O ensino público brasileiro,  formalmente chamado de EDUCAÇÃO, carece urgentemente de ser analisado como política pública de desenvolvimento e não como política pública partidária.

Temos ouvido muita discussão sobre quanto é “gasto” (o termo “investido” poderia ser mais adequado aos puristas mas, neste caso é “gasto” mesmo) em faculdades públicas, em materiais pedagógico como o PNLD -Programa Nacional do Livro Didático, mas, pouco, ou quase nada, discutimos, como sociedade organizada, à respeito da inserção da criança, como ser social, num futuro próximo, ser CIDADÃO, ou seja, exercendo a plena cidadania.

De discernir entre o certo e o errado. Entre o BEM e o MAL.  Aquilo que lhe é de direito e aquilo que lhe é de dever.
 É nesta fase da vida, na qual construímos nosso caráter, que  aprendemos a ser éticos  e  que nos sejam impostos os limites morais de uma sociedade. E, basicamente, é nesta fase que todo o futuro, não só do indivíduo,  mas também e principalmente da nação,  é definido.

Professoras ensinam a devolver o que se pega, de se responsabilizar pelo que se faz, ensinando a não jogar lixo na rua, de se respeitar o que é de todos, de aprender que seu marido-esposa é um parceiro de  caminhada  e  não, repito, NÃO É SUA PROPRIEDADE,  de fazer o certo  só pelo certo.

A isto se chama PRINCÍPIOS.  E, princípios não, ou muito raramente, podem ser alterados posteriormente. Se forem alterados é porque não foram suficientemente arraigados n’alma!

O magistério público, atualmente, é uma das carreiras menos atraentes, e está se tornado cada vez mais raro atrair bons profissionais em função da baixa remuneração inicial, da falta de perspectiva na carreira, das dificuldade em se ter materiais de apoio para trabalhar, além de hoje existir uma animosidade e total falta de respeito por parte dos alunos. Temos assim um quadro completo de motivos para que não se queira ingressar na profissão.

No entanto o que salva ainda existirem  pessoas, ainda que poucas e raras, é o amor pela profissão, um amor intenso e verdadeiro que se traz na alma, como um verdadeiro dom.

O dom de ensinar de querer transmitir o conhecimento adquirido, de tirar das pessoas o véu da ignorância, de fazer com que todos percebam a partir do conhecimento o mundo a sua volta. O querer ensinar e dar apoio a uma criança que inicia a vida mostrando-lhe o quão maravilhoso e interessante é o mundo e o que ele tem a nos oferecer desde que saibamos discernir e opinar por nós mesmo, sem sermos manipulados ao bel prazer de terceiros, aos quais é totalmente conveniente  que o povo de modo geral e os indivíduos particularmente, continuarem na ignorância e no desconhecimento de seus verdadeiros direitos e deveres. O direito à dignidade, ao saber,  de ser capaz de tomar por si, as próprias decisões, sem influências ou em trocas de barganhas desmedidas.

E a única forma de mudar uma realidade de um país e de uma nação é através do conhecimento.
É incentivando e fazendo acontecer todo tipo de aprendizado, estimulando o saber, o aprender,  a cultura de forma  geral, que podem ocorrer através da mais simples leituras  até um passeio e visitação a lugares, praças, a hortas e pomares.
Mas para tudo isso é necessário a palavra de ordem VONTADE. De querer fazer, ter iniciativa, se cada cidadão der sua contribuição de alguma forma, não ficando só na espera da boa vontade política, o que não quer dizer que não devamos cobrar dos poderes competentes o que lhes é obrigação.  Mas com a iniciativa e vontade de todos é possível fazer um país melhor, mais digno e de cidadãos e indivíduos  capazes, competentes, de opinião própria, independentes,  responsáveis. Conscientes de suas atitudes e ações.

Somente através do conhecimento se adquire a tão almejada liberdade que Paulo Freire tanto pregou.

É preciso que acordemos enquanto ainda há tempo, pois falta muito pouco para que o futuro de nossas crianças, logo da nação, estar comprometido até a medula e entrar em total falência na área da educação básica formal.

Reflitamos e  vejamos se estamos contribuindo para essa transformação ou se estamos esperando que as mudanças ocorram aguardando de braços cruzados que a boa vontade política avance com alguma atitude ou ação de transformação deste cenário tão caótico.

Você, dentro do seu conhecimento, colabora de que forma para que estas mudanças sejam implantadas?

Só paga seus impostos ou, além disto, COBRA que o direitos, seus e de outros, sejam respeitados, assim como cumpre, e faz cumprir, seus deveres?

Pense nisto e teremos, talvez, uma Nação digna.