O futuro de toda ilusão

Para início de conversa, quero dizer que olho para frente, por isso, nunca levei uma topada ou cai em algum buraco de esgoto. Tenho certezas e convicções em um futuro otimista, sem desilusões. Posso afirmar isto, por que não fico preso ao passado, seja ele, gerado pela força da história dos macacos ou pela força dos conceitos filosóficos.

Aliás, toda ilusão futura, foi fruto de um desnecessário passado, construído a golpe de ociosidade e muita contemplação a mim mesmo, fora isto, foi manipulação da falsa moral ou da ideologia construída a ferro e fogo, ora pela cruz, ora por abrasivos canhões de conquistadores e piratas da verdade, detentores da liberdade de seus comandados, cheios de honrarias aristocráticas ou brutalidade civilizatória.

Desconfio de todo futuro que tenha como base um passado que passe por cima do presente (vislumbrando retumbantes glórias vindouras), como se este fosse apenas um mero coadjuvante, constituído através de desconfiança de uns e egoísmo de outros, é fruto do heroísmo sem sentido.

Ter a ilusão em um futuro promissor, sem as desilusões de um passado nefasto, sem os seus laços tenebrosos (póstumos por si só), é libertar-se do tradicional, do logicamente aceito como o único caminho a percorrer. Construir o futuro para si é ficar dependente de seu próprio narcisismo, por que toda ilusão que pleitear as forças do passado, proclamado como ideal a ser construído, não poderá viver o seu próprio presente.