RESUMO

Realizar um trabalho sobre Laboratórios de Ensino de Matemática, principalmente na área de formação de professores dos cursos de licenciatura em Matemática, na modalidade de Ensino a Distância tornou-se necessário por ser um tema sem muitas pesquisas e, uma possibilidade de solução para uma nova educação que articula EAD com as novas tecnologias. A proposta deste projeto é acentuar a importância dos laboratórios de ensino de matemática na formação de professores e refletir sobre como isto pode ser desenvolvido na EAD. Além das pesquisas bibliográficas foi realizada uma pesquisa com trinta (30) alunos das turmas de Licenciatura do Curso de Matemática – EAD da UNIASSELVI, pólo IEPAR – CAPÃO DA CANOA – RS, para fundamentar o artigo.

Palavras-chave: Laboratório de ensino de matemática virtual; EAD e Laboratórios de Ensino de Matemática; Matemática no EAD e os LEM.

1 INTRODUÇÃO

Ao se admitir que a nossa realidade social esta em mudanças num ritmo veloz, e a base para esse crescimento é a utilização da tecnologia de informação, isto implica em soluções e respostas também numa rapidez cada vez maior. O que é importante agora passa a ser obsoleto em pouco tempo. Para satisfazer essa demanda que se apresenta no cotidiano do homem moderno, precisamos de pessoas com agilidade de raciocínio e com facilidade de adaptação as diversas situações.

Neste contexto, a Educação a Distância tem um papel fundamental no objetivo de desenvolver no aluno, capacidades necessárias para uma efetiva participação social, ou seja, intervir na realidade para transformá-la, utilizando para isto as linguagens virtuais de aprendizagem.

Quando se pensa nos cursos de licenciatura em Matemática na EAD, precisamos ter a ideia de que os mesmos devem estar ligados a aspectos da realidade, integrando e interagindo com todas as áreas do conhecimento e permitindo ao acadêmico um desenvolvimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades na busca pelo saber. Entretanto, se o ensino da matemática for apenas concentrado em aspectos próprios e específicos da própria ciência, limitando-se à exploração de conteúdos de forma isolada, mecânica e utilizando materiais didáticos que não revelam a importância do manipular, construir, experimentar os conceitos matemáticos, pouco terá contribuído para a formação do acadêmico, com vistas à conquista da sua autonomia e da sua prática educativa mais eficiente e de qualidade.

A proposta deste projeto pode ser sintetizada em dois pontos: acentuar importância dos laboratórios de ensino de matemática na formação de professores e refletir sobre como isto pode ser desenvolvido na EAD. Para esta reflexão faz-se as seguintes perguntas: O porquê da criação de laboratórios de matemática? Como fazer uma conexão dos cursos de licenciatura em matemática, modalidade EAD, com estes laboratórios, de forma virtual? De que forma podemos desenvolver nos alunos dos cursos de EAD uma aprendizagem significativa voltada para a compreensão da realidade? Sabemos que o aluno, sendo agente da construção do seu conhecimento, constrói também sua cidadania e seus princípios democráticos, essenciais para a convivência social.

É apresentado neste artigo algumas ideias de autores a respeito da Educação a Distância, depois se aborda algumas concepções sobre as Novas Tecnologias no mundo moderno de forma que possamos entender melhor esta conexão EAD e Novas Tecnologias. Após apresenta-se um breve estudo sobre os Laboratórios de Ensino de Matemática, realçando a importância do LEM na formação de professores de matemática, especialmente no EAD apresentando a um pesquisa realizada junto aos acadêmicos do curso de Licenciatura em Matemática – EAD da UNIASSELVI, pólo de Capão da Canoa – RS, juntamente com analises sobre a importância dos LEM nos cursos de formação de professores de matemática.

2 Educação a distância

Educação a distancia, conforme alguns autores é bem antiga, sendo pensada na época da invenção da escrita, porque aquilo que era aprendido apenas com um narrador contando histórias, não precisava mais acontecer, visto que já se tinham os textos escritos em que as pessoas podiam ler em qualquer lugar, na sua individualidade. Também se pode pensar na educação a distancia no momento em que foi inventada a imprensa. Desta forma, as ideias, depois de serem transportadas para o papel, eram impressas em grandes quantidades fazendo as palavras e os ideais dos autores percorrerem grandes distâncias e até mesmo países.

Entretanto o consenso mais comum é de que a educação a distancia aconteceu em três momentos distintos conforme diversos autores. Segundo Tafner, Tomelin e Siegel (2009, p. 12) existem três gerações que são: Primeira geração usa a correspondência onde os materiais impressos e as atividades eram enviadas pelo correio, por serem autoinstrutivos, o cursista fazia sua própria aprendizagem e no seu ritmo; Segunda geração usa as novas mídias que incluem a televisão, o rádio e o telefone num sistema interligado de informações e atividades que possibilitavam ao aluno uma aprendizagem do tipo síncrona com duas ou mais pessoas se comunicado ao mesmo tempo, mas estando em espaços diferentes; Terceira geração é a que utiliza os recursos tecnológicos da internet através da melhoria nos computadores, é a chamada geração on-line ou virtual.

Atualmente, na educação podemos ver dois tipos de modalidades: a presencial e a distancia. A modalidade presencial é a que vivenciamos por boa parte de nossa escolarização onde os alunos ficavam sentados em salas de aula presenciais com a presença do professor e o ensino só acontecia nestes encontros, o que chamamos de ensino tradicional ou convencional. A modalidade a distancia acontece com professores e alunos em lugares diferentes fisicamente e temporalmente também, o ensino precisa de um intenso uso das mídias e tecnologias de informação e comunicação, para que os objetivos sejam alcançados em termos de aprendizagem.

Num mundo globalizado onde a informação e os conhecimentos estão disponíveis na rede virtual para quem quiser e puder ter acesso, a educação a distancia tem encontrado grande suporte para seu desenvolvimento e crescimento, tentando atender a demanda da grande procura por parte de alunos que querem se profissionalizar sem se deslocar de seus locais de residência. Também contribui para aqueles que não têm condições de investir tempo e nem dinheiro em formação que exija a presença efetiva em sala de aula.

Entretanto este ensino só é possível pelo investimento em aperfeiçoamento das novas tecnologias nas áreas da informação e comunicação que, sendo amplamente difundidas, estão proporcionando novas possibilidades de ensino-aprendizagem a distancia. Este ensino é interativo e colaborativo fazendo as pessoas tornarem-se agentes e responsáveis por seus aprendizados.

A metodologia da educação a distancia tem favorecido a implementação de projetos educacionais que o próprio Ministério da Educação e Cultura do Brasil tem utilizado para divulgar e aperfeiçoar o pessoal ligado a educação em todo o Brasil. Mas não é só o MEC que tem utilizado este sistema, diversos outros setores estão praticando o ensino a distancia e nas mais variadas situações, tais como: cursos profissionalizantes, capacitações para o trabalho, divulgações cientificas, campanhas de alfabetização, programas nacionais para atendimento das necessidades da população, entre outros.

O conceito de Educação a Distância no Brasil é definindo oficialmente no Decreto nº 5622 de 19 de dezembro de 2005 (BRASIL, 2005):

Art. 1º Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a Educação a Distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre como a utilização de meios e tecnologias da informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.

            Podemos considerar, em virtude do exposto até o presente momento que a Educação a Distância constitui-se numa modalidade de educação democrática, pois além de utilizar novas tecnologias e mídias para transmitir informações e conhecimentos, ultrapassa as barreiras do tempo, local físico e outros obstáculos. Esta modalidade tem se tornado um instrumento de aprendizagem capaz de atingir um grande número de pessoas com qualidade e excelências. Muitos autores defendem a Educação a distância devido a sua grande abrangência e grandiosa magnitude não só no Brasil, mas também em todo o mundo.

3 Tecnologias no mundo moderno

Ao se admitir que a nossa realidade social esta em mudanças num ritmo veloz, e a base para esse crescimento é a utilização da tecnologia de informação, isto implica em soluções e respostas também numa rapidez cada vez maior. O que é importante agora passa a ser obsoleto em pouco tempo.

Para satisfazer essa demanda que se apresenta no cotidiano do homem moderno, precisamos de pessoas com agilidade de raciocínio e com facilidade de adaptação as diversas situações, ou seja, precisamos que o ser humano desenvolva algumas competências que lhe são essenciais para uma atuação interdisciplinar e em equipe, compartilhando conhecimentos.

Conforme os autores Norberto Siegel e Carlos Fabiano Fistarol (2010, p. 7) estas competências se dividem em temas como ética, comunicação, liderança, capacidade de planejamento e organização, tecnologia, entre outros que contribuem para nosso desenvolvimento profissional.

Dentre estes temas falaremos um pouco sobre as tecnologias que estão diariamente na nossa vida, em especial, os computadores e o mundo virtual, que nos estimulam ao aprimoramento de nossas habilidades e conhecimentos para que possamos ser eficazes e ter êxito em nossas atividades profissionais.

De acordo com Soares (1985, p. 325) apud Siegel (2010, p. 107)

O profissional do futuro, independente de sua área, deverá ter espírito de iniciativa; ser criativo, hábil em buscar novas formas e soluções para a efetivação das novas tarefas; ser comunicativo, tanto verbal como interpessoalmente, e deverá, também, saber trabalhar com grupos.

Podemos pensar que os profissionais de qualquer área e principalmente os profissionais da educação, precisarão entender as tecnologias da informação, adaptar-se e saber como utilizá-las em seu trabalho. Conforme Siegel (2010, p. 108) existem muitos componentes que fazem parte desta tecnologia, tais como: recursos humanos, de procedimento, de software, de hardware, de dados e de rede. Todos eles se interligando na forma de um sistema, para que a informação seja produzida e chegue dentro das organizações e instituições.

Ainda utilizando as ideias de Siegel (2010, p.116): “O valor da informação está diretamente ligado à maneira como ela irá ajudar os tomadores de decisões a atingirem as metas da organização. Pode, também, auxiliar os administradores a decidirem investir ou não em sistemas de informações e tecnologias adicionais.”, percebemos que as informações são muito importantes, até mais do que o capital em moeda, porque é o próprio conhecimento. E se pensarmos na educação, estamos falando num dos seus grandes objetivos que é levar o conhecimento ao educando, seja ele formal ou informal.

A educação no mundo moderno não acontece apenas nas salas de aula presenciais e com alunos presenciais, ela esta acontecendo também e, numa forma crescente, de forma informatizada. O ensino a distância não é um modo moderno de ensinar porque já acontecia por outros meios que não só o computador.

O Comitê Delors, implantado pela UNESCO, acredita que a educação a distância é um caminho para se resgatar muitos desafios educacionais existentes nos países de terceiro mundo. Conforme Delors (1996, p.197-199) apud Rumble (1996, p. 3):

Os desafios que tais especialistas em educação enfrentam incluem:

  • O crescente número de jovens que necessitam de educação;
  • O crescente número de adultos que necessitam de acesso rápido à educação e formação ao longo de suas vidas;
  • A necessidade de encontrar meios mais econômicos de proporcionar educação e formação face às pressões financeiras enfrentadas pelos governos.

Ainda citando Rumble (1996, p.3) vemos a importância das tecnologias no ensino a distância:

A característica essencial da educação a distância é que o aluno envolve-se na atividade de aprendizagem em um local onde o professor não está fisicamente presente. Por causa dessa distância entre professore a aluno, a educação a distância precisa se apoiar em alguns tipos de meios e no uso de tecnologias para transmitir a mensagem do professor para o aluno.

Podemos perceber através da evolução tecnológica que presenciamos diariamente, que o ensino a distância também evoluiu e aderiu às novas estruturas tecnológicas e as redes de computadores, ou seja, ao mundo virtual. Com o aperfeiçoamento e melhorias na internet e nos computadores temos um ambiente de qualidade para ser aplicado no ensino a distância.

O desenvolvimento tecnológico da educação a distância passou por quatro fases, conforme Rumble (1996, p.4) sendo denominadas de sistemas, tais como: Sistemas da primeira geração eram baseados em textos, o que chamamos de período por correspondência, onde o material e avaliações eram enviados pelo Correio e os alunos podiam estudar em casa; Sistemas de segunda geração eram a televisão e o rádio, onde os alunos poderiam acompanhar as aulas e atividades por meio destas duas tecnologias; Sistemas da terceira geração eram baseados numa multimídia com textos, áudio e televisão, onde existia o material impresso que era complementado pela transmissão via televisão. A computação era de forma orientada com tutoriais já programados; O sistema da quarta geração é mediado pelo computador com a utilização dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem, devido ao aparecimento da internet. Também conta com o apoio do tutor para ajudar nos estudos.

Como podemos perceber, as tecnologias trouxeram grandes variedades para os ambientes de ensino e, conforme Siegel (2010, p. 121) permitiram a criação de aulas virtuais que utilizam os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) que foram sendo desenvolvidos por grandes Universidades. Estes ambientes foram e estão sendo colocados a serviço da educação, principalmente com o intuito de atender a demanda de procura por uma educação de qualidade e que satisfaça o perfil do homem moderno. Um homem que trabalha muito, ainda tem tempo para o lazer, mas precisa se atualizar, estudar e adquirir mais conhecimentos.

Pensando nos Ambiente Informatizados, aplicados nas ações e reflexões a respeito da aprendizagem em matemática, podemos nos embasar nos trabalhos de Kaput (1992) e Mellar & at all (1994) apud Gravina e Santarosa (1998) que apontam características fundamentais para estas relações. Conforme os autores, estes ambientes são: dinâmicos na medida em que oferecem instâncias físicas em que as representações matemáticas tornam-se dinâmicas, porque através de programas se manipula diretamente na tela do computador diversas ideias de geometria, funções, etc e isto tem reflexos nos processos cognitivos; interativos na medida em que os alunos interagem com o ambiente e também com outros alunos, além de oferecem suporte para as concretizações e ações mentais do aluno e possibilitam a manipulação de objetos para representação de ideias; meios para modelagem ou simulação porque alguns programas oferecem a possibilidade de criação e exploração de modelos de um fenômeno e quando se constroem modelos começa-se a  pensar matematicamente; formas do aluno se expressar, explorar, ilustrar e progredir cognitivamente no momento em que tomam decisões mais complexas e acabam refletindo sobre aspectos mais complexos de conceitos matemáticos mais profundos.

Desta forma, precisamos aproveitar melhor estes ambientes virtuais e proporcionar, no ensino a distância, enfatizando o curso de licenciatura em matemática, novas criações e utilizações do AVA, de forma a aplicar atividades que seriam práticas e próprias de salas de aulas presenciais, agora de forma virtual, aproveitando seus benefícios na eficiência e qualidade da aprendizagem. Portanto, pensamos nos Laboratórios de ensino de matemática virtuais, para atender estas expectativas.

4 LABORATÓRIOS DE ENSINO DE MATEMÁTICA - LEM  

O Laboratório de Ensino de Matemática é uma sala de aula com estrutura para se fazer experimentações, atividades práticas, pesquisas, entre outras atividades, com o propósito de uma construção coletiva do conhecimento matemático. Os recursos didáticos e pedagógicos utilizados são diversos e vão desde materiais concretos até microcomputadores e equipamentos eletrônicos. Para salientar esta ideia temos Perez (1993) apud Lorenzato (2009, p. 60) esclarecendo que os laboratórios de ensino são locais onde se realizam experiências de conceitos didáticos das disciplinas com materiais didáticos, tais como laboratório de ciências, de química, de biologia, de artes, entre tantos outros organizados nas escolas de ensino.

A justificativa de se criar um LEM, principalmente, nas Universidades, conforme os autores Turrioni e Perez apud Lorenzato (2009), é que o mesmo contribui para o desenvolvimento de profissionais preparados para uma prática educativa que estimule nos alunos a construção de habilidades e competências necessárias para a vida moderna. Também permite o envolvimento dos graduandos em pesquisas e projetos que correlacionem as disciplinas estudadas nos cursos de licenciaturas com métodos didáticos, fazendo a teoria e a prática se relacionarem em situações reais.

Para criar um LEM precisamos ter bem claro quais objetivos queremos alcançar, sendo que o principal é a pesquisa e a confecção de materiais que auxiliem a aplicação, fixação, aprendizagem dos conceitos matemáticos. Se este laboratório for virtual na modalidade a distancia, os objetivos prevalecem os mesmos.

Aprender matemática é principalmente desenvolver raciocínio lógico, estimular o pensamento criativo e desenvolver a capacidade de resolver problemas. Sendo assim, nada melhor que um laboratório onde você possa experimentar, observar, investigar, trocar experiências, interagir com uma diversidade de recursos e materiais desmistificando que a matemática é para pessoas muito inteligentes e com altas habilidades.

O laboratório matemático é caracterizado por atividades experimentais, realizadas pelo aluno e pelo professor, com intuito de construir conceitos, levando questões a serem discutidas, relacionando conteúdos escolares com atividades vivenciadas no cotidiano, onde o aluno desenvolve sua própria linguagem relacionada à sua compreensão, interpretando e realmente aprendendo a realidade matemática (CALVETTI, et al, 2008, p.33).

O uso de materiais concretos tem sua importância comentada pelos autores Turrioni e Perez apud Lorenzato (2009, p. 61): “O material concreto exerce um papel importante na aprendizagem. Facilita a observação e análise, desenvolve o raciocínio lógico, crítico e científico, é fundamental para o ensino experimental e é excelente para auxiliar o aluno na construção de seus conhecimentos”. Portanto, é nestes laboratórios que teremos a oportunidade de dinamizar nossos trabalhos e enriquecer as atividades de aprendizagem em matemática, de modo que esta se torne mais significativa e eficaz nos objetivos que pretendemos atingir enquanto educadores de alunos criativos e interessados.

Pensando nos materiais concretos de apoio pedagógico que poderíamos ter num Laboratório de Matemática e que foram sugeridos por diversos autores e, também  vivenciando anteriormente as práticas em um laboratório de matemática, destacamos os seguintes materiais:

                     

Quadro 1 – Materiais concretos num laboratório de ensino de matemática

  •   Ábaco educativo;
  •   Material Cuisinaire;
  •   Blocos lógicos;
  •   Material dourado;
  •   Dominós educativos que   diversos tipos de cálculos e ideias de associações matemática;
  •   Tangram;
  •   Balança de discos;
  •   Discos de fração;
  •   Relógio educativo   matemático;
  •   Sólidos ou módulos   geométricos;
  •   Régua gigante;
  •   Esquadros gigantes;
  •   Transferidor gigante;
  •   Compasso gigante;
  •   Trena;
  •   Jogos populares (damas,   dominó, xadrez, outros);
  •   Jogos matemáticos   diversos (para uso do aluno);
  •   Livros paradidáticos   para uso do aluno;
  •   Apostilas com desafios;
  •   Banco de questões por   série ou conteúdo matemático, podendo conter questões ou desafios elaborados   pelos alunos.
  •   Microcomputadores com   softwares educativos;
  •   Materiais para estudo   de planos cartesianos (gráficos, planilhas, mapas da cidade, etc).
  •   Materiais para estudo   de estatísticas (cartazes, tabelas, gráficos, etc)
  •   Material com   curiosidades matemáticas.
  •   Origames e dobraduras   geométricas.
  •   Materiais para estudo   de probabilidade (moedas, roletas, dados, tetraedros e etc).
  •   Produções de   conhecimento matemático produzido pelos alunos (maquetes, experiências,   matemáticas, etc).
  •    Quebra-cabeças;
  •   Livros técnicos;
 

Fonte: a autora

Para um Laboratório de Ensino de Matemática Virtual precisamos adaptar todos estes recursos para a linguagem virtual, utilizando programas e softwares para criar os mesmos e disponibilizá-los nos ambientes virtuais. É neste momento que entra a participação efetiva dos graduandos em licenciatura de matemática, na construção, desenvolvimento e criação destes materiais para a linguagem virtual, sendo necessária a participação e colaboração dos graduandos do curso de Informática ou áreas similares.

Nas escolas atualmente vemos os conteúdos sendo trabalhados através dos livros didáticos, cadernos dos professores, sem muito atrativos e entendimento da real utilização dos mesmos na vida diária. Os professores apresentam muitos conceitos, definições, fórmulas, exemplos, demonstrações com muitos exercícios de fixação apenas do que foi apreendido, ou seja, o aluno é mero reprodutor de textos e cálculos.

Os educadores recém-formados que vão para as salas de aula, em sua formação acadêmica, aprenderam muita teoria a respeito dos conteúdos, conceitos e fórmulas, mas não sabem como ensinar seus alunos a utilizá-los na vida para resolverem problemas. O que falta nos cursos de graduação, principalmente, nos cursos de EAD, são mais espaços onde o acadêmico possa explorar suas ideias, construir conceitos e materiais, organizar atividades didáticas pedagógicas, entre muitas outras atividades que possibilitem praticar toda a teoria estudada. Precisamos também de espaços para trocar conhecimentos com outros estudantes e profissionais da educação. Sabemos que no EAD a troca de conhecimento deve ser realizada no Ambiente virtual de aprendizagem (AVA) ou ouras plataformas virtuais. Entretanto, a realidade é diferente porque os muitos alunos que se matriculam no EAD não tem pleno conhecimento das tecnologias e principalmente dos computadores, o que dificulta a plena realização dos objetivos idealizados para cada curso.

Para que esta realidade de ensino e aprendizagem na matemática seja modificada precisamos que os educadores mudem suas posturas e modos de pensar e agir. Precisamos de profissionais que utilizem os recursos disponíveis no laboratório para um meio de conseguir uma aprendizagem significativa.

5 MATERIAL E MÉTODOS

 

A metodologia utilizada para este artigo foi desenvolvida em várias etapas: primeira foi feito uma abordagem bibliográfica descritiva acera dos temas propostos para a pesquisa. Após foi aplicado um questionário com trinta (30) alunos graduandos dos cursos de licenciatura em Matemática da UNIASSELVI, polo IEPAR – Capão da Canoa – RS, para analisar a importância dos Laboratórios de ensino de matemática e a possibilidade de criação dos LEM virtuais. Para instrumentalizar este questionário foi pensado em sete (07) questões de múltiplas escolhas o qual será analisado no próximo capítulo.

 

6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A partir dos questionários respondidos, a pesquisadora dá início à quantificação e análise das questões. As respostas das questões objetivas são apresentadas abaixo.

Quadro 2: Período de início de estudos na UNIASSELVI

1) Em que período você cursou ou iniciou a graduação de Licenciatura   em Matemática na UNIASSELVI pólo IEPAR – Capão da Canoa – RS?

2009

2010

2011

2012

01

05

03

21

Percebemos que a maioria dos estudantes começou o curso em 2012 na UNIASSELVI, alguns já estão em processo de formaturas porque o curso de Licenciatura de Matemática da UNIASSELVI tem duração de 03 anos.

Quadro 3: Existência de Laboratório de Matemática e atividades desenvolvidas

2) Quando cursou a graduação existia Laboratório de Matemática (virtual   ou presencial)?

Sim

 

Não

30

3) Caso tenha respondido   afirmativamente a pergunta anterior, você participou de alguma atividade   específica desenvolvida no período no laboratório? Qual?

Sim

 

Não

30

As duas questões pertinentes a existência de LEM e atividades desenvolvidas mostram que até o presente ano de 2012, a UNIASSELVI não possui nenhum tipo de laboratório de matemática (virtual ou presencial).

Quadro 4: Objetivos importantes do LEM

4) Se, em seu tempo de graduação, não   existia o Laboratório de Matemática, responda: Você acha que a   existência/funcionamento do mesmo é importante para a formação dos alunos de   um curso de graduação em Matemática? Se sim, marque os quatro objetivos que   você considera mais importantes?

Estimular   o prazer pela matemática;

18

Desenvolver   no aluno a visão espacial;

5

Estimular   o aluno a pensar ativamente;

15

Explorar   formas geométricas e suas dimensões;

10

Demonstrar   concretamente conceitos e teoremas matemáticos;

17

Estimular   a atenção e a concentração;

13

Construir   raciocínio lógico e dedutivo;

25

Promover   a interação entre os alunos.

12

Aprender   Geometria de forma prazerosa;

5

Como podemos perceber com a pesquisa, a maioria dos alunos considera os laboratórios de matemática importantes na medida em que constrõem o raciocínio lógico, estimulam o prazer pela matemática, tem a possibilidade de demonstrar conceitos e teoremas matemáticos e estimulam o aluno a pensar ativamente.

Quadro 5: Implementação do LEM virtual no EAD

5) Pensando na modalidade a distância   do seu curso de graduação e, não se tendo a possibilidade de implementação de   um LEM presencial, considera importante o desenvolvimento e aplicação de um   LEM virtual para os alunos do EAD?

Sim

30

Não

 

Todos os pesquisados afirmam ser importante o desenvolvimento e aplicação de um laboratório de ensino de matemática virtual para os acadêmicos do EAD.

Quadro 6: Conhece outros LEM presenciais ou virtuais

6) Atualmente você conhece outros   Laboratórios de Matemática (virtuais ou presenciais)? Se sim, quais?

Sim

02

Não

28

Quanto a conhecer laboratórios de outras instituições de ensino superior, apenas dois (02) acadêmicos conhecem laboratórios que são os seguintes: Laboratórios presenciais da FACOS – Osório – RS, UNISC – Santa Cruz do Sul – RS e Laboratórios virtuais da UFRGS.

Quadro 7: Recursos importantes e necessários a um LEM

7) Dentre os recursos abaixo, marque   cinco daqueles que você considera os mais importantes e necessários em um   Laboratório de Matemática?

Ábaco   educativo;

07

Jogos   populares (damas, dominó, xadrez, outros);

05

Tangram;

04

Material   Cuisinaire;

Jogos   matemáticos diversos (para uso do aluno);

20

Relógio   educativo matemático;

Blocos   lógicos;

07

Quebra-cabeças;

02

Origames   e dobraduras geométricas

04

Dominó   educativo (conjunto de quantidade);

05

Livros   paradidáticos para uso do aluno;

04

Régua   gigante

Livros   técnicos;

03

Apostilas   com desafios;

Microcomputadores   com softwares matemáticos

16

Discos   de fração;

05

Sólidos   ou módulos geométricos;

05

Compasso   gigante;

Esquadros   gigantes;

Transferidor   gigante;

Trena;

Material   dourado;

12

Materiais   para estudo de planos cartesianos (gráficos, planilhas, mapas da cidade,   etc);

07

Materiais   para estudo de estatísticas (cartazes, tabelas, gráficos, etc);

09

Produções de   conhecimento matemático produzido pelos alunos (maquetes, experiências

matemáticas,   etc);

08

Banco   de questões por série ou conteúdo matemáticos, podendo conter questões ou   desafios elaborados

12

Materiais   para estudo de probabilidade (moedas, roletas, dados, tetraedros e etc);

07

Na última questão sobre os cinco recursos mais importantes em um laboratório de matemática, a maioria dos entrevistados marcou serem: os jogos matemáticos diversos, os microcomputadores, o banco de questões por série ou conteúdo matemático podendo conter questões ou desafios elaborados pelos alunos, o material dourado e materiais para estudo de estatísticas como cartazes, tabelas, gráficos, etc.

Esta pergunta também tem o intuito de encontrar, a partir das respostas dadas, possibilidades de recursos que podem ser desenvolvidos em um laboratório de ensino de matemática virtual e, dentro do observado podemos perceber que os mais importantes apontados pelos alunos, podem ser desenvolvidos no Ambiente Virtual. Portanto, fica já a sugestão para a criação de atividades que podem ser convertidas com programas de computadores para a utilização no AVA.

7 CONCLUSÃO

Neste trabalho, a partir do estabelecimento de relações entre Educação a Distancia, Ambientes Informatizados e Laboratórios de Ensino de Matemática Virtuais, a luz de diversos teóricos e pensadores, procurou-se evidenciar o quanto os LEM virtuais e presenciais são ferramentas de grande potencial na aprendizagem matemática e na formação de futuros professores de matemática.

Ao se admitir que a nossa realidade social esta em mudanças num ritmo veloz, e a base para esse crescimento é a utilização da tecnologia de informação, isto implica em soluções e respostas também numa rapidez cada vez maior. No setor educacional essas mudanças têm sido revolucionárias, visto que, tem permitido avanços nas estratégias e metodologias educacionais. Sendo assim, nos deparamos com o surgimento da Educação à Distância que altera o processo de ensinar e aprender, pois trocou a sala de aula presencial por sala de aula virtual, onde o aluno tem a possibilidade de obter seus conhecimento e fazer seu próprio aprendizado a partir de ambientes virtuais de aprendizagem.

O papel fundamental da EAD é desenvolver no aluno, capacidades necessárias para uma efetiva participação social, ou seja, intervir na realidade para transformá-la, utilizando para isto as linguagens virtuais de aprendizagem.

Quando se pensa nos cursos de licenciatura em Matemática na EAD, precisamos ter a ideia de que os mesmos devem estar ligados a aspectos da realidade, integrando e interagindo com todas as áreas do conhecimento e permitindo ao acadêmico um desenvolvimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades na busca pelo saber para que, ao assumirem uma sala de aula tenham capacidade para transformar a percepção dos alunos quanto ao ensino da matemática, já que eles têm uma aversão a mesma porque é tida como “difícil de entendimento”, “chata de aprender” e “não é utilizada para nada”, conforme fala de alunos do ensino fundamental.

Atualmente, recebemos nas escolas alunos das mais diversas culturas, conhecimentos e ritmos de aprendizagem. Todos estes alunos são dinâmicos e cheios de informações, vindas de diferentes realidades e devido ao livre acesso das mesmas com as novas tecnologias. Portanto, surge em nós, enquanto educadores, uma ânsia e uma angústia de como trabalhar com todas estas diversidades e ao mesmo tempo fazê-los progredir no seu aprendizado de forma a entender o que estão aprendendo e usar isto na sua vida cotidiana.

           

Sabemos também que o ensino da matemática, por ser uma ciência exata, reflete a ideia de que tudo é exato e que precisamos das fórmulas para apresentar a resposta para determinado problema, entretanto, na realidade existem inúmeras possibilidades e caminhos para se chegar ao mesmo resultado, o que precisamos é deixar cada um com sua criatividade, explorar suas potencialidades e habilidades para chegarem a este fim. Para as pessoas, entender a matemática, como são os seus conceitos, qual a sua função na vida diária, é muitas vezes complexo e abstrato. Neste momento, o lúdico, o concreto, o visual, a experimentação trazem grandes oportunidades para a construção do sentido e dos conceitos da matemática, proporcionando um aprendizado significativo e de qualidade.

Para que o ensino e aprendizagem na matemática seja realmente significativo precisamos que os educadores utilizem os recursos disponíveis em laboratórios diversos para um meio de conseguir uma aprendizagem significativa. Para justificar a criação de um LEM, principalmente, nas Universidades, temos os autores Turrioni e Perez apud Lorenzato (2009), que afirmam que o laboratório contribui para o desenvolvimento de profissionais preparados para uma prática educativa que estimule nos alunos a construção de habilidades e competências necessárias para a vida moderna.

Pode-se dizer que os LEM virtuais ou presenciais por si só não suficientes para uma aprendizagem significativa, mas já se tornam ferramentas de suporte ao processo de ensino e aprendizagem. Primeiramente, precisamos mudar nossas posturas enquanto educadores e aceitar as novas tecnologias como auxílio a nossa didática e métodos utilizados nas aulas.

A criação de LEM virtuais pode ter desafios que envolvem vários aspectos desde a construção destes ambientes, como a formação de professores e reformulação das propostas curriculares nas escolas regulares e nas Instituições de Ensino Superior. Mas, não podemos ignorar que esta realidade esta perto de se concretizar na medida em que muitos estudos sobre desenvolvimento cognitivo e novas formas de ensinar e aprender vem sendo estudadas e desenvolvidas e apresentam grandes avanços quando se utilizam das novas tecnologias.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o artigo 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 20 dez. 2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5622.htm>.  Acesso em: 25 outubro de 2012.

GRAVINA, Maria Alice. SANTAROSA, Lucila Maria. A aprendizagem da matemática em ambientes informatizados. IV Congresso RIBIE, Brasilia 1998. Disponível em: <http://www.miniweb.com.br/ciencias/artigos/aprendizagem_mat.pdf>. Acesso em 15 de outubro de 2012.

Laboratório Virtual de Matemática. Disponívem em: <http://www.projetos.unijui.edu.br/matematica/> Acesso em: 13 de outubro de 2012.

LORENZATO, Sérgio (Org.). Laboratório de Ensino de Matemática na Formação de Professores. Campinas: Autores Associados, 2009.

RUMBLE, Greville. A tecnologia da educação a distancia em cenário do terceiro mundo. Trabalho apresentado durante a conferencia: a universidade aberta frente aos paradoxos sociais mundiais, universidade federal de mato grosso, Brasil, 15 a 18 de outubro de 1996. Disponível em: <http://www.abed.org.br/congresso2010/cd/index1.htm> Acesso em 01/11/2012.

 

SIEGEL, Norberto; FISTAROL, Carlos Fabiano (Orgs.). Competências Profissionais no Mundo Moderno. Centro Universitário Leonardo da Vinci – Indaial: Grupo. UNIASSELVI, 2010.

TAFNER, Elisabeth Penzlien, TOMELIN, Janes Fidélis, SIEGEL, Norberto. Educação a distância e métodos de autoaprendizagem. Centro Universitário Leonardo da Vinci. Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2009.