecada”, e tínhamos suco e pão com mortadela a vontade só que quando meu pai não tinha dinheiro o jeito era voltar de barriga vazia e cansado pois a igreja era muito longe, tão longe que chegava a ser uma hora e meia de viagem, quando nos voltávamos vínhamos catando araçás e aticum. fruta típica da zona da mata muito parecida com graviola,  muitas vezes vínhamos chorando caminha a fora por causa da distancia os irmão tinha tanta pena que convidavam para almoçar em suas casas os irmão Amaro Nascimento e Chavier, e agente ficava tão contente quando almoçava com os irmão que não tenho palavras pois o que nós comia mos não tinha em nossa casa e nem tão pouco pai tinha como compra.

O casamento

Eu Maria Izabel da silva, casei aos dezessete anos com um homem mais velho, Sr João Barbosa da Silva, meu casamento foi uma libertação da vida que eu levava eu sinceramente acreditei que era possível viver uma vida digna com um homem mais velho que eu, ele já tinha construído uma família e abandonara por ter sido traído. Minha inocência me fez acreditar que eu poderia ter uma vida melhor ( um conforto e alimentação) e acabei engravidando precocemente tendo relação pela primeira vez com esse homem, minha mãe acreditava e acabou passando para mim que; quando uma mulher se perde com um homem ou seja tem relação e engravida nunca mais casa com outro, e eu não queria que isso acontecesse comigo,então eu tinha que me casar e viver com esse homem o resto de minha vida. No principio era mil maravilhas, ele era muito atencioso, amoroso e cuidava de mim como um homem de verdade, era um sonho, era tudo que uma mulher do sítio como eu que tinha uma vida tão difícil, podia querer. Lembro-me dos momentos mais belos que tive com esse homem, quando ele me levava na rua para passear saiamos para beber cerveja e nos divertir, era muito bom, geralmente nos íamos aos finais de semana, ele tinha uma moto e eu adorava andar com ele Nela.

         O tempo foi passando e veio meu primeiro filho, o ano era 1993, chamamos o menino de Joanderson da Silva Barbosa, porque afinal de contas éramos casado e tínhamos que registrar a criança, lembro os primeiros momentos do nascimento do meu filho, é como se eu estivesse ouvindo seu choro de criança recém nascida, partimos as nove e trinta horas daquele ano, o vizinho, Seu Nino tinha um carro e ele mesmo foi dirigindo, meu marido ao lado dando apoio e minha mãe D.Joana, segurava minha mão, e eu aparentando ser forte não derramava uma lágrima  se quer, pois o que eu realmente queria era que tudo aquilo acabace logo, quando chegamos ao Hospital Geral de Ribeirão entramos pela emergência até a sala de parto como era chamado o local onde três médicos me atenderam e realizaram o parto, infelizmente meu marido e minha mãe, não assistiram ao parto, o menino nascera com 2,250 kg e 52c, parto normal.  Na volta do hospital o vizinho Sr Nino, nos levou para casa, e no caminha fazia meus planos para o futuro ao lado do meu marido.

    Infelizmente eu não tinha planos para o futuro e levava uma vida ao acaso, como fui criada, eu nunca tive como conhecer o que o povo da cidade conhecia. Ao passar do tempo engravidei novamente e a vida ficava mais difícil minha segunda gestação não teve nenhum contratempo como o primeiro eu ao engravidar pela primeira vez não queria a criança e tentei com a ajuda do meu marido abortar, felizmente não deu certo e acabei tendo que assumir e criar meu filho. Com o nascimento do segundo filho eu já era mais experiente e não precisava tanto de ajuda, quando fui ganhar beber seu Nino novamente me levou estava chovendo muito e o carro parecia que estava preste a se quebrar, de fato aconteceu, ganhei o beber e na volta para casa eu não tinha transporte tive que vir andando cerca de sete quilômetros era a distancia que tive de percorrer, meu marido carregava a criança e eu as sacolas de plástico do tipo chia-chia, caminhamos todo caminho sem reclamar, vez por outra olhava meu marido feliz da vida com o filho que eu lhes Dara e ficava imaginando a hora de chegar em casa, a estrada era de barro e de sorte tava molhada e por ser a tarde eu não sofria muito com o sol, era apenas cansaço o que me machucava, na chegada em casa  me deparei com Maria a mulher do meu sogro que me esperava para ajudar nos afazeres do lar, ao me ver a surpresa:- “ menina tu viesse andando foi” como se não tivesse coragem de caminham sete quilômetros como eu fiz, cumprimentei a todos e mesmo ponteada fui tentar descansar da viagem Maria a mulher de meu sogro disse: se fosse eu tinha ficado lá na casa de Bel, que era irmão de João meu marido. Não dei muita a tenção precisava tomar banho pois os pés estavam cobertos de lama e o beber todo cagado, tinha que trocar, graças a Maria não precisei trocar o beber, tomei banho La no segundo quarto, onde era costumes todos tomarem banho e fui deitar.

Dia seguinte acordamos e a rotina continuou, tinha que registrar o segundo filho, demos o nome de Jobson da silva Barbosa por causado casamento, eu me casara sem amor e tinha que ligar meus filhos a isso, detalhe tudo isso se passou num período de tempo entre cerca de um ano para registrar a criança por que meu marido já não era tão bonzinho devido a situação, às coisas começaram a se complicar e eu tinha que ajudar na despesa de casa, então para ajudar no sustento da família tive que trabalhar no roçado plantando e colhendo como fui ensinada pelos meus pais, a vida começou a ter gosto ruim e eu passei a me lamentar novamente fazendo comparação de antes e depois de ter casado com um homem mais velho. Infelizmente meu marido mão tinha como sustentar uma família grande e eu acabei engravidando novamente e depois ao todo foram quatro filhos : Joanderson; Jobson; Leydiany; Dayane; a vida  passou a ter momentos bons apenas nos campos onde eu trabalhava cortando cana, trabalho escravo mais era melhor que viver brigando feito cão e gato e envergonhando as crianças e os vizinhos mais próximo pois morávamos no meio do nada, os vizinhos mais próximos ficavam a quase 500m de distancia e as brigas raramente eram vistas, passei a comero pão que o diabo amassou com esse homem ele me xingava de tudo que queria e o que não queria, eu não aguentava mais até que eu resolve fugir para bem longe, então no dia vinte de fevereiro de dois mil e dez, pronto! Libertei-me. Eu já estava com meus filhos praticamente criados o mais velho já estava com 18 anos e a mais nova tinha 12, então para que esta sofrer tanto por alguém que não amava.

                                             Na  Primeira Escola

Não lembro quantos anos eu tinha quando comecei a estudar lembro apena como eu ia a escola, a escola ficava no engenho maravilha chamava-se Escola Nossa Senhora das Graças, minha professora se chamava D.Creuza e me lembro das colegas Sonia , Fatima, Betinha , Eliane ,rosa, todas mais velhas que eu, Eu tinha uns doze anos quando fui alfabetizada nessa escola, até que minha mãe me tirou da escola por que a professora não ensinava bem, meu pai ia brigar com a professora sempre que vinha tarefas erradas para casa e acabou me tirando da escola.

No trabalho

 

Ao longo do tempo as coisas foram mudando, e eu tive que trabalhar fora