Estou perdido!
sozinho, gritando entre as multidões.
Iludido pelas ilusões,
caminhando sem rumo, desatando nô.
Estou perdido! sozinho!
cantando uma cantiga de uma nota só.
Viemos todos do campo,
entre sorrisos e prantos,
se estabelecendo nos cantos,
das praças, nos becos, nos guetos,
palácios e favelas.
Quem dera!
se a espera, ñ fosse tão longa!
Quem dera!
se pudessemos sentar, e conversar,
na próxima primavera.
Quem dera!
se a minha prioridade, fosse gente,
e a miséria, apenas o começo do fim.
Quem dera!
se a sua dor, doesse em mim.
Quem dera!
se o meu grito, ñ fosse rouco,
e os loucos, tão loucos!
Porque, difícil!
ñ é o escalar da montanha,
mas sim,
o que fazer!
Depois que se chega ao tôpo.
          autoria Murray....