Quando a criança está no ensino fundamental I, acostuma-se com poucos professores: um para ensinar as disciplinas gerais como português, matemática, história e geografia, um para educação física e um para arte. A criança nessa fase da vida escolar aprende os conteúdos com facilidade, pois acostuma com o jeito desses professores e ainda possuem a vantagem de ter uma professora, ou professor que convive diariamente com eles moldando cada aluno de acordo com seu modo de trabalho.
Quando a criança passa para o ensino fundamental II ela se choca com nove professores e modos de trabalho diferentes, uns permitem usar caderno de brochura, outros preferem cadernos com espirais universitários, outro não se importa com o caderno, pode até usar fichário, outro é contra a troca de canetas na hora de fazer as tarefas, algum deles até elogia o colorido do caderno, enfim passam a conviver diretamente com as diferenças.
Esse choque de convívio faz com que no primeiro semestre os alunos apresentem queda significativa no rendimento escolar e as notas, que antes variavam entre as mais altas passam a ser medianas, ou até mesmo baixas. Isso é comum e todos os professores estão perfeitamente cientes dessa fase de adaptação. É a hora da família ajudar em casa com a organização, mas também a hora de ensinar a criança a arrumar seu material sozinho, de a mãe estipular hora para estudar e hora para brincar, e cobrar em casa responsabilidade, pois eles já estão com maturidade para isso. Paciência se pede aos pais, pois essa fase passa logo, visto que se observa que no 3º bimestre as crianças da 5ª série/6º ano começam a se organizar melhor, e recupera suas notas.
Na 6ª série/7º ano eles já se adaptaram bem com a quantia de professores e disciplinas e conseguem administrar muito bem seus estudos, salvos aqueles que já demonstram precisar de acompanhamento psicopedagógico.
Na 7ª série/8º ano acontece algo bastante curioso: os hormônios deixam os recém adolescentes bem desorganizados, desinteressados e sem vontade de estudar. É comum com todos eles passarem por essa fase e a família deve se aproximar ainda mais a seus filhos, pois é a época em que eles começam a experimentar sensações e desejos que se mal orientados perturbam ainda mais as idéias do jovenzinho. Eles não fazem as lições porque não vêem interesse nisso. Não conseguem ter motivo para os estudos, pois não processam a idéia do futuro estar ligado aos estudos. Pensam muito em namoricos, se apaixonam "perdidamente" com intensa sensação, e elegem fatos particulares como os mais importantes da vida, deixando os estudos em último plano. Porém, os conteúdos de 7ª série/8º ano são os mais difíceis e exigem maior dedicação. Como o aluno não tem interesse, as notas caem significativamente e passam o ano letivo com muito descaso. Isso preocupa a equipe escolar, pois muitos jovens carregam esse comportamento, como se fosse um vício adquirido para a 8ª série/9º ano e então, mesmo quando querem retomar os estudos sentem a defasagem causada por um ano de brincadeiras.
Os pais devem estar bastante atentos à essas fases, pois sem a devida orientação, eles podem se perder em vícios de comportamento, rebeldia, amizades negativas, enfim, trazer mais problemas aos responsáveis.
Mamães e papais que trabalham em tempo integral precisam tirar algum momento de sua vida corrida para dar a devida atenção a seus filhos, pois não importa a quantidade de tempo que se passa junto, mas o que se faz de útil no pouco que se aproveita desse tempo. Olhar os cadernos dos filhos, escrever bilhetes para os professores periodicamente, dar uma ligada para a coordenadora da escola e questionar como vai seu filho nos estudos por lá são ações importantes que devem ser tomadas.