1. Introdução

Novas tecnologias estão modificando a sociedade, e se pode constatar isto no ambiente escolar onde os jovens ocupam parte de seu tempo envoltos em novos aparatos tecnológicos, como: pendrives, telefones móveis com acesso à rádios, TV e internet. E como a maioria das escolas já possuem as chamadas salas digitais ou laboratórios de informática, consequentemente, os educandos não são mais atraídos com aulas tradicionais. Para modificar este quadro, segundo Moran (2009, p.1): “Precisa-se saber escolher aquilo que melhor atende ao aluno e o traz para uma contemporaneidade.”

Segundo Gravina (1996), os estudantes que ingressam no Curso de Licenciatura em Matemática, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, não entram nessa Universidade com “níveis mentais superiores de dedução e rigor”, com poucas possibilidades a compreenderem os objetos geométricos.

Algumas ações da escola não estão vindo ao encontro dos anseios dos alunos e outras não atendem as necessidades operacionais e de raciocínio que desenvolvam as potencialidades dos mesmos. Concordamos com Daminelle (2005), quando afirma que “constatou-se que existe uma preocupação por parte dos professores em trabalhar com área e perímetro das figuras planas mas, por outro lado, alguns conteúdos não são abordados”. E quando esses conteúdos são trabalhados junto aos alunos, são da forma tradicional pela utilização do giz, quadro-negro, lápis e papel

Dessa forma, para introduzir o estudo da geometria plana no Ensino Fundamental buscamos, no estudo dos sólidos geométricos, outra maneira além daquela usualmente desenvolvida em sala de aula, qual seja de introduzir o estudo da geometria a começar pela plana (pontos, retas e plano) que são entes abstratos pois concordamos com Daminelli (2005, p.14), quando escreve: “Os alunos não conseguem compreender os conceitos porque esses lhes são apresentados de forma muito abstrata”.

Figuras bidimensionais e/ou tridimensionais quando realizados com papel e lápis, além de demandarem muito tempo, podem tornar-se tarefas enfadonhas aos educandos, além de contribuírem para sua dispersão em sala de aula, como observamos em nossa prática diária. Por esse viés, optou-se pelo uso de animações virtuais, pois a utilização da Internet, que oferece possibilidades imensas de busca por informações e de softwares educacionais, vem se transformando em importantes aliados para auxiliar no processo do ensino-aprendizagem da geometria espacial e plana.

Pressupomos que, através de tecnologias educacionais, possamos contribuir à melhoria do ensino, quanto à compreensão pelos estudantes, de conteúdos matemáticos escolares, usando um objeto de aprendizagem digital. “O tema dos conteúdos digitais, [...] é de vital importância na busca constante que o Brasil vem realizando no sentido de qualificar o ensino em todos os níveis, do ensino básico ao universitário, e o ensino técnico” (VICARI, 2014, p.7). Segundo, Aguiar e Flores, (2014, p.12), um objeto de aprendizagem é uma importante ferramenta, que pode ser utilizada para o ensino de vários conteúdos, como também serve para rever conceitos. Informam as pesquisadoras que tais materiais instrucionais podem ser criados em várias mídias e formatos, podendo ser simples animações, “[...] ou complexos, com uma simulação.” Quanto ao conceito de Objeto de Aprendizagem, segundo as autoras citadas, não existe consenso, pois sua definição pode surgir em função de sua utilidade e importância, variando também conforme a abordagem e aspectos, relacionados ao uso na educação.

 Um Objeto de Aprendizagem é qualquer recurso suplementar ao processo de aprendizagem, que pode ser reusado para apoiar a aprendizagem, termo geralmente aplicado a materiais educacionais projetados e construídos em pequenos conjuntos visando a potencializar o processo de aprendizagem onde o recurso pode ser utilizado. (TAROUCO et al, 2003, p. 14)

 Face a esta problemática, escolhemoso software GeoGebra 5.0, como a ferramenta computacional para o desenvolvimento das criações e animações de sólidos geométricos pois, segundo Maia (2007, p.14), essa forma favorece a manipulação da representação gráfica de maneira mais rápida que a utilização de instrumentos escolares tradicionais, e permite ao educando fazer simulações e, dessa maneira desenvolver a capacidade analítica de fazer previsões e questionar resultados.