A indústria cultural, como é de praxe, procura alienar as pessoas, produzindo informações, produtos e, até mesmo, lazer, de maneira que condicione as intenções e desejos de todos, tudo isso, com um único interesse: manipular a opinião da população aos interesses governamentais e midiáticos, sempre em busca de maiores rendimentos financeiros. De acordo com Adorno (1996), a indústria cultural sempre ficou do lado dos mais fortes, economicamente, pois assim, juntos, podem controlar o governo nos seus três âmbitos: Municipal, Estadual e Federal.
Desta maneira, a indústria cultural é a melhor ferramenta dos governantes que querem mascarar os acontecimentos verdadeiros da população, mas desmascaremos esta iniciativa. Neste ultimo dia 26, certamente entrará para história, pois, nós, os professores do Estado de São Paulo, insatisfeitos com as desmazelas do Governador Serra e da mídia, procuramos, pacificamente, requerer nossos direitos, mas fomos recebidos com agressões pelo aparelho repressor do Estado, a mando do Governador.
Posso afirmar com convicção e com conhecimento de causa, pois estava presente e pude presenciar toda a agressão de muito perto. O caixão que os manifestantes seguravam foi utilizado como escudo, enquanto a polícia agredia os manifestantes. Contrariando as imagens que o jornal divulgou.
Nesta imagem, o jornal Estado de São Paulo procura desvirtuar o real, pois sugere que os manifestantes estão agredindo os policiais, ao contrário, eles procuravam defender-se das agressões.
Sabemos que o real interesse dos meios de comunicação é financeiro e, assim, precisam defender seus interesses e os interesses de seus clientes, para este veículo seu cliente é, claramente, o governo, pois a imagem demonstra uma realidade que não existiu. Os professores não foram agressores, simplesmente procuraram defender-se.
De maneira semelhante, o veículo de comunicação Folha de São Paulo, teve a mesma iniciativa de seu rival. Novamente os professores são apontados como baderneiros, desordeiros e agressores, mas não é a realidade, como testemunha ocular vivi e senti o que o governador Serra é capaz de fazer, enquanto nos agrediam, atiravam bombas de gás nos demais professores, eu mesmo, socorri uma professora que caiu do caminhão enquanto procurava se esconder, observei pessoas sendo alvejadas por balas de borracha, inclusive, acertaram-me uma bomba de gás. Perdi o fôlego, não conseguia andar, a morte se aproximava. Neste momento, outros professores me socorreram, conseguimos escapar, mas não ilesos.
Alguns manifestantes exaltaram-se e atiraram pedras, no entanto recebiam bombas e balas de volta. Por que os jornais não divulgaram isto? Enquanto este massacre acontecia, um helicóptero da policia militar sobrevoava o local e impedia as demais mídias chegarem, apenas a Folha e o Estado de São Paulo puderam se aproximar da situação, mas por que conseguiram passar? Seria ajuda do governo? Certamente.
Felizmente, muitas imagens foram gravadas por celulares e câmeras que manifestantes tinham naquele momento, assim a história poderá ser contada como aconteceu e não como o Governo e as mídias querem que seja.

Bibliografia.
ADORNO, Theodor W. Os Pensadores; ed. Nova Cultural LTDA, São Paulo, 1996.
JORNAL: Estado de São Paulo, de 27 de Março de 2010.
JORNAL: Folha de São Paulo, de 27 de Março de 2010.