Eng. André Lúcio Gonçalves da Silva

Resumo

 

    A globalização contribuiu para o grande avanço que se ver hoje no país, competitividade é o que mais se fala no mercado globalizado e se estende aos grupos de trabalhos e pessoas onde fica cada dia mais claro que no mundo competitivo é cada um por si mesmo trabalhando em grupos para atingir as mesmas metas. O tempo é muito importante em todo esse processo e está associado diretamente ao imediatismo que é algo assombroso no mundo competitivo dos negócios onde todos querem tudo mais rápido além de querer está em mesmo nível profissional uns com os outros para ser mais competitivo ou mesmo sobrepujar uns aos outros e isso é uma realidade que se expande muito rápido não dá nem tempo muitas vezes de se avaliar as consequências dessa pressa cujos efeitos são a médio e longo prazo, porem hoje já se percebe muitos desses efeitos, porém os que percebem essas consequências só tomam ações para tentar reduzir os efeitos sem muita eficácia e esses afetam diretamente o principal instrumento de uma corporação, o profissional, onde serão observadas de modo geral as consequências causadas por esses ambientes competitivos visto do ponto de vista do profissional e comparado através de estudos e ideias de alguns especialistas e suas diferentes opiniões.

Palavras chaves: Competitividade, Competição, Imediatismo, Qualificação. Empregabilidade, Sustentabilidade, Qualidade de Vida.

 

Introdução

 

  O que vem a ser competitividade no mundo dos negócios, segundo Wikipédia (2012) “a competitividade é a característica ou capacidade de qualquer organização em lograr cumprir a sua missão, com mais êxito que outras organizações competidoras” ou de forma mais simples é a capacidade de uma nação, corporação ou individuo se prepara para fazer melhor que o seus concorrentes diferente da competição onde um tenta sobrepujar o outro a qualquer custo com o discurso de que é para satisfazer as necessidades do mercado. Com a evolução industrial ficou claro que no mundo dos negócios a competitividade é quem impulsiona o desenvolvimento para conquistar  mais  clientes no mercado, mas esta sendo confundida com competição o que causa uma distorção no sentido real da competitividade como ocorreu com a terceirização que de acordo com a Wikipedia(2012) “ é uma prática que visa a redução de custo e o aumento da qualidade”, mas isso não foi exatamente o que ocorreu na pratica e segundo estudos do DIEESE(2007) contribuiu como um dos principais instrumentos para a precarização das relações de trabalho onde muitos  não entenderam que o princípio básico é o de não se terceirizar as atividades meios e fins da empresa, pois  corre-se um sério risco de se perder a identidade e principalmente o diferencial competitivo da mesma, mas a terceirização é apenas para que as empresas foquem em suas atividades fins como o caso de uma empresa que vende determinado produto e terceiriza sua equipe de manutenção para focar em suas vendas, pois ela tem custos indiretos com a equipe  além de tratar desses profissionais e também as questões de treinamentos, ferramental e outros já terceirizando a terceizada assumi esses profissionais nas mesmas condições ou superior da primeira só que com seu foco na manutenção e algo semelhante ocorre com a competitividade  que se confunde com competição e concorrência e precisa ser corrigida e não causar mais confusão no mercado.

   

       Há atualmente duas palavras de origem inglesas usadas no mercado cujos conceitos dão uma ideia da selva que se vive hoje são elas o Hunter versus os Farmer que significam Caçadores e Agricultores esses termos são empregados tanto para as empresas como para os profissionais vejamos as definições de cada um deles baseado no Site Caliper (2012):

 

* Hunter – são profissionais motivados a atuar em segmentos onde o ciclo de fechamento é mais curto, os processos de decisões são rápidos e o nicho de mercado possui característica de rápida expansão. São focados na abertura de novos clientes e novos mercados, na prospecção comercial.

 

*Farmer – são profissionais motivados a cultivar relacionamentos comerciais duradouros, negociando vendas adicionais com uma carteira já formada de clientes. São mais pacientes para acompanhar os processos onde o clico de fechamento é mais longo e complexo e são focados na busca de fidelização comercial.

 

   Como pode ser entendido são duas culturas diferentes onde se pode afirmar que a cultura do Hunter é busca de resultados a qualquer preço muito empregada na América do Norte e a cultura do Farmer busca resultados em ambientes favoráveis através de grupos de cooperação e não apenas em resultados individuais, que é muito difundida em países da Europa, essa ideia é baseada no site de entrevista VOCE/SA no quadro Pergunte ao Headhunter.

 

A Industria Hoje

 

    A indústria tem a redução de custos como prioridade e a maximização da produtividade no mundo globalizado onde se estingue alguns postos de trabalho e surgem outros e essa globalização traz uma redução nas barreiras entre os países em todo mundo com um objetivo aparentemente nobre que é a integração do mundo como uma só nação, porém há nesse processo outros aspectos a serem avaliados como os de ordem politica, econômicas e sociais  e suas consequências para a sociedade que são abordados no contexto da sustentabilidade.

 

  De acordo com Yukio(2008) Durante todo o período da Revolução Industrial, novos postos de trabalhos começaram a aparecer, principalmente relacionado ao mercado de serviços. Desta forma, podemos concluir, que chegamos ao mercado competitivo de hoje, através da concorrência iniciada no passado. Esta concorrência não só foi relacionada ao produto e serviço comercializado e sim também em relação a uma mão de obra qualificada, pois os empresários começaram a entender que o ritmo da eficácia alcançada estava intrinsecamente relacionado ao desenvolvimento que o colaborador tinha no ambiente de trabalho. 

 

      Como pode ser percebido o principal elemento no mercado é o profissional e a competitividade esta ligada a qualificação desse profissional, porém há alguns aspectos a serem vistos nesse processo de qualificação, o fator tempo é o principal que está ligado diretamente às necessidades do mercado que é chamado de imediatismo copiado da indústria Norte Americana onde se quer conseguir resultados em um tempo ínfimo, como se todo profissional chega-se pronto ao mercado o que é bastante prejudicial para os atuais profissionais que já vem se preparando para o mercado a 4, 5 e até 9 anos e hoje são equivocadamente considerados como não qualificados por não conseguirem acompanhar o ritmo das exigências das corporações, segundo Yukio (2008) “nos dias atuais, muitas empresas afirmam que emprego existe para profissionais capacitados e cabe a todos buscar a qualificação contínua”. É algo preocupante, pois existem dois lados a serem vistos, mas apenas um lado é mostrado, o lado dos empregadores ou das corporações que alegam não haver profissionais qualificados pela deficiência na educação e por não conseguir profissionais que atendam a demanda do mercado com o perfil que as empresas desejam e muitas outras alegações além de estudos realizados por profissionais de recursos humanos que apresentam apenas pontos de vistas favoráveis ou contrários a essas necessidades imediatistas e esquece-se de avaliar o tempo e o custo para qualificar um individuo em quanto muitos profissionais estão em processo de formação e outros aguardando a oportunidade de entrar no mercado onde surge um novo termo que acompanha a competitividade a chamada empregabilidade que é a capacidade de adequação dos profissionais as necessidades do mercado o que aponta o profissional como o único responsável por seu emprego, ou seja, joga toda responsabilidade de ser empregado ao profissional e essa ideia dependerá da interpretação de cada uma das partes envolvidas, pois há aspectos socioeconômicos a serem avaliados do lado dos profissionais. De certo modo cada individuo é responsável por sua própria carreira tendo o dever de se manter atualizado através de cursos, palestras, livros e outros meios dentro de suas possibilidades, mas não se deve afirmar que a capacidade de ser empregado é unicamente do profissional, pois as empresas tem sua parcela de culpa quando não apresentam oportunidades para esses que estão buscando seu lugar no mercado, porém devido a pressa e aos perfis exigidos essas oportunidades não surgem e os profissionais qualificados ficam no aguardo dessa oportunidade, pois só através da oportunidade é que iram adquirir experiência em sua área de formação, porém quando as empresas utiliza-se dessa experiência como requisito para a contratação, surgi algumas perguntas do tipo: quando, como, onde e quando irá se adquiri essa experiência? Assim como, existe um tempo mínimo para o profissional ser considerado experiente?  Bem essas são respostas difíceis de responder, todavia algumas corporações apresentam como requisitos mínimos para os profissionais ingressarem nas empresas entre dois e três anos de experiência na área com comprovação, essa exigência pode ser considerada como um dilema, pois pode ser apresentada das seguintes formas onde se pode dizer que a experiência é adquirida todos os dias através de estudos teóricos e práticos além de alguns trabalhos realizados isso do ponto de vista profissional e do ponto de vista das corporações que exigem que o profissional tenha trabalhado em empresas naquele seguimento especifico com contrato de trabalho, mas devido à competitividade a grande maioria das empresas hoje exigem muito mais a experiência profissional em contrato formal de trabalho e exigem também do profissional que tem formação como se o mesmo saísse da escola, da faculdade ou de outros ambientes de trabalhos já pronto com experiência naquele ambiente especifico, o que pode ser considerado como uma ideia equivocada, pois os ambientes de trabalhos não são iguais cada um tem suas particularidades a exceção é o conhecimento a ser aplicado aos ambientes de trabalho além de cada profissional ter as mais diversas aptidões dentro de cada área especifica, mas se essas empresas forem aguardar que surjam profissionais  já prontos com a experiência que elas exigem haverá um aumento muito maior no número de profissionais qualificados fora do mercado que tomará grandes proporções. A grande maioria das empresas faz o benchmarking baseadas em outras que são consideradas como referência de mercado geralmente empresas Hunter, baseadas também na competitividade o que poderá provocar uma escassez de profissionais em determinadas áreas no mercado por esses mesmos não serem compatíveis com as exigências das empresas, mas esses profissionais precisam entrar no mercado e não conseguem a oportunidade, consequentemente não terão nunca a experiência nas áreas de trabalho que as empresas desejam o que poderá acarreta em uma frustração coletiva principalmente para os futuros profissionais, pois como, onde e quando irão adquirir essa experiência exigida.  A pesar de haver vários programas de inserção dos estudantes que estão em processo de formação, mas ainda sim há exigências que muitas empresas fazem como falar outro idioma o que já é considerado como empecilho assim como não há nenhum programa para os profissionais já formados há algum tempo que estão tentando entrar no mercado ou se realocar em áreas correlatas de suas atribuições o que mantém o processo praticamente sem resultados significativos, pois a grande parte dos profissionais formados estão se acumulando sem reaproveitamento pelo mercado cada dia mais exigente.

 

    Há profissionais hoje com experiências em áreas correlatas que podem ser consideradas como pré-requisitos para aquelas áreas que as empresas precisam e esse pode se adaptar muito mais rápido ao ambiente de trabalho ou talvez não isso dependerá de uma avaliação do perfil do mesmo, no entanto pode esta havendo uma falta de conhecimento das atribuições das áreas desses profissionais ou de suas competências nesse entendimento de experiência que só poderá ser adquirida se o profissional estiver inserido em suas áreas nas empresas caso contrario continuará um profissional qualificado sem experiência de campo, logo onde as empresas irão conseguir esses profissionais experientes, pois todos tem que começar em algum lugar para ter experiência.  Devido a esse problema já se fala em importação de profissionais, nesse caso como ficará a situação dos profissionais brasileiros? Esse poderá se tornar um problema mais serio para o país que afetará universidades e outras instituições já que se permitirá que as vagas destinadas aos profissionais brasileiros sejam ofertadas aos profissionais estrangeiros, alguns alegam que esse poderá ser um incentivo para melhorar a qualidade do ensino no Brasil outros que haverá uma troca de experiências, mas na verdade não será nada disso esse poderá desestruturar o sistema de ensino e o mercado de trabalho além de desestimular aos futuros profissionais o que causará o fechamento de muitas instituições no país onde aos poucos todos poderão ser substituídos por estrangeiros que estão desempregados em seus países devido a crise financeira que ocorre no mundo o que ocasionará mais dificuldades para o profissional brasileiro. O conselho federal de engenharia - CONFEA realizou um senso com o intuito de localizar todos os profissionais das áreas de engenharia no país para tentar evitar essa possível importação, mas ainda não se apresentou resultados positivos sobre esse senso, como a realocação de profissionais de determinadas regiões para outras cuja demanda por esses sejam maiores, pois se enfrenta outro problema além dos já existentes, é que todas as empresas exigem praticamente ao mesmo tempo, que esses profissionais estejam prontos além de qualificados com experiência e outras exigências que só quem está inserido no mercado poderá se adequar a essas exigências.

 

   Diante do atual cenário há algumas reflexões a serem feitas sobre a competitividade e seus aspectos positivos e negativos logo acompanhe os questionamentos extraídos do site www.sindnoticias.com.br que citou a entrevista com Maria Elisa Menezes, pedagoga, consultora e coordenadora de projetos em Gestão de Pessoas realizada no site RH.com.br;

 

RH.com.br -  Que consequências a competitividade tem gerado para a rotina organizacional?

Maria Elisa Menezes - A competitividade trouxe tanto o refinamento quanto o foco nos processos industriais e interpessoais. Do ponto de vista dos processos industriais, os olhos dos empresários e investidores se voltaram para outras realidades, como os países desenvolvidos, a procura de maquinário moderno, mais eficiente e mais econômico. Assim, os investimentos nesta área foram reavaliados. A rotina das organizações foi afetada mais na questão "tempo". Esta questão tem sido tratada com muito mais seriedade, em todos os cantos das organizações, onde ele entra. Hoje o tempo é que determina o quanto será investido, como será e para onde irá, dentro das empresas. A rotina também foi afetada no quesito disponibilidade e flexibilidade para mudanças.

RH - A competitividade compromete a qualidade de vida?

Maria Elisa Menezes - Sim, e de modo positivo, principalmente quando os processos e as relações nas organizações são mais dinâmicos. O processo de tomada de decisões nunca foi tão rápido. Hoje, não temos lugar para o "vamos pensar, deixe o tempo resolver". Atualmente, se uma máquina não é substituída por outra mais econômica, menos poluente ou mais rápida, a empresa corre um sério risco de não ser mais uma concorrente no mercado. Da mesma forma, se as pessoas que formam o capital humano numa organização não se derem conta de que as mudanças são constantes e que  precisam estar preparadas a todo tempo para enfrentar essa situação, estarão fora do processo.

RH - Que efeitos negativos a competitividade tem gerado nas pessoas e empresas?

Maria Elisa Menezes - Se a empresa entende que o processo de competitividade não é apenas o de colocar mais produto ou serviço no mercado, mas sim agregar a esses produtos ou serviços mais qualidade, preço e quantidade apropriados a sua clientela, os efeitos negativos que aparecerão podem ser rapidamente reconhecidos, tratados e superados. O mais nocivo é a falta de escrúpulos, de ética entre as pessoas. Para alcançar os objetivos, qualquer meio se justifica. A falta de ética é o único efeito negativo que pode aparecer em qualquer momento do processo e que é irreversível para quem o pratica.

Complicações físicas e emocionais nas pessoas. Ela lembra que o estresse pessoal e de grupo é comum, porque o tempo de adaptação e de preparo a uma nova situação é muito pequeno. Isso pode gerar complicações físicas e emocionais nas pessoas, aparecendo aí o aumento do número e a real necessidade de licenças e dispensas médicas. Pelo fato do tempo ser exíguo, as mudanças constantes, pessoas também deixam de se dedicar às tarefas familiares, sociais e atividades físicas, causando mais estresse e consequentemente mais doenças, como exemplo as cardiovasculares decorrentes do quadro. Resolvidos estes negativos, todos os envolvidos na organização têm a mesma responsabilidade de apresentar melhores resultados constantemente.

RH - Que efeitos positivos acompanham a competitividade, em relação ao capital humano?

Maria Elisa Menezes - Como efeitos positivos podemos destacar o maior cuidado e a responsabilidade nas relações dentro das organizações, a constante reciclagem, o surgimento de técnicas novas de aprendizagem, maiores investimentos nos setores de produtos e serviços. As pessoas têm buscado mais informações não só dentro da organização, mas fora dela. Elas estão mais habilitadas, inclusive para serem preparadas ou até descartadas. Se uma pessoa que trabalha a área de RH de uma empresa não correr atrás e muitas vezes antecipar aos outros departamentos o que a empresa deve oferecer ao seu capital humano, ela sabe que não está sendo competitiva no seu mercado. Da mesma forma, os outros departamentos devem solicitar deste mesmo RH, os requisitos e os caminhos necessários para que as ações se deem no tempo certo.

Maria Elisa Menezes - Sim. O retrabalho muitas vezes é o reflexo da dificuldade que as pessoas têm de assimilar mudanças. Elas resistem a ponto de prejudicar todo o processo produtivo. Esse retrabalho, como reflexo da competitividade, só deve existir quando um funcionário está em fase de adaptação na organização. Fora isso, podemos considerar o retrabalho constante como incompetência gerencial e física do indivíduo.

   Como pode ser percebida a competitividade aliada a pressa que se têm hoje não é só vantagens como muitos afirmam a própria entrevistada aponta os problemas e suas possíveis soluções de ante dos questionamentos, bem como a competitividade gera um aumento nos problemas ligados a qualidade de vida no trabalho e fora dele assim como a pressa para alcançar resultados e também a ética que atinge diretamente os profissionais devido a muitos quererem alcançar resultados a qualquer custo, isso é preocupante, pois nos grupos de trabalhos uns tentam sobrepujar seus colegas com objetivo de se destacar e isso gera problemas em médio e longo prazo para os grupos e consequentemente para as empresas por não haver união dentro dessas equipes mais sim uma competição interna que só causa problemas para ambos, há também outro problema ligado a competitividade para os profissionais é que a competitividade exige muita dedicação do profissional o que afeta de certa forma a qualidade de vida do mesmo, o que do ponto de vista da entrevistada é um ponto positivo, mas com consequências negativas. Essa dedicação obrigam aos profissionais a alterar suas vidas para se manter competitivos no mercado o que pode ter efeitos negativos a médio e longo prazo, conforme Cortella (2011) “a responsabilidade é de um mundo obsessivamente competitivo, porém ela muitas vezes também é de um modo de vida de como uma família vive.” Isso quer dizer que a pressa leva aos profissionais serem obsessivamente comprometidos com o trabalho para manterem o padrão de vidas de suas famílias que tem muitas vezes um alto nível de consumo.

 

  O Que vem a ser Qualificação?

 

    Fala-se tanto em qualificação a toda hora nos meios de comunicação, mas o que vem a ser um profissional qualificado, bem para o mercado seria aquele que atende as necessidades das empresas, mas uma definição formal de acordo com o site www.significados.com.br (2012) “É a preparação de um indivíduo através de uma formação profissional para que ele possa aprimorar suas habilidades para executar funções específicas demandadas pelo mercado de trabalho”. Para apresentar de forma mais simples e ser melhor entendido apresenta-se na figura1 o que vem a ser um profissional Qualificado, Habilitado, Capacitado e Autorizado baseado na norma regulamentadora NR-10.

  

      Figura1 criada através da norma de Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade NR-10.

 

    Como pode ser visto na figura a qualificação depende de um sistema oficial de ensino e a capacitação da empresa, pois é a empresa que irá solicitar um profissional para as áreas especificas dentro da mesma onde o profissional qualificado e habilitado passara por treinamentos na área de segurança para ser autorizado pela empresa a exercer as atividades que a mesma necessita, esse mesmo profissional autorizado, habilitado e qualificado irá capacitar outros a exercerem funções especificas dentro das empresas como também supervisionar todo o processo logo o que se pode tira desse exposto é que a capacitação e a autorização dependem exclusivamente das corporações o profissional fora de uma empresa pode ser qualificado e habilitado a exercer suas atribuições de sua área de formação, porém o problema da qualificação que é exposto a toda hora nos meios de comunicações esta sendo desvirtuado, pois em alguns casos esta sendo generalizado como se todos os trabalhadores que estão fora do mercado não tivesse qualificação e isso esta gerando uma propaganda negativa dos profissionais qualificados e habilitados que estão fora do mercado no país além de se misturar qualificação com experiência profissional onde são duas coisas distintas onde a qualificação não pode ser associada apenas a experiência profissional, pois um profissional qualificado ele pode ter ou não experiência, portanto não pode ser taxado de não qualificado e ainda o profissional pode ser experiente em uma área diferente da qual o mercado necessita e isso também não desqualifica esse profissional.

 

     Ainda sobre a falta de profissionais qualificados no mercado não se pode deixar de comentar que os países em todo mundo estão passando por uma serie de dificuldades principalmente o Brasil considerado país emergente que devido a falta de preparação para o futuro criou vários novos problemas associados a hábitos antigos e ultrapassados que são empregados ainda hoje em diversos campos onde se fala em redução dos índices de analfabetismo, desigualdade sociais, miséria e outros, porém esses ficam apenas no discurso, pois os índices continuam altos por não se investir maciçamente em educação que é o principal pilar para o progresso e com a globalização e diminuição das barreiras entre os países as empresas brasileiras passaram a investir mais em tecnologias para aumentar a produção e a demanda por profissionais mais qualificados aumentou também na mesma proporção em contrapartida os índices de analfabetismo continuam altos isso quer dizer também que o número de pessoas formadas e consequentemente qualificadas é menor que a demanda, todo esse problema esta sendo analisado de forma simplificada, esses que conseguem uma formação e consequentemente são qualificados enfrentam um problema ainda maior que os analfabetos, tecnicamente excluídos do mercado, é a dificuldade para ingressar nas empresas onde esses que tem qualificação são obrigados acompanhar o ritmo de exigências das empresas o que na pratica não é possível, pois quando se conclui um determinado requisito já há alguns novos que sucedem os anteriores. Com o surgimento da empregabilidade cujo conceito também esta meio fora da realidade do país onde as empresas fazem seu benchmark baseadas na realidade de países desenvolvidos exigindo do profissional brasileiro a conclusão do ensino superior, pelo menos dois idiomas estrangeiros; pós-graduação e experiência comprovada, bem! É algo muito preocupante, pois o país não se preparou para esse nível, os profissionais em formação estão se preparando os que já estão formados precisam continuar estudando e consequentemente investindo em suas carreiras , mas para isso precisam esta inseridos no mercado,  pois é um investimento a longo prazo de alto custo individual, é isso que os profissionais de RH e corporações precisam entender sem contar que é um investimento de risco onde se leva de 5 a 10 anos em média para que um individuo alcance esses requisitos tidos como mínimos hoje, porem há casos que desafiam todas essas exigências que são os profissionais qualificados acima dos perfis exigidos e que também ficam fora do mercado, isso é assustador, pois como um profissional muito qualificado fica fora do mercado de trabalho se as exigências é para que os profissionais sejam qualificados? As respostas são duas e uma em particular, a primeira esta ligada as condições de trabalho e salários que não satisfazem aos candidatos ao cargo, pois muitas vezes oferecem salários abaixo do piso da categoria, a segunda esta ligada a competitividade propriamente dita, pois esse tipo de profissional é competitivo e torna-se um forte concorrente dentro das empresas do ponto de vista dos que se sentem ameaçados com um profissional desse nível o que geralmente impede sua contratação ou dificulta muito sua convivência dentro do ambiente de trabalho além de um fator em particular  pouco comentado por pesquisadores ou mesmo literaturas que é a famosa indicação muito utilizada na pratica e muito pouco explorada nas literaturas, todavia existe é algo real que dificulta para uns e facilita para outros independente das competências dos profissionais e também muito útil em determinados casos, porém essa esta ligada a rede de relacionamento ou networking de cada individuo, possivelmente por fazer parte da vida social dos profissionais essa não seja associada diretamente ao problema para se apresentar teoricamente.

 

O Mercado de Trabalho.

 

     Levando em conta todas as definições que já foram abordadas já se pode ter uma ideia de que há um serio problema a ser enfrentado no mercado pelo pouco investimento em educação para a preparação do país para o futuro imediato, hoje! E no atual momento os profissionais não podem arcar com essas consequências sozinhos como únicos responsáveis por sua empregabilidade, pois ao mesmo tempo em que a competitividade gerou uma mudança no mercado ela gerou também alguns problemas como certo contingente de trabalhadores com elevado nível de escolaridade que estão fora do mercado de trabalho supostamente por não atingirem os perfis desejados pelas corporações logo surge a questão o que vai se fazer com esses profissionais? São técnicos, engenheiros em diversas áreas, administradores e outros que para sobreviver são obrigados muitas vezes a trabalhar como vendedores, auxiliares administrativos e até mesmo como serviços gerais para sobreviver, isso quando conseguem porque geralmente profissionais qualificados não são aceitos em áreas que exigem pouca qualificação, além de ouvir toda hora pelos meios de comunicações que faltam profissionais qualificados no mercado, bem há uma demanda muito grande no país por engenheiros e técnicos, no entanto há um crescimento muito maior em cursos como direito, por exemplo, pois muitos almejam trabalhar como advogados, delegados, promotores e juízes e em cargos públicos por algumas razões onde as principais delas são os salários, a estabilidade e o poder além de muitos estarem fugindo da matemática e da física que é de fundamental importância para as engenharias. O país hoje esta precisando de engenheiros e técnicos e não de profissionais ligados a áreas que não supri as necessidades da indústria no país, mas infelizmente essa é a realidade de hoje, as indústrias fazendo o seu benchmarking com base em realidades de países desenvolvidos sem levar em conta os grandes problemas sociais do país como o pouco investimento em educação, o grande número de analfabetos onde os únicos incentivos que os jovens têm são de tentar viver uma vida que não condizem com a realidade deles baseados nas apelações da mídia em relação a artistas, desportistas, músicos, políticos e outros bem sucedidos e que são apontados por esses meios como exemplo para todos, o que é um equivoco esse exemplo, pois cada indivíduo tem oportunidades diferentes assim como aptidões diferentes ou mesmo não tem oportunidades logo aonde esses indivíduos chegarão? Diante de todo esse cenário caótico vêm os discursos que não condizem com a realidade da grande maioria onde se incentiva a qualificação e a continuação dos estudos o que não surtem efeitos sobre a sociedade que se corrompe, porém a cada dia diante das apelações, onde você tem um medico com responsabilidade sobre as vidas de pessoas, um engenheiro com responsabilidade sobre vidas, maquinas, equipamentos e tecnologia além de professores responsáveis pela formação de todos esses profissionais onde os salários pagos a esses são muitíssimo inferior aos de celebridades como os citados anteriormente, logo qual é o incentivo que os profissionais atuais e mesmo os futuros tem para suas carreiras, onde muitos cursos que precisam ser feitos de especialização e atualização são muito mais caros que os salários recebidos por esses profissionais, o que explica de certa forma o motivo de muitos profissionais não estarem compatíveis com os perfis desejados pelas corporações onde para você falar fluentemente determinados idiomas tem que se ter um padrão de vida elevado para poder viajar para outros países e conhecer novas culturas, pois só estudando não é o bastante, onde para se dominar determinadas tecnologias precisa-se ter acesso a elas além do curso tudo isso exige tempo, investimento, disponibilidade e principalmente oportunidade, porém essa situação não pode ser comparada a algumas aventuras que terminam bem como aqueles que saem por aí a fora sem nada para aventurar e fazem suas carreiras baseados nas apelações das mídias, pois aqui esta se falando de projetos com riscos calculados. Há também aqueles que por competência e merecimento tem a oportunidade certa no momento certo e conseguem chegar onde poucos conseguem, mas vale lembra que essas oportunidades não vêm para todos há muitos fatores a serem investigados para se concluir essa analise.

      

       Como pode ser percebido há uma relação entre quase tudo políticas, economia, sociedade e o que falta para tudo isso funcionar? Comprometimento por partes dos dirigentes e governantes além de ações mais concretas. A educação é a base de tudo e não se investe realmente como apresentado nos discursos, porém lembrando que a educação não é só de responsabilidade do poder publico mais da iniciativa privada também, pois a indústria é a mais necessitada hoje desses profissionais, no entanto as corporações em especial as do Brasil precisam investir nos profissionais brasileiros, vejam um exemplo que garante os empregos dos profissionais de uma determinada região que ocorre em relação aos estados quando uma empresa tende a se instalar em outros estados algumas tem o habito de levar seus profissionais ou contratam do seu estado de origem garantindo assim em o emprego para os profissionais de sua região e algumas vezes contratam alguns da região onde estão se instalando, de certo modo tem um fundamento que é a questão da experiência na área, mas utilizam metodologias de avaliação na busca pelo profissional que não condizem com a realidade daquela região para a contratação exigindo perfis que são praticamente impossíveis de serem encontrados naquela região, claro que há casos que precisam serem melhor estudados e outras particularidades nesse sentido essa é apenas uma visão geral.

 

     Para tentar supri essa carência de profissionais qualificados criaram-se hoje novas modalidades de estudos ou talvez não tão novas mais que se destacam pela pressa que se tem hoje onde essa pressa traz uma serie de consequências que podem não ser muito boas para o mercado e principalmente para a imagem dos profissionais, mas como tem pressa não se falará na qualidade dos profissionais, pois a qualidade resume-se aos produtos e os serviços porque estão automatizando tudo e a mão de obra de certa forma esta deixando de existir, mas se esquecem de algo importante, quem pensa, desenvolve e faz funcionar toda essa tecnologia são pessoas e não as maquinas elas não têm vida própria elas precisam do homem para existir e o homem precisa de conhecimento para desenvolver toda essa tecnologia e esse conhecimento leva um tempo para ser adquirido, mas a pressa esta fazendo com que muitos cursos reduzam suas cargas horárias o que afeta de certa forma a qualidade do profissional onde um técnico de nível médio para ser qualificado deve ter aproximadamente 3000 horas de estudo na área especifica conforme Decreto 5.154/2004 (Portal MEC,2012) e as especialidades é que tendem a ter cursos de carga horária de menor duração já os cursos de nível superior como os de engenharias que devem ter no mínimo 3600 horas conforme a Resolução nº 2 de 18/06/2007 (Portal MEC,2012) e as especializações variam de acordo com as especialidades, mas no geral é menos tempo que o curso de bacharelado.  Têm-se hoje cursos especializados de nível técnico que são ofertados como se fosse o próprio curso técnico em um tempo muito curto dai vem os problemas ligados a qualidade que desqualificam muitos profissionais e denigrem a imagem de todos de certo modo, surgindo então aquela propaganda de que não há profissionais qualificados ou com boa qualificação no mercado para aquela área desejada.

 

 Considerações Finais.

 

      As corporações hoje têm um novo desafio para se tornar mais competitivas e garantir um futuro para todos é a chamada sustentabilidade, o que vem a ser essa? Segundo a Wikipédia (2012) “é a habilidade de sustentar ou suportar uma ou mais condições, exibida por algo ou alguém. É uma característica ou condição de um processo ou de um sistema que permite a sua permanência, em certo nível, por um determinado prazo.” Hoje como se fala muito em preservação do meio ambiente e reaproveitamento então a sustentabilidade ficou como sendo a capacidade de se interagir no mundo preservando a natureza e os recursos naturais só que mais uma vez não se dá prioridade aos seres humanos dentro desse conceito da sustentabilidade que é muito mais complexo do que se imagina, pois envolve muita coisa, quando se fala em responsabilidade social a sustentabilidade, quando se fala em qualidade de vida e em qualidade de vida no trabalho ela esta inserida ela se relaciona com aspectos sócios, econômicos, ambientais além da geração de energia.

 

   A indústria mudou, e hoje o empresário brasileiro enxerga a sustentabilidade como uma necessidade para os negócios. A conclusão é da pesquisa Os Desafios da Sustentabilidade. O estudo inédito, feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 60 executivos de grandes empresas do país, aponta que, para a maioria deles, ser sustentável tem impactos positivos na competitividade. Segundo 39% dos entrevistados, a ausência de ações sustentáveis coloca em risco a sobrevivência da empresa e, para outros 18%, acarreta imagem negativa da corporação.(RH.com.br,2012)

     

      É evidente pelo exposto que o interesse é para a sobrevivência da empresa e não diretamente o bem estar dos profissionais e sociedade em geral, mas para serem competitivos no mercado, mas pode apresentar aspectos bons para a sociedade e profissionais e não por se ter esses como principais beneficiados, já outros só pensam na imagem da corporação isso quer dizer que querem ser competitivos através da imagem que passam para a sociedade e para o mercado em geral, porém de um modo geral se pode afirmar de acordo com o RH.com.br (2012) que "O empresário tem uma noção clara de que a manutenção da empresa no médio e no longo prazo só se dará de forma sustentável, com tudo a velocidade com que isso vai se processar depende de estímulos à inovação".

 

       Inovação é outro desafio, pois para inovar é preciso profissionais qualificados e estimulados pelas corporações e pelos governos que não estimulam ou pelo menos na pratica não o fazem ficando esse apenas no discurso onde a pressa exigida pelo mercado faz as corporações pensarem em importar profissionais e não em investir mais nos profissionais brasileiros que estão fora do mercado e dispersos nas diversas regiões do país. Essa dispersão de profissionais pelo país causa a impressão de que o número de profissionais é ainda menor aliada a urgência que se tem leva a essa ideia de trazer profissionais de fora o que pode causa um serio problema ao país. A busca por profissionais que sejam compatíveis com as exigências das empresas é muito difícil por vários fatores inclusive pela velocidade das mudanças no próprio mercado. O que se pode afirmar é que existe um relativismo em todas essas teorias que estão sempre mudando e por isso não podem ser consideradas como verdadeiras e absolutas. Assim pode se dizer nesse momento em relação aos profissionais é que o perfil para o profissional do futuro não tem haver com o nível de graduação nem com os idiomas falados mais sim com a capacidade de ser empreendedor, ou seja, um a empresa ter um profissional com características de um empreendedor, um empresa individual dentro de outra.  Conforme Ludwig Waldez (2011) não há mais espaço para tantos níveis hierárquicos dentro das corporações como: encarregado, coordenador, supervisor e gerente, pois muitos ou alguns desses na verdade não produzem nada, não tem função mais dentro do sistema onde apenas dois realmente se fazem necessários e podem ser substituído por apenas um, de acordo com o porte e gestão da empresa, o líder que pode coordenar supervisionar e gerenciar e ainda desempenhando suas funções técnicas normais, pois o mesmo deve ter conhecimento técnico e/ou cientifico dentro da área de atuação além de todos os outros liderados terem autonomia para desempenhar suas atividades de acordo com as normas de segurança pertinente a cada atividade especifica e assim evitar entraves nas decisões mais imediatas na resolução de diversos problemas nos ambientes produtivos.