O grande intelectual é um monte de estrutura perdido no meio dos selvagens, bomba de cristal e supositórios. A razão e a capacidade se perdem no meio dos líquidos que se perdem no vão dos dedos. A literatura para uns é uma fonte de vida, de cultura, de desenvolvimento e de progresso de uma civilização. Para outros não passa mais do que uma burrice, uma hipocrisia, uma vagabundagem. Governo nenhum quer mais apoiar a literatura, isto em todo o mundo. E daí a nossa cultura cada vez mais definhada. O homem estudando e trabalhando tanto, para viver a mesma vida de um cavalo, de um porco que nada faz, nada constrói. Ele morre e desaparece como aqueles. Depois... depois nada mais resta a não ser podridão e esquecimento.

O escritor de nosso século morre de fome, o industrial de infarto. Que caminhos seguem os dois depois da morte, não sabemos. Sei que no inferno cabe muita gente, principalmente os que morrem empanturrados, os que estão se apodrecendo em dinheiro.

A ciência nos ensina a sermos complicados e incompreensíveis. Quantas explicações, teorias, justificativas para coisas mais simples. E basta qualquer modificação para derrubar qualquer teoria científica. E quanto mais o homem estuda, mais cai em complicações, em dúvidas até descobrir que realmente ele não sabe nada.

Hoje em dia se dá valor a farras, folias, guerras e cachaça e tudo quanto é anarquia. O que vale isto para a nação, para o povo, para a cultura? E os nossos valores estão por aí perdidos no meio dos que nada fazem a não ser críticas destrutivas. Muitos até pensam que os escritores, os poetas, os teatrólogos são loucos. No meio de loucos de cócoras com eles.

No Brasil os problemas são piores ainda: as livrarias se fecham, as bibliotecas não compram livros, editoras tem meia dúzia de escritores (só os protegidos), o povo não lê( nem podem comprar os livros), escritores mal pagos( 10% só), e com isto quem sofre é o escritor e a nação. É o caso de um matuto que me disse: eu planto batatas, como batatas, você escreve livros, pois coma livros.

Não sei o que fazer mais. Creio mesmo que o melhor é fechar as editoras e abrir fábricas de pinga, tocar foco nas bibliotecas e abrir boates, queimar os livros e plantar batatas, pelo menos a produção existirá, nem que seja de raízes. Vamos viver como o boi com suas bóias ou com o touro com a sua "tora" se não houver literatura a língua também decairá.

A doença cura tudo e a morte traz a tranqüilidade.