3.1 Fracasso Escolar

A discussão sobre o fracasso escolar é antiga, mas, muito importante, pois, é discutindo, estudando e pesquisando, que podemos criar novas teorias que possam substituir as que não valem mais em nossos dias. Sem procurar culpados devemos nos unir em prol de melhorias na aprendizagem escolar, o que abolirá de vez o tão discutido fracasso escolar.

Uma grande inquietação vem insistindo em indagar aos professores e aos representantes dos órgãos responsáveis pela educação do nosso País, com relação ao fracasso escolar na aprendizagem, procurando suas causas, e de quem é a responsabilidade deste problema, e procurando buscar soluções.

Segundo Dorneles (1999), A causa do fracasso escolar não é única, nem é só referente ao professor, nem aos métodos de ensino, nem a escola e nem ao Sistema.

E não pensar que o fracasso escolar é causado por um único fator, quando sabemos que a maioria dos nossos alunos são de famílias carentes de recursos econômicos e que na escola o aluno não encontra um ambiente efetivo de amizade e, de carinho, para que possa ver na escola, sua segunda casa, o que lhe proporcionaria melhores resultados na aprendizagem, por não se sentirem excluídos ou niglegenciados.

O aluno de classe média, desde pequenos é familiarizado com equipamentos que ajudam em seu desenvolvimento cognitivo e social, influenciando na aprendizagem; jogos educativos, calculadoras, computadores, vídeos-game, entre outros; enquanto a criança de classe menos favorecidas, por não disporem destes equipamentos em casa, verem na escola este espaço de socialização e aprendizado, quando na maioria das vezes tem suas expectativas frustradas, por a escola não ser o que eles tantos esperavam e sonhavam, pois, além do mais, a própria escola ainda rotula as crianças como aluno que não aprende que não quer nada, parecendo que ali não é um ambiente de educação para todos e sim um ambiente para alunos ideais, o que não existe na educação. Todos os alunos, sem exceção, são ideais para aprender, independente de qualquer que seja a situação, com atitudes deste tipo, a escola faz o aluno pensar que ali não é um espaço para ele, se sentindo num espaço que não lhe dar gosto ou prazer.

Perrenoud (2000), diz que é a própria organização escolar do trabalho pedagógico que gera o fracasso escolar, isto significa que o aluno encontra na escola um ambiente bem de diferente do que esperava, por este motivo, acaba sendo reprovado ou se evadindo.

A situação econômica das famílias do educando, também tem sua participação negativa no fracasso escolar, muitos alunos começam a trabalhar cedo pra ajudar aos pais no sustento da família, quando deviam ter como atividade principal, apenas os estudos, nesta situação, o aluno chega a escola, com a mente cansada, com sono por ter acordado cedo, e totalmente desestimulado, isto acontece pela falta de condições financeiras dos pais de sustentarem e educarem seus filhos, para o aluno, a escola se torna algo supérfluo, uma segunda opção, algo que não desperta seu interesse e nem seu prazer.

Entendemos que uma boa formação dos professores é indispensável na educação, para melhorar o rendimento na aprendizagem e que as Universidades ofereçam cursos de boa qualidade, também se faz necessário; pois, sabemos também que não existem caminhos certos, mas, podemos melhorar nossa postura como educador, nos adequando ao novo, mesmo nas situações mais conflituosas e que devemos refletir sobre os erros, e juntos sem culpar ninguém, devemos buscar no seio da escola e da sociedade, ações que tornem o ensino acessível a todos. Pois, muitas crianças já vêm de uma realidade fora da sala conturbada, e quando se depara com disciplinas que não as ajudam a interagir elas se recusam a aprender e muitos saem da escola e chegam as séries do ensino fundamental sem saber os requisitos propriamente básicos, saber ler um texto e interpretar, escrever.



Desde o início da década de 80, o ensino de Língua Portuguesa na escola tem sido o centro da discussão acerca da necessidade de melhorar a qualidade da educação no País. No ensino fundamental, o eixo da discussão, no que se refere ao fracasso escolar, tem sido a questão da leitura e da escrita. Sabe-se que os índices brasileiros de repetência nas séries iniciais ? inaceitáveis mesmo em países muito mais pobres ? estão diretamente ligados à dificuldade que a escola tem de ensinar a ler e a escrever. Essa dificuldade expressa-se com clareza nos dois gargalos em que se concentra a maior parte da repetência: no fim da primeira série (ou mesmo das duas primeiras) e na quinta série. No primeiro, por dificuldade em alfabetizar; no segundo, por não conseguir garantir o uso eficaz da linguagem, condição para que os alunos possam continuar a progredir até, pelo menos, o fim da oitava série. (PCN´s,1997,p,20)



Para muitas escolas as dificuldades de aprendizagem e conseqüentemente a repetência se dá muito no ensino de português. Onde muitos educadores reclamam muito que as crianças estão chegando a 4ª série do ensino fundamental sem ler e escrever. E que daí acaba gerando a invasão escolar o índice de reprovação gerando o fracasso escolar, um dos itens discutidos por autores deste fracasso.

Essas evidências de fracasso escolar apontam a necessidade da reestruturação do ensino de Língua Portuguesa, com o objetivo de encontrar formas de garantir, de fato, a aprendizagem da leitura e da escrita. (PCN´s, 1997, p,20)


Ensinar a crianças a ler, a escrever e a se expressar de maneira competente na língua portuguesa é um dos grandes desafios dos professores das quatro séries do ensino fundamental. Segundo os PCN´s , os alunos devem concluir a 4ª série do ensino fundamental dominando a linguagem de maneira eficaz. Entretanto, devem ser capazes de produzir e interpretar textos, escrever um recado, ler bulas de remédio, também para a participação no mundo letrado, entender o que é dito em um jornal e na televisão. Acredita-se que a dificuldade da escola em iniciar a criança no mundo das letras está na raiz da evasão e da repetência.


3.2 Leitura e o ensino de português


Segundo Cagliari (1990), a leitura é ainda uma fonte de prazer, de satisfação pessoal, de conquista de realização, que serve de grande estímulo e motivação para que a criança goste da escola e de estudar. A maneira como a escola costuma introduzir os alunos na leitura, através do bê-á-bá, isto é, através das famílias silábicas, pode acarretar problemas sérios para a formação do leitor. Para ler não ler é preciso que a criança conheça todas as palavras do texto. Deixá-la, levando-a a refletir sobre as estratégias de leitura e conteúdo do texto, é fundamental. Se resolver todos os problemas de antemão, não se está ensinando a criança, mas exigindo dela apenas o que já sabe.

A leitura deve variar de acordo com o texto. Cada leitura é uma leitura. Na escola, a leitura serve não só para se aprender a ler, como para aprender outras coisas, lendo. Serve ainda para ensinar e treinar a pronúncia dos alunos no dialeto-padrão e em outros. A leitura é uma maneira de se aprender o que escrever e qual a forma ortográfica das palavras.

Ler assume-se a produção de sentidos, é relegado para um estágio posterior, onde as crianças já tenham aprendido a relação soletração do som. Dessa maneira, há uma excessiva preocupação com a decodificação mecânica da linguagem escrita, com a perda quase total significado no processo de aprendizagem. A leitura e escrita são tratada como mera aquisição da técnica de ler escrever, com ênfase no componente grafo fônico da língua, como fim em se mesma, circunscritas às quatros paredes da sala de aula.

Um exemplo: nas aulas de Língua Portuguesa, não se ensina a trabalhar com textos expositivos como os das áreas de História, Geografia e Ciências Naturais; e nessas aulas também não, pois considera-se que trabalhar com textos é uma atividade específica da área de Língua Portuguesa. Em conseqüência, o aluno não se torna capaz de utilizar textos cuja finalidade seja compreender um conceito, apresentar uma informação nova, descrever um problema, comparar diferentes pontos de vista, argumentar a favor ou contra uma determinada hipótese ou teoria. E essa capacidade, que permite o acesso à informação escrita com autonomia, é condição para o bom aprendizado, pois dela depende a possibilidade de aprender os diferentes conteúdos. Por isso, todas as disciplinas têm a responsabilidade de ensinar a utilizar os textos de que fazem uso, mas é a de Língua Portuguesa que deve tomar para si o papel de fazê-lo de modo mais sistemático. (PCN´s, 1997,p, 26).


Diante do que foi dito logo acima percebe-se que a disciplina de português é um viés para todas as outras disciplinas. E que a disciplinas outras tem o direito de trabalhar com as questões de leitura de interpretação de texto. As crianças tem muitas dificuldades com leitura, textos e outros ensino mais de português.

Porem, ler, principalmente nos primeiros anos da escola, me parece uma atividade tão Importante quanto à produção espontânea de texto, ou talvez até mais importante. Conforme Cagliari (1990), no mundo em que vivemos é muito mais importante ler do que escrever, muitas pessoas alfabetizadas vivem praticamente sem escrever, mais não sem ler. Ainda mais, a muitos analfabetos de escrita que não são analfabetos de leitura, sobretudo pessoas que vivem na cidade precisão saber ler pelo menos placas de ônibus, números, nomes, etiquetas, documentos e etc.

3.3 Formação de professores

Conforme Pimentel (1993), a formação contínua do professor é um processo que tem sido comparada á atividade no curso de formação de professores,as alfabetizadoras se engajavam num processo de análise da prática que envolvia discutir no grupo uma aula observada e gravada de uma das participantes,a fim de realizar um exame crítico desse evento didático. Também esse foi um processo que não é fácil no início. O processo de análise independe,a partir de uma nova postura de trabalho deixou muito clara a necessidade de se promover esse tipo de reflexão, que tem sido descrita como a atividade de um professor-pesquisador. Como parte integrante de qualquer processo de formação.

Sobre essa questão, Nóvoa afirma que a formação de professores é decisiva para a mudança e que "nessa arena não se formam somente profissionais, produz-se uma profissão" (1992, p. 17). O professor deve ser formado na mudança e para a mudança, de forma que encontre um caminho para a autonomia profissional. Somos formados para a incerteza, pois diante de tantas mudanças não sabemos mais o que nos aguarda. E estas, não ocorrem apenas com o professorado, mas com o mundo e também no meio rural. Por isso o professor deve estar atendo a essas mudanças.
Diante da dificuldade de ser professor no mundo atual, não pela falta de oportunidade, mas por condições de trabalho, formação e salário, os saberes docentes torna-se importantes pontos de auxílio na prática pedagógica. Diante dessas dificuldades, o professor deve ter uma formação para reflexão-ação-reflexão, para de fato acontecer a mudança que se espera.
O professor deve estar atento as necessidades de trabalhar a alta estima dos alunos na hora das aulas, assim ele vai querer aprender de forma prazerosa. O professor de português deve estar atento as dificuldades dos alunos, pois uma má aprendizagem, a evasão escolar contribui no fracasso escolar.