Zubiri, importante filósofo espanhol, nasceu em 04 de junho de 1998. Seus estudos iniciais foram de conteúdo eclesiástico, tendo sido ordenado padre de maneira forçada, conseguindo posteriormente se desligar da vida eclesiástica e se casar.

 Orientado por Ortega, renomado filósofo espanhol, foi levado a estudar os principais filósofos da fenomenologia, como Hussrel e Heidegge. Exilou-se da Espanha em consequência da guerra civil e em Roma e Paris aprofundou-se nos estudos de línguas estrangeiras e ciências.

Para compreender a crise do conhecimento que ocorria na época, decidiu estudar a filosofia desde o princípio, e percebeu que o homem, a partir de Platão se embrenhou no mundo do conhecimento lógico e se esqueceu da realidade. A lógica ganhou autonomia, passou a explicar tudo, tendo o conhecimento levando o homem para um mundo irreal, mundo das ideias.

Então ele passou a pensar numa nova via de conhecimento, baseada na experiência com o mundo real, levando em conta a sensibilidade.

Desenvolveu, então, uma filosofia baseada na realidade e criou a metafísica da realidade. Para ele as coisas possuem força em si, aquilo que é de sue, que lhes dão poder; força que é intrínseca da realidade, e para ele a realidade vem antes das coisas. E o homem é ser de realidade animal, tem percepção e responde aos estímulos da realidade.

 Para Aristóteles inteligência era uma faculdade cuja essência era o pensar, o raciocinar, para se chegar ao “ser” pela abstração, através do juízo. Para Platão os sentidos são meios de se chegar ao mundo das ideias; para Aristóteles, meios materiais que oferecem às coisas imagem concreta e particular, através das quais a inteligência pode encontrar as formas universais que constituem a verdadeira realidade das coisas. Encontrar isso é encontrar o ser da realidade. Daí a inteligência ser a peculiaridade do ser e a razão sua estrutura.

Disso  resulta,  então, a concepção aristotélica do homem: Animal racional. Capaz de captar o universal no particular, o inteligível no sensual, a forma universal na matéria prima.        

Para Zubiri não é a inteligência que busca a concepção do ser mas a faculdade que o homem apreende da realidade; não produto de uma reflexão teórica da razão, mas simples fato de sentir. A inteligência está apta a sentir, é uma estrutura formal e se dirige à realidade. Esse ato de sentir nos coloca no mundo radical, transcendental, que para ele é a “realidade mesma”. Então, o essencial que nos constitui não vai ser um conceito universal, conjunto de valores, mas está no simples plano da realidade, a estrutura profunda que possui cada coisa, o ser que é, algo físico-real.

Então Zubiri define o homem como animal de realidade, possui as estruturas do sentir, e porque é a realidade que constitui sua inteligência e para onde ela se dirige. Somente no sentir apreende a estrutura transcendental de toda realidade. Essa forma diferente de sentir é o que o distingue dos outros animais.       

Então, enquanto que para Aristóteles o essencial é o aspecto racional para Zubiri é a realidade; o homem é real, daí possuir a estrutura do pensar. Primeiro depara com a realidade e depois conceitua, o conceito é posterior ao real. Então, o que nos constitui é saber estar na realidade e não saber pensar a realidade.

    A realidade humana é constituída por sistemas de notas.