O Governo de Deus e a sua Providência

"Tua é, ó Senhor, a grandeza, e o poder, e a glória, e a vitória, e a majestade, porque teu é tudo quanto há no céu e na terra; teu é, ó Senhor, o reino, e tu te exaltaste como chefe sobre todos. Tanto riquezas como honra vêm de ti, tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo" . I Cro. 29:11.12

Almejo, neste artigo, resgatar o ensinamento sobre o Governo de Deus e a sua Previdência. Infelizmente, muitos que estão ministrando nos púlpitos da Igreja hoje, não conhecem o Deus da Bíblia e muito menos a Bíblia de Deus. Eles falam de um deus anódino, alheio aos acontecimentos do mundo, incapaz de Governar a sua criação e sem as rédeas dos acontecimentos da historia. Sim, esse é o deus moderno criado na mentalidade carnal de pregadores que não têm o menor conhecimento das Escrituras Sagradas!
Todavia, o que diz a Bíblia? O que é o Governo de Deus e a sua Previdência?
Pois bem, vamos folhear as paginas milenares da Bíblia Sagrada e dissertar sobre este ensinamento extraordinário que não se ouve mais nos púlpitos sagrados da Igreja de Cristo.
A Bíblia apresenta Deus como o Grande Rei que está assentado no trono e governa todas as coisas conforme sua vontade determina. O que seria do mundo se Deus não tivesse propósitos? Se ele simplesmente deixasse a "coisa rolar", seguindo o livre curso das decisões dos homens? Que garantias haveria de que as promessas bíblicas se cumpririam? Como poderíamos saber que de alguma forma, o homem não sabotaria o plano divino? Toda expectativa de fé se torna muito efêmera se Deus não tem propósitos e poder para realizá-los. Não é mesmo?
Deus tem propósitos. A Providência de Deus nos fala que Ele guia os eventos do mundo para um determinado fim. Esse fim é o "beneplácito de Sua vontade" (Efésios 1:5), é o seu supremo propósito para esse mundo que redunda em "louvor da Sua glória" (Efésios 1:12). Como já vimos, no artigo "Providência que preserva" , nada acontece por acaso. Não existe a sorte ou a fortuna. Nem mesmo o destino cego. Às vezes falamos: "hoje foi meu dia de sorte", e nem percebemos o quanto é falsa essa afirmação. Deveríamos evitar falar essas coisas, pois ao afirmarmos isso, estamos dizendo que o acaso pendeu para o nosso lado e de alguma maneira inusitada, impensada e não-planejada nos favoreceu. Isso tende até mesmo a ser uma forma de idolatria, já que algo está sendo colocado no lugar de Deus. Esta atitude é muito parecida com a que teve o povo de Israel após ter sido tirado do Egito com Mão forte (Êxodo.13:3). Naquela ocasião fizeram bezerros de ouro para si e disseram: "São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito" (Êxodo 32:4). Também fazemos isso quando, ao recebermos alguma bênção do Senhor, dizemos, "que sorte eu tive".
Imaginar que o destino cego é que guia todas as coisas não melhora as coisas. Às vezes, as pessoas confundem a doutrina da soberania de Deus com o fatalismo. A religião islâmica assume uma espécie de fatalismo. O muçulmano quando se depara com um acontecimento imprevisto costuma dizer "maktub", que significa "está escrito". O fatalismo diz: "o que tiver que ser será". Há uma grande diferença entre dizer que Deus dirige a história para seus propósitos e dizer que o destino a dirige. O destino não tem sentimentos nem vontade, ele é cego, surdo e mudo. Nosso Deus tem sentimentos e propósitos, ele fala, ouve e age. Sim, Ele controla todas as coisas pela sua Providência!
Portanto, não faz sentido a tendência moderna de que o homem é que determina o que deve acontecer. Muitos líderes religiosos falam em programas televisivos que Deus já liberou todas as Suas bênçãos para os homens na pessoa de Jesus, e que agora são as pessoas que precisam tomar posse da bênção que está à disposição delas, enquanto Deus permanece impassível somente esperando que os homens façam a obra dEle. Alguns tele-evangelistas modernos dizem que quem faz a obra de Deus hoje somos nós. Na visão destes, a Providência já não é mais uma prerrogativa divina, passou a ser um atributo do homem. Infelizmente, o povo de Deus tem aprendido muitas heresias nestes últimos dias!
Certa ocasião, alguém me perguntou: "Pastor, o que é a Providência de Deus?" Minha resposta foi taxativa: "O permanente exercício da energia divina, pelo qual o Criador preserva todas as Suas criaturas, opera em tudo que se passa no mundo e dirige todas as coisas para o seu determinado fim".
A despeito destas coisas, a doutrina da Providência é uma das mais belas doutrinas da Bíblia. Ela nos fala da maneira como Deus preserva e dirige este mundo para o cumprimento de seus objetivos. Fala de um Deus próximo, atuante, vivo, que se importa conosco, que está presente e age em cada detalhe da nossa vida. Nada é demasiado simples ou insignificante que não seja do interesse dEle. Nada acontece por acaso. Não existe sorte ou fortuna. Existe Deus e seus propósitos eternos. Um Deus que causa admiração, pois como diz o profeta messiânico, "Desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nEle espera" (Isaías 64:4).

Nosso Deus Governa pela sua Providência!

Shalom Uvrachot!
Paz e benções!

Pr. Ronaldo Carvalho,
Bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia e
Ciência da Religião-Fatem ?Am, e Especializado no Hebraico Bíblico.
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