O HOMEM É VÍTIMA DE SUAS INVENÇÕES

                                                   Maria de Lourdes Oliveira Botelho

RESUMO

Neste artigo será desenvolvido com observância nos recursos comunicativos se espelhando em leituras bibliográficas e fatos vivenciados pela autora. O objetivo deste trabalho é expor algumas situações de impactos sofridos pela humanidade diante do “novo” particularmente a Internet como vilã de muitos problemas no meio comunicativo, conduzindo a ciência ao desafio de grande proporção de pesquisa para o século XXI, fato discutido por muitos autores preocupados com a demanda do uso inadequado em redes, na tentativa de buscar mecanismo para que se ache solução dentro de uma ética no sentido de torná-la verdadeiramente benéfica à sociedade, já que ela tem feito do Planeta um escravo dessa tecnologia, situação que cresce a cada dia, provocada pelo próprio homem fruto de interesses econômicos e pessoais como se a vida do mesmo seja de ferro e não viril sem mais valor humanístico; como também explicitar pontos positivos e negativos proporcionados pelo canal sistematizador global dos últimos tempos, em que as pessoas de modo geral, empresas comerciais, setores públicos e privados, etc., demonstram grandes interesses na busca de trazer-lhes facilidade financeira e comodismo; e colocar diante do leitor o que talvez ele não tenha sensibilidade de entender, mas que pelo menos a partir daí comece a refletir, e torne sua vida protegida dos males causados pela falta de conhecimento desse espaço que ele usa muitas vezes sem perceber os danos, e ao invés disso possa lhes proporcionar vontade de aprender as técnicas e a se informar em assuntos digitais necessários neste século, para que ele venha se dispuser da tecnologia como usuário qualificado para poder ser mais cauteloso e seguro tanto como emissor quanto receptor.

Palavras-chave: Tecnologia. Internet. Escravidão. Impacto. Solução

 Mestranda do curso: Formação Educacional, Interdisciplinaridade e Subjetividade Polo Pará.

Licenciada em Letras pela UFPA. E-mail:[email protected]

Professora concursada Municipal e Estadual, atuando nas escolas Bom Jesus e Maria Elizete Fona Nunes na cidade de Breves-Pará.

INTRODUÇÃO

          .Falar do planeta, não da sua forma física ou geográfica, mas no âmbito da comunicação, no decorrer dos séculos, interligado científico, histórica ou literariamente aos acontecimentos reais se até mesmo no inverossímil externado nas produções fictícias, podem-se observar vários impactos em várias épocas e, nenhum desses trouxera soluções que se possa resolver de maneira integral os problemas interativos e diferenciais da humanidade.

            Em quaisquer destes, seja em linguagem oral, escrita, de sinais, etc., e, agora, informatizada, o relacionamento do homem tem se divergido e provocado muitas discórdias entre as pessoas, povos e nações, a ponto de não negar uma planetária rosa corrosiva, trazendo prejuízos no desenvolvimento ético, em geral.

            Recordar os meios e modos comunicativos da sociedade e/ou das sociedades com a finalidade de trazer soluções para harmonizar o meio sociocultural, por intermédio da Ética comunicativa, indubitavelmente, requer-se referências, desde quando o homem formado do barro, segundo a Bíblia.

            Não se pode ignorar o princípio do mesmo, no jardim do Éden, se, seguindo, lógico, esta linha de pensamento, onde e, depois de expulso, ou habitando em outros lugares como no Egito e em Jerusalém, etc., por vários séculos até que, ainda não havia tecnologia instrumentalizada à energia sofisticada como a elétrica, o homem já enfrentava a problemática interativa e consequências comunicativas, resultantes das diferenças culturais, ideológicas individuais e coletivas.

            O que acreditar do que parte do emissor ou em que tipo de canal receber mensagens? Desde a origem do ser humano, segundo história bíblica, a humanidade perdeu a comunicação direta com Deus pelo fato de Eva escutar a serpente, e, comer do fruto proibido narrado no livro de Gênesis, capítulo terceiro, versos quatro e cinco Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.

            Também, pelos textos bíblicos, se pode constatar a interação do homem com suas vontades e opondo-se da lógica de Deus, já ali, um comportamento antropocêntrico, mesmo inconscientemente a raça humana de fato eleva a sua subjetividade que se pode ver exarada explicitamente nesta fala, em Gênesis capítulo onze, verso quatro Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra. Por conta disso, confundiram-se os homens pela confusão das línguas, e, agora, “não entendia um a língua do outro”.

            Partindo dessas situações comportamentais-ativo-humano pode-se concordar com a colocação do adjetivo “irracional” denominado por certo escritor, segundo a professora doutora Joana d’arc quando ministrou uma palestra (15/02/2014), comparando e depois de analisadas as decisões tomadas pelos atores dos versículos já mencionados, sugeriu à autora pensar que o ser humano torna-se escravo de sua produção originada por suas curiosidades, ações impensadas e tecnologias de uso inadequadas.

            Neste contexto escravizador pelas próprias invenções do homem, o Brasil não fica fora de sofrer certos impactos causados pela tecnologia, prova disso temos na história, no final do século XV, a invasão dos europeus que por ela tiveram possibilidades de atravessar o Atlântico e chegar a novas terras proporcionando grandes impactos culturais com o povo nativo que não se pode negar o processo comunicativo, ainda que seja de maneira lenta, mudando o comportamento cultural de uma comunidade.

            Quanto à ideia relacionada ao tema, a respeito da escravidão humana pelo dedo da tecnologia atual, será explicitada dentro de um contexto canalizado pelo uso da internet em que a comunicação globalizada funciona de maneira veloz, simultânea e instantânea que caracteriza a posição do homem como vítima de suas invenções que o exige requisitos de conhecimento e qualificação.

1. O DESUSO RACIONAL DO HOMEM PELA AUSÊNCIA EDUCATIVA

         Neste século, muito se tem discutido sobre educação, ética e letramento na tentativa de conduzir os seres humanos a um comportamento regrado pela aprendizagem e, moralmente aceito pela sociedade, no entanto não é fácil conviver com as nossas esquisitices, muito se confunde em meio as adversidade e diversidades culturais, costumes, hábitos, ambientes, etc., fluindo acentuadamente os preconceitos por falta de ética, a meu ver, envolvendo educação e letramento, o ser humano ao nascer é comparado como um recipiente vazio, feito para encher de alguma coisa, com uma grande diferença levando em consideração, além dos cinco sentidos: tato, olfato, audição, paladar e visão, o ser humano difere dos outros animais por ter a capacidade do desenvolvimento espiritual, segundo a bíblia, que diz: Na verdade, há um espírito no homem, e a inspiração de Deus os faz entendidos. (Jó 32.8).

            O homem por desconhecimento de certas coisas procura, por meio de suas proezas, desafiar sua vulnerabilidade, não importa de que jeito, muitas vezes passa por cima dele mesmo sem medir as consequências como se a sua vida e/ou de outrem constituísse de seus caprichos, seus feitos e anseios, fugindo do contexto real, esse homem irracional perde a noção da lógica e, constrói sobre si problemas irresolúveis por estar desprovido de qualificação solidificada em planos sensatos, em verdade, penso que o ser em sã consciência de sua existência enquanto se diz “racional”, deve buscar conhecimento, desenvolver e aprimorar suas atribuições dimensionais natural, psicológica e espiritual, do contrário andará e morrerá em trevas (visão da autora). Baseado na expressão bíblica O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento. (Os 4.6), é notável a necessidade de o homem procurar desenvolvimento.

           Isso é óbvio, mas é na ilusão do óbvio que não se descobre o que está implícito, muitas vezes algo se esconde pela figura aparente nos olhos de quem não se esforça para ver, de tão óbvio que é, por exemplo, um falante da língua portuguesa não saberá dizer qual sujeito da frase Estudo verbo constantemente se ele não estudar a estrutura frasal da língua ou ouvir alguém dizer e, quando ele estuda fala de maneira consciente, mas se ouviu sem nenhuma técnica de ensino, apenas repete, de forma que é imprescindível atenção máxima daquilo que se está por perto ou não, mesmo que pareça insignificante.

           Julgar o homem? Não, não é esse o objetivo, mas buscar entendimento justamente por seu mau comportamento, diante de uma sociedade que sempre espera o contrário, não na visão tradicional, mas na condição de ser-vivente-intelecto com capacidade decisiva para optar pelo bem ou pelo mal, diferente dos animais irracionais desnudos da capacidade de raciocinar.

            O ser humano difere acentuadamente dos animais por ter o privilégio de se desenvolver espiritualmente, penso que, o homem sem crescimento espiritual não tem como pertencer ao mundo dos racionais, nesse contexto vejo o homem em duas verdades: racional e irracional, na primeira a pessoa passa pelo processo educativo é uma verdade e, a segunda ele fica estagnado na ignorância que é outra verdade de sua existência.

            Não pendo pela ideia relativista de negar verdades absolutas, pois vejo uma verdade absoluta enquanto homem irracional e outra verdade enquanto homem racional, o ser humano pode mudar sua verdade, mas a verdade que foi não muda, tanto que quando nos referimos ao passado, nossa verdade é absoluta no tempo e no espaço de sua época, então, o homem enquanto vivo, constrói sua história de um conjunto de verdades absolutas.

            Debaixo de nossos olhos, o comportamento do homem tem superado ao dos animais que na condição de irracional não tem praticado coisas tão absurdas quanto às atitudes do homem considerado racional, neste caso, o que vem definir um animal irracional? A forma física ou o gesto? São interrogações que precisam ser desvendadas, e só por meio de estudos de comunicação interativa a respeito das diferenças comportamentais em todas as épocas de conformidade com a verdade de cada uma, com propósitos científicos, se chegará a uma resposta eticamente convincente, transformadora e minimizadora dos ideais maléficos que atravessam o planeta há séculos.

            Penso: nos mais profundos mergulhos dos meus sentimentos, não no sentido abstrato, mas no concreto de todo ser como preceptor de sua existência, na condição de humana, há três coisas que o homem deve se desfazer, para ter a liberdade de não ser atingido pelo externo: o eu que maltrata o homem pela vontade de querer ser o centro das atenções; o material que a pessoa deseja para si como arma de superioridade e a tristeza por não conseguir seus ideais de pessoa mais importante dentre todas. 

2.  A COMUNICAÇÃO E ATITUDES ANTROPOCÊNTRICAS

            Dizer que não há comunicação e interatividade no planeta, seria um absurdo, principalmente no mundo contemporâneo à comunicação gráfica, que não se deve admitir que a Internet não fosse uma potente arma numa linguagem imperativa para mudar o modo comportamental do mundo. A comunicação sempre foi e será uma ciência de contato que pode ou não trazer benefícios à sociedade, depende do emissor e do receptor, os dois estão atrelados como peças principais nesse processo, considerando que a distância entre eles existe um canal que facilita a interatividade dos interlocutores, eis uma atitude veloz do homem contemporânea à Internet: a mensagem instantânea.

            Em matéria de velocidade, comparar uma máquina computadorizada com a máquina humana, só se diferencia do pensamento, mas no sentido expansivo não se tem algo mais jato humanamente falando do que a internet, ela apareceu dominando e transformando a vida das pessoas, a comercialização entre países de todo o mundo, sugeriu aos internautas inventarem uma nova linguagem escrita com muitas abreviações e raros acentos, etc., através dela, muita coisa pode mudar num piscar de olhos num simples aperto de tecla.

            Desprezar o mundo virtualizado seria uma bomba contra a humanidade desprovida de conhecimentos tecnocomunicativos, pois a informática já faz parte da vida de todos e do mundo, até mesmo uma criança ao nascer é auxiliada pela tecnologia informatizada, mas é lamentável que, na área tecnológica, ainda haja países feito o Brasil muito aquém dos países desenvolvidos como Estados Unidos, Japão, etc. No Brasil, por um lado, é notável a carência comunicativa pelo atendimento precário nos Bancos, nos transportes de ferrovias, hidroviários, nos aeroportos, nos hospitais e em todos os setores públicos e privados, infelizmente o Brasil é um lixeiro de máquinas velhas e passadas tecnologicamente, quase nada funciona com dignidade e está sempre fora do sistema.

            Por outro lado, temos um povo acomodado, desinformado, com síndrome do conformismo e dividido, segundo minha visão, em três situações de comportamento diante a realidade da informática, uma que se dá conta da necessidade de aprender e de usufruir das novas técnicas comunicativas, outra sem nenhum interesse de aprendizagem e mais a massa que não tem acesso a nenhum aparelho informatizado por motivos financeiros e falta de oportunidade, dessa forma, por consequência do descaso, se tornam consumidoras-escravas dos oportunistas, pagando preços abusivos por conta de serviços feitos por aproveitadores da ignorância.

Pierre Lévy ironiza os sonhadores do humanismo, quando de fato, na realidade os vendedores invadem a Internet, segundo a manchete do Le Monde Diplomatique, na colocação do autor. Os ganhos vultosos privilegiam alguns, os berçaureanos, como apóstolos do neoliberalismo, que terão condições financeiras para efetuar os serviços on­-line, separados dos excluídos (desafortunados), por um grande abismo econômico, entre os países do Norte e as regiões pobres nas quais a maioria dos habitantes nem mesmo tem telefone.

            Em meio esta disparidade aquisitiva seu otimismo continua, porque mesmo que a indústria usufrua capitalistamente deste tipo de comunicação, deve-se reconhecer que não é obstáculo ao recreio visual-sensitivo de alguém, nem de falar dele numa perspectiva cultural ou estética. Para o autor, a ideia de não aceitar a exploração econômica da Internet e, a impossibilidade de muitos, no momento, não poder usufruir dessa técnica seja motivo de condenação ou crítica da cibercultura, já que a telefonia gera rios de dinheiro, ainda assim, não deixa um meio de comunicação planetária e interativa, por que a rede não funcionar da mesma forma? Se apenas um quarto da humanidade tenha acesso ao telefone não constitui um argumento contra ele. (Pierre Lévy)

            O escritor sustenta que a tendência é aumentar os serviços pagos diretamente pelo consumidor, mas por outro ângulo, sua argumentação notifica que os serviços gratuitos se espalham mais acentuadamente, vindos das universidades, dos órgãos públicos, das associações sem fins lucrativos, dos indivíduos de grupos de interesses diversos e das próprias empresas. Diante desse contexto antagônico, o escritor consegue pô­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­-los como complementação um do outro, descartando a possibilidade de oposição ou de exclusão, pois ambos comandam o crescimento da Internet Nesta configuração de comunicação emergente, o escrito esclarece que os pobres não são opositores da Internet, contrário dos monopolizadores avarentos por receio de perderem seus campos lucrativos. (Idem)

No texto pesquisado, há um relato declarativo, que cicatriza o século XX, por conta de três acontecimentos bombardeadores: a bomba demográfica, a bomba atômica e a bomba das telecomunicações, declarado por Albert Einstein, nos anos 50m durante uma entrevista. O que Einstein chamou de bomba das telecomunicações, segundo o autor, mais tarde foi renomeado por Roy Ascott, de segundo dilúvio. A metáfora caracteriza o quadro das telecomunicações como destruidor da humanidade, no sentido do mau uso, e como divisor de eras. (Idem)

3. NECESSIDADE DE AÇÃO PELO GOVERNO NA TECNOLOGIA

            A Nação brasileira possui inúmeras potencialidades que precisam ser desenvolvidas com urgência, principalmente no campo tecnológico, mas para que isso aconteça realmente, é necessário instrumentos com constância educativa para uma construção social justa e solidária, segundo o Ministro da Educação, em sua apresentação nas atuais Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, em 2013.

             No meu pensar, só discutir os problemas educacionais apenas pelos resultados é ineficaz, necessita de se buscar a raiz dos males para que, então se possam traçar planos estratégicos a que venham solucionar os problemas como analfabetismo, pobreza, desqualificação, abandono escolar, desinteresse pelos conhecimentos políticos, sociais, econômicos, religiosos, desrespeito em geral, doenças psíquicas, etc.

             São coisas que precisam ser compartilhadas na sociedade de maneira compromissadas e não ignoradas pelos poderes vigentes, e também pelos que sofrem as consequências do descaso, ou seja, não deixar apenas expressas nas letras, é preciso sair do papel e invadir as mentalidades das várias etnias que compõem essa nação, ainda no meu ponto de vista a base educacional para o sucesso de todos seria construir no ângulo da necessidade básica do ser humano a começar por dentro e não por fora, ou melhor, a preparação da pessoa entre o ser e o ver, em verdade, uma relação de limites, o que se vê é necessário para o seu desenvolvimento como pessoa?

             Essa é uma questão relacional entre o mundo pessoal e o fora da pessoa que por meio da educação precisa ser ajustável. O que é bom e ideal para uma pessoa deve ser para toda sociedade, mas o que parece bom para a sociedade ilusoriamente é bom para uma pessoa, arrecadar impostos dos consumos de bebidas, por exemplo, trazem algum benefício para a sociedade, mas ao consumidor descontrolado, nenhum, ainda que os impostos venham pagar o tratamento do alcoólatra.

            Como se percebe nessa relação, há falta de ajustamento entre sociedade e indivíduo e vice-versa e, cabe à Educação proporcionar os planos estratégicos para esse país sair do caos. Um dos debates sobre o plano educativo que considero como a febre do momento: a base nacional comum curricular, da educação brasileira discutida, por educadores e estudiosos do assunto, como no evento Grandes Diálogos, em julho de 2014 (revista Nova Escola, página cinco, setembro), traz já à preocupação de se achar a porta de entrada da resolução do problema.

            Segundo José Francisco Soares, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em palestra sobre o tema. O Brasil é grande demais para termos uma Pedagogia única, mas a base comum tem incrível validade. Não se trata do como fazer, mas de saber o que deve ser aprendido, salientou. (Idem)

           A maneira de eu ver, qualquer leigo percebe que ensinar deve-se primeiro aprender, mas as pesquisas indicam que o nível de conhecimento dos brasileiros de quinze a quarenta anos, em ciências, é baixíssimo, como, então, achar uma maneira eficaz do ensino-aprendizagem curricular nacional comum, se o desenvolvimento humano em qualquer área, só se dá pelo conhecimento científico? E como dizer que ensinar e aprender, lógico, são uma ciência?  Como se vê abaixo, o Brasil não está preparado (revista Nova Escola, página quinze, setembro).

                        Quem sabe Ciências

                         Níveis de conhecimentos de pessoas de 15 a 40 anos

                         Ausente: 16%

                         Elementar: 48%

                         Básico: 31%

                         Proficiente: 5%

                                  FONTE ILC

            O mundo modernizou-se de maneira acelerada pela tecnologia e, a falta de conhecimento técnico em nosso país tem deixado o brasileiro para trás e por consequência muitos lugares em empresas que precisam de pessoas qualificadas estão sendo ocupados por estrangeiros que dominam a área tecnológica, nisso, os trabalhos manuais diminuem cada vez mais pela ação da tecnologia que cresce e a condição dos brasileiros diminui no espaço social.

            É necessário que o governo brasileiro invista na educação das ciências técnicas atualizadas para mudar o quadro da situação a fim de que os brasileiros pudessem entrar no mercado de trabalho. Por esse ângulo, o país se tornaria mais justo, pois a desinformação e a falta de conhecimentos técnicos transformam-se no Golias de uma nação do mundo contemporâneo à Internet, principalmente no eixo da globalização, onde tudo depende da técnica informatizada, de forma que, se as autoridades brasileiras não agirem aceleradamente no investimento da educação nesse sentido, o Brasil estagnará na pirâmide educativa como país subdesenvolvido.

            Raríssimas escolas, no Brasil, acompanham as exigências educativas na era globalizada, tanto que, a aprovação de um aluno ao nível superior serve de propaganda, admiração, arremesso de confetes e discursos vaidosos pelos seus amigos e familiares, característica de país atrasado e contradição nos direitos humanos, pois todos são iguais perante a lei para conquistar seu espaço com dignidade e, poucos conseguem. Esse quadro desqualificado de nosso país demonstra desinteresse administrativo pelas autoridades governamentais que tem a oportunidade de elevar o brasileiro à condição de povo desenvolvido.

            Então, se faz necessário grandes investimentos na educação, ao invés de gastos desnecessários com cursos que não trazem qualificação, pois o governo tem gasto fortunas jogando em saco furado com resultados originados do emprego de recursos em coisas supérfluas e superfaturamento, como exemplo dentre outros gastos injustos, em construções sem fiscalização segura.

            Já é hora de acordar, até quando o país investirá mal, sem volta progressiva satisfatório? Será um paradoxo dizer que um país sem usar técnicas atualizadas faz parte da globalização, se, aqui, até os poucos aparelhos eletrônicos usados nas repartições públicas são refugos; a maioria do vestuário vendido no mercado brasileiro são molambos sem durabilidade, tecidos fracos e podres incompatíveis com o valor cobrado ao consumidor, aliás, tudo que se fabrica hoje é de pouca resistência, inclusive os alimentos não perecíveis são de baixa qualidade e muitos chegam estragados nas prateleiras de muitos lugares do país; a saúde virou agência do além, tudo por falta de educação e tecnologia adequada, por que não investir na dona do século? Se, é através da internet que há as possibilidades de uma educação eficaz e, em vez de escravo, o usuário passaria a escravizar essa técnica.

            É preciso que não fique apenas na ideologia, mas funcione na prática, para isso críticas e ideias solucionadoras devem andar juntas dentro dos padrões éticos comunicativo, educativo, econômico, trabalhista, demográfico, etc., encontradas com certeza no campo do bom caráter, são nesses pensamentos que se podem mudar mentalidades que é a única solução para a transformação da nação brasileira, pois o que vem ocorrendo desde o início do Brasil são mudanças de gerações e não de mentalidades.

                       

4.  ADAPTAÇÃO À TECNOLOGIA É INDISPENSÁVEL

            Mudam-se as técnicas, muda também maneira de viver, então o homem não pode continuar a deixar sua invenção dominá-lo, tem-se de estudar um meio de sair da escravidão tecnológica, no caso do mundo capitalista em nível de Brasil, poderia se investir nos jovens de zero a dezoito anos de forma compromissada pelos pais e governo a planejar a família com responsabilidade, daria uma bolsa digna aos jovens, cumpriria com os direitos exarados no estatuto da criança e, com certeza os resultados seriam positivos como fechar a porta da prostituição, da criminalidade, do preconceito, da miséria, de todas as mazelas destruidoras desta nação.

            Alguém sem miolo contabilístico ou administrativo a favor da nação poderá dizer que o país não tem condições de arcar com essas despesas, mas, se pensar bem comparará com os gastos que o governo tem com cada prisioneiro, com as doenças, com o analfabetismo com a falsa de qualificação dos profissionais e com outras coisas que pouco se sabe, não é verdade! Pensando bem o que falta neste país é usufruir das tecnologias com precisão e pensar na qualificação da massa que forma essa sociedade e na quantidade demográfica com equilíbrio pelo controle da natalidade, não impedindo de alguém nascer, mas estruturar o ambiente para que venha com segurança e respeito pela vida.

            Um país que cresce desordenadamente não tem juízo e vira “Casa verde” (lugar das personagens da obra: “O Alienista”, de Machado de Assis.). Se o homem deixar fruir sua racionalidade em todos os sentidos e, considerar cada pessoa como peça fundamental na construção de uma sociedade as condições sociais, ambientais e relacionais terá outro teor, então a história desse povo será contada com dignidade, sem escravo e escravizador, mas cooperadores leais e idôneos participantes e verdadeiros cidadãos de um país justo.

            Mas o que a Internet tem com isso? Fugiu o objetivo temático? Não, simplesmente se quer mostrar o quadro incoerente com os atuais meios tecnológicos, razão por que muitos países do planeta tem o povo, inclusive o Brasil, escravizado e fora do contexto do avanço dessa ciência pelo fato de que as pessoas não têm sido preparadas qualificadamente dentro da ética contextual do desenvolvimento comunicativo pelas redes que podem possibilitar caminhos para que as pessoas possam viver seu sopro de vida sem grandes embaraços individual e coletivo.

5.  SATANISMO EM REDES DA INTERNET

            O mundo da internet poderia auxiliar no desenvolvimento de um país de maneira totalmente salutar se todos os seus usuários tivessem preparação ético-psicológica para usufruí-la, muitas vezes a internet é usada para matar, roubar e destruir pessoas, muitos usuários maliciosos fazem dela um verdadeiro canal satânico, pior de tudo, ela não pode, ainda, ser controlada, pois é livre, não possui crivo comunicativo em que se possam cortar assuntos prejudiciais ao próximo.

Considerando que os modos de existência – ou de subjetivação – são históricos e mantêm estreitas relações comuns à conjuntura especificamente considerada, pode-se afirmar que, no mundo contemporâneo, o encontro das subjetividades com a variedade de estimulações trazidas pelos recursos globais, incluindo-se os tecnológicos, somadas às demandas flexíveis advindas de diversos campos da vida, tem povoado as subjetividades “com uma miscelânea de forças de toda espécie, vindas de toda parte” (Mancebo, 2003, p. 83).

            Usar a internet sem transtorno à humanidade não se tem resposta precisa, pois o crescimento da inclusão digital cresce a cada dia sem orientação para o uso adequado, quem diria, que pelo mapa global de busca à meta de inclusão digital nos canais existentes como doméstico, no trabalho ou em locais públicos o Brasil aparece acima da média mundial de acesso à Internet entre os 154 países mapeados pela FGV. Isso confere que a dependência digital aumenta viciosamente no uso de telefone.

...as possibilidades subjetivas multiplicam-se, ampliam-se os “padrões” comportamentais e, no limite, a “estabilidade” identitária é abalroada. Conforme Guattari (1990), “na era das revoluções informáticas, do surgimento das biotecnologias, da criação acelerada, de novos materiais de uma ‘maquinização’ cada vez mais fina do tempo, novas modalidades de subjetivação estão prestes a surgir” (p. 48), o que justifica a discussão das forças que as afetam.

            Os alunos em sala de aula são irreverentes com os professores, não respeitam os assuntos do dia, perdem as explicações por estarem com os ouvidos e os olhos ligados a assuntos que eles mesmos escolhem como jogos, músicas, fatos exóticos e imagens obscenas, etc., são poucas as vezes que o celular serve para edificar as aulas e ainda assim muitos fogem à regra, pois as salas que funcionam com esse método não são todas.

            Nem tudo que se informa na internet merece crédito, nesse espaço, a serpente continua a enganar muita gente, muitas vezes são mensagens mentirosas como aconteceu no jardim do Éden: o consumo do fruto proibido (Gênesis 3,6), e, as pessoas perdem sua dignidade, mentiras são comuns na rede digitalizada, por isso mesmo o usuário precisa ser capacitado para usar qualquer aparelho dessa natureza no mundo comunicativo.

            A mentalidade das pessoas em nosso país precisa do desenvolvimento intelectual e tecnológico para que se tenha uma nação mais elevada em conhecimento, mas é necessário que todos se coloquem como ator do progresso, chega de hipocrisias e, sim, assumir a realidade quase paralítica do país e detectar a matéria ofensiva e agir contra esses males que assolam a sociedade brasileira, principalmente no campo da informática.

            De fato que o Planeta movido à internet é escravo da tecnologia, essa é uma doença na alma social dentre outras que precisam ser curadas com a mentalidade amadurecida pelo interesse do próximo em visão geral firmadas na rocha do amor de tal que a sociedade passe a ser um forte império do respeito pelas pessoas, e não ficar apenas em teorias categóricas da filosofia ou práticas de interesse próprio, mas se podem achar alternativas para que ao invés da humanidade seja vítima de escravidão, passar a escravizá-la, eis um desafio do século XXI, achar meios educativos, principalmente aos jovens, de superar todas as dificuldades que existem no mau uso das técnicas digitais em conexão com a internet, para que se tenha no país um sistema atual de comunicação para dignidade de todos, e não para uso inadequado de projetos diabólicos.

         

CONCLUSÃO

            A internet faz parte de um mundo globalizado, as dificuldades e os interesses que acontecem em diversos espaços contidos dentro de possibilidades conectivas chamadas redes são vários. O sistema comunicativo digitalizado via internet complica a vida de muitas pessoas, como se pode inserir o Brasil como país globalizado se ele não consegue desenvolver a mentalidade de seu povo, isso ressalta que o país não tem como acompanhar a evolução tecnológica num contexto “veloz”, “simultâneo” e “instantâneo”, sendo necessária a qualificação de emergência no que se diz respeito à ciência da tecnologia ao usuário.

            Em verdade, todas as pessoas precisam dos benefícios da internet, mas há acentuada carência de conhecimento nessa área, mesmo por que o governo não investiu expansivamente na educação informatizada e são poucos os privilegiados financeiramente e, nas escolas o quadro é deplorável em razão de não ter profissionais qualificados nessa área de ensino e os alunos sem poder aquisitivo são marginalizados, em virtude dos aparelhos serem usufruídos por aqueles que têm um pouco de conhecimento de manusear o computador.

            A sala de informática na maioria das escolas é utopia, quantos alunos deixam de participar de certos programas educativos ou mesmo se inscreverem no ENEM, entre outros, por falta de orientação de um profissional e também por não ter como pagar um ciber de atendimento ao público em geral. É bem verdade, que nas escolas o governo tem gasto fortunas em compras de computadores sem nenhum benefício à classe necessitada, por isso defendo o pagamento de uma bolsa digna aos jovens de zero a dezoito anos garantindo-lhes formação qualificada nessa fase.

            Se a política brasileira não dobrar as costas à educação dos jovens, o Brasil terá um futuro promissor quanto à qualificação individual e por certo da sociedade, mas para que isso aconteça, precisa-se de investimentos com retornos condizentes à realidade de um país desenvolvido na comunicação e no saber tecnológico focando na construção das pessoas enquanto ser, adequando-as ao mundo globalizado pela tecnologia zelando pelo que se tem de proveito e benéfico através da comunicação canalizada pela Internet e combatendo os males trazidos pelo mau uso dessa técnica a fim de tornar o Brasil livre de qualquer escravidão tecnológica.

            A educação em tecnologias pode ser uma condição à nação brasileira tramitar outra verdade da história do seu povo, pois na verdade antropocêntrica não há nada que não se possa conhecer, modernamente falando, penso que o que é humano está ao alcance do humano, porque tudo que se trouxer à tona por obras humanas nasce na mente do homem. As raízes da concepção moderna da mente e das nações modernas da subjetividade costumam ser focalizada em Descartes e no seu famoso dictum: Cogito ergo sum (Penso, portanto existo). Desde o século XVII a função fundamental tem sido pensar e não conhecer. Descartes ajudou a mostrar que nosso acesso ao conhecimento e à verdade é basicamente psicológico. O critério da verdade, por exemplo, não era apenas “o que é”, mas aquilo que não posso duvidar. A dúvida um estado psicológico, se tornou fundamental para os juízos de verdade. Com descartes, vemos a consciência saltar para o centro das atenções (Vendler, 1972. P. 205).

            Compreendo, nesses termos, que nossa realidade tecnológica não tem progresso só em pensar, mas o conhecimento sobre ela toma o rumo para outra realidade consistente pela transformação do próprio conhecimento adquirida por meio da formação, e já não é a mesma coisa, tudo mudou no comportamento de pensar, agir, ver as coisas e o mundo diante de tudo e de todos com outro olhar, naturalmente o reflexo de si para com o outro, também, não é igual, as trevas desaparecem pela substituição do rústico, da ignorância, do fazer sem responsabilidade, agora, o aprender dignamente e o fazer com qualidade.

            É necessário motivar a massa humana a fazer parte dessa construção, mas para isso as portas precisam estar abertas para os interessados, porque sabemos que os atropelos contra a educação no Brasil é um fato que tem prejudicado o crescimento da nação, há uma guerra contra o saber, ainda que não seja consciente, mas pelo próprio descaso e prioridade dos interesses dos gananciosos. Dentro deste contexto educativo o uso da tecnologia atual de maneira adequada é o núcleo de nossos tempos.

       

5. REFERÊNCIAS

LEVY, Pierre. CIBERCULTURA. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Ed. 34, 1999, 264 p. Coleção TRANS.

Revista Nova Escola: Currículo nacional e seus impactos/setembro de 2014.

Bíblia Sagrada.  / traduzida para o português por João Ferreira de Almeida - 4ª Edição Revista e Corrigida, 2009. Sociedade Bíblica do Brasil. Tamboré – Barueri, SP.

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