O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL
RESUMO


Uma população com elevada taxa de crescimento demográfico terá, um maior número de jovens e crianças. Por outro lado, países eu crescem pouco ou tem aumento negativo da população, apresentam maior números de idosos em sua população e todas essas diferenças refletirão na formação da população ativa, na esperança de vida e nas necessidades do mercado de trabalho. O conhecimento da distribuição dos habitantes por idade, sexo, população que trabalha dividida pelos setores econômicos, pode revelar dados importantes sobre a realidade socioeconômicos de um país.


Palavras ?Chaves: Envelhecimento; Saúde;Idosos


1. INTRODUÇÃO


Este trabalho tem como objetivo analisar o envelhecimento da população mundial e como esses idosos fazem para se adaptar e viver ativamente em uma sociedade cheias de problemas e preconceituosa.


2. ESTRUTURA DA POPULAÇÃO


O IBGE e o U.S Census Bureau consideram que o grupo de jovens inclui pessoas de 0 a 19 anos, os adultos estão na faixa etária dos 20 a 59anos e os idosos aparti dos 60 anos. A analise etária de uma população é importante pelas implicações que a predominância de uma ou outra faixa etária pode trazer vantagens ou preocupações para o planejamento econômico de um país. Até alguns anos atrás, podíamos afirmar que os países desenvolvidos possuíam elevada porcentagem de adultos e que os países subdesenvolvidos, como o Brasil eram nações de jovens. Hoje o perfil demográfico do mundo mudou, devido ao aumento de expectativas de vida e de diminuição da taxa de natalidade. Projeções da ONU indicam que o número de pessoas com mais de 60 anos no mundo triplicará passando 606 milhões em 2000 para 2 bilhões na metade do século XXI. O número de pessoas com mais de 80 anos, subira de 69 milhões para 379 milhões.
Desde de 1998, o documento de Estimativas de População Oficiais nas Nações Unidas usa projeções sobre grupos etários mais avançados dos 80,90 e 100anos. De acordo com a ONU, esses grupos representam hoje uma pequena parcela da população mundial, mas em contrapartida entre 1970 e 1998 aumentaram quase 60%. O outro fato destacado é que as mulheres deverão compor a maior parte dos idosos em virtude da maior longevidade feminina. Em 2002, havia cerca de 81 homens para cada 100 mulheres nas faixas acima de 60 anos e 53 homens para cada 100 mulheres acima dos 80 anos. Estima -se que em 2050, a população acima de 60 anos será bem maior que a de menos de 14 anos.


3. ASSEMBLEIA MUNDIAL DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE ENVELHECIMENTO


Em 2002, a ONU realizou em Madri a Assembléia Mundial das Nações Unidas sobre envelhecimento, onde o objetivo era determinar medidas para que o idoso seja visto positivamente e não como um encargo, o que resultou no plano internacional de ação para o envelhecimento. Na verdade os idosos não representam apenas problemas para a sociedade, de modo geral as pessoas estão vivendo mais e melhor, assim, os idosos podem contribuir em suas experiências assumindo papeis importantes no mercado de trabalho, pois muitos aposentados continuam em plena atividade de trabalho.

4. OS FATORES DETERMINANTES DO ENVELHECIMENTO ATIVO

A saúde e a qualidade de vida dos idosos, mais que em outros grupos etários, sofrem a influência de múltiplos fatores físicos, psicológicos, sociais e culturais. Assim, avaliar e promover a saúde do idoso significa considerar variáveis de distintos campos do saber, numa atuação interdisciplinar e multidimensional. O envelhecimento ativo depende de uma diversidade de fatores determinantes que envolvem indivíduos, famílias e paises. A compreensão das evidências que temos sobre esses fatores irá nos auxiliar a elaborar políticas e programas que obtenham êxito nessa área. Qualidade de vida na velhice é uma avaliação multimensional referenciada a critérios sócio normativos e intrapessoais, a respeito das relações atuais, passadas e prospectivas entre o individuo maduro ou idoso e o seu ambiente.
A qualidade de vida na velhice dependente de muitos elementos em interação constante ao longo da vida do individuo. Isto é, depende das condições físicas, ambiente, das condições oferecidas pela sociedade, relativas a renda, saúde, educação formal e informal: da existência de redes de relações de amizade e de parentesco, do grau de urbanização e das condições de trabalho; das condições biológicas propiciadas pela genética, pela maturação, pelo estilo de vida e pelo ambiente físico. A cultura é um fator determinante transversal dentro da estrutura para compreender o envelhecimento ativo. A cultura que abrange todas as pessoas e populações modela nossa forma de envelhecer, pois influencia todos os outros fatores determinantes do envelhecimento ativo. Os valores culturais e as tradições determinam muito como uma sociedade encara as pessoas idosas e o processo de envelhecimento. Quando as sociedades atribuem sintomas de doença ao processo de envelhecimento, ela tem menor probabilidade de oferecer serviços de prevenção, detecção precoce e tratamento apropriado. A cultura é um fator chave para que a convivência com as gerações mais novas na mesma residência seja ou não o estilo de vida preferido.
Para promover o envelhecimento ativo, os sistemas de saúde necessitam ter uma perspectiva de curso de vida que vise à promoção da saúde, prevenção de doenças e acesso eqüitativo a cuidado primário e de longo prazo de qualidade. Os serviços sociais e de saúde precisam ser integrados, coordenados e eficazes em termos de custos. Não pode haver discriminação de idade na provisão de serviços e os provedores destes devem tratar as pessoas de todas as idades com dignidade e respeito. A promoção da saúde é o processo que permite às pessoas controlar e melhorar sua saúde. A prevenção de doenças abrange a prevenção e o tratamento de enfermidades especialmente comuns aos indivíduos à medida que envelhecem, por exemplo: a vacinação de idosos contra gripe proporciona uma economia de 30 a 60 dólares em tratamento por cada dólar gasto em vacinas.
Os serviços de saúde mental, que desempenham um papel crucial no envelhecimento ativo, deveriam ser uma parte integral na assistência em longo prazo. Deve-se dar uma atenção especial aos subdiagnósticos de doença mental (especialmente depressão) e às taxas de suicídio entre idosos (OMS, 2001). Fatores psicológicos que são adquiridos ao longo do curso da vida têm uma grande influência no modo como as pessoas envelhecem. A auto-eficiência (a crença na capacidade de exercer controle sobre sua própria vida) está relacionada às escolhas pessoais de comportamento durante o processo de envelhecimento e à preparação para a aposentadoria. Saber superar adversidades determina o nível de adaptação a mudanças, como a aposentadoria, e a crises do processo de envelhecimento (privação e o surgimento de doenças). Homens e mulheres que se preparam para a velhice e se adaptam a mudanças fazem um melhor ajuste em sua vida depois de 60 anos. A maioria das pessoas ficam bem humorada à medida que envelhece e, em geral, os idosos não diferem muito dos jovens no que se refere capacidade de solucionar problemas.
O lazer é o conjunto de ocupações as quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se, e entreter-se, ou ainda, para sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou livre capacidade criadora após se livrar ou desembaraçar das obrigações profissionais, familiares e sociais, reunindo as três funções do lazer: descanso; divertimento, recreação e entretenimento; desenvolvimento pessoal. O bem-estar psicológico reflete na avaliação pessoal sobre as três áreas precedentes,da capacidade do individuo para adaptar-se às perdas e de sua capacidade de recuperar-se de eventos estressantes do curso de vida individual e social, tais como desemprego, doenças, desastres, motes em família, violência urbana, crises econômicas, guerras e da sua capacidade para assimilar informações positivas sobre si mesmo.

4.1 FATORES COMPORTAMENTAIS DETERMINANTES

Adoção de estilos de vida saudáveis e a participação ativa no cuidado da própria saúde são importantes em todos os estágios da vida. Um dos mitos do envelhecimento é que é tarde demais para se adotar esses estilos nos últimos anos de vida. Pelo contrário, o envolvimento em atividades físicas adequadas, alimentação saudável, a abstinência do fumo e do álcool, e fazer uso de medicamentos sabiamente podem prevenir doenças e o declínio funcional, aumentar a longevidade e a qualidade de vida do individuo.
A participação em atividades físicas regulares e moderadas pode retardar declínios funcionais, além de diminuir o aparecimento de doenças crônicas em idosos saudáveis e doentes crônicos. Por exemplo, uma atividade física regular e moderada reduz o risco de morte por problemas cardíacos em 20 a 25% em pessoas com doenças do coração diagnosticada (Merz & Forrester, 1997). Também pode reduzir substancialmente a gravidade de deficiências associadas à cardiopatia e outras doenças crônicas.
Os problemas de alimentação em todas as idades incluem tanto a desnutrição (mais freqüente, mas não exclusivamente, nos paises menos desenvolvidos) como o consumo excessivo de caloria. Nos idosos, a desnutrição pode ser causada pelo acesso limitado a alimentos, dificuldades sócio-econômicas, falta de informação e conhecimento sobre nutrição, escolhas erradas de alimento (alimentos ricos em gordura, por exemplo), doenças e uso de medicamentos, perda de dentes, isolamento social, deficiências cognitivas ou físicas que inibem a capacidade de comprar comida e prepará-la, situações de emergência e falta de atividade física.
A promoção da saúde oral e programas de prevenção de cáries, para estimular as pessoas a manterem seus dentes naturais, precisam começar ainda cedo e continuar ao longo da vida. Devido à dor e pior qualidade de vida associadas aos problemas de saúde oral são necessários serviços básicos de tratamento dental e também serviços especializados como os de prótese.

4.2 FATORES RELACIONADOS AO AMBIENTES FÍSICO E SOCIAL

Ambientes físicos adequados à idade podem representar a diferença entre a independência e a dependência para todos os indivíduos, mas especialmente para aqueles em processo de envelhecimento. Moradia e vizinhança seguras e apropriadas são essenciais para o bem estar do jovem e do idoso. Pra este, a localização, incluindo a proximidade de membros da família, serviços e transporte podem significar a diferença entre uma interação social positiva e o isolamento.
A queda de pessoas idosas é uma causa crescente de lesões, custos de tratamento e morte. Os obstáculos dos ambientes que aumentam os riscos de queda incluem pouca iluminação, pisos irregulares ou escorregadios e a falta de corrimão para apoio. Estas quedas ocorrem freqüentemente no ambiente da casa e podem ser evitadas. As conseqüências das lesões sofridas em uma idade mais avançada são mais graves do que entre pessoas mais jovens. Pra lesões da mesma gravidade, os idosos experimentam mais incapacidade, período de internação mais longo, extensos períodos de reabilitação, maior risco de dependência posterior e de morte. Pode-se prevenir a grande maioria das lesões; entretanto, a percepção tradicional de que sejam acidentes, resultou em uma negligencia histórica nessa área de saúde pública. Água limpa, ar limpo e acesso à alimentação segura são particularmente importantes para a maioria dos grupos populacionais vulneráveis, ou seja, crianças, idosos e aqueles com doença crônica e sistema imunológico comprometido.
O apoio social a oportunidades de educação, aprendizagem permanente, paz, proteção contra a violência e maus tratos são fatores essenciais do ambiente social que estimulam a saúde, participação e segurança, à medida que as pessoas envelhecem. Solidão, isolamento social, analfabetismo e falta de educação, maus-tratos e exposição a situações de conflito aumentam muito os riscos de deficiências e morte precoce.Violência e maus-tratos contra o idoso: Os idosos frágeis ou que vivam sozinhos podem se sentir particularmente vulneráveis a crimes como furto ou agressão. Uma forma bastante comum de violência (especialmente contra mulheres) é o abuso do idoso, cometido por membros da família ou acompanhantes formais bem conhecidos da vitima. Os maus-tratos contra idosos ocorrem em famílias de todos os níveis econômicos. Sua escalada aumenta com mais freqüência em sociedades que experimentam problemas econômicos e desorganização social quando a taxa de crime e exploração tende a crescer.
Educação e alfabetização: Os baixos níveis de instrução e o analfabetismo estão associados a maiores riscos de deficiência e morte durante o processo de envelhecimento, assim como os altos índices de desemprego. A educação em idade mais jovem, combinada com oportunidades de aprendizado permanente, pode ajudar as pessoas a desenvolverem as habilidades e a confiança que precisam para se adaptar e permanecer independentes à medida que envelhecem. Como os mais jovens, os cidadãos mais velhos necessitam de treinamento em novas tecnologias, especialmente na agricultura e comunicação eletrônica.
O aprendizado individual, mais prática e ajustes físicos (como o uso de caracteres impressos maiores) podem compensar a diminuição na acuidade visual, na audição e na memória de curto prazo. Os idosos podem e devem permanecer criativos e flexíveis, e o aprendizado entre gerações preenche a lacuna entre as diferenças de idade.

4.3 FATORES ECONÔMICOS DETERMINANTES

Três aspectos do ambiente econômico têm um efeito particularmente relevante sobre o envelhecimento ativo: a renda, o trabalho e a proteção social.
Renda: As políticas de envelhecimento ativo precisam se cruzar com projetos mais amplos para reduzir a pobreza em todas as idades. Os pobres de todas as idades apresentam um risco maior de doenças e deficiências e os idosos estão particularmente vulneráveis. Muitos idosos, especialmente as mulheres vivem sozinhos ou em áreas rurais sem renda certa ou suficiente. Estes fatores afetam seriamente seu acesso a alimentos nutritivos, moradia adequada e cuidados de saúde. Na verdade, alguns estudos demonstram que idosos com baixa renda têm uma chance de cerca de 30% de apresentar altos níveis funcionais se comparados àqueles que possuem uma renda alta.
Proteção social: Em todo o mundo, as famílias providenciam a maior parte do auxilio para idosos que precisam de ajuda. Contudo, à medida que as sociedades se desenvolvem e a tradição de convivência entre as gerações no mesmo ambiente começa a mudar, os paises são cada vez mais chamados a desenvolverem mecanismos que dêem proteção social a idosos incapazes de ganhar a vida e que estejam sozinhos e vulneráveis. Nos paises em desenvolvimento os idosos que precisam de assistência tendem a confiar na ajuda da família, em transferências de serviços informais e em economias pessoais. Há pouquíssimos programas de serviço social nesses locais e, em alguns casos, redistribui-se a renda para minorias da população menos carentes.
Trabalho: Em todo o mundo, se mais pessoas pudessem ter o quanto antes em sua vida, oportunidades de trabalho digno (com remuneração adequada, em ambientes apropriados, e protegidos contra riscos), iriam chegar à velhice ainda capazes de participar da foca de trabalho. Assim, toda a sociedade se beneficia. Em todas as partes do mundo, há um aumento do reconhecimento da necessidade de se apoiar à contribuição ativa e produtiva que idosos podem dar e fazem no trabalho formal, informal, nas atividades não-remuneradas em casa e em ocupações voluntárias

5. CONCLUSÃO

Envelhecer com boa qualidade de vida é possível. Esta foi à revelação mais importante e emocionante que este estudo mostrou. Apesar das inúmeras condições adversas do nosso país que influem diretamente na população de idosos. Aprendi que a qualidade de vida pode ser conseguida com muito pouco e que independente de recursos econômicos vastos, é possível ser feliz e que se pode desejar e conquistar a liberdade a cada dia.É uma questão de cidadania se sentir realizado valorizado e integrado à sociedade, e isso é importante ao longo de toda vida. Para tal, é de extrema importância, que independentemente de sua idade, o individuo mantenha projetos de vida para concretizar e que esta decisão seja respeitada.A saúde física, mental e emocional vai ser,conseqüência dessas realizações. Por outro lado, para se manter ativo, independente e saudável isso é com "qualidade de vida",e não apenas com "quantidade de anos", é importante desenvolver atitudes de autocuidado durante a nossa existência, garantindo uma velhice saudável, através de hábitos saudável.

7. BIBLIOGRAFIAS

DUARTE Yeda Aparecida de Oliveira, Atendimento Domiciliar Um Enfoque Gerontológico.São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte: Atheneu, 2000.p 244-252 FREITAS
Elizabete Viana de et al 2° ed Tratado de Geriatria e Gerontologia.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006 p 1386, 1398,1399.
KALACHE A. O envelhecimento da população mundial: Um desafio novo.REV Saúde Pública, 1996; 21-26 TEXTO Envelhecimento Ativo: Uma Política de saúde .
VERAS RP.Terceira idade: gestão contemporânea em saúde.Rio de Janeiro: UnATI Uerj; 2002.
MOREIRA, IGOR. O espaço geográfico: Geografia geral e do Brasil.São Paulo: ed. Atica, 1999.