Sabemos que o internetês é a linguagem utilizada no meio virtual, mais precisamente nas salas de bate papo como orkut, messenger, blogs e outros. Como foi se tornando uma prática na vida de todos, as pessoas passaram a abreviar as palavras de forma instantânea e padronizada, com o objetivo principal de tornar mais ágil a comunicação, fazendo dela uma linguagem taquigráfica, fonética e visual.
Como vemos em Gramática Histórica, quando tratamos dos assuntos Metaplasmos, Anglicismos e Neologismos, temos uma tendência muito grande em reduzir palavras, introduzir vocábulos estrangeiros ou até mesmo criar palavras, como é o caso de vossa mercê ? você, hot dog ou como diz Paulo José, meu filho de 10 anos "mãe quero sobremesar (comer a sobremesa)... então percebo, muito particularmente, que o internetês é um novo meio de comunicação, uma forma nova de comunicar pensamentos, emoções e sentimentos de um jeito criativo e sintético de falar pela internet de uma forma tão automática que algumas pessoas, em sua maioria crianças e jovens, não conseguem dissociá-la do cotidiano e utiliza esta linguagem inclusive no manuscrito em bilhetinhos e recadinhos em papel.
Porém, essa ?customização? do português à Internet vem sendo criticada por alguns linguistas puristas, que acreditam na descaracterização do português devido ao uso desses recursos. Outros estudiosos, contudo, não acreditam nesta possibilidade, caso o usuário tenha uma base estudantil sólida e saiba o que utilizar nas situações dadas.
Se lembrarmos ainda o que nos diz Marcos Bagno sobre a linguagem na net -"os sinais gráficos ou radicais abreviaturas comuns nos textos se inserem em um cenário perfeitamente compreensível. As abreviações tentam ganhar tempo na comunicação digital, uma aproximação do tempo da fala real" - analisaremos o internetês como uma forma de expressão moderna, celere e genuína.
Como sou seguidora dos lingüistas que concebem a língua como viva, dinâmica, apta à transformações, que se modifica de acordo com a visão de mundo do seus falantes/usuários só vejo problema no internetês caso algum dia ele perca sua função comunicativa, como supõe Francisco Borba: o internetês pode "chegar a uma forma tão condensada e complexa que se torne obscura e secreta. O que não podemos no momento é negar a presença e a força do internetês.

Bjos Virtuais!!