De todas as associações existentes na terra nenhuma é mais importante em sua função educadora do que a família.
Da conjugação de dois seres, atendendo aos vínculos do afeto, estabelece-se a constituição da família com a geração e educação dos filhos garantindo os alicerces da civilização.
Por intermédio da paternidade e da maternidade, o homem e a mulher se tornam mais maduros e comprometem-se, perante a sociedade, a conduzir corretamente os passos de seus filhos ? sendo por eles responsáveis até a maioridade - e mesmo depois dela, sendo exemplos de vida a serem seguidos.
Temos, dessa forma, no instituto doméstico uma organização de origem divina, em cujo seio encontramos os instrumentos necessários ao nosso próprio aprimoramento para a edificação de um mundo melhor.
Neste contexto, cabe à mulher um lugar de destaque e de especial conotação uma vez que dela provém a vida e que os filhos gerados dependerão muito mais da mãe do que do pai, pela própria condição humana de dependência e sobrevivência. O relacionamento primal da criança com a mãe e, consequentemente, a decisiva primeira fase da infância e do desenvolvimento humano, repousa numa íntima relação criança/mãe - fenômeno vital para a condição humana.
A mulher no seio familiar tem, em suas mãos, a possibilidade de transformar e de conduzir sua prole ? delineando assim o futuro da sociedade. Filhos gerados e educados no amor serão homens que promoverão a paz.
Hoje, a sociedade encontra-se corrompida e deturpada por valores imorais e violências múltiplas que nos fazem reféns de nosso próprio medo e nos aprisionam dentro de nossos próprios lares.
A família, com o frenesi da vida moderna perde o hábito do diálogo ? uma vez que os membros da casa estão sempre buscando seus aperfeiçoamentos profissionais, intelectuais e culturais - e deixam de ter tempo para conhecer-se mutuamente e passam, assim, a meros co-habitantes de um mesmo teto.
Nos lares modernos as poltronas estão voltadas para o televisor ? que passou a ser o centro das atenções ? não havendo mais espaço para a poltrona voltada frente a frente promovendo o diálogo ? vital para o crescimento e fortalecimento individual e familiar, para a troca de experiências de vida, para a discussão de problemas e para a busca de soluções conjuntas.
A desestruturação da família tem como conseqüência gravíssima a desestruturação da sociedade e o caos social que hoje, infelizmente, já saboreamos.
Os agressores (aqui representando todos aqueles que infringem a lei e promovem a violência) são, em sua grande maioria, frutos de famílias desestruturadas e que encontram nas ruas a sua identidade.
Analisando a questão da desestruturação da família, observamos o considerável aumento de meninas que estão se tornando mães precocemente e este fato é preocupante, pois ainda muito jovens desconhecem e não assumem seus papéis como formadoras e norteadoras dos lares e da educação de seus filhos. A grande maioria das jovens são mães solteiras e enfrentam sozinhas e totalmente despreparadas a difícil missão de criar e educar seus filhos. A situação se torna ainda mais grave quando essas jovens mães são postas para fora de casa, por seus pais ou padrastos, que não aceitam a gravidez.
Recente pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em maio de 2005, mostra que a idade média das mulheres que foram mães pela primeira vez caiu de 22 anos, em 1991, para 21,6 anos, em 2000.
Segundo o instituto, em 1991, 32,5% dos primeiros nascimentos estavam concentrados nas mães com idades entre 10 e 19 anos. Em 2000, esta concentração superou os 38%, e atingiu 73% ao serem agregados os primeiros nascimentos de mães com idades entre 20 e 24 anos.
O IBGE afirma que há uma situação preocupante entre as mães precoces. Em 2000, no Estado de Alagoas, 18,5% das mães com idades entre 10 a 14 anos já possuíam ao menos dois filhos nascidos vivos. Em outros Estados do Nordeste e do Norte - como em Sergipe, Bahia, Pernambuco, Amapá Rondônia e Acre - o quadro da maternidade precoce se repete.
De acordo com o instituto, a pesquisa confirma uma tendência verificada nos grandes centros urbanos: o tímido crescimento de casos de mulheres com idades entre 40 e 49 anos, mães pela primeira vez.
Com as informações censitárias foi possível identificar as características que diferenciam o grupo das mães jovens das mais velhas. Aquelas que deram à luz pela primeira vez com idades entre 40 e 49 anos fazem parte de um segmento populacional com alta escolaridade (59,1% tem oito anos ou mais de estudo) e pertencem a famílias com alto poder aquisitivo (25,7% com rendimento mensal familiar de mais de dez salários mínimos).
Segundo a pesquisa, a maioria delas se declarou brancas (58,7%) e pardas (31,7%). Além disso, 58,8% são economicamente ativas e 79,3% estavam unidas ou já tinham experimentado uma união no passado.
Já as mulheres que tiveram o primeiro filho muito jovens apresentaram pouca escolaridade e baixos rendimentos. A proporção das mães economicamente ativas é baixa para esta faixa de idade e, em relação às mães mais velhas, menos jovens se declararam brancas. Apenas 54,7% das adolescentes - com idades entre 10 e 14 anos - afirmaram que viviam ou já tinham vivido em união.
A pesquisa investigou as mulheres, por grupos de idade, que foram mães pela primeira vez no período de referência de 12 meses anteriores as datas dos Censos Demográficos de 1991 e de 2000.
Isto posto, cabe a nós mulheres refletirmos sobre o futuro da sociedade e assumirmos, efetivamente, o nosso papel como pedras fundamentais à edificação do lar e formação das futuras gerações.


Filhos gerados e educados no amor serão homens que promoverão a paz.