Quando se fala em inclusão,tudo parece ser lindo e maravilhoso mas não é bem assim!

Infelizmente parece que para alguns educadores a inclusão ficou mesmo apenas nos certificados de capacitação os quais valem de 1 a 2 pontos em suas carreiras pois o que se aprender realmente com essa capacitação parece não ter mudado seu olhar para esta questão,que não trata-se apenas de metodologias,de se estar capacitado ou não,mas sim da rejeição do humano por outro ser humano.Educadores que tem medo de quebrar paradígmas,que seguem fielmente a cartilha da burrocracia educacional excluinte dos anos 70 e 80 e90.Ainda se fosse só por falta de capacitação para se lidar com essas pessoas especiais mas o problema vai além,é o não querer a presença deles,é ficar emburrado com o diretor que aceita este aluno e que agora este educador se vê obrigado a trabalhar com esse aluno.Quando trabalhei com inclusão pela primeira vez,fiquei com medo,ansiedade e pavor,pois não estava capacitado ou mes o preparado para lidar com aquele aluno tão pouco o que iria trabalhar com ele em sala de aula.As dúvidas eram enormes:

-Será que vou dar conta de ensinar este aluno especial? E agora,o que eu faço?

Tinha pouco tempo e precisava tomar uma decisão: Ou o ajudo ou deixo-o de lado,jogado no canto da minha sala por acreditar que ele não vai aprender,que ele não acompanhará a turma etc!

Claro que,a minha decisão como educador que jurou no ato de minha formatura ajudar a todos os alunos,resolvi ajudá0lo partindo da aproximação desse aluno,procurando me inteirar um pouco mais sobre ele,sua sua vida seus familiares etc.Aos poucos fui adaptando as aulas de português e matemática para ele.Ele era muito inteligente e só precisava de uma simples adaptação no currículo para que pudesse me demonstrar seu potencial.Não poderia enquanto educador,esperar que ele já chegasse entendendo de polinômios,de equação etc.Foi preciso fazer uma sondagem para ver até onde ele sabia em matemática e em português para só então passar atividades as quais o deixasse mais autônomo em sala de aula,que ele as conseguisse fazer e principalmente socializa-lo com o resto da turma.

Escolher um ajudante do dia para ajuda-lo também colaborou e muito na aceitação da turma,pois o comprendiam melhor e assim professor e alunos tiveram uma experiência sensacional e por mais incrível que pareça,ele aprendeu,no seu rítmo,no seu tempo e tive qpenas que ter 3 coisas:

1º Estratégia para adaptar seu conhecimento(adaptação curricular)

2º Muita paciência(oras era um pouco enfermeiro nas questões fisiológicas)

3º E o principal,acolhimento,pois este aluno chegou até mim e não poderia pass-a-lo para frente sem que extraísse o melhor dele,sem que desse a ele a oportunidade de sonhar,de poder trabalhar no futuro e de ser assim como estava formando os outros alunos,um cidadão com os mesmos direitos de aprender até porque que culpa ele tem de ter nascido com alguma síndrome?

E quem somos nós educadores para querer menosprezá-lo junto a sua capacidade,usando isso como argumento para excluí-lo?

Chega a ser curioso e um tanto irônico,pois é comum vermos educadores excludentes em congressos de educação inclusiva,fazendo curso de libras,braile etc,ou mesmo na igreja atuando como intérpretes,mas quando é para ser educador acolhedor,parece que é mais fácil se pendurar nas muletas do"não fui capacitada pra isso,só fiz tal curso para poder ganhar pontos,só me faltava esse aluno estar aqui no ginásio(6º ao 9º ano) e atrapalhar a sala e ainda por cima ter que ser babá dele,só isso que me faltava!"

Como se vê,a inclusão tem dois pontos discutíveis

1º O governo deve investir mais em adaptações nos prédios escolares para que esse alunos especiais sejam melhor acolhidos e tenham adignidade do acesso a escola,não só na escola mas em todas as cidades,com ruas,banheiros e estacionamentos para deficientes.

2º Há tantos alunos"normais" por ai sem vontade de aprender,porque não se dar uma chance a esses nobres alunos especiais que só nos dão alegria paz de espírito e momentos inesquecíveis,pois ao final do ano é que vemos o quanto nossa dedicação e paciência foram capazes de mudar senão ao todo,mas boa parte de sua caminhada com sucesso!

Não pensem que alguns educadores só excluem alunos especiais não,há também a exclusão por cor e raça através de apresentações culturais na escolacomo por exemplo em peças de teatro ou festa junina,onde nunca se vê o casal ser crianças negras ou crianças não tão belas representando príncipes e princesas,mas sim atuando em papéis menos importantes ou menos aparentes durante as encenações.Certa vez,lembro-me que coloquei um menino negro para interpretar Jesus na nosso Auto-de Páscoa,e ao apresentar a encenação,notei olhares perturbadores e um tanto incomodados com tal escolha.Ao final peguei o microfone e exclamei:

-Alguém aqui já viu Deus?

Será que Jesus era mesmo branco,com barba e cabeludo?

Ou será que ele era igual o Jesus do Auto da Compadecida?

Devemos ater nossos olhares e rever nossos conceitos sobre a diversidade que há a ser explorada na escola e que num primeiro momento tende a chocar,mas é preciso fazer isso pois ai estaremos dando o primeiro passo para se quebrar paradgmas,vencer barreiras de preconceitos e exclusões sejam elas intelectuais,de credo,de raça ou de cor,para que possamos dizer sem hipocrisia que,a escola é de todos e para todos!

Alexandre Soares

Psicopedagogo-Uniesp

Pós-Graduando em Educação Empreendedora-Ufsj

Precursor das Pedagogias:Da Vivência e Desafiadora

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