O ENSINO DE LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

 

                                            Juliana Botelho Lobo da Silva Pinheiro1

Osvaldo Antônio de Lara Ribeiro2

Adna Kelli da Silva3

Edinalva dos Santos Soares4

 

 

RESUMO

Este trabalho tem por finalidade evidenciar a importância do ensino de libras nas instituições escolares, bem como focar os principais desafios que estão propostos nesta dinâmica. A língua brasileira de sinais é de (LIBRAS) é o principal instrumento de comunicação das pessoas com deficiência auditiva, tornando-se elemento de suma importância para o processo de ensino e aprendizagem das instituições escolar e fundamental á inclusão. O objetivo deste artigo é mostra o quanto se faz importante o ensino de libras na escola e evidenciar os principais desafio para que esta seja um pratica de sucesso. Sabemos que as pessoas que possuem deficiência auditiva têm sofrido ao longo da história da humanidade sério problemas no tocante a interação social, assim nos dia atuais cabe à escola cumprir sua função social de proporcionar o cenário de potencialização de habilidades interativo para este grupo. A escola é lugar de respeito às diferenças e a pessoa humana, logo um espaço aberto e adequado ao ensino inclusivo. Todavia são muitos os desafio a serem enfrentados para que de fato a inclusão e o ensino de libras aconteça na escola pública e de todos. A saber: apoio dos familiares do portador de deficiência; formação profissional; respeito as diferenças e a oferta dedo ensino de libras com qualidade.

Palavras-chaves: Ensino. Libras. Desafios. Escolas.

 

RESUMEN

Este trabajo tiene como objetivo destacar la importancia de la libra de enseñanza en las escuelas y hacer frente a los principales retos que se proponen en esta dinámica. La lengua brasileña de sinais é (LBS) es el principal instrumento de comunicación de las personas con discapacidad auditiva, por lo que es primordial elemento importante para procesos de enseñanza y de las instituciones educativas de aprendizaje e incluirá fundamental. El objetivo de este trabajo es mostrar lo mucho que golpean la enseñanza es importante en la escuela y muestran el principal reto para esta práctica para ser un éxito. Sabemos que las personas que tienen discapacidad auditiva han sufrido a lo largo de la historia de la humanidad graves problemas en lo que respecta a la interacción social, como en el día de hoy es la escuela el cumplimiento de su función social de proporcionar el escenario mejora de las habilidades interactivas para este grupo. La escuela es un lugar de respeto a las diferencias y la persona

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1- Juliana Botelho Lobo da Silva Pinheiro; 2- Osvaldo Antônio de Lara Ribeiro;   3- Adna Kelli da Silva; 4- Edinalva dos Santos Soares

humana, logo um abierto y adecuado para el espacio de educación inclusiva. Sin embargo hay  muchos desafíos que hay que afrontar de manera que, de hecho, los libra de inclusión y de enseñanza suceden en la escuela pública y todo. A saber: el apoyo de las personas con discapacidad de miembros de la familia; formación profesional; respetar las diferencias y ofrecer libras dedos con la calidad docente.

Palabras clave: Educación. Libras. Desafíos. Escuelas.

 

 

 

 

 

  1. 1.    INTRODUÇÃO

 

 

 

Neste artigo se propõe um diálogo com a questão do ensino inclusivo de libras em escola públicas, bem como os desafios que estão colocados a esta prática tão importante nos dias atuais. Desta os objetivos que estarão em foco neste trabalho são os de evidencia a importância do ensino de libras em instituições escolares, tornando-as cada vez mais um espaço público e de todos. Um espaço de superação, de respeito e vivência de valores humanos. Um espaço onde a pessoa com deficiência possa se sentir valorizada e encontre condições para desenvolver e potencializar habilidades e acima de tudo interagir com respeito e dignidade.  Procura-se também através deste diálogo cognitivo trazer para foco das discussões os principais desafios que implica o ensino de libras na escola pública. Entendendo que não basta oferecer o ensino de libras na escola regular, é, pois preciso um processo de quebra de preconceitos e que busque a valorização dos profissionais. Somente com formação profissional sólida será possível incluir deficientes auditivos numa construção eficiente e de qualidade.

A metodologia a ser utilizada é de estudos bibliográficos onde serão colocadas idéias de autores como: Costa (2010),Silva (2003)SILVA TOMAZ (1998),SOUZA (1998)SKLIAR(1997) e outro que tiverem contribuições consideráveis na constituição deste diálogo.

 

  1. 2.    LIBRAS NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

 

Em primeiro lugar, deve-se ficar claro que a escola é lugar do exercício da democracia. E partindo deste grande principio se torna um espaço de interação social que possibilita o desenvolvimento humano, num processo de potencialização de habilidades. A saber, a escola pública deve ser a máxima deste pensamento. Desta forma evidencia-se a escola como espaço favorável para o ensino de libras, uma vez que o portador de deficiência auditiva não está impossibilitado de interagir socialmente, tão pouco de potencializar habilidades ou desenvolve-las.

Libras é codificação de uma língua viva, e por isso traz para a dinâmica da escola pública a possibilidade de interação de pessoas surdas. As libras colocam a escola no foco das mudanças e redimensionamento pedagógico, sendo estes fatores essenciais da comunicação. Já que a escola é um espaço de é um espaço de comunicação, não pode ignorar um elemento tão importante quanto às libras no processo de ensino e aprendizagem.

Não há como negar, que escola seja de fato um portal de suma importância para desenvolvimento humano em vários aspectos da vida. É um cenário que se instala lugar de aprendizagens, onde as diferenças são colocadas em evidencias não para depreciação, mas para troca de experiências cognitivas. Por ser a escola este espaço privilegiado deve por tanto atende a todos sem distinção, caso isto não aconteça à escola será promotora de fracassos e não de sucessos.

Assim a importância da língua de sinais na escola ultrapassa sua significância para o desenvolvimento da pessoa surda. É, pois uma oportunidade de a escola fomentar o processo de inclusão desta pessoa em todas as áreas da vida humana. Não basta que o ensino de libras seja um novo componente curricular, é preciso que haja a adequações necessárias. E que este não seja mais uma faze de isolamento e sim um dinâmica de interatividade entres as possibilidades de comunicação entre ouvintes e não ouvinte.

Nestes termos vale dizer que escola deve propor as possibilidades de atendimento uma vez que dela dependem as decisões político-pedagógicas. É claro que ao oferecer esta opção de ensino  a escola deve ter claro  o salienta  Skliar (2005): “Usufruir da língua de sinais é um direito do surdo e não uma concessão de alguns professores e escolas”.

A partir da colocação de Skliar (2005) ficam evidenciado alguns desafios para o ensino de libras nas instituições escolares de educação básica, que assim se dispõe:

Desafio do Respeito Pelas Diferenças: Existe nos dias atuais um pensamento de que os indivíduos ouvintes estão em um passo a frente dos portadores de deficiência auditiva. Há muitos que acreditam que a surdes é a ausência de uma habilidade humana. Vale dizer que a escola tem o desafio de contrapor e superar esta visão equivocada a respeito das habilidades e com relação à pessoa surda. Pois o surdo ou ouvinte não são melhores ou pores com relação ao outro, são pessoas humanas, dotadas de possibilidades e diferenças. A inclusão do deficiente auditivo deve ser integral, acima de tudo, digna de respeito e direito a educação com qualidade atendendo aos interesses individuais e nos grupos sociais.

A educação é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (Constituição da República Federativa do Brasil, III, Art. 205). 

 

Desafio de mudança na visão da escola: A escola que se propõe a ensinar libras está desafiada a ter uma visão diferente da visão comum que se em escolas que foram pensadas exclusivamente para ouvintes. Provocar uma ruptura com o perfil da escola é a primeira exigência para o ensino de libras. É sair de uma visão excludente e lançar o olhar para o novo, para o humano, forjando uma dinâmica que seja essencialmente humana e que de conta de toda esta interação com as diferenças. Não estamos falando aqui de uma nova escola, mas no redimensionamento da escola que temos, isso implica novas práticas profissionais, nova produção de sentidos, valores e identidades. E desta forma é preciso rever o papel social da escola com a inclusão.

Desafio da formação profissional: Um grande desafio que está posto para o ensino de libras nas instituições escolares é sem dúvida, a formação dos profissionais da educação.  Entendo aqui que profissionais da educação são todos aqueles que se envolvem no processo de ensino e aprendizagem. A falta de conhecimentos de libras por partes dos professores de escolas públicas tem sido gritante.  Assim podemos dizer que a ausência de projetos de formação de professores acaba por prejudicar o ensino de libras. Uma vez que este requer qualidade e prestação na prestação do serviço, já que estamos lidando com o desenvolvimento da pessoa humana. É preciso estabelecer um plano de ação político-pedagógico que envolva a inclusão das pessoas portadoras de necessidades especiais. Faz-se necessário lembrar que a Educação Especial delineia um processo de construção e compreensão de posicionamentos quanto às orientações e diretrizes atuais.

Desafio do apoio familiar: O processo de inclusão também um processo de aceitação por parte da pessoa surda. Enfrentar uma sociedade que dita os padrões de convivência e de uma suposta normalidade não é algo tão fácil como se imagina. Assim a escola deve trazer os pais e ou responsáveis, a família em geral para centro de suas práticas. Infelizmente a participação dos pais na escola, ainda tem sido em um percentual mínimo, pois são poucos os que são presentes na educação escolar. É importante que a família esteja inserida no ensino principalmente com relação às libras uma vez que este conhecimento é para possibilitar a comunicação com o mundo e esta começa em casa.Assim é necessário ser feito um trabalho de conscientização e sensibilização da família. Isto é essencial para a construção de uma sociedade justa e igualitária, na qual as diferenças sejam consideradas e respeitadas. E o surdo é visto como pessoa dotada de direitos.

Quando falamos do ensino de libras em escola publica, não estamos focando aqui apenas a inclusão de crianças portadoras de necessidade especial. Pelo contrário trazemos para cenário de discussão os direitos que estes alunos têm de receberem ensino de qualidade e com respeito ás suas individualidades. Há pois  princípios básicos a serem levados em consideração ao tratarmos do ensino de libras, ou do processo pedagógico que envolve portadores de surdez.

No parágrafo 1º a LDB (1996, p. 35) dispõe que:

Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela da Educação Especial independente de qual seja a sua necessidade, pois as pessoas que sofrem ou possuem algum tipo de deficiência precisam de apoio e obviamente uma atenção especial. Essas atenções especiais incluem um bom acompanhamento médico e principalmente a serem respeitados por todos.E no 3º diz que a oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil

O portador de necessidade especial em sua maioria já vive um conflito interno pelo fato de ter que percorrer caminhos diferentes para alcançar suas metas. A discriminação e falta de respeito para com este tem um dos fatores que distanciam estas pessoas das práticas educativas. Desta forma podemos dizer que a escola pública tem o dever e a responsabilidade social de promover o respeito a estes indivíduos, tendo como princípio da prática pedagógica a preservação da dignidade humana nos recintos escolares.

Par um portador de necessidade especial estar em uma instituição de ensino e receber o mesmo tratamento que os demais indivíduos. Significa muito mais que freqüentar uma escola pública de ensino. É poder está dentro de um processo que lhe garante a identidade de ser humano, é sair do gueto da exclusão e do silencio e se inter-relacionar com as pessoas.  Esta busca indenitária da qual falamos aqui, não se trata de ser visto como diferente passível de dó ou coisa parecida, pelo contrário se trata de ser visto como o ser humano que é e que possui habilidades individuais que pode ser colocadas a serviço do coletivo. A escola pública de qualidade deve dar conta de apresentar as setas no caminho desta busca que as vezes é pessoal mas pode  e deve ser orientada por coletivo.

O exercício da cidadania é uma prática constante, fomentada por cenários que se instalam nas escolas a favos das práticas de aprendizagem significativas. A cidadania é o que nos coloca em pé de igualdade. Enquanto cidadãos têm os mesmos direitos e os mesmos deveres que se incorporam às nossas vivencias. Nem uma prática de ensino será eficaz se não promover a cidadania ou pelo menos o respeito a ela. Nestes termos que de fato consegue sistematizar está visão de inclusão é Santos Boaventura (1997), ao salientar que: "temos o direito de ser iguais sempre que as diferenças nos inferiorizem; temos o direito de ser diferentes sempre que a igualdade nos descaracterize". 

A comunicação é a chave para o sucesso nos ambientes escolares, pois é o meio de interação fundamental no qual os alunos “deficientes e normais”, podem indicar aos professores se os objetivos curriculares são ou não alcançados. (SILVA; SALES e BENTES, 2009 p.3)

Deste modo para que o ensino de libras seja de fato coerente, a escola deve buscar uma ruptura com as dinâmicas tradicionais abrindo suas portas para uma nova cultura. Ampliando essa dinâmica além para o desenvolvimento cognitivo, ensinar libras não é focar o olhar na deficiência, mas sim na escola como um todo e no processo de ensino e aprendizagem.  De acordo com Silva (2000, p. 100) “Os estudantes e as estudantes surdos devem ser estimulados a explorar as possibilidades de perturbação, de transgressão, de subversão das identidades de fronteira denunciando a artificialidade”.  A identidade da pessoa surda tem sido negada ao passo que lhe imposta à cultura fala. E escola precisa se dar conta deste processo de exclusão e imposição que muitas vezes se de forma cultural. “Isto porque acultura surda sempre tem uma oposição às particularidades da cultura ouvinte e encontra sua forma profunda, a estrutura profunda  de  sua vida cultural na visão”. (IBID)  isto implica de fato uma ruptura com o processo tradicional de escolarização, abrindo as portas para o ensino eficaz ao portador da surdez. “Ela aceita as particularidades decodificando e codificando-as novamente. Por definição a cultura surda é um espaço contraditório, um local de contestação estratégica. “(IBID)

  1. 3.    CONCLUSÃO

 

 

 

A partir do diálogo que se travou ao longo da elaboração deste artigo, pode-se concluir que o ensino de libras é fundamental importância em uma instituição escolar, uma vez que as pessoas com deficiências auditiva foram ao longo da história humilhadas e excluídas do meio social.

Todavia queremos salientar que não basta ofertar uma ação pedagógica bilíngüe na instituição de ensino. O ensino de libras vai além dos códigos e gestos, exige a criação de ambiente favorável ao desenvolvimento e a potencialização de habilidades humanas. Assim é possível afirmar que o ensino de libras exige um novo cenário na escola pública em outras palavras modificações que devem ocorrer anterior da escola. Todavia tais modificações que ocorrem à medida que as especificidades são identificadas e diagnosticadas.

Assim alguns desafios estão propostos sem a superação dos mesmos o ensino ofertado não será eficaz, dentre os quais o mais latente é formação profissional. Por muitas vezes a falta de formação é traduzida em forma de preconceito em quanto na verdade é meramente a questão do preparo da profissional.

Mediante este contexto este trabalho reafirma a importância e os desafios do ensino de libras em instituições escolares, pois sabemos que há muito se fazer ainda no que se diz respeito sobre a educação especial.  E escolas precisam apropriar-se mais dos recursos lingüísticos para os deficientes auditivos e trazê-los para o cenário de ensino e aprendizagens. E de forma concreta e respeitosa numa dinâmica que coloca os valores humanos em foco incluir não os deficientes auditivos, mas as pessoas em suas especificidades.

  1. 4.    REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICOS.

 

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SKLIAR, Carlos; A Surdez, um olhar sobre as diferenças. 3ª edição; ed. Mediação – Porto Alegre – RS – 2005.

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______ Contrabando, incidentes de fronteira: ensaios de estudos culturais em educação. Porto Alegre. 1998.

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SOUZA,R.  M..  Situação Bilingüe  Nacional.  In:Seminário Surdez,  cidadania  e  educação:  refletindo  sobre  os  processos  de  exclusão  e  inclusão,  1998.  Anais do SeminárioSurdez,  Cidadania e Educação: refletindo sobre os processos de exclusão e inclusão. Rio de Janeiro,1998. p.36-45.

SOUZA, R. M. ; SILVESTRE, N.. Educação de Surdos. Summus Editorial, 2007. p. 207.

SKLIAR, C. B. . Uma perspectiva socio-historica sobre a educação e a psicologia dos surdos. In: Carlos Skliar. (Org.).  Educação & Exclusão..3 ed. Porto Alegre: Mediação, 1997a, v. 1,  p. 105-155.