CIONI, CRISTIANE APARECIDA.

SILVA, HERMÍNIA FRANCISCA DE DEUS.

DAMACENA, WALDIMARIA FRANCISCA CUNHA

PROFESSORA: GAMA RIBEIRO, ANGELA  

RESUMO

O presente artigo propõe em pauta contextualizada a discussão relacionada às  questões relativas aos desafios cotidianos da alfabetização, ao letramento e à relação  entre os conceitos básicos evidenciado na educação, enfatizando aspectos teórico-metodológicos que sugerem uma reflexão mais flexível para uma compreensão mais adequada desses processos, e consequentemente a organização do  repensar sobre o processo de ensino-aprendizagem bem como a função social da leitura e escrita. Visando contribuir para a reconstrução da prática pedagógica, abordando as perspectivas teóricas e as práticas atuais para alfabetizar letrando o aluno como protagonista do processo do conhecimento.

Palavras chave: Letramento. Alfabetização. Processo Ensino-aprendizagem. Proposta didática

 

1 INTRODUÇÃO

 O objetivo do trabalho aqui exposto foi respaldar a intervenção proposta diante da visão do ensino aprendizagem da leitura e escrita, discutindo a importância e responsabilidade do alfabetizador em garantir a aprendizagem de      língua/linguagem de cada aluno, o que nos tempos atuais não está sendo fácil. Temos como objetivo discutir o compreende da natureza o funcionamento da língua pela interação entre sujeitos, de modo que o aluno tenha instrumentos para usar a linguagem das variadas situações sociais. Podemos dizer que cada ser tem uma forma natural de compreender, isso depende muito do meio em que vive quanto mais dificuldade de acesso, mais dificuldade de aprendizagem terá.

Vamos salientar algumas diferenças comuns que diferenciam letramento de alfabetização, que infelizmente ainda é confundido em sala de aula, pois é muito complexa a separação de ambos, de modo que na verdade um é entrelaçado ao outro.

Saber diferenciar a alfabetização de letramento é dever do profissional da educação, levando condições essenciais para a participação da sociedade, tornando o aluno um cidadão crítico e participativo como também portador do dever da cidadania.

O exercício da cidadania é um direito de todos e o domínio da linguagem é necessário para que um cidadão seja letrado desde os primeiros anos do ensino fundamental, quando isso ocorre teremos um cidadão completo e seguro de sua realidade e dever.

Para esse processo acontecer é necessária a boa atuação do professor juntamente com auxilio de toda uma equipe pedagógica que se preocupa com formação eficaz do individuo em formação

Neste trabalho, há algumas discussões teóricas contemporâneas ocorridas na área de pedagogia, da psicopedagogia, e das ciências da linguagem com vários comentários, sugestões e obras, pretendendo assim contribuir para reflexão docente e formação plena do aluno.

Em termos sociais mais amplos, o letramento é apontado como sendo produto do desenvolvimento do comércio, da diversificação dos meios de produção e da complexidade crescente da agricultura. “Ao mesmo tempo, dentro de uma visão dialética, torna-se uma causa de transformações históricas profundas, como o aparecimento da máquina a vapor, da imprensa, do telescópio, e da sociedade industrial como um todo”. TFOUNI, Leda Verdiani.

Contudo podemos dizer que a única saída do ser humano nos dias de hoje ainda é o estudo, pois cada vez mais o mercado de trabalho exige essa estrutura e qualificação. Infelizmente ao que nos deparamos ainda é obscuro, principalmente quando se trata de um ser alfabetizado e letrado. Temos hoje muitos alunos alfabetizados, porem quando se trata de um ser letrado, entendedor do seu “eu” social a coisa parece mudar. Pensando nesse contexto esse trabalho comentará algumas opiniões e pensamento que vem sendo estudados durante anos por especialistas e pensadores da área. Veremos uma releitura de alguns trechos onde poderemos nos apoiar pedagogicamente dentro de um parâmetro curricular competente, onde não deixa o docente fora do seu trabalho.

 

2 DESENVOLVIMENTO

                                                LETRAMENTO e ALFABETIZAÇÃO num ambiente alfabetizador.

Breve história da alfabetização e letramento no Brasil Neste primeiro momento enfatizaremos os conceitos específicos de LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO, sua etiologia no contexto acadêmico pedagógico.

Letramento é uma tradução para o português da palavra inglesa “literacy” que pode ser traduzida como a condição de ser letrado. A palavra letramento é utilizada no processo de inserção numa cultura letrada.

Nos Estados Unidos e na Inglaterra, embora a palavra literacy já constasse do dicionário desde o final do século XIX, foi nos anos 80 , que o fato tornou-se foco de atenção e de estudos nas áreas da educação e da linguagem. No Brasil os conceitos de alfabetização e letramento se mesclam e se confundem. A discussão do letramento surge sempre envolvida no conceito de alfabetização, o que tem levado, a uma inadequada e imprópria síntese dos dois procedimentos, com prevalência do conceito de letramento sobre o de alfabetização. Não podemos separar os dois processos, pois a princípio o estudo do aluno no universo da escrita se dá concomitantemente por meio desses dois processos: a alfabetização, e pelo desenvolvimento de habilidades da leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, o letramento. O letramento entra como parte da compreensão do ser, onde pode atuar na sociedade sabendo seu papel diante dela, como também seu dever. Ser letrado consiste então em ler e compreender como um todo o que se fala, pensa, analisa e saber dar soluções a problemas específicos. O letramento é a incorporação funcional da escrita, ou seja faz a escrita se tornar um papel de função na vida do ser cidadão.

Alfabetização: alfabetização ou literacia consiste no aprendizado do alfabeto e de sua utilização como código de comunicação. De um modo mais abrangente, a alfabetização é definida como um processo no qual o indivíduo constrói a gramática e em suas variações, ou seja é a restrita ao aprendizado da leitura e escrita.

Segundo, Mortatti (2000), os métodos de alfabetização começam a se destacar ao final de 1970, quando se houve uma disputa de entre os métodos específicos de alfabetização, a fim de defender uma proposta que faria a mudança fundamental para a educação.Essas mudanças vêm ocorrendo durante uns trinta anos que teve uma grande alteração significativa na cultura das práticas do ensino-aprendizagem.

Na década de 80 o processo da democratização foi interrompido pelo Golpe Militar, assim chegou à escola pública uma abundancia de crianças oriundas de camadas populares que pertenciam a famílias não alfabetizadas. Isso ocorreu um grande fracasso em que se trata em aprender a ler e escrever, pois essas crianças se deparam num ambiente fora de sua realidade.

Nesse contexto entende-se então que as crianças de classes media alta com renda favorecida conseguiam em sua maioria alfabetizar-se devido às oportunidades de subsidiar sua própria educação acadêmica. Os resultados serviram para repensar nas explicações tradicionais para os problemas de alfabetização, onde encontrou se a Teoria do Déficit, o que se tratava da incapacidade da criança aprender, ou ainda não estarem prontas para receber a aprendizagem.

Várias teorias contribuíram para que a língua fosse um objeto de aprendizagem, assim o conteúdo da alfabetização sofreu uma “reconceituação.” O conceito de alfabetização ficou muito tempo ligado ao sentido ensino e aprendizagem, ou seja, a escrita alfabética e as habilidades de usa-las.

Com a divulgação das teorias das psicogêneses da aquisição da língua escrita desenvolvidas por Emília Ferreiro e Ana Teberosky, verificou que estra alfabetizado não significava ter domínio das capacidades de entendimento.

A criança com desenvolvimento dito normal diferencia letras e números , identifica e interpreta , tem boa percepção e aprende rapidamente o convencional. Então para distinguir o ensino aprendizagem da técnica da escrita cunhou-se o termo letramento.

O termo alfabetização ficou para designar a aprendizagem inicial do sistema da escrita, reservando o termo letramento para a função da língua em prática social.

De acordo com os anais literários um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado. Alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; letrado é aquele que sabe ler e escrever, mas que responde adequadamente às demandas sociais da leitura e da escrita. Alfabetizar letrando é ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, assim o educando deve ser alfabetizado e letrado. A linguagem é um fenômeno social, estruturada de forma ativa e grupal do ponto de vista cultural e social. A palavra letramento é utilizada no processo de inserção numa cultura letrada onde o individuo é parte da sociedade de forma integral.

A alfabetização deve se desenvolver em um contexto de letramento como início da aprendizagem da escrita, como desenvolvimento de habilidades de uso da leitura e da escrita nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, e de atitudes de caráter prático em relação a esse aprendizado; entendendo que a alfabetização e letramento, devem ter tratamento metodológico diferente e com isso alcançar o sucesso no ensino aprendizagem da língua escrita, falada e contextualizada nas nossas escolas. Letramento é informar-se através da leitura, é buscar notícias e lazer nos jornais, é interagir selecionando o que desperta interesse, divertindo-se com as histórias em quadrinhos, seguir receita de bolo, a lista de compras de casa, fazer comunicação através do recado, do bilhete, do telegrama. Letramento é ler histórias com o livro nas mãos, é emocionar-se com as histórias lidas, e fazer, dos personagens, os melhores amigos. Letramento é descobrir a si mesmo pela leitura e pela escrita, é entender quem a gente é, e descobrir quem podemos ser.

O conhecimento das letras é apenas um meio para o letramento, que é o uso social da leitura e da escrita. Para formar cidadãos atuantes e interacionistas, é preciso conhecer a importância da informação sobre letramento e não de alfabetização. Letrar significa colocar a criança no mundo letrado, trabalhando com os distintos usos de escrita na sociedade. Essa inclusão começa muito antes da alfabetização, quando a criança começa a interagir socialmente com as práticas de letramento no seu mundo social. O letramento é cultural, por isso muitas crianças já vão para a escola com o conhecimento alcançado de maneira informal absorvido no cotidiano. Ao conhecer a importância do letramento, deixamos de exercitar o aprendizado automático e repetitivo, baseado na descontextualização.

Para Val (2006, p. 19),:

“pode-se definir alfabetização como o processo específico e indispensável de apropriação do sistema de escrita, a conquista dos princípios alfabético e ortográfico que possibilitem ao aluno ler e escrever com autonomia. Noutras palavras, diz respeito à compreensão e ao domínio do chamado “código” escrito, que se organiza em torno de relações entre a sonora da fala e as letras (e ouras convenções) usadas para representá-la, a pauta, na escrita. “

Na escola a criança deve interagir firmemente com o caráter social da escrita e ler e escrever textos significativos. A alfabetização se ocupa da aquisição da escrita pelo indivíduo ou grupos de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócios históricos da aquisição de um sistema escrito pela sociedade.

A verdade é que a escola brasileira está fragilizada, portanto formam alunos que mal conseguem ler e escrever imagine interpretar e produzir. Assim acontece a triste realidade de formar analfabetos funcionais, que não são poucos, e para isso existem pesquisas que comprovam tudo isso.

A alfabetização e seus métodos

Os métodos para alfabetização surgiu da necessidade do dia a dia da humanidade, assim surgiu à leitura e a escrita. Com o tempo se deu a necessidade disso dar continuidade, assim surgiu o letramento como meio de continuidade ao entendimento começou a ser passado de geração em geração, ou seja, processo inicial de transmissão de conhecimento.

De acordo com Cagliari(1998 p.14) Diz que:

 

De acordo com os fatos comprovados historicamente, a escrita surgiu do sistema de contagem feito com marcas em cajados ou ossos, e usados provavelmente para contar o gado, numa época em que o homem já possuía rebanhos e domesticava os animais.  Esses registros passaram a ser usados nas trocas e vendas, representando a quantidade de animais ou de produtos negociados. Para isso, além dos números, era preciso inventar os símbolos para os produtos e para os proprietários.

 

Com o tempo a necessidade da escrita foi se tornando maior e então começaram a aparecer escritas e regras de alfabetização que tentava suprir necessidades e aprimorar o sistema da escrita fazendo funcionar o melhor possível.

Logo quando surgiu a escrita, pouca importância se dava ao processo de alfabetização, até porque a necessidade de domínio da mesma era menor. Aprendia se o básico para se comunicar. Antigamente não existiam métodos a seguir, apenas se decorava o que já existia.

No Brasil a alfabetização teve inicio com a chegada dos Jesuítas que a trabalhavam de forma mecânica. Foi assim que o Brasil desenvolveu a aquisição da escrita e leitura durante anos, o que se deu em um desastre, pois aprendiam as letras da escrita e leitura mecanicamente, mas não era mais suficiente, pois era necessário domínio de habilidades onde envolviam leitura e escrita. Entro então a necessidade de se apoiar em um método para que o professor pudesse se apoiar pedagogicamente.

Explicando melhor, o que vem ser um método, Correa e Salch (2007, p. 10) afirma que:

A palavra método tem sua origem no grego méthodos e diz respeito a caminho para chegar a um objetivo.  Num sentido mais geral, refere-se a modo de agir, maneira de proceder, meio; em sentido mais específico, refere-se a planejamento de uma série de operações que se devem efetivar, prevendo inclusive erros estáveis, para se chegar a determinado fim.

 

Não existe uma receita certa para alfabetizar letreando, nem método completamente eficaz. Às vezes um método dá certo para alguns porem para outros é um desastre, isso vai depender do meio em que a criança esta inserida, e o professor tem que ser consciente que deve se adquirir um método que seja voltado ao mundo real do aluno, para que ele não fique fora do que se trabalha , portanto devemos adequar os métodos existente ao que realmente necessitamos.

A respeito da alfabetização não ter receita pronta uma especialista diz:

Quem se propõe a alfabetizar baseado ou não no construtivismo, deve ter um conhecimento básico sobre os princípios teórico-metodológico da alfabetização, para não ter que inventar a roda.  Já não se espera que um método milagroso seja plenamente eficaz para todos. Receita não existe. (CARVALHO, 2008, p. 17).

                  Desde o começo da escolarização procuram desenvolver métodos que possam resultados satisfatórios, assim surgiram os métodos sintéticos, analíticos e analítico-sintético (misto).

 Método sintético- O método silábico surgiu no século XVIII como proposta de superação da soletração e deu inicio ao processo de alfabetização a partir da silaba. Nesse método acredita-se que no inicio da aprendizagem deve-se começar do mais fácil para o mais complexo. Ou seja, primeiro inicia-se com palavras depois frase por ultimo texto.

O método sintético é o mais antigo, tem mais de 2 mil anos; progredia lentamente. Em geral, o aprendiz demorava quatro anos para começar a ler um texto completo. Só após esse período, ele iniciava a aprendizagem da escrita (BARBOSA, 1991, p. 47).

 

Com a modalidade dos métodos sintéticos, podem-se apresentar os processos alfabéticos, fônicos e o silábico.

O método sintético pode ser dividido em:

1. Alfabeto ou Soletração

Esse método parte da letra isolada para depois juntá-la a outras, através das sílabas, é um dos mais antigos métodos de alfabetização, tem como ponto de partida a decoração das letras do alfabeto, depois as famílias das sílabas e por último as palavras.

Na década de 1970 e início de 1980 a maioria dos brasileiros foram alfabetizados pelo método da soletração ou abelhinha através da cartilha Caminho Suave de Branca Alves de Lima que na tentativa de facilitar para as crianças a memorização das letras criou desenhos que continham as iniciais das palavras como por ex: A de abelha, B de bola, C de casa e assim por diante.

2. Fônico

Consiste na memorização dos sons das letras antes de fazer a associação com os desenhos que as representam, ou seja, a criança só vai ter contato com a grafia após fixar os sons.

De acordo com Roazzi e Ferraz(op.cit. p.08):

Nos métodos fônicos parte-se do pressuposto de que cada letra dispõe de certa autonomia fonética e se baseia nas instituições fonéticas da criança e em sua capacidade de imitação de sons específicos. Basicamente, trata-se de fazer pronunciar as letras, aprendidas uma cada vez, de acordo com seu valor fônico, como se pronunciam enquanto unidades das palavras.

3. Silábico

Este método tem como característica a somatória que inicia pelas vogais e pelos encontros vocálicos, depois, ocorre a apresentação do som e da grafia das consoantes. Em seguida, parte-se da junção das consoantes com as vogais formando-se sílabas simples. E por fim os encontros consonantais e as sílabas complexas são apresentados. Observamos o processo no diagrama a seguir:

Processos :

  • Fonético ----letras
  • Silábico-------Sílabas unidades desprovida de sentido.
  •  

Método analítico-  A partir de 1890, implementou-se a reforma da instrução pública no estado de São Paulo. Pretendendo servir de modelo para os demais estados, essa reforma se iniciou com a reorganização da Escola Normal de São Paulo e a criação da Escola-Modelo Anexa; em 1896, foi criado o Jardim da Infância nessa escola. Do ponto de vista didático, a base da reforma estava nos novos métodos de ensino onde os normalistas desenvolviam atividades "práticas".

Segue como contexto de análise as primícias ortográficas contemplando  palavras, orações e conto (textos) para as letras e silabas.

O método analítico é dividido em;

1.Palavração

Neste método primeiro o aluno aprende as palavras só então se faz a separação em sílabas para a formação de novas palavras.

2. Sentenciação

Neste método o aluno aprende uma sentença, ou seja, uma frase de acordo com o interesse de todos os alunos, que em seguida é dividida em palavras que novamente serão divididas em sílabas que uma vez aprendidas serão usadas na leitura de novas palavras.

3. Conto ou texto

Neste método o professor apresenta ao aluno um texto que é lido em voz alta e destaca uma frase, uma palavra, até chegar às sílabas ou às letras para formar novas palavras, a ideia fundamental é fazer a criança entender que ler é descobrir o que está escrito.

Processos:

  • Palavração ..........palavras
  • Sentenciação......frase unidade significativa

Método analítico-sintético ou misto : Esse método surgiu para responder as criticas feitas aos métodos sintéticos e aos métodos analíticos. E acabou na mistura de todos os métodos juntos.

Em analise aos métodos tradicionais de ensino da leitura Leal,(1996, p.15), afirma:

Apesar de estes modelos pedagógicos apresentarem diferenças em procedimentos metodológicos, há entre eles, alguns pressupostos implícitos que são similares, como uma certa predisposição e não considerar os conhecimentos informais que a criança desenvolve acerca da escrita. Nenhum dos diferentes métodos têm considerado a bagagem de conhecimentos adquiridos pela criança ,suas ideias e hipóteses sobre a escrita, antes desta estar na escola e ser alfabetizada (...) há uma desconsideração da capacidade que os aprendizes têm de formular hipóteses, analisar o sistema da língua escrita e usar diferentes estratégias e indícios auxiliares no seu processo de descoberta; assim como uma ausência de consideração das questões relativas ao seu caráter de funcionalidades da escrita.

Hoje se acredita que a busca pelo método de alfabetização deve partir de um pressuposto que devemos ensina a leitura e a escrita de maneira que possamos interagir com os alunos de forma dinâmica eles possam aprender. Isso não implica dizer qual o qual o melhor método de ensino empregado atualmente, mas mostrar que cada método apresentado desenvolve no aluno determinadas capacidades.

Qual a função da alfabetização e letramento dentro de uma sociedade.

Sabemos que a maior riqueza do ser humano é aquela que ninguém pode tirar jamais, ao contrario, cada ser que passa em nossa vida só aumenta nossa aprendizagem, seja de uma forma positiva ou negativa.

Então a riqueza de uma nação, País é a Educação. Porém, o processo de alfabetização inicial na maioria das escolas brasileiras muitas vezes tem tido como resultado o insucesso e uma defasagem muito grande, que leva muitos futuros adultos a terem insucesso. A realidade de nossas escolas é que os alunos sabem ler e escrever, mas não sabem interpretar os chamados analfabetos funcionais.

Para isso não mais acontecer é necessário compromisso com a educação, escolhendo um método que mais se adapte aos alunos e tenha qualidade.

Podemos entender tal relevância no sentido da participação crítica nas práticas sociais que envolvem a escrita, mas também no sentido de considerar o diálogo entre os conhecimentos da vida cotidiana, constitutivos de nossa identidade cultural primeira, com os conhecimentos de formas mais elaboradas de explicar aspectos da realidade. (GOULART, 2002, p. 52).

Vivemos em uma era que cada criança já chaga na unidade escolar com uma bagagem letrada de conhecimento de seu mundo, então  devemos valorizar a diversidade e fazer isso valer como uma autonomia do aluno levando-o interagir com a troca de experiências.

É necessário que o educador se desfaça de seus pré-conceitos em relação ao “aluno-problema”, encarando-o como oportunidade de aprendizado, como alguém que lhe proporciona meios de colaborar com a evolução do pensar, seja sua, dos pais e principalmente do futuro cidadão que é a criança. Acredita-se, como ressalta Franchi (1992), que a linguagem escrita engendra os processos de significação constitutivos e constituídos dos e pelos sujeitos, conferindo-lhe uma ferramenta para adaptação e organização social. Desta forma, habilitar/reabilitar o indivíduo que não aprende, seria uma maneira de conferir-lhe autoria para sua ressignificação enquanto ser pensante e aprendente podendo trabalhar em parceria com outros profissionais, como o psicopedagogo, como no estudo aqui apresentado. Quando se trata exclusivamente das dificuldades de aprendizagem, que não envolvam alterações no desenvolvimento e aquisição da linguagem, geralmente o profissional mais indicado à intervenção é o psicopedagogo.

2.1 METODOLOGIA

A metodologia foi à leitura e reflexão de vários escritores, tanto a partir de materiais publicadas em livros, artigos, dissertações e teses sobre os conceitos centrais afins com o objeto de estudo: o letramento e a alfabetização, enfocando os pressupostos teóricos abordados pelos autores nesses textos: o que é alfabetizar e letrar, alfabetizar em contextos de letramento, as dimensões do aprender a ler e a escrever, a relação cultural e suas influências na aprendizagem e a construção da prática didático-pedagógica. A análise documental a partir do Projeto Político Pedagógico do Curso e do Plano de Ensino da Disciplina também se constituiu em importante aporte da pesquisa. 

Tudo isso consistiu em analisar os dados coletados e produção do presente trabalho, aliado a produção de um artigo.

 

Segundo Cervo, Bervian e da Silva (2007, p.61), a pesquisa bibliográfica “constitui o procedimento básico para os estudos monográficos, pelos quais se busca o domínio do estado da arte sobre determinado tema.”

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos na realização desta pesquisa nos anais literários que não existe método infalível, mas sim podemos ousar na adequação de cada um conforma a necessidade do aluno. A educação permite ao ser humano ser protagonista ativo de sua aprendizagem acadêmica e social pautado nas suas motivações mediadoras  criatividade , produção e elaboração textual, possibilitando a inovação no processo de ensino e aprendizagem, utilizando-se de recursos e experiências da vida cotidiana, a reinvenção de sua própria história e a compreensão de múltiplos significados, criando novas possibilidades para compreender e contextualizar o mundo.

             O educador como instrumento essencial de mediação é fundamental para entender a diversidade pluricultural dos alunos em seu meio, bem como sua bagagem cultural real, propiciando meios, utilizando uma metodologia ampla com visão holística viabilizando assim realizar um trabalho que estimula e motiva a imaginação, a produção através de desenhos logográficos, impressões abstratas, rabiscos, recortes, músicas e diferentes contextos  e expressões. A pesquisa bibliográfica serviu para evidenciar o desenvolvimento de uma  visão e ação crítica no mundo socioeducativo.

Essa mesma leitura e escrita têm sido uma das ferramentas que maior poder confere aos seus usuários, sendo motivo de alegrias, de sucesso e prosperidade. Mas em igual número, de discriminação, exploração e vergonha para o ser humano, quando nos deparamos com a realidade atual de inúmeras crianças analfabetas funcionais, os excluídos “de dentro”, que frequentam até séries avançadas, mas que são incapazes de escrever ou ler espontaneamente algo além de seus nomes. Hoje lidamos mais com a exclusão de dentro do que de fora. Todos passaram a estar dentro do sistema educacional, com suas histórias e caminhos contraditórios, com poucas chances de chegarem a algum lugar, porque seus próprios educadores não estão partindo de lugar algum que lhes confira significado (Fernandez, 2001).

O homem na diversidade dos “mundos letrados”, cada um deles marcado pela especificidade de um universo traz consigo uma universalidade de saberes. Desta forma, é possível confrontar diferentes realidades, como por exemplo o “letramento social” com o “letramento escolar”; analisar particularidades culturais, ou ainda compreender as exigências de aprendizagem em uma área específica, como é o caso do “letramento científico”, “letramento musical” o “letramento da informática. Em cada um desses universos, é possível delinear práticas (comportamentos exercidos por um grupo de sujeitos e concepções assumidas que dão sentido a essas manifestações) e eventos (situações compartilhadas de usos da escrita) como focos interdependentes de uma mesma realidade (Soares, 2003).

A aproximação com as especificidades permite não só identificar a realidade de um grupo ou campo em particular (suas necessidades, características, dificuldades, modos de valoração da escrita “alfabetização”), como também ajustar medidas de intervenção pedagógica, avaliando suas consequências. No caso de programas de alfabetização, a relevância de tais pesquisas é assim defendida por Kleiman:

Se por meio das grandes pesquisas quantitativas, podemos conhecer onde e quando intervir em nível global, os estudos acadêmicos qualitativos, geralmente de tipo etnográfico, permitem conhecer as perspectivas específicas dos usuários e os contextos de uso e apropriação da escrita, permitindo, portanto, avaliar o impacto das intervenções e até, de forma semelhante à das macro análises, procurar tendências gerais capazes de subsidiar as políticas de implementação de programas. (2001, p. 269)

 

REFERÊNCIAS

 

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CIELO, C. A. A flexibilidade do paradigma conexionista. Letras Hoje, Porto Alegre, v. 33, n. 2, p. 43-49, 1998.

FRANCHI, C. Linguagem: atividade constitutiva. Cad. Est. Ling., v. 22, n. 1, p. 9-39, 1992.

FERNÁNDEZ, A. Os idiomas do aprendente. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.

GOULART, C. Letramento e modos de ser letrado: discutindo a base teórico-metodológica de um estudo. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 11

MASSI, G. A.; BERBERIAN, A. P. A clínica fonoaudiológica voltada aos chamados distúrbios de leitura e escrita: uma abordagem constitutiva da linguagem. R. Soc. Bras. Fonoaudiol., São Paulo, v. 10, n. 1, p. 43-52, 2005.

FERREIRO, E. Cultura escrita e educação. Porto Alegre, Artes Médicas, 2001.

_______ “Alfabetização e cultura escrita”, Entrevista concedida à Denise Pellegrini In Nova Escola – A revista do Professor. São Paulo, Abril, maio/2003, pp. 27 – 30.

TFOUNI, Leda V. – Letramento e Alfabetização. São Paulo: Cortez, 1995

VAL, M. G. C. O que é ser alfabetizado e letrado? In: CARVALHO, Maria Angélica F. de; MENDONÇA, Rosa Helena (orgs.). Práticas de leitura e escrita. Brasília: Ministério da Educação, 2006.

ZORZI, J. L. Anuário Cefac de Fonoaudiologia. São Paulo: Revinter, 2000, p. 91-104