O Fundo Econômico e Político da Revolução Inglesa de 1640-1660
Publicado em 06 de maio de 2009 por Wellington Douglas de Oliveira
Credenciais do autor:John Edward Christopher Hill,
historiador inglês, nasceu no dia 6 de fevereiro de 1912. Lecionou em Oxford
onde desenvolveu seus estudos sobre a Revolução Inglesa, a guerra civil e da
era de Oliver Cromwll. Escreveu "os eleitos de Deus", "O mundo
de ponta cabeça", "Origens intelectuais da Revolução Inglesa",
entre outros livros. Sua produção esta ligada ao marxismo inglês da década de
1950. Também foi militante do Partido Comunista Britânico. Faleceu em 23 de
fevereiro de 2003aos 91 anos.
A Revolução Inglesa de 1640
Introdução A Guerra Civil de 1640 a 1660 na Inglaterra, segundo propõe o ensaio
de Christopher Hill, foi um grande movimento social comparado à Revolução
Francesa de 1789. Derrubou-se o poder de Estado que protegia a velha ordem
feudal, passando o poder por uma nova classe, e tornando-se possível o
desenvolvimento do Capitalismo. Tudo isso na Inglaterra dos nobres, dos
Stuarts, enfrentados pelo Parlamento Puritamo, "neto" dos Tudor. Ao
final dela, Carlos I foi condenado à morte. A burguesia sustentava a revolução,
pois se beneficiava do Capitalismo, mas ao se opor a ela o governo real não
estava do lado do povo, mas dos proprietários de terras, parasitas do
Capitalismo, cujo desenvolvimento beneficiaria de alguma forma a população.
Antes de 1640, salários reais dos trabalhadores da indústria e agricultura
caíram por mais da metade; no século seguinte à revolução, os salários mais que
duplicaram. Os que perderam o poder lamentavam pelo passado. Havia três visões
sobre o momento: (a) Whigs (Partido Liberal): interesse da burguesia é o
interesse do povo; (b) Tories: defendem o feudalismo ao defender que as
revoluções nunca beneficiam mais do que uma clique restrita (versão antiga de
que toda política é jogo sujo); (c) Terceira via: em evidência dos dois lados,
de que o conflito visava decidir qual das duas religiões, Anglicanismo ou
Puritanismo, deveria ser dominante na Inglaterra. Essa visão pretende levar-nos
a lamentar e interpretar mal os homens do século XVII e congratularmo-nos por
sermos muito mais sensíveis atualmente. A Igreja Medieval ganhara até o século
XVII o papel de guia de todos os movimentos humanos, desde a educação das
crianças até a informação dos adultos e sua orientação econômica. Disso se
aproveitava o governo, que orientava as pregações a seu favor. A Igreja
defendia a ordem vigente e era natural que o discurso religioso dominasse os
conflitos sociais. Por detrás do pároco havia o nobre rural.
Fundo Econômico da Revolução Inglesa
No princípio do século XVII, a Inglaterra era um país agrícola. A massa
populacional vivia no campo, produzindo víveres ou lã. Da produção para o auto-sustento,
essas comunidades começaram a passar por mudanças entre os séculos XV e XVII,
passando a vender seus alimentos e lãs para mais longe. Os bem são destinados a
um mercado nacional. A expansão do comércio ultra-marino, a partir do
descobrimento da América em 1492, fez que algumas áreas deixassem de ser
auto-suficientes, passando a ser abastecidas de lãs para seus teares. São os
primórdios da divisão do trabalho especializado, principalmente no Sul da
Inglaterra. A chegada da prata estabelece novas relações no trabalho, com
remuneração monetária. Os alimentos sobem três vezes e os têxteis 150%. É o
correspondente de nossa inflação, que enriquece os ricos e empobrece os pobres.
A Reforma Protestante confisca mosteiros e terras do clero, libertando a
Inglaterra do poder estrangeiro da Igreja Católica. A terra adquire novo valor,
vira mercadoria, e o capital das cidades é investido no campo pelos
agricultores capitalistas. A terra na Idade Média até o século XVII servia para
subsistência, mas vira fonte de ganhar dinheiro, nas mãos dos senhores feudais,
que começam a cercar o que era comum a todos e a impor pesados custos sobre a
classe camponesa. Uma nova moralidade é criada para sustentar a nova ordem,
segundo a qual "Deus ajuda aqueles que se ajudam a si mesmos". O
dinheiro ultraja o homem. Os donos de terras controlam o poder político local e
expulsam os aforeiros impossibilitados de pagar as novas rendas pedidas. Uma
nobreza se estabelece para três séculos de poder, enquanto uma casta de sangue
azul toma as terras, principalmente a Corte e os bispos, que a usam
especulativamente. A revolta dos camponeses é crescente, mas eles são vencidos
seguidamente. São açoitados, marcados a ferro, chicoteados, transformados
"por lei" em criminosos voluntários, depois de expulsos da terra,
constituindo-se numa mão-de-obra barata para a agricultura e a indústria. Os
agricultores capitalistas juntam-se à burguesia urbna para criar as condições
para a expansão do Capitalismo. Um grupo de camponeses que viviam como cultivadores
semi-independentes, alia-se temporariamente às forças burguesas dominantes, em
oposição à Coroa, até descobrir os verdadeiros objetivos de seus aliados e
lançar-se na luta com outros radicais, esquerdizando a revolução. Estavam,
porém, condenados à derrota por representarem objetivos sociais em certa medida
pré-capitalistas, portanto, reacionários. A indústria amplia-se com a produção
de carvão na Inglaterra, incentivando outras indústrias, como ferro, estanho,
vidro, sabões, construção naval. Isso leva à expansão comercial, orientando-se
para países muito mais distantes, em busca de mercados, na Rússia, Turquia,
Índias Ocidentais e Orientais. É o início da colonização inglesa, num desafio
ao Império Colonial da Espanha. Este novo desenvolvimento econômico deu origem
a novos conflitos de classe. O desenvolvimento industrial é financiado pelo
capital, direto ou indireto, de mercadores, traficantes de escravos e piratas,
cujas fortunas tinham sido acumuladas no ultramar, e pela pequena nobreza, que fizera
fortuna com a pilhagem de mosteiros e a nova agricultura, além do dinheiro
proveniente das economias dos pequenos proprietários rurais e artesãos. A usura
dos patrões empobrece os trabalhadores, a indústria transborda dos burgos para
os subúrbios e cidades onde não havia corporações e para a zona rural, onde a
produção não sofria interferências nem estava sujeita a regulamentos. A classe
camponesa, arruinada e expropriada, é uma mão-de-obra barata. A maior procura
de alimentos destinados às nova cidades, áreas urbanas e terras para produção
de lã para a indústria têxtil em expansão, na procura de minerais, impulsionas
as transformações agrárias.
Fundo Político da Revolução Inglesa
a. A monarquia Tudor
A monarquia zelava pelos interesses das classes dominantes, oscilando entre a
burguesia e a pequena nobreza progressiva de um lado, e os senhores feudais por
outro. Eram os mercadores que queriam união, ordem e segurança, através de
leis, pesos e medidas uniformes. Ordem que deveria se personificar no rei e
segurança a ser feita pela pequena nobreza rural, através dos juízes de paz.
Henrique VIII faz a Reforma e transfere os bens que eram da Igreja para a
Coroa. Esses domínios monásticos são vendidos. Devido aos interesses comuns na
luta contra a Espanha Católica, a Casa Tudor mantinha no Parlamento uma aliança
estratégica com a pequena nobreza e a burguesia, mas a situação social se
complicada, com a cristalização das linhas de divisão de classes,
principalmente sob Jaime I e Carlos I.
Os Stuarts aumentaram os problemas.
O privilégio parlamentar era muito limitado e a Câmara dos Comuns representava
exclusivamente a classe terratenente e os comerciantes, enquanto a Câmara dos
Lordes continuava a ser a câmara mais importante, até que os Comuns passaram à
iniciativa no reinado de Jaime I. As políticas reais complicaram a situação: os
impostos alfandegários mais pesados, empréstimos forçados, novas taxas,
conduziram a uma violenta disputa com o Parlamento; toda a população ligada aos
negócios sentiu-se ultrajada quando a Coroa criou monopólios na tentativa de
controlar determinadas indústrias e obter rendimentos ilícitos; Na busca da
independência, os Stuarts ainda tentariam restaurar e aumentar os rendimentos
provenientes de impostos feudais. A própria nobreza, a fim de manter a sua
posição, acabou por depender cada vez mais do controle da Coroa sobre a vida
econômica. Pretendia a proteção da coroa para os seus filhos mais novos, que
não possuíam terras, e a quem a concorrência burguesa afastava das suas ocupações;
exigia privilégios e monopólios que lhe proporcionariam rendas provenientes dos
lucros do Capitalismo em expansão. Na seqüência da dissolução dos mosteiros, os
restantes bens da Igreja foram alvo da cobiça de um setor da pequena nobreza; e
só a utilidade dos bispos para a própria Coroa protegeu a Igreja do saque
ulterior. Um grupo de comerciantes londrinos conspirava no interior, fazendo
conferências nas "partes estéreis" do país, atraindo a ira do
Arcebispo de Carlos I, Laud. Estavam em conflito dois sistemas sociais e as
respectivas ideologias: o Presbiterianismo estava nascendo, com o propósito de
instituir uma Igreja organizada de tal modo que estivesse apta a difundir por
toda a sociedade as formas de pensamento políticas e econômicas da classe mercantil.
Era o Puritanismo, dando ênfase sobre a frugalidade e a sobriedade, o trabalho
duro para o qual Deus tinha chamado o homem; sobre o trabalho sem tréguas,
fosse qual fosse a vocação, comerciante ou artesão, que cada qual tivesse, mas
sem a fruição extravagante dos frutos desse trabalho, e com a constante
preocupação do dever, em detrimento do prazer "mundano". Os ricos
eram para acumular capital, os pobres para se ocuparem de suas tarefas - como
dever divino e sempre sob o olhar do "grande Senhor das Tarefas". A
oposição Puritana olhava para Carlos I como um retorno ao Papismo. Assim, a
luta pelo controle da Igreja era importante: quem controlasse a sua doutrina e
organização estava em posição de definir a natureza da sociedade.
b. A resistência aos Stuarts
A luta política foi travada no Parlamento durante os primeiros anos do século.
Desde a guerra contra o poder reacionário da Espanha e a derrota da Armada, o
Protestantismo e o patriotismo ingleses estavam estreitamente ligados. Jaime I
ultrajou-os a ambos quando, temendo as tendências revolucionárias do
Protestantismo extremista na Inglaterra e no estrangeiro, se aproximou da
Espanha católica, que avançou por todo o Continente. O negócio dos transportes
passou para a Holanda e os tecidos ingleses foram desviados dos mercados
alemães. Jaime I abdicou em 1621 e foi sucedido por Carlos I em 1625, que
aumentou a crise política utilizando empréstimos forçados, apoiando-se nas
prisões arbitrárias dos que se recusavam a pagar. Em 1629, dissolveu o Parlamento.
A situação já era revolucionária, mas Carlos I conseguiu contê-la por longos 11
anos. Restabeleceram-se os tributos feudais, criaram-se taxas como a marítima,
afetando diretamente as cidades e a pequena nobreza. O monopólio dos sabões
dificultava a indústria de lã, o do sal atingia a salga do peixe, todas as
indústrias ressentiram-se da subida do carvão devido à aliança da Coroa com um
círculo de exportadores. Havia monopólios e, conseqüente alta de preços, de
manteiga, arenques, sal, cerveja, sabão e muito mais. Durante esses 11 anos, a
oposição não apenas se organizava como se ampliava. Em 1637, surgiu a primeira
revolta, com a recusa de John Hampden de pagar a taxa marítima. Dois anos
depois, um exército da Escócia invadiu a Inglaterra e, sem apoio, Carlos I foi
obrigado a negociar. Na crise econômica de 1640, o rei estava pobre. Mesmo
assim, tentou reagir: ultrajou os círculos comerciais apoderando-se do ouro
depositado na Torre de Londres e propondo a depreciação da moeda e três semanas
depois dissolveu o Parlamento, mas teve que se render pouco depois ao Long
Parliament, que se reuniu em novembro de 1640. A maior parte das classes estava
unida contra a Coroa. A maior parte dos mercadores, artesãos e aprendizes davam
um apoio ativo ao partido mais evoluído no Parlamento, fazendo-o avançar pela
via revolucionária. A grande burguesia estava receosa, sentindo a necessidade
de uma espécie de instituição monárquica que viesse a controlar a impetuosidade
dos sentimentos populares. Muitos dos parlamentares falavam como se pensassem
que a parte mais importante da sua luta era o combate ideológico do Puritanismo
contra o Anglicanismo mal destrinçável do Catolicismo. Tratava-se de uma
questão de poder político. A burguesia havia rejeitado Carlos I não porque ele
fosse um homem ruim, mas por representar um sistema social obsoleto: seu
governo procurava perpetuar uma ordem social feudal, quando havia condições
para o livre desenvolvimento capitalista. Os parlamentares acreditavam que
travavam a batalha de Deus.
A Revolução
De um lado, os Cabeças Redondas dos puritanos, do Parlamento, do outro os
Cavaleiros da força real. Estava iniciada a guerra. O talento de Oliver
Cromwell fez a diferença, valorizando o talento em seu exército: "Prefiro
ter um capitão simples e rude, que saiba por que luta e ame aquilo que sabe, do
que um daqueles a quem chamais gentil-homem e que não passa disso".
Cromwell teve que lutar contra alguns dos seus oficiais superiores que se
recusavam a adotar o método democrático de recrutamento e organização de que
ele mostrara as vantagens. Internamente, teve que assistir à divisão entre os
Presbiterianos, os grandes proprietários de terra, menos preocupados em ganhar
a guerra absolutamente do que com um compromisso, e os Independentes, formados
pela pequena nobreza progressiva, os pequenos proprietários rurais, a burguesia
livre-cambista, apoiados pelas massas dos pequenos camponeses e artesãos. As
dificuldades da burguesia eram que precisava do povo, mas o temia, pretendendo
manter a monarquia como um controle da democracia - contanto que Carlos I
atuasse como eles desejavam e Carlos II veio, grosso modo, a atuar. À
desorganização e falta de disciplina do Exército Real contrapunha-se a
disciplina e determinação dos homens de Cromwell. Disciplina, unidade e
consciência política. Terminada a guerra, em 1645, aconteceu o que se temia: os
Presbiterianos começaram a negociar com o rei no cativeiro, planejando
livrar-se do exército vitorioso, não fizeram as reformas sociais, não
indenizaram ninguém pelos atos de guerra. Os soldados rasos se agitaram e se
organizaram nos Levellers. O exército e o Parlamento, agora, coexistiam como
poderes rivais. Os Levellers queriam uma República, a extensão dos direitos
parlamentares e o direito de voto para todos os homens. Depois de fugir da
prisão e retomar a guerra, o rei foi de novo preso, julgado sumariamente e
executado em 30 de janeiro de 1649, como "inimigo público do bom povo
desta nação", e a monarquia foi declarada desnecessária, opressiva e perigosa
para a liberdade, segurança e interesse público do povo e foi abolida. Em 19 de
maio foi proclamada a República. Mas a situação não se mudara: no século XVII,
se alguns dos pequenos proprietários rurais e dos artesão mais ricos
prosperavam e abriam caminho em direção à burguesia e à pequena nobreza, muitos
mais havia que eram empurrados para o status de trabalhadores agrícolas
destituídos de terras. Surgiram cercamentos de terras, faltava ideal e
homogeneidade aos Levellers, que se degeneraram, alguns seguindo o carreirismo
ou o terrorismo, muitas vezes a serviço dos realistas, outros desviando-se para
grupos religiosos radicais, como os Quakers e os Anabatistas. O movimento dos
Digger constituiu o máximo em que a revolução burguesa inglesa representou os
interesses dos que não possuíam bens. Consistiu numa tentativa de proceder por
meio de ação direta a uma forma de comunismo agrário, tentativa essa realizada
por membros do proletariado rural expropriado, que argumentavam que os grandes
senhores tenham sido tão derrotados quanto o rei, que a vitória do povo tinha
liberto o solo da Inglaterra, que lhes cabia agora cultivar. Gerrard Winstanley
foi o mentor da economia da época e escreveu: "O homem mais pobre da
Inglaterra tem tanto direito à terra quanto o mais rico". Mas o ideal
comunista dele foi, em certa medida, retrógrado, porque surgia da comunidade de
aldeia que o Capitalismo estava em vias de desintegrar. Os 11 anos seguintes à
revolta dos Levellers foram agitados, marcados por metas traídas, instalação de
ditadura militar com a dissolução do Parlamento por Cronwell, que acabou
aceitando uma Nova Constituição antes de morrer em 1658 e ser substituído por
seu filho Richard, que não tinha a mesma influência sobre o Exército. Com a
aprovação e o apoio financeiro da pequena nobreza escocesa, Monck saiu da
Escócia com seu exército depurado e disciplinado e declarou-se a favor de um
Parlamento livre, eleito com base no antigo direito de voto, o qual a burguesia
e a pequena nobreza se apressaram em aprovar. Em maio de 1660, esse Parlamento
convocou Carlos II. A Restauração, entretanto, não foi a restauração do antigo
regime, tornando evidente, não a fraqueza da burguesia e da pequena nobreza,
mas sua força. Carlos II pretendia-se detentor do direito divino de reinar, mas
não recuperou a posição do pai. Foi denominado rei pela graça de Deus, mas foi
realmente rei pela graça dos mercadores e nobres rurais, e ele mesmo reconheceu
isso. Os bispos também voltaram ao país junto com o rei, mas a Igreja da
Inglaterra deixou de ser um poderoso órgão de governo à disposição do rei para
limitar-se a ser a mais rica das muitas organizações religiosas rivais. No
século XVIII o rei mantinha a influência, mas via-se privado de qualquer poder
independente. Os anos que decorrem entre 1660 e 1688 constituem um período de
austeridade, sendo a riqueza acumulada para financiar políticas imperialistas
grandiosas, que o Protetorado empreendera e não fora capaz de levar a cabo. Nos
finais do século estas eram retomadas sob o controle absoluto de um Parlamento
que representava os interesses ligados às terras e ao dinheiro, unidos
fundamentalmente pela semelhanças dos meios de produção de riqueza. Do mesmo
modo, a tecnologia beneficiava extraordinariamente com a liberalização da
ciência e o estímulo dado pela Revolução ao livre pensamento e à
experimentação. A liberdade de especulação intelectual na Inglaterra de finais
do século XVII e do século XVIII influenciou extraordinariamente as idéias da
Revolução Francesa de 1789. Jaime II foi deposto em 1688 quando tentou um
retorno à monarquia absolutista. O período de 1640 a 1660 viu a destruição de
um tipo de Estado e a introdução de uma nova estrutura política dentro da qual
o capitalismo podia desenvolver-se livremente.