O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

Com base nas teorias dos autores como Almeida Filho (1993), Vilson Leffà (1988),
Nicholls(2001) sobre abordagem de ensino de ínguas observa -se que para Almeida Filho (1993),
ensinar línguas em escolas é uma experiência educacional que se
realiza para e pelo aprendiz. Reflexos de valores específicos do grupo social e/ou étnicos
que a escola está inserida devem ser levados em consideração, pois são esses valores que
dão o norteamento necessário para professor saber, á língua, qual nível, quais razões,
por quanto tempo e com que intensidade deve -se ensinar línguas nos diferentes níveis .
escolares, importante mencionar que devemos respeitar sempre abordagem de ensino do professor como também a capacidade de aprender do aluno. com a finalidade de -'atingir uma atmosfera favorável ao processo de ensino aprendizagem. .
O ensino de línguas. em especial a Língua Inglesa. deve ter o intuito de despertar
no aluno interesse em aprender uma nova língua.
Por outro lado Letfa (1998). outro grande estudioso apresenta os método
,
ensino de línguas do ponto de vista diacrônico e sincrônico, deixando claro que a intenção
----.! não é de doutrinar o professor no uso de um determinado método, mas o de mostrar as
opções existentes, ou seja, o professor utilizará o método que for conveniente á realidade
de seus alunos, de sua experiência e as condições existentes no ,m1biente da escola.
Já para Brown (1994) apud Nicholl (2001), ensinar línguas baseados em
princípios dará ao professor os norteamentos necessários para um desempenho autônomo e
confiante na sala de aula, pois através dos princípios cognitivos. afetivos e lingüísticos o
professor conhecerá a capacidade mentaL a capacidade de interesse. a cultura c os costumes
desafiam e estimulam o interesse em aprender uma nova língua, sem descartar o
conhecimento de mundo que o aluno traz consigo.
Desde os meados do século XX o ensino de língua estrangeira vem evoluindo.
marcando esse período com a divulgação de diversos métodos e abordagens que
construíram o percurso do referido ensino até os dias atuais.
Leffa (1998) destaca também que apesar da evolução que ocorreu no ensino de
línguas no século XX sugiram falhas e foram elas que motivaram o aparecimento de
enfoques variados no processo de ensino aprendizagem de línguas. Esses enfoques
confundiram os profissionais da área no que diz respeito Ú utilização mais adequada
desses métodos e abordagens em sala de aula de Língua Estrangeira.(A alltor~essalta
ainda que o prof essor não deve desanimar, mas sim se perguntar o que deve ensinar,
como deve ensinar, que posição deve adotar para levar ao meu aluno tais métodos e
abordagens, e para melhor exemplificar essa, destacamos:
O que devo ensinar, que moela posso evidenciar fru tos concretos do meu trabalho
docente? Como elevo ensinar, de forma a desenvolver no aluno conhecimentos e
habilidades em língua inglesa para que ele seja capaz de atuar contexto onde a LE, é
usada, tornando- o um cidadão do mundo? Que posi cionamento devo adotar com relação
ao aluno, ele modo que ele se sinta motivado intrinsicamente para aprendizagem da LE?
(Nicholls;200 I. p.49).
Os estudos de Almeida Fi lho (1993) parecem oferecer respostas aos
questionamentos de Nicholls (20(H) ao enfatizar que ensinar línguas em escolas é uma
experiência educacional que se realiza para e pelo aprendiz, como ret1exos e valores
específicos do grupo social e/ou éticos que a escola está inserida, respeitando sempre a
abordagem de ensino do professor com o também á maneira de aprender do aluno, os
recursos didáticos oferecidos. o filtro afetivo do aluno, o processo de ensino
aprendizagem e a extensão da sala de aula no ambiente da escola.

Almeida Filho (1993) ressalta que, aprender
uma nova língua abrange também representações particulares de afetividade como, a
motivação, capacidade de risco, grande ansiedade e a até mesmo pressão do seu grupo
social em relação à língua- alvo que se deseja ou necessita aprender. em que os
interesses, e fan tasias pessoais do aprendiz podem ser atendidas ou frustradas ao longo
do processo ensino aprendizagem. E ainda. o autor afirma que:
Pode ocorrer que uma cultura de aprender a que se prende um aluno para abordar lima
língua estrangeira não seja compatível ou convergente com uma abordagem específica
de ensinar de um professor de uma escola ou de um livro didático. O desencontro seria
assim fonte básica de problemas. resistências e dil1culdades. fracasso e desânimo no
ensino e na aprendizagem da língua- alvo (Almeida Filho. 1993. p15)
Nesta perspectiva, o autor destaca que aprender uma língua estrangeira significa
que o aprendiz deve se significar nessa nova língua e isso lar,,) com que o aprendiz
entre em contato com outras culturas facilitando a aprendizagem que vai deixando de
ser totalmente estranha, gradualmente no decorrer do processo de ensino aprendizagem
de língua estrangeira.
Al meida Filho (1993) destaca que a aprendizagem de língua estrangeira é
complexa e depende de fatores que estão presentes na aprendizagem da mesma, enfatiza
ainda a contribuição do teórico Krashen (1982) com o modelo organizador, do filtro
afetivo, do insumo e do monitor, que operariam a filtragem emocional do in sumo
lingüístico. E ainda, a organização abordari a subconsciente e duradoura do insumo
enquanto capacidade comunicativa, tendo a supervisão e auxílio do monitor consciente
para regular a aquisição de regras.
Al meida Filho (1993) afirma que especificamente nas escolas publica
os alunos poderão não dar preferência ao desafio de aprender urna nova língua, e ainda
terem expectativas tão distorcidas e baixas que tornaria processo de ensino
aprendiz agem
uma aula, a saber: o clima de confiança, a prestação, ensaio e uso, e o pano.

Na fase do clima de confiança, a qual se refere ao ambiente em que se dará a aula, trata          da necessidade de se procurar reafirma  a confiança do aluno na execução de atividades referentes ao que fomostrado durante as aulas, a fim de  reduzir a timidez do aprendiz nas aulas de línguas. A fase

da prestação resume na familiarização do aluno com amostra de uso de linguagem e pontos

de conteúdo, em que o professor devera  demonstrar ou explicar se necessário, com

exemplos diferentes. Ressalta ainda que para essa fase' é comum a utilização de atividades        

de consolidação cuidadosa e controlada como exemplo desta fase temos:  a expressão"Faça de conta”

que você é para que o aluno seja capaz de reconstruir a conversa a partir de fragmentos de falas de personagem, ou

ainda os jogos de adivinhações onde uma ou forma gramatical recorrem nas falas dos

alunos e professor" (Almeida Filho.1993. p. 30)

Na fase do ensaio e uso. o aluno já desenvolveu capacidade para exercer

atividades que abordem as quatros habilidades. Neste momento. o aprendiz busca evoluir

através de repetições. ou seja. ensaios que proporcione situações onde o aprendiz precise desempenhar-se em situações lingüísticas com correção e fluência, como por exemplo apresentar-se a um estrangeiro.

A fase do pano é o momento em que o aluno percebe que a língua estrangeira

pode ser utilizada dentro da sala de aula em atividades de uso. real da língua.

Nesta fase, são esperados pequenos comentários. e assim quem produzir a

contento merecerá menos atenção individual e os que precisarem de comentários

específicos os receberá com mais frequência. É nessa fase que o professor poderá expandir a base de consciência da turma sobre linguagem e língua estrangeira. reforçando estratégia individual dessa disciplina.

Para melhor entendermos o que foi dito acima é válido ressaltar aqui que quando

se trata do processo de ensino aprendizagem Nicholls (2001. p.54) apresenta o referido

processo em três princípios de ensino baseados na teoria de Brown que abrangem os

aspectos cognitivos, afetivos e linguísticos, os quais são subdivididos da seguinte forma:

Princípios Cognitivos:

• Automaticidade;

• responsabilidade do aprendiz

• Aprendizagem Significativa;

• Investimento Estratégico:

Princípios Afetivos:

• Motivação Intrínseca; .

• Antecipação da Recompensa:

• Ego Lingüístico;

• Auto Confiança; e

• Riscos.

Princípios Lingüísticos;

• Associação Língua Cultura:

• Efeito da Materna:

• lnterlinguagem; e

• Competência Comunicativa.

Esses princípios são relevantes. referência ao processamento e

 

armazenamento da língua. os quais auxiliam no processo ensino aprendizagem.

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Conhece- lós capacita o professor a desenvolver atividades que estimulam o interesse do aluno em aprender uma nova língua, sem descartar o conhecimento de mundo que ele traz consigo.

A subdivisão dos princípios cognitivos, por exemplo. nos permite visualizar como o professor deve entender a aprendizagem a partir de aspectos individuais do aprendiz.

o princípio da Automaticidade faz referência ao processamento,

armazenamento e futura recuperação mental dos conteúdos aprendidos. E segundo Nicholls(2001) a sugestão de aplicação desse princípio consiste na aplicação  do método comunicativo para o ensino da língua estrangeira, visto que, como falamos anteriormente, tal método tem como enfoque o ensino da língua através do uso.

O princípio da responsabilidade do aprendiz é baseado no behaviorismo, e se caracteriza de modo que o aluno se torna responsável por sua aprendizagem, ou seja, a participação do aluno é fundamental no processo de ensino aprendizagem quanto a aprendizagem significativa, esta, propõe que o aluno faça uma associação de uma informação nova com outra já existente na memória. Esta aplicação é baseada na substituição dos exercícios mecânicos por exercícios significativos, ou que envolvam as noções comunicativas da língua, de forma a aliar os conhecimentos prévios com o novo.

A Última subdivisão dos princípios cognitivos consiste no Investimento

estratégico que leva o aluno a participar das aulas exigindo um respeito à variedade de

estilos dos alunos. Por parte do professor. estes princípios se tornam imp0l1antes para o

trabalho do professor, à medida que de posse de tal conhecimento ele terá mais noção de

como observar os alunos antes de aplicar conteúdos que poderão dificultar a aprendizagem  do aluno, visto que em uma sala de aula temos várias diversidades linguísticas, cultural e social.

Na subdivisão dos princípios afetivos Nicholls (2001) relata a importância de o              

professor ter o conhecimento de tais princípios, visto que eles se desenvolve                                                                                                                                       

gradualmente, ou seja, o professor irá conhecer a capacidade de seu aluno durante o

processo de aprendizagem.

A motivação intrínseca. uma das subdivisões dos princípios afetivos baseia-se nas

necessidades ou interesses do aluno. Neste momento, o professor deve oferecer apenas o

suficiente para tornar o aluno confiante de sua capacidade, lembramos também que um

ambiente dinâmico, cheio de entusiasmo c descontração contagia os alunos c os motiva a aprender.

A antecipação da recompensa é outro princípio de ensino de língua estrangeira

destacado por Nicholls (2001), e tem como objetivo direcionar o comportamento do aluno, conscientizando-o para a importância da língua estrangeira. O professor deve

antecipar metas e propósitos ao esforço do aluno antes de perceber resultados.

No princípio que trata do ego Linguístico. o aluno é influenciado pelo professor no modo de pensar, agir e sentir, ou seja medida que vai aprendendo, esse aluno pode desenvolver entraves devido a sua inibição, desta forma o professor deve promover atividades desafiadoras e encorajá-lo. Oferecer apoio afetivo ao aluno.

m outro princípio que a autora menciona  e o da auto-confiança, o que enfatiza

que o sucesso do aluno aumenta sua confiança. Para isso o professor deve dar apoio verbal e emocional ao aluno para que esse se sinta mais confiante.

No risco, o ultimo dos princípios afetivos. o aluno deve ser incentivado a não ter

medo de correr riscos, ou de errar. Ele deve ser capaz de reconhecer sua capacidade. bem como suas dificuldades, e o professor não deve deixar de encorajá-lo.

A utilização desses princípios faz-se relevante para o trabalho do professor porque

sua aplicação é continuada, ou seja, sÓ se sabe se foi produtivo ao longo do tempo.

Na subdivisão dos princípios linguísticos temos a associação da língua com a

cultura, as quais estão ligadas entre si, isto porque o ensino de Língua Estrangeira vem

acompanhado de valores culturais e o papel do professor é discutir, e respeitar as diferenças

sócio - culturais existentes entre as língua Materna e Estrangeira.

o princípio, efeito da língua materna, mostra ,a influência da Língua a Materna com

a língua estrangeira. Nesta ótica Nicholl(2001 p.56) ressalta que "0 sistema das LM afeta, tanto no sentido de facilitar quanto no de dificultar, a produção e a compreensão da língua meta. No entanto, os efeitos de interferência serão provavelmente as mais salientes"

A autora sugere ainda que o professor procure evitar que o aluno use a língua materna como suporte e que force o aluno a pensar em língua estrangeira, minimizando assim. a interferência da Língua Materna.

Na Interlinguagem o aluno passa por processo ou desempenho de aprendizagem

que no decorrer das aulas o tomará capaz de se corrigir e de perceber que os erros são

normais.

Na competência comunicativa ou habilidades inatas de aprendizagem. o professor

deve ter em mente que o ensino da gramática é apenas uma parte do currículo de língua

estrangeira. porém os componentes. sociais programáticos, não devem ser esquecidos. Na sua aplicação o professor não deve esquecer que os aspectos psicomotores, como a

pronúncia e a entonação, são essenciais na sinalização de sentidos, embora deva assegurar  ao aluno a obtenção de fluência na língua sem prejuízo para a correção.

Como mencionado anteriormente. Os princípios de ensino de língua estrangeira

apontados por Nicholls (2001), baseados na teoria de Brown servem como idéias. sugestões de apoio teóricos para que o professor taça suas escolhas em relação aos procedimentos utilizados na aprendizagem de língua estrangeira em especial da língua inglesa, da qual estamos nos referindo.

 Por:HELENA MARIA DOS SANTOS