O FEUDALISMO E A IGREJA

 

A história humana está repleta de relatos sobre sua desfragmentação. Eis que a ânsia da aglutinação de poder, seus líderes foram levados às derrotas pessoais e isto levou-os à coletiva. Homens vaidosos e desejosos de deixarem perpetuadas suas obras. Caso relatado na história, está na pessoa de Alexandre o Grande, que buscando sua glória pessoal, foi levado pelas intrigas internas do seu governo à dissolução do império após a sua morte. É buscar na história a conveniência da glória individual pela vaidade que permeia o caráter do indivíduo. Na história do mundo há inúmeros casos, quer pelos tempos antigos, das cruzadas, das fogueiras, e das suas inquisições, quer do tempo recente, quando alguns no papel de senhores sobre muitos, levaram à derrota seus próprios governos. Poderíamos citar inúmeros casos, o que não é o caso que se propõe a presente. Onde se situa a igreja nisto tudo, quando tendo o seu papel de levar o homem à liberdade, faz de seus participantes meros instrumentos de se atingir objetivos de seus senhores que ainda pensam estar nos tempos do feudalismo ? Instrumento de barganha de uma classe dentro dela, que faz da sua existência a forma e o meio de tirar proveito próprio? Como fica a sua mensagem? Sempre tive a firme compreensão que a igreja quer de agora, quer do tempo de Lutero, é de propriedade do Seu Senhor, e este é Divino, Celeste, Invisível, Soberano, Transcendente, eis que lá no passado, nos foi dito que é Emanuel, o Cristo e também, o Ômega, também nos foi dito que Ele se chama O Alfa. E assim o será pelos tempos vindouros. A mobilidade social que a igreja tem se esforçado que aconteça, está deixando a desejar, quando se percebe que a intenção pessoal está sobrepujando à sua mensagem coletiva. O Estado de Direito deixa de existir quando isto é intencionado. Como fica a Carta Magna que rege a vida social de todos os seus participantes, quer de liderados, quer dos seus líderes? E como fica a Outra Carta Magna Espiritual que dá sentido à sua razão de existir? De maneira alguma a igreja que vive na idade da cibernética, na idade da exploração dos cosmos, deva ser lavada às situações pelas quais viveram nossos antepassados. Impressionante quando a mensagem que a organização apregoa, não trás mais efeito pessoal, que dirá então quando o desejo é atingir o mundo. Cumprem-se assim as escrituras quando a Palavra de Deus predisse que no FINAL DOS TEMPOS os homens haveriam de ser amantes de si mesmos, vaidosos, jactanciosos, os quais haveriam de procurar os seus próprios deleites do que a Vontade de Deus. Um dia na história, um ser celeste procurou ser igual ao seu Senhor e fui a ruína de todos os que lhe deram ouvidos. Razão de estarem condenados perpetuamente. A igreja não pode de forma alguma procurar viver longe e fora do seu ideal, sob pena de como estrutura humana se desfragmentar. O rei Davi um dia mencionou que o zelo pela a Casa do seu Deus o consumia. Este zelo tem estado dentro dos corações daqueles que a dirigem e orientam, ou a orientação tem sido intencional e ambiciosa? Qual igreja, que nós deste tempo, deixaremos para os filhos de nossos filhos que Deus tem dado ao nosso cuidado e dedicação à sua Obra e Causa? Esta é a igreja que deva ser a da nossa preocupação, não de momentos, mas de transformação individual que dá causa à sua existência coletiva como estrutura humana e ao mesmo tempo mística, dado que ela só existe por firmes convicções de FÉ dos que ali congregam e a fazem existir. Onde o Seu Senhor ainda é O CRISTO, A CABEÇA e dos quais todos, simples partes de um todo chamado corpo, chamados para um grande propósito ocorrido entre Deus e o Filho, em que Este se propôs à uma Nova Aliança entre os céus e a terra. Desejar tirar proveito disso, beira ao suicídio espiritual. A desfragmentação espiritual. A sociedade atual não mais absorve desmandos feudais. O importante e necessário é saber se Deus aprova o que alguns tem desejado que lhes advenha da Sua Casa. Nossa sociedade e algumas de suas áreas, tem feito com que haja o desmoronamento de valores recebidos dos antepassados. Não façamos nós com que nossos sucessores venham nos mencionar como alguém que lhes deixaram um legado de inversões, tal qual aconteceu com a igreja do século III até sua grande reforma por Martinho Lutero ou como algumas de hoje na Europa, onde há os grandes templos, mas sem as pessoas que lhes façam sustentação. Temos nos esforçados em fazer com que as pessoas alheias à nossa fé, compreendam que somos diferentes em nossos conceitos, em nossos preceitos, em nossa maneira de observar e viver o que de perto nos rodeia. Há uma grande nuvem de testemunhas nos observando, e o que ela tem presenciado? Realmente é de se pensar. A Palavra de Deus que falou para os senhores feudais e a É para nos deste século, está escrito em Colossenses 2.18 Ninguém vos domine a seu bel-prazer, com pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão, e não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus. Quidera pudéssemos viver a simplicidade do evangelho e tivéssemos a real compreensão do desejo de Deus em sermos simplesmente seus PROCURADORES AQUI NA TERRA, seus ajudadores na grandiosidade que é PROCLAMAR a sua ALIANÇA, fato que um dia no céu, os anjos desejaram assim o fazer. Uma pergunta devamos fazer: SERÁ QUE OS ANJOS AINDA NÃO tem o mesmo desejo diante de Deus, pelo o que os homens tem feito do poder que DELA emana ? Valdir Carvalho – Cascavel-Pr, 21.02.2012