O Ensino e a Aprendizagem de Filosofia no Ensino Médio Antonia Derivania Melo Sousa Resumo O objetivo do artigo é mostrar a realidade nas escolas visando externar as condições de ensino e aprendizagem da disciplina de filosofia no ensino médio, na tentativa de entender os obstáculos e desafios na prática, tendo como foco a necessária relação com o cotidiano escolar e com os discentes e docentes que ali atuam e a partir de algumas informações compreender os conflitos e contradições existentes. Tendo a consciência de que a presença da filosofia no currículo escolar contribui muito para a formação do sujeito. Palavras Chave: Ensino; Aprendizagem; Aluno; Professor; Filosofia. A natureza da Filosofia O artigo nos mostra que a natureza da filosofia levanta problemas relacionados à maneira como a disciplina é lecionada no ensino médio. Sabemos que tudo na vida parte de um princípio, e ensinar filosofia não é diferente e nem tão fácil, o ponto de partida para uma boa aprendizagem depende da capacidade do professor em dominar a disciplina e o interesse do aluno pela mesma. Um dos problemas é que as pessoas imaginam a filosofia como uma disciplina complexa, e não buscam conhecer por achar que não tem tanta importância. É uma das grandes desmotivações para o professor ver que a sua disciplina não tem “peso” em reprovação, não que seja o caso de reprovar, mas pela forma como é vista pelos alunos. A filosofia não é a única em que encontramos dificuldades, entretanto é através dela que refletimos sobre a verdade das coisas existentes, até mesmo das que não existem. Para isso é fundamental que o aluno se aproxime da disciplina, conheça sua história, também as diferentes ideias defendidas pelos filósofos, distinguir suas competências e o ponto de vista de cada um. Não podemos dizer que ensinar filosofia, é somente ensinar teorias, conceitos criados pelos filósofos, mesmo porque cada um tem os seus e muitas vezes eles se contradizem entre si, mas é importante saber a razão de cada filósofo pensar a sua teoria sendo a verdadeira. É importante ressaltar que todas as instituições de ensino já estão programadas a transmitir conhecimento com o interesse de obter resultados. Mas cabe a cada estudante compreender e dominar os elementos fundamentais de cada disciplina e saber aplicar em sua vida. Nesse sentido é que muitas pessoas se questionam sobre a utilidade da filosofia no ensino médio, é natural pensar assim quando não se conhece o seu verdadeiro sentido, sendo ela diferente também mostra resultados na vida de quem a estuda e pratica ao longo da vida. É um grande desafio ensinar filosofia nos dias atuais, principalmente para o nível médio, onde se faz necessário a todo instante a busca de outros meios fora e na própria filosofia que chame atenção do aluno que na maioria das vezes percebe-se o grande desinteresse pela busca do saber, sobretudo no campo filosófico. A facilidade e o imediatismo, estão fazendo com que os adolescentes deixem de lado a experiência do pensar e refletir sobre as situações inerentes ao contexto em que vivem, sobre questionamentos relacionados questões histórico-existencial ou a fatos contemporâneos, encontram tudo muito fácil, principalmente com o uso de recursos tecnológicos, deixando assim perceber-se que o mundo real aos poucos está sendo esquecido. Os adolescentes estão cada vez mais dependentes pelos meios de comunicação, e na sala de aula quando não é permitido percebe-se a inquietude deles para acessar internet, principalmente as redes sociais. E para os que não tem tanta maturidade, isso está afetando o processo de aprendizagem. Na área tecnológica a cada dia vai surgindo novidades atrativas, e o professor deve estar sempre atualizado, porque os jovens acostumados com o moderno não irão dar tanta importância a leituras e debates em todas as aulas, mesmo que a filosofia exija leitura e sendo uma forma mais tradicional, a utilização de outros meios como multimídia é mais uma opção que pode tornar a aula mais agradável e de fácil entendimento para o aluno, principalmente para aqueles que tem mais dificuldade em desenvolver o raciocínio. É um desafio para o professor de filosofia inovar a cada aula, fazer com que todas elas sejam prazerosas e chamem atenção dos alunos. Mas, uma coisa é certa, ele precisa se adaptar de acordo com a realidade e necessidade do aluno, se o objetivo é aprimorar a aprendizagem dos mesmos, deve-se buscar novas técnicas e estratégias de ensino que permita o esclarecimentos de contextos. A habilidade de fazer a aproximação do aluno com a disciplina, pertencendo somente ao educador. Essa forma de deixar a aula melhor de que a tradicional, leva horas para ser preparada, e quando não dá tempo em planejamentos na escola, é necessário fazer em casa. Por isso que o professor precisa de tempo para realizar tal tarefa, fazer pesquisas, procurar outros recursos, mas, se ele fosse bem remunerado para que não fosse preciso procurar outros meios, como trabalhar em locais e profissões diferentes, a realidade seria outra. Na maioria das escolas a disciplina de filosofia não é tão valorizada tanto da parte dos docentes de outras áreas como dos próprios discentes. Em muitas escolas têm uma grande carência de professor de filosofia e quando a carga horária não é preenchida, se faz necessário colocar professores que não são habilitados na disciplina. Quando se trata de ensinar, encontramos muitos obstáculos, e realmente é complicado para educadores que nunca tiveram experiência com filosofia trabalhar assuntos que não dominam. Da mesma forma se colocassem professores de filosofia para ensinar outra disciplina. Estamos numa situação hoje, que ensinar os adolescentes se tornou um desafio até mesmo para os educadores que dominam o conteúdo, por isso que surgem várias perguntas: para que serve? Para que estudar filosofia se em vestibulares e concursos não aparece nada a respeito? A filosofia é vista como a disciplina que ajuda o indivíduo a pensar, mas é algo que vai sendo aprimorado com o tempo e para que isso aconteça, o professor deve ser o primeiro a estimular e incentivar o aluno para que ele desenvolva sua autonomia, seja capaz de pensar por si, ter mais criticidade e liberdade. É uma atitude que deve partir do próprio aluno, uma decisão que não cabe a ninguém a não ser dele mesmo, o professor deve sim mostrar aos estudantes que eles podem e são capazes de questionar tudo na vida, até mesmo as coisas não criadas por eles. Quando o assunto é aprender, podemos destacar o professor e seus métodos fundamentais para o processo de aprendizagem, destacamos também o ambiente escolar e os próprios alunos fazendo parte dessa formação, o que se observa entre eles que existe muitas vantagens em relação a adquirir conhecimento, mas, como tudo tem seus pós e contra, do mesmo modo muitos são influenciados por amizades que não os levam a nada, como mencionei acima, a decisão de libertar-se da própria ignorância depende de cada indivíduo. É importante criar um ambiente que propicie uma motivação maior que permita estimular jovens de todas as idades a aprender naquilo que chama atenção, sendo de uma maneira criativa e agradável, como utilização de vídeos, imagens, som, tornando o saber mais simplificado, contudo sem esquecer que a leitura é indispensável. Conclusão Para finalizar, acreditamos que o objetivo principal das escolas é possibilitar a aprendizagem para os alunos, fazendo com eles adquiriram conhecimentos para a vida pessoal e profissional, e a disciplina de filosofia tem o intuito de ajudar o aluno a refletir, a questionar, tomar decisões por si e principalmente filosofar. Referência MURCHO, Desidério. A natureza da Filosofia e seu ensino. Lisboa: Plátano, 2002.