O idoso participou em todos estágios da vida de uma organização social, onde a regras foram pré- estabelecidas visando uma coerção e reciprocidade combinadas em graus variáveis.
A idade madura, marginaliza por impor limitações físicas e certas restrições, o modo que muitos rotulam a terceira idade, também parece consolação, "a melhor idade". Não dá para entender essa expressão, realmente o velho tem que ser encarado como um ser que viveu muitas experiências e expectativas, dono de uma bagagem valiosa, sem no entanto atribuir-se certos adjetivos, para expressar seu acúmulo de anos.
A valoração humana é condição necessária para sua saúde mental e consequentemente física e espiritual.
A sociedade precisa receber o idoso como um ser que faz parte do contexto econômico-político e social, e não vê-lo como um empecilho, que só serve para pegar os melhores lugares nas filas e nos bancos dos trólebus.
Enquanto estabelecermos regras que visem eliminar o velho das atividades cotidianas e do trabalho que ele pode realizar, estaremos vivenciando uma estagnação social, onde os menos favorecidos, chamados de "melhor idade", serão alvo de uma "morte precoce".
Viver sem poder sentir-se útil, é uma forma de morrer para o mundo e para a vida, esquecendo-se de todo potencial que carrega.


Irene Fonseca