O EGITO SECRETO A TERRA DA LUZ E DOCREPUSCULO

Os desafiantes

 

            Na vigésima quinta noite do segundo mês do calendário resplandecente. Cheios de orgulhos e desprovidos de conhecimento. Guerreiros dos povos, irmãos dos Filhos das duas terras*¹. Invadiram o reino do velho Rei Forte. Ousando ainda atravessar o caminho superior dos Filhos da Face Resplandecente: o Sol. Porque estes possuíam o conhecimento*² e, eram guiados por Alamọju, que quer dizer sabedoria.

            Possui o país, extensas planícies em um deserto de leste a oeste e, de norte a sul. E rica fauna e flora renovada perpetuamente, por águas de um rio subterrâneo. No lugar onde existe este rio, há pântanos, mas este é o País do Grande Deserto do Silêncio, onde se encontra a Luz e o Crepúsculo. Onde está o povo da Face Resplandecente na Luz e no Silêncio. Aqui também há os Filhos da Luz Branca do qual o Rei Forte é seu rei e guia. Particularmente, este povo perdeu-se em teias de ilusões*³: perdendo o conhecimento (a gnose) e o seu destino é incerto. Aqui é o centro do mundo, aqui Flui a Luz e o Silêncio: quem está preparado vê a Luz e ouve o Silêncio. Não é o caso do povo do Rei Forte: o Povo dos Filhos da Luz Branca. 

Mas quanto à invasão, Inquietaram-se os conselheiros do Rei Forte e disseram-lhe:

            - Envia logo todo teu exército contra eles ou seremos aniquilados! Os Filhos da Face Resplandecentes cousa alguma farão. Estão ocupados com seus estranhos desígnios. A Luz deles não é a nossa. Nós que nascemos dos raios da Lua e os primeiros raios do Sol e o Barro Negro da Mãe Terra. Mas eles partirão do País das Duas Terras e nós ficaremos. Eles não se importaram com os invasores.

            O Grande Rei entristeceu-se com seus conselheiros e assim lhes falou:

 - Onde está a Sabedoria de meus conselheiros? Estão certos quanto dizem que os Filhos da Face Resplandecente deixarão este país, a percepção deles está voltada para o desconhecido. Eles buscam o Incognoscível.

            Quanto aos invasores eles são cinzas ante a Luz, e antes do Crepúsculo tornar-se-ão cinza! Não devemos nos preocupar com eles. O Sopro do Deserto espalhará suas cinzas nas quatro direções!

            Vou lhes dar uma tarefa digna de conhecimento, se conseguirem achar os meios para executar esta tarefa. Nosso povo poderá viver neste país, depois que o povo de Alamọju houver partido. Descubram um meio de tornar o grande Rio subterrâneo, um Rio vivo correndo sob a Luz do Sol. Um Rio que correrá do sul para o norte fecundando mais ainda estas terras.

¹ * É uma alusão Proposital ao antigo Egito, a terra da sabedoria. A terra de Isis e Osíris.

² * A gnose.

³ * O erro de muitos povos até os dias de hoje.

Sete eram os conselheiros do Rei. Sete semblantes perplexos com o que lhes falara o seu Rei. Sete homens dedicados ao Rei e ao povo. Desde aquele momento já procuraram ocupar-se da grandiosa tarefa, e de como a executarão, deixando o Rei Forte sozinho.

            É noite no País das Duas Terras. O Rei apagou as lâmpadas do aposento, galgou lentamente a escada superior do antigo altar da Lua. Abandonado deste o tempo do Rei Sábio “o legislador e sacerdote”. Da torre do palácio, pode divisar toda a sua capital a Cidade Mãe. A Senhora dos Segredos (A Noite), com o seu manto de estrelas, chamou a atenção do Rei. Este percebe um olhar zombeteiro, quase maligno. Vem do lado oculto do Planeta de Ferro*¹. Diz o Rei em resposta a este olhar. “Hoje caímos em teias de ilusões. Contamos com Estrela Resplandecente (outro nome de Alamọju), para nos orientar antes de partir. E tu nos olha assim e parece esperar  que nosso mundo seja transformado em mais um mundo árido  a tua semelhança. E foste vós*² que convencestes estes tolos guerreiros a invadir este país?”

            O Rei ouve o som semelhante a um exame de abelhas cortando as vozes da sua cidade. O Rei vê, então, o sopro do Deserto do Silêncio espalhar as cinzas daqueles guerreiros. Quantos eram o seu numero não importa. Foram varridos da face da Terra por um turbilhão silencioso!      

 

Testemunho do Rei Forte

            Do lado do meu palácio, olho para leste, onde uma Montanha Resplandecente está à altura do horizonte. É um “pedaço do céu” na Terra. Ela também desaparecerá*³. Por trás dela (a filha do céu), está o povo dos Filhos da Face Resplandecente. Nem em sonhos o meu povo pode ir até aquele povo misterioso. Só o Rei Forte (eu) posso ir até o povo de Alamọju e estar com ele. Conheço que quando o meu povo ficar sozinho, ficará com um grão de conhecimento com o qual deve sobreviver.

No céu o Planeta de Ferro irmão desde mundo: A sua força é a vontade firme e a guerra. Os círculos de existência que havia nele fecharam-se sobre si. Mas ele ainda influi sobre a Terra. Nossos antepassados fixaram sua percepção primeira na vontade firme, depois na guerra, no ódio e estas emanações despertadas em seus corações, chegaram até o coração da Terra. Agora nossos antepassados jazem tombados sobre toda a Terra!  Nós sobrevivemos e os antigos altares estão abandonados: um círculo de existência inteiro ruiu e foi sepultado debaixo das colunas da Terra. Descendemos de um povo, de uma raça de gigantes. Eles eram os Senhores da Face Negra. Porque, orgulhosos, dirigiram sua percepção para a sombra da Lua sobre o Sol: Há um Sol espiritual e invisível, mas ele não estava ali.

¹ * Marte.

² * Marte, ainda, aqui é a morada de espíritos belicosos, mas também é a fonte da vontade firme e reta. Obviamente foi o lado negativo dessa influência que prevaleceu. 

³ * O  Rei  Forte  quer dizer que a Montanha Resplandecente também partirá deste mundo junto com aquele povo misterioso e que ela é uma representação do poder e da posse do conhecimento. Ela é feminina e deixará filhas suas sobre a Terra.

O Povo da Face Resplandecente nasceu do Sol e da Terra. Isso aconteceu quando o quarto círculo ainda existia. Seu aparecimento causou revolta na grande maioria de nossos antepassados. Aqueles que aceitaram com resignação, sobreviveram quando o coração da Terra pulsou intensamente e houve o fim daquela raça prodigiosa da qual descendemos. Por isto, a  muito  orgulho  em meu povo. Somos conhecidos como o Povo das Duas Terras; “Uma é a Terra da Luz” e dos Filhos da Face Resplandecente. E a “Terra do Crepúsculo” que é a nossa Terra. Mas é um país somente, e dois povos na verdade.   Mas nós não vamos desaparecer deste mundo. Nós herdaremos este mundo e muitos do povo da Terra da Luz (os que possuem a sabedoria), permanecerão conosco e formaremos um único povo, “uma só Terra”. O quinto círculo de existência será formado assim.

Este povo de Alamọju*¹ possui o conhecimento silencioso. A cada sete noites. Reúnem-se diante da Montanha Resplandecente, onde guardam a “Voz do Silêncio”. Então, Estrela Resplandecente, o guia insondável deste povo, chama uma mulher, quase sempre uma mulher jovem. Após esta ser escolhida. Ele lhe entrega uma flauta de sete furos, tal flauta não emite sons comuns. Quando a jovem escolhida toca a flauta, a Voz do Silêncio lhe vem insuflar sons maravilhosos. Estes sons inaudíveis levam o Povo dos Filhos da Face Resplandecente e o seu guia para longe, muito longe deste fragmentado círculo de existência. Para cada vez mais próximo de um lugar misterioso, insondável. Para este “lugar” eles empreenderão sua jornada final.

            Participei de algumas destas cerimônias (Fig. 01). Foi quando soube que muitos do Povo da Face Resplandecentes permaneceriam no País das Duas Terras, e com o meu povo, formariam uma nova raça, a quinta. E o quinto círculo de existência desse mundo.

            Um círculo de existência é formado com a percepção de todos os nossos sentidos e, o que acreditamos. Dele fazem parte forças muito antigas. Um círculo de existência é a visão e a vida*² que alimenta nosso mundo, formando um alinhamento consciente. 

            Em uma destas cerimônias, olhei para trás, porque quis ver os momentos finais dos Filhos do quarto círculo de existência, e o surgimento ou, a fuga dos Filhos da Face Resplandecente: Nossos irmãos. Não vi com clareza.

            Nós que somos fruto da união da Luz da Lua e da Luz do Sol Nascente ou da Aurora e da Terra. Descendemos juntamente com o Povo dos Filhos da Face Resplandecente. De uma raça grandiosa em tamanho, orgulho e engenhosidade. É um fato, que o povo de Alamọju herdou quase toda a Luz e a Sabedoria. E, seu destino não é este mundo, pelo menos, não o da maioria deles.

            Como é impossível descrever tudo o que vi! -“Era preciso abandonar o quarto círculo que estava fechando-se sobre os seus. O Povo do  Sol atravessava uma ponte sobre o abismo profundo, quando de súbito! Por trás deles, o quarto círculo de existência da quarta geração da Terra, os Atlantes, desabou ruidosamente sobre ele! É como se as Estrelas e a Lua caíssem na Terra e, a Terra mesma deixassem de existir como a conhecemos: E o Sol apagou!

¹ *Alamoju, o “j” vale “dj” como no inglês, YORUBÀ a Língua dos Orixás, Fernandes Portugal, editora  Pallas.

² * Desta forma todas as coisas estão interligadas. Do menor acontecimento ao maior.

 

tão  inesperado e desconhecido  o acontecimento que o próprio Povo do Sol e os poucos daquele povo grandioso que escaparam, ficaram um pouco confusos. As ruínas do quarto círculo pareceram envolvê-los. Tudo a volta arde em turbilhões de água! E as águas conturbadas estão à direita e a esquerda. Grande mortandade! O Céu, a Terra e o Horizonte, não são divisados. Tudo queima nas águas, tudo se afoga! Não há onde se abrigar. Os Filhos do Sol e os poucos sobreviventes daquela raça estão a salvos. Que pavor! O Universo sentiu o que ocorria na Terra!

            Grandes muralhas ciclopícas ruíram. O Irmão errante da Terra havia chegado ao sistema solar. Este conhecimento eu não possuo*¹.

            As águas acalmaram-se para que os Filhos do Sol e os demais sobreviventes passassem. O Silêncio foi essencial para que conseguissem deixar o quarto círculo de existência que desabou.

            Quem eram os Atlantes? Pelo olhar da Testemunha Suprema! Que nada sei! Meus conselheiros, e  meus pais, contaram tais cousas as quais desconheço.

            A memória da Terra é justa: os Sábios, Filhos das Eternidades prantearam o destino trágico deles.

            O velho ancião “Sonho” contou-me: “o gigante Atlan, Filho da Terra. Vivia sozinho até que um dia, apaixonou-se pela bela Montanha de Ferro”. Da união de ambos, nasceram os Atlantes. Conta-se que os pais convidaram a Corte Celestial para conhecê-los. E eles vieram a Terra!

            Quando a Celeste Corte conheceram os Atlantes, de imediato sentiram o poderio deles e retornaram espantadas as suas moradas*².

            Atlan (o pai deles) triste ficando foi consultar seu pai Lemuriano*³. Este com seu círculo de existência, o terceiro, deixava pacificamente a Terra. A Atlan falou seu Pai.

            - Filho, retira-te do meio dos teus ambiciosos Filhos. Eles não viverão em harmonia por muito tempo e, a ambição será a perdição deles.

            Recusou-se Atlan a abandonar seus Filhos e quando estes souberam das palavras de Lemuriano, furiosos, tentaram atear fogo à casa de seu avô. Mas não puderam feri-lo.

            Atlan, por causa disso, os abandonou exortando-os, a viveremem equilíbrio. Umdos seus Filhos o Acompanhou, a final, ele tinha um bom Filho.

¹ * O  Irmão  errante  da  Terra, um planeta chamado Nibiru na antiga  Suméria.

² * Suas moradas nas estrelas.

³ * Consultar “A Doutrina Secreta”vol.III, Helena Petrovna Blavatsky, ed. Pensamento/ Cultríx, São Paulo, SP.                  

 

 

 

 

 

                                                                                                                     

            Viu a Testemunha dos Setes Círculos de existência, que eles almejavam o poder. Eles sondaram os quatro elementos da Terra; água, fogo, terra e ar manipulando-os e controlando o meio ambiente na Terra. Sondaram o Céu e cultuaram a Lua, até esta lhes revelar seus segredos, então, manipularam a Lua e suas fases. Provocavam eclipses totais para sondar a Face Resplandecente (o Sol). Queriam encontrar um meio de capturar sua essência. Diziam, mas não cremos nisso. O que desejavam era capturar o Sol espiritual e invisível: o Espírito do Grande Astro pelo qual a vida era alimentada.  Queriam o segredo da vida!

Tornaram escuras as paredes da casa de Atlan e suas colunas ameaçaram ruir. O coração da Terra logo pulsaria mais forte e o crepúsculo desta raça aproximava-se. Foi quando surgiu o Povo dos Filhos da Face Resplandecente.

Longo ainda foi o domínio dos Senhores da Face Negra.

A casa de Atlan era formosa, mas num instante, ruiu quando o quarto círculo de existência desabou! Mas para o seu consolo, seu bom filho sobreviveu ao grande transe. Mas era uma raça “prodigiosa”! Mas o segredo estava dentro deles.

 E a casa de Atlan? Os Celestiais apiedaram-se de tão bela construção e a Testemunha Suprema ordenou-lhes que purificassem as ruínas do quarto círculo de existência, ou não haveria mais vida na Terra*¹. E eles renovaram os meios para a  continuidade da vida na Terra.

Atlan lamentou somente por sua esposa. A poderosa Montanha de Ferro desfez-se, quando percebeu a natureza de seus Filhos. Eles quiseram reerguê-la (eles possuíram conhecimento para isso), mas Atlan não permitiu, sepultando-a furtivamente no interior da Terra. Conforme a vontade dela, a poderosa Montanha.

Quando o quarto círculo desabou o firmamento dissipou-se e os ventos furiosos foram soltos espalhando destruição. Diante do olhar da Testemunha Suprema, o quinto círculo surgiu com a nova raça e protegidos nele. Escaparam do quarto círculo que desabou estrondosamente! O povo do quinto círculo que possuía uma consciência diferente com uma nova visão. É “aí que foram protegidos e sobreviveram em um novo firmamento.”

Sou o Rei Forte do Povo das Duas Terras. Assim contou-me o meu mais antigo ancião, sobre os Atlantes. Ó que é verdade e o que não é?

Este é meu testemunho, e mais uma vez vou explica-lhes, que um círculo de existência é formado da percepção de todos os sentidos e a reunião do que acreditamos, sobretudo nossa consciência, nossos pensamentos, nossos sentimentos, nossa visão do mundo e do Universo. O círculo é alimentado dessa forma e nutre aqueles que o criaram e o moldaram. Este círculo de existência está em alinhamento com a Mãe Terra e todo o Universo. Entretanto, existem forças primordiais muito antigas que também fazem parte dele e o conhecimento dessas forças é essencial para o equilíbrio interno e externo. 

Os Filhos do quinto círculo que não partirão deste mundo. Serão responsáveis pela vida na Terra, mas nós, precisaremos  mesclar nossos sangues

com o deles para sobrevivermos neste mundo: será de fato nosso sangue e nossas almas!

¹ * E seria de fato, um desastre para todo o universo. “Os celestiais” jamais  causaram nenhuma destruição na Terra.

Alamọju ou Estrela Resplandecente, prepara o seu povo para dois objetivos. Um será para aqueles que permanecerão. Eles devem aceitar o seu destino e cuidar bem, com consciência, do novo círculo de existência. Eles não se afligirão por ficar. Porque em seus corações é o que querem. Muitas mulheres e homens de ambos os povos estão prometidos em casamento com a benção de Estrela Flamejante: ele possui outros nomes que não conheço. Prefiro chamá-lo de Estrela Resplandecente. Graças a ele, minha percepção, sobretudo, ficou mais clara.

E quanto ao resto deste povo? Não sei. Este povo está dividido em sete divisões; ramificações, ou ainda características. Conheço agora que são virtudes: Quando nos referimos a cada uma, estaremos falando de milhares deles. O primeiro é a Devoção, o segundo chama-se Silente, o terceiro chama-se Humildade, o quarto chama-se Paciência, o quinto chama-se Desprendimento, o sexto chama-se Firmeza e o sétimo chama-se Equilíbrio.

Estrela Resplandecente chama-se: Luz e juntamente com as mulheres mais velhas e as mais jovens formam o “Clã das Estrelas Flamejantes” do Povo dos Filhos da Face Resplandecente. O significado, não conhecemos.

Em uma noite quando o vento suave do Grande Deserto de areias sem cor soprava. Estrela Resplandecente surgiu em meus aposentos e conversamos. Ele é bem mais alto! Seus olhos são brilhantes e a sua face é coberta. Ele mesmo é como uma aparição e sua voz firme fala ao coração. E disse-me ele:

- “Grande Rei, guiarei meu povo para um lugar muito longínquo, mas, nem todos deverão ir. O teu povo viverá desde que se junte aos que ficarão conforme conversamos. Eles permanecerão por amor a Mãe Terra. Não levaremos toda a Luz conosco, deixaremos uma fração dela para que o quinto círculo prospere e haja Sabedoria na Terra. Nosso tempo está chegando. Em breve cada um caminhará para o Grande Deserto do Silêncio, ouvindo a Voz do Silêncio Interno e desapareceremos desse Universo tridimensional. Esta jornada deverá ser seguida sempre que oportunamente, agora, ouve-me:

 -Rei Forte, tu viverás ainda muitos anos. E verás o Grande Rio, que correrá do sul para o norte. Viverás para ver que herdarão Luz e Sabedoria na medida certa. Haverá prosperidade e todas as virtudes estarão convosco e só precisarão saber usá-las. Ensina vosso povo sobre essas cousas.

O lugar onde vivemos agora tornar-se-á inacessível e distante. A Montanha Prateada ou Resplandecente como a Chamais, partirá conosco.

O quinto círculo de existência é muito ricoem percepção. Osque escolheram ficar povoarão a Terra. E nem todos terão a mistura de sangue com o vosso povo: Os Filhos da Luz Branca como gostam de autodenominar-se. Conheço o futuro da quinta raça. As virtudes do coração são pérolas da consciência e estão dentro de cada um. A Luz que permanecerá no quinto círculo de existência é a herança de todas as raças e, é uma grande herança”.

Muitas cousas ainda, falou-me Estrela Resplandecente. Compreendi que eram avisos que deveria passar ao meu povo. Compreendi que nosso tempo também estava aproximando-se: o tempo da mudança. Nossa pele seria queimada pelo meio dia e deixaríamos de existir com coesão. Seriamos absorvidos pela nova raça definitivamente. É um tipo de transformação e é a nossa recompensa. Compreendi que a muitos dos Filhos dos quinto círculo que não conhecemos  a final, há quanto tempo ele está expandindo-se? Meu povo é orgulhoso, mas como disse Estrela Resplandecente há uma virtude para este orgulho. Estou feliz, porque poderemos conciliar nosso destino  com o uso da sabedoria. Estou feliz porque viverei para ver o Grande Rio e a prosperidade no País de uma só Terra.

Certamente existem muitas perguntas sem respostas. São fragmentos de um conhecimento esquecido.

   Estrela Resplandecente também me avisou “não deixe o essencial passar despercebido”. Quanto às lacunas, as perguntas sem respostas, “vivam o caminho” e tudo estará registrado na memória da Terra. O resto vem por acréscimo. “Aqui termina o testemunho do Rei Forte”.

 

Como partiram o povo dos Filhos da Face Resplandecente

 

            O Povo dos Filhos da Face Resplandecente diziam entre si, que eram sete Filhos e Filhas do Sol e da Terra. Eles sondaram os mistérios da criação e com base nessa “gnosis” eles partiram deste Universo! Se perguntardes se levaram seus corpos? Não poderemos responder. Mas o lugar de sua partida tornou-se inacessível de imediato. Esta narrativa só é conhecida em sua totalidade pela Testemunha Suprema das Sete Eternidades e dos Setes Círculos de Existência, o Incognoscível. Há na memória da Terra registros detalhados, sendo possível  acessa-los. É importante esclarecer, que estas virtudes fazem parte da herança do quinto círculo e dos demais.

            Assim começa essa breve narrativa com a partida dos Filhos e Filhas do Povo do Sol. Esta foi à noite em que a Devoção saiu para colher os frutos da Sabedoria, no Grande Deserto do Silêncio> Guiado pela Voz do Coração. No crepúsculo por ordem de Estrela Resplandecente, saiu a Devoção para sua última jornada na Terra. Assim lhe disse o Guia Silencioso. - “Nobre Devoção, agora deves percorrer o Grande Deserto colhendo os frutos da Sabedoria doados a ti. Vê bem o caminho por onde andarás. Tua vida mergulhará na vida sempre e sempre guardarás este conhecimento. Jamais te deixastes ficar em encruzilhadas com suas teias de ilusões. Nobre Filha do Sol e da Terra. A Testemunha Suprema descerá seu olhar sobre ti e teus irmãos: Em todo o lugar está este olhar e este olhar, por sua vez, encerra todas as cousas. Desde as Setes Eternidades ao infinitamente pequeno. Torna-te uno com o Silêncio e ganha a Imensidão. A Testemunha te permitirá passar. Conheço que possui o conhecimento para este grande feito sem hesitação. O segredo é prosseguir: O mistério é caminhar ouvindo e tornando-se o próprio caminho silencioso.

            Sou um Guia do povo do quinto círculo, sou imortal e partirei quando todos houverem partido e nos reuniremos em um lugar Maravilhoso e Terrível. Mas não pretendo abandonar os que ficarem: mas este é um  o mistério”.

Ouviu a Devoção ao Guia. Estavam a setecentos mil passos longe da congregação. Alí Devoção iniciou sua jornada.

            Olhou a sua volta a Devoção e ouvindo seu coração saudou o Grande Deserto do Silêncio. Foi uma saudação sonora, alta e muito silenciosa! Depois se inclinou e tomou em suas mãos um pouco daquelas areias brilhantes como ouro em pó, sem cor e as espargiu sobre si. Grandes e brilhantes estrelas espalhavam-se no manto da Senhora dos Segredos (a Noite). Devoção andou lentamente no Deserto. Parecia que estava flutuando, então, houviu um som semelhante ao som de um exame de abelhas que cresceu e a envolveu rapidamente. É o som do Silêncio. Em breve, por um instante, a um momento de paz em todo o Universo, que faz bem ao coração: Assim partiu a Devoção.

A Partida do Silente

 

            Estando o Silente cuidando pela manhã da sua plantação de trigo na congregação do Povo dos Filhos do Sol. Sentiu o sopro do Deserto em seu rosto e houviu o Silêncio e no Silêncio o chamado do Infinito. E palavras assim sussurradas houviu. – Silente, eis meu prometido. Hoje antes do Crepúsculo tomará o teu rumo na vastidão sem nome. A ti darei as mais altas árvores. Delas tirarás folhas e dormirás sobre elas. Tu serás como a Grande Árvore. Vento algum vos derrubará.

            Olhou o Silente a sua bela plantação. Toda ela brilhava um brilho sem cor, mas muito bela. Assim despedia-se o trigal de quem sempre o cultivou.

            Olhou o Silente, os seus irmãos (menos Devoção) por um breve momento.

            Eis que aconteceu que Silente ouviu o chamado do Silêncio do qual ele mesmo era constituído, e assim partiu e não foi mais visto. Mergulhou na vastidão num dia ensolarado.

A Partida da Humildade

 

            Dormia cedo, acordava tarde, tinha sonhos despertos, sonhos incontrolados que a faziam acordar tarde. Aconteceu que aprendeu a controlar seus sonhos e a extrair a consciência que havia neles. E na Aurora de um belo dia, Humildade despertou. E quando a Aurora há viu desperta assim lhe falou: - “Saudações”! Afinal nos encontramos. Ouvi que tinhas um belo sorriso e posso ver o quanto é verdade. Agora posso ver o sorriso dos teus lábios que guardasses para mim. A congregação está sorrindo. Teus irmãos Paciência, Desprendimento, Firmeza e Equilíbrio estão felizes por ti: hoje é o teu dia.

            Ouve! É o som do Grande Silêncio chamando por ti e por teus irmãos para a grande jornada. E esta é a Voz do Coração. Escuta! O teu sorriso é um mar onde lançarás a tua rede e muitos peixes pescarás. Mas tu não comerás os peixes! Vós os devolvêreis ao mar após a cada uma ter contado um segredo para o guardar. Ouve! Aí vem o vento forte. Ele agitará o mar e formará ondas imensas! Os espíritos do Deserto ouvirão o barulho das ondas imensas e dirão consigo: - Irmãos que mar é este?

O sopro do Deserto sussurrará perguntando.

– Quem fez o mar sorrir assim e para quem são estes segredos? E quem os herdarão?

E os espíritos do Deserto responderam:

- Foi o vento forte quem agitou as ondas do mar. E o sorriso foi dado a esta Filha do Povo da face Resplandecente. E os segredos são partes da herança desse povo do quinto círculo de existência.

É o sopro do Grande Deserto que alegre, ti saúda Humildade, e tornará sereno o mar do teu sorriso e enviará os seus espíritos para dançarem a tua volta nas areias sem cor: Nos grãos luminosos das Eternidades as quais só a Testemunha Suprema conhece.

Assim falou a Aurora a Humildade, a do mar de sorrisos.

Vem o sopro Deserto e gira ao redor da sorridente e o Deserto lhe sorriu. E no sorriso do Deserto ouve a Voz do Coração. E eis que a Aurora apontou para a imensidão. E passou o Silêncio do Deserto Temível na congregação do povo dos Filhos do Sol, na Aurora da Humildade e levou a terceira de seus Filhos: aquela do Grande Mar de Segredos o qual deixou de herança para seus irmãos que permaneceram no círculo de existência.

E assim levou o sopro Deserto Temível do Silêncio aos Filhos do Povo do Sol e da Terra. E levou um a um. Levou a Paciência quando esta saiu para caçar conhecimento em uma noite.

Noutra noite levou o Desprendimento.

Pela manhã levou a Firmeza, quando houve neve sobre seus pés e permaneceu firme.

Em outra manhã, levou o Equilíbrio, quando este saiu para entoar cânticos no Deserto e a Visão incompreensível do Silêncio revelou-se a ele.

Olharam a sua volta os Filhos do Sol e da Terra e conscientes, perceberam que faziam parte dos mistérios  que  sondaram  e  presenciaram. Sua percepção transcendeu este Universo (Universo tridimensional). E eles prepararam-se longamente, para nele adentrarem, e quando o momento chegou: partiram resolutos aceitando sua condição perante as Eternidades, na vastidão onde não há Deus, deuses e nem homens:  só Testemunhas Imparciais.

Eles partiram, mas deixaram para seus irmãos que ficaram, uma herança, partes de si e o que compreenderam acerca das Eternidades, de Deus, dos deuses, dos homens e também sobre a Mãe Terra. Porque  desde esse momento, eles só conheciam o Incognoscível. Mas seus irmãos que permaneceram na Terra, perante Deus, os deuses, os homens e a Mãe Terra. E precisavam do conhecimento de si. Desta herança, para a compreensão da consciência.

Quando eles partiram, com eles partiu aquela Montanha Resplandecente muito antiga. No local de sua partida, da Mãe Terra, nasceu as suas Filhas mais altas “Montanhas”. Logo, o local tornou-se inacessível. Suas Filhas, grandes, poderosas e altas até o céu. Cobriram-se de neve, nuvens e exigiram respeito aos que vieram habitar próximos a elas: eles as viam no horizonte: majestosas.

Os Filhos do Sol e da Terra que partiram deixaram mesmo uma parte de si no coração de cada um de nós seres da Terra que permaneceram no quinto círculo de existência.

Filho da Mãe Terra Atlan, pai dos Atlantes, cheio de dor consumia-se a beira do abismo. E eis que sua Mãe cheia de ternura, o deitou em seus braços (Fig. 02),num lugar maravilhoso, que os Filhos do quinto círculo evitaram habitar (enquanto lembravam), neste lugar Atlan, jaz deitado com a face voltada para cima. A Mãe Terra o nutre. Assim permanecerá até a consumação dos tempos.

Só a Testemunha Suprema conhece minuciosamente todas essas cousas.

Que a Luz perpétua ilumine a todos nós.       

        

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O EGITO SECRETO A TERRA DA LUZ E DOCREPUSCULO 

Os desafiantes


Na vigésima quinta noite do segundo mês do calendário resplandecente. Cheios de orgulhos e desprovidos de conhecimento. Guerreiros dos povos, irmãos dos Filhos das duas terras*¹. Invadiram o reino do velho Rei Forte. Ousando ainda atravessar o caminho superior dos Filhos da Face Resplandecente: o Sol. Porque estes possuíam o conhecimento*² e, eram guiados por Alamọju, que quer dizer sabedoria.

Possui o país, extensas planícies em um deserto de leste a oeste e, de norte a sul. E rica fauna e flora renovada perpetuamente, por águas de um rio subterrâneo. No lugar onde existe este rio, há pântanos, mas este é o País do Grande Deserto do Silêncio, onde se encontra a Luz e o Crepúsculo. Onde está o povo da Face Resplandecente na Luz e no Silêncio. Aqui também há os Filhos da Luz Branca do qual o Rei Forte é seu rei e guia. Particularmente, este povo perdeu-se em teias de ilusões*³: perdendo o conhecimento (a gnose) e o seu destino é incerto. Aqui é o centro do mundo, aqui Flui a Luz e o Silêncio: quem está preparado vê a Luz e ouve o Silêncio. Não é o caso do povo do Rei Forte: o Povo dos Filhos da Luz Branca.  

Mas quanto à invasão, Inquietaram-se os conselheiros do Rei Forte e disseram-lhe:

- Envia logo todo teu exército contra eles ou seremos aniquilados! Os Filhos da Face Resplandecentes cousa alguma farão. Estão ocupados com seus estranhos desígnios. A Luz deles não é a nossa. Nós que nascemos dos raios da Lua e os primeiros raios do Sol e o Barro Negro da Mãe Terra. Mas eles partirão do País das Duas Terras e nós ficaremos. Eles não se importaram com os invasores.

O Grande Rei entristeceu-se com seus conselheiros e assim lhes falou:

 - Onde está a Sabedoria de meus conselheiros? Estão certos quanto dizem que os Filhos da Face Resplandecente deixarão este país, a percepção deles está voltada para o desconhecido. Eles buscam o Incognoscível.

Quanto aos invasores eles são cinzas ante a Luz, e antes do Crepúsculo tornar-se-ão cinza! Não devemos nos preocupar com eles. O Sopro do Deserto espalhará suas cinzas nas quatro direções!

Vou lhes dar uma tarefa digna de conhecimento, se conseguirem achar os meios para executar esta tarefa. Nosso povo poderá viver neste país, depois que o povo de Alamọju houver partido. Descubram um meio de tornar o grande Rio subterrâneo, um Rio vivo correndo sob a Luz do Sol. Um Rio que correrá do sul para o norte fecundando mais ainda estas terras. 





¹ * É uma alusão Proposital ao antigo Egito, a terra da sabedoria. A terra de Isis e Osíris.

² * A gnose. 

³ * O erro de muitos povos até os dias de hoje.



Sete eram os conselheiros do Rei. Sete semblantes perplexos com o que lhes falara o seu Rei. Sete homens dedicados ao Rei e ao povo. Desde aquele momento já procuraram ocupar-se da grandiosa tarefa, e de como a executarão, deixando o Rei Forte sozinho.

É noite no País das Duas Terras. O Rei apagou as lâmpadas do aposento, galgou lentamente a escada superior do antigo altar da Lua. Abandonado deste o tempo do Rei Sábio “o legislador e sacerdote”. Da torre do palácio, pode divisar toda a sua capital a Cidade Mãe. A Senhora dos Segredos (A Noite), com o seu manto de estrelas, chamou a atenção do Rei. Este percebe um olhar zombeteiro, quase maligno. Vem do lado oculto do Planeta de Ferro*¹. Diz o Rei em resposta a este olhar. “Hoje caímos em teias de ilusões. Contamos com Estrela Resplandecente (outro nome de Alamọju), para nos orientar antes de partir. E tu nos olha assim e parece esperar  que nosso mundo seja transformado em mais um mundo árido  a tua semelhança. E foste vós*² que convencestes estes tolos guerreiros a invadir este país?”

O Rei ouve o som semelhante a um exame de abelhas cortando as vozes da sua cidade. O Rei vê, então, o sopro do Deserto do Silêncio espalhar as cinzas daqueles guerreiros. Quantos eram o seu numero não importa. Foram varridos da face da Terra por um turbilhão silencioso!


Testemunho do Rei Forte


Do lado do meu palácio, olho para leste, onde uma Montanha Resplandecente está à altura do horizonte. É um “pedaço do céu” na Terra. Ela também desaparecerá*³. Por trás dela (a filha do céu), está o povo dos Filhos da Face Resplandecente. Nem em sonhos o meu povo pode ir até aquele povo misterioso. Só o Rei Forte (eu) posso ir até o povo de Alamọju e estar com ele. Conheço que quando o meu povo ficar sozinho, ficará com um grão de conhecimento com o qual deve sobreviver.

No céu o Planeta de Ferro irmão desde mundo: A sua força é a vontade firme e a guerra. Os círculos de existência que havia nele fecharam-se sobre si. Mas ele ainda influi sobre a Terra. Nossos antepassados fixaram sua percepção primeira na vontade firme, depois na guerra, no ódio e estas emanações despertadas em seus corações, chegaram até o coração da Terra. Agora nossos antepassados jazem tombados sobre toda a Terra!  Nós sobrevivemos e os antigos altares estão abandonados: um círculo de existência inteiro ruiu e foi sepultado debaixo das colunas da Terra. Descendemos de um povo, de uma raça de gigantes. Eles eram os Senhores da Face Negra. Porque, orgulhosos, dirigiram sua percepção para a sombra da Lua sobre o Sol: Há um Sol espiritual e invisível, mas ele não estava ali.





¹ * Marte.

² * Marte, ainda, aqui é a morada de espíritos belicosos, mas também é a fonte da vontade firme e reta. Obviamente foi o lado negativo dessa influência que prevaleceu.  

³ * O  Rei  Forte  quer dizer que a Montanha Resplandecente também partirá deste mundo junto com aquele povo misterioso e que ela é uma representação do poder e da posse do conhecimento. Ela é feminina e deixará filhas suas sobre a Terra.


O Povo da Face Resplandecente nasceu do Sol e da Terra. Isso aconteceu quando o quarto círculo ainda existia. Seu aparecimento causou revolta na grande maioria de nossos antepassados. Aqueles que aceitaram com resignação, sobreviveram quando o coração da Terra pulsou intensamente e houve o fim daquela raça prodigiosa da qual descendemos. Por isto, a  muito  orgulho  em meu povo. Somos conhecidos como o Povo das Duas Terras; “Uma é a Terra da Luz” e dos Filhos da Face Resplandecente. E a “Terra do Crepúsculo” que é a nossa Terra. Mas é um país somente, e dois povos na verdade.   Mas nós não vamos desaparecer deste mundo. Nós herdaremos este mundo e muitos do povo da Terra da Luz (os que possuem a sabedoria), permanecerão conosco e formaremos um único povo, “uma só Terra”. O quinto círculo de existência será formado assim. 

Este povo de Alamọju*¹ possui o conhecimento silencioso. A cada sete noites. Reúnem-se diante da Montanha Resplandecente, onde guardam a “Voz do Silêncio”. Então, Estrela Resplandecente, o guia insondável deste povo, chama uma mulher, quase sempre uma mulher jovem. Após esta ser escolhida. Ele lhe entrega uma flauta de sete furos, tal flauta não emite sons comuns. Quando a jovem escolhida toca a flauta, a Voz do Silêncio lhe vem insuflar sons maravilhosos. Estes sons inaudíveis levam o Povo dos Filhos da Face Resplandecente e o seu guia para longe, muito longe deste fragmentado círculo de existência. Para cada vez mais próximo de um lugar misterioso, insondável. Para este “lugar” eles empreenderão sua jornada final.

Participei de algumas destas cerimônias (Fig. 01). Foi quando soube que muitos do Povo da Face Resplandecentes permaneceriam no País das Duas Terras, e com o meu povo, formariam uma nova raça, a quinta. E o quinto círculo de existência desse mundo. 

Um círculo de existência é formado com a percepção de todos os nossos sentidos e, o que acreditamos. Dele fazem parte forças muito antigas. Um círculo de existência é a visão e a vida*² que alimenta nosso mundo, formando um alinhamento consciente.  

Em uma destas cerimônias, olhei para trás, porque quis ver os momentos finais dos Filhos do quarto círculo de existência, e o surgimento ou, a fuga dos Filhos da Face Resplandecente: Nossos irmãos. Não vi com clareza.

Nós que somos fruto da união da Luz da Lua e da Luz do Sol Nascente ou da Aurora e da Terra. Descendemos juntamente com o Povo dos Filhos da Face Resplandecente. De uma raça grandiosa em tamanho, orgulho e engenhosidade. É um fato, que o povo de Alamọju herdou quase toda a Luz e a Sabedoria. E, seu destino não é este mundo, pelo menos, não o da maioria deles.

Como é impossível descrever tudo o que vi! -“Era preciso abandonar o quarto círculo que estava fechando-se sobre os seus. O Povo do  Sol atravessava uma ponte sobre o abismo profundo, quando de súbito! Por trás deles, o quarto círculo de existência da quarta geração da Terra, os Atlantes, desabou ruidosamente sobre ele! É como se as Estrelas e a Lua caíssem na Terra e, a Terra mesma deixassem de existir como a conhecemos: E o Sol apagou! 


¹ *Alamoju, o “j” vale “dj” como no inglês, YORUBÀ a Língua dos Orixás, Fernandes Portugal, editora  Pallas.

² * Desta forma todas as coisas estão interligadas. Do menor acontecimento ao maior.

 




tão  inesperado e desconhecido  o acontecimento que o próprio Povo do Sol e os poucos daquele povo grandioso que escaparam, ficaram um pouco confusos. As ruínas do quarto círculo pareceram envolvê-los. Tudo a volta arde em turbilhões de água! E as águas conturbadas estão à direita e a esquerda. Grande mortandade! O Céu, a Terra e o Horizonte, não são divisados. Tudo queima nas águas, tudo se afoga! Não há onde se abrigar. Os Filhos do Sol e os poucos sobreviventes daquela raça estão a salvos. Que pavor! O Universo sentiu o que ocorria na Terra!

Grandes muralhas ciclopícas ruíram. O Irmão errante da Terra havia chegado ao sistema solar. Este conhecimento eu não possuo*¹. 

As águas acalmaram-se para que os Filhos do Sol e os demais sobreviventes passassem. O Silêncio foi essencial para que conseguissem deixar o quarto círculo de existência que desabou.

Quem eram os Atlantes? Pelo olhar da Testemunha Suprema! Que nada sei! Meus conselheiros, e  meus pais, contaram tais cousas as quais desconheço.

A memória da Terra é justa: os Sábios, Filhos das Eternidades prantearam o destino trágico deles. 

O velho ancião “Sonho” contou-me: “o gigante Atlan, Filho da Terra. Vivia sozinho até que um dia, apaixonou-se pela bela Montanha de Ferro”. Da união de ambos, nasceram os Atlantes. Conta-se que os pais convidaram a Corte Celestial para conhecê-los. E eles vieram a Terra!

Quando a Celeste Corte conheceram os Atlantes, de imediato sentiram o poderio deles e retornaram espantadas as suas moradas*². 

Atlan (o pai deles) triste ficando foi consultar seu pai Lemuriano*³. Este com seu círculo de existência, o terceiro, deixava pacificamente a Terra. A Atlan falou seu Pai.

- Filho, retira-te do meio dos teus ambiciosos Filhos. Eles não viverão em harmonia por muito tempo e, a ambição será a perdição deles. 

Recusou-se Atlan a abandonar seus Filhos e quando estes souberam das palavras de Lemuriano, furiosos, tentaram atear fogo à casa de seu avô. Mas não puderam feri-lo.

Atlan, por causa disso, os abandonou exortando-os, a viverem em equilíbrio. Um dos seus Filhos o Acompanhou, a final, ele tinha um bom Filho.








¹ * O  Irmão  errante  da  Terra, um planeta chamado Nibiru na antiga  Suméria.

² * Suas moradas nas estrelas.

³ * Consultar “A Doutrina Secreta”vol.III, Helena Petrovna Blavatsky, ed. Pensamento/ Cultríx, São Paulo, SP.     






 

Viu a Testemunha dos Setes Círculos de existência, que eles almejavam o poder. Eles sondaram os quatro elementos da Terra; água, fogo, terra e ar manipulando-os e controlando o meio ambiente na Terra. Sondaram o Céu e cultuaram a Lua, até esta lhes revelar seus segredos, então, manipularam a Lua e suas fases. Provocavam eclipses totais para sondar a Face Resplandecente (o Sol). Queriam encontrar um meio de capturar sua essência. Diziam, mas não cremos nisso. O que desejavam era capturar o Sol espiritual e invisível: o Espírito do Grande Astro pelo qual a vida era alimentada.  Queriam o segredo da vida! 

Tornaram escuras as paredes da casa de Atlan e suas colunas ameaçaram ruir. O coração da Terra logo pulsaria mais forte e o crepúsculo desta raça aproximava-se. Foi quando surgiu o Povo dos Filhos da Face Resplandecente.

Longo ainda foi o domínio dos Senhores da Face Negra.

A casa de Atlan era formosa, mas num instante, ruiu quando o quarto círculo de existência desabou! Mas para o seu consolo, seu bom filho sobreviveu ao grande transe. Mas era uma raça “prodigiosa”! Mas o segredo estava dentro deles.

 E a casa de Atlan? Os Celestiais apiedaram-se de tão bela construção e a Testemunha Suprema ordenou-lhes que purificassem as ruínas do quarto círculo de existência, ou não haveria mais vida na Terra*¹. E eles renovaram os meios para a  continuidade da vida na Terra.

Atlan lamentou somente por sua esposa. A poderosa Montanha de Ferro desfez-se, quando percebeu a natureza de seus Filhos. Eles quiseram reerguê-la (eles possuíram conhecimento para isso), mas Atlan não permitiu, sepultando-a furtivamente no interior da Terra. Conforme a vontade dela, a poderosa Montanha.

Quando o quarto círculo desabou o firmamento dissipou-se e os ventos furiosos foram soltos espalhando destruição. Diante do olhar da Testemunha Suprema, o quinto círculo surgiu com a nova raça e protegidos nele. Escaparam do quarto círculo que desabou estrondosamente! O povo do quinto círculo que possuía uma consciência diferente com uma nova visão. É “aí que foram protegidos e sobreviveram em um novo firmamento.”

Sou o Rei Forte do Povo das Duas Terras. Assim contou-me o meu mais antigo ancião, sobre os Atlantes. Ó que é verdade e o que não é?

Este é meu testemunho, e mais uma vez vou explica-lhes, que um círculo de existência é formado da percepção de todos os sentidos e a reunião do que acreditamos, sobretudo nossa consciência, nossos pensamentos, nossos sentimentos, nossa visão do mundo e do Universo. O círculo é alimentado dessa forma e nutre aqueles que o criaram e o moldaram. Este círculo de existência está em alinhamento com a Mãe Terra e todo o Universo. Entretanto, existem forças primordiais muito antigas que também fazem parte dele e o conhecimento dessas forças é essencial para o equilíbrio interno e externo.  

Os Filhos do quinto círculo que não partirão deste mundo. Serão responsáveis pela vida na Terra, mas nós, precisaremos  mesclar nossos sangues 

com o deles para sobrevivermos neste mundo: será de fato nosso sangue e nossas almas!




¹ * E seria de fato, um desastre para todo o universo. “Os celestiais” jamais  causaram nenhuma destruição na Terra.

 

Alamọju ou Estrela Resplandecente, prepara o seu povo para dois objetivos. Um será para aqueles que permanecerão. Eles devem aceitar o seu destino e cuidar bem, com consciência, do novo círculo de existência. Eles não se afligirão por ficar. Porque em seus corações é o que querem. Muitas mulheres e homens de ambos os povos estão prometidos em casamento com a benção de Estrela Flamejante: ele possui outros nomes que não conheço. Prefiro chamá-lo de Estrela Resplandecente. Graças a ele, minha percepção, sobretudo, ficou mais clara.

E quanto ao resto deste povo? Não sei. Este povo está dividido em sete divisões; ramificações, ou ainda características. Conheço agora que são virtudes: Quando nos referimos a cada uma, estaremos falando de milhares deles. O primeiro é a Devoção, o segundo chama-se Silente, o terceiro chama-se Humildade, o quarto chama-se Paciência, o quinto chama-se Desprendimento, o sexto chama-se Firmeza e o sétimo chama-se Equilíbrio.

Estrela Resplandecente chama-se: Luz e juntamente com as mulheres mais velhas e as mais jovens formam o “Clã das Estrelas Flamejantes” do Povo dos Filhos da Face Resplandecente. O significado, não conhecemos.

Em uma noite quando o vento suave do Grande Deserto de areias sem cor soprava. Estrela Resplandecente surgiu em meus aposentos e conversamos. Ele é bem mais alto! Seus olhos são brilhantes e a sua face é coberta. Ele mesmo é como uma aparição e sua voz firme fala ao coração. E disse-me ele:

- “Grande Rei, guiarei meu povo para um lugar muito longínquo, mas, nem todos deverão ir. O teu povo viverá desde que se junte aos que ficarão conforme conversamos. Eles permanecerão por amor a Mãe Terra. Não levaremos toda a Luz conosco, deixaremos uma fração dela para que o quinto círculo prospere e haja Sabedoria na Terra. Nosso tempo está chegando. Em breve cada um caminhará para o Grande Deserto do Silêncio, ouvindo a Voz do Silêncio Interno e desapareceremos desse Universo tridimensional. Esta jornada deverá ser seguida sempre que oportunamente, agora, ouve-me:

 -Rei Forte, tu viverás ainda muitos anos. E verás o Grande Rio, que correrá do sul para o norte. Viverás para ver que herdarão Luz e Sabedoria na medida certa. Haverá prosperidade e todas as virtudes estarão convosco e só precisarão saber usá-las. Ensina vosso povo sobre essas cousas.

O lugar onde vivemos agora tornar-se-á inacessível e distante. A Montanha Prateada ou Resplandecente como a Chamais, partirá conosco.

O quinto círculo de existência é muito rico em percepção. Os que escolheram ficar povoarão a Terra. E nem todos terão a mistura de sangue com o vosso povo: Os Filhos da Luz Branca como gostam de autodenominar-se. Conheço o futuro da quinta raça. As virtudes do coração são pérolas da consciência e estão dentro de cada um. A Luz que permanecerá no quinto círculo de existência é a herança de todas as raças e, é uma grande herança”. 

Muitas cousas ainda, falou-me Estrela Resplandecente. Compreendi que eram avisos que deveria passar ao meu povo. Compreendi que nosso tempo também estava aproximando-se: o tempo da mudança. Nossa pele seria queimada pelo meio dia e deixaríamos de existir com coesão. Seriamos absorvidos pela nova raça definitivamente. É um tipo de transformação e é a nossa recompensa. Compreendi que a muitos dos Filhos dos quinto círculo que não conhecemos  a final, há quanto tempo ele está expandindo-se? Meu povo é orgulhoso, mas como disse Estrela Resplandecente há uma virtude para este orgulho. Estou feliz, porque poderemos conciliar nosso destino  com o uso da sabedoria. Estou feliz porque viverei para ver o Grande Rio e a prosperidade no País de uma só Terra. 

Certamente existem muitas perguntas sem respostas. São fragmentos de um conhecimento esquecido. 

   Estrela Resplandecente também me avisou “não deixe o essencial passar despercebido”. Quanto às lacunas, as perguntas sem respostas, “vivam o caminho” e tudo estará registrado na memória da Terra. O resto vem por acréscimo. “Aqui termina o testemunho do Rei Forte”.



Como partiram o povo dos Filhos da Face Resplandecente


O Povo dos Filhos da Face Resplandecente diziam entre si, que eram sete Filhos e Filhas do Sol e da Terra. Eles sondaram os mistérios da criação e com base nessa “gnosis” eles partiram deste Universo! Se perguntardes se levaram seus corpos? Não poderemos responder. Mas o lugar de sua partida tornou-se inacessível de imediato. Esta narrativa só é conhecida em sua totalidade pela Testemunha Suprema das Sete Eternidades e dos Setes Círculos de Existência, o Incognoscível. Há na memória da Terra registros detalhados, sendo possível  acessa-los. É importante esclarecer, que estas virtudes fazem parte da herança do quinto círculo e dos demais. 

Assim começa essa breve narrativa com a partida dos Filhos e Filhas do Povo do Sol. Esta foi à noite em que a Devoção saiu para colher os frutos da Sabedoria, no Grande Deserto do Silêncio> Guiado pela Voz do Coração. No crepúsculo por ordem de Estrela Resplandecente, saiu a Devoção para sua última jornada na Terra. Assim lhe disse o Guia Silencioso. - “Nobre Devoção, agora deves percorrer o Grande Deserto colhendo os frutos da Sabedoria doados a ti. Vê bem o caminho por onde andarás. Tua vida mergulhará na vida sempre e sempre guardarás este conhecimento. Jamais te deixastes ficar em encruzilhadas com suas teias de ilusões. Nobre Filha do Sol e da Terra. A Testemunha Suprema descerá seu olhar sobre ti e teus irmãos: Em todo o lugar está este olhar e este olhar, por sua vez, encerra todas as cousas. Desde as Setes Eternidades ao infinitamente pequeno. Torna-te uno com o Silêncio e ganha a Imensidão. A Testemunha te permitirá passar. Conheço que possui o conhecimento para este grande feito sem hesitação. O segredo é prosseguir: O mistério é caminhar ouvindo e tornando-se o próprio caminho silencioso.

Sou um Guia do povo do quinto círculo, sou imortal e partirei quando todos houverem partido e nos reuniremos em um lugar Maravilhoso e Terrível. Mas não pretendo abandonar os que ficarem: mas este é um  o mistério”.


Ouviu a Devoção ao Guia. Estavam a setecentos mil passos longe da congregação. Alí Devoção iniciou sua jornada.

Olhou a sua volta a Devoção e ouvindo seu coração saudou o Grande Deserto do Silêncio. Foi uma saudação sonora, alta e muito silenciosa! Depois se inclinou e tomou em suas mãos um pouco daquelas areias brilhantes como ouro em pó, sem cor e as espargiu sobre si. Grandes e brilhantes estrelas espalhavam-se no manto da Senhora dos Segredos (a Noite). Devoção andou lentamente no Deserto. Parecia que estava flutuando, então, houviu um som semelhante ao som de um exame de abelhas que cresceu e a envolveu rapidamente. É o som do Silêncio. Em breve, por um instante, a um momento de paz em todo o Universo, que faz bem ao coração: Assim partiu a Devoção.


A Partida do Silente


Estando o Silente cuidando pela manhã da sua plantação de trigo na congregação do Povo dos Filhos do Sol. Sentiu o sopro do Deserto em seu rosto e houviu o Silêncio e no Silêncio o chamado do Infinito. E palavras assim sussurradas houviu. – Silente, eis meu prometido. Hoje antes do Crepúsculo tomará o teu rumo na vastidão sem nome. A ti darei as mais altas árvores. Delas tirarás folhas e dormirás sobre elas. Tu serás como a Grande Árvore. Vento algum vos derrubará.

Olhou o Silente a sua bela plantação. Toda ela brilhava um brilho sem cor, mas muito bela. Assim despedia-se o trigal de quem sempre o cultivou.

Olhou o Silente, os seus irmãos (menos Devoção) por um breve momento.

Eis que aconteceu que Silente ouviu o chamado do Silêncio do qual ele mesmo era constituído, e assim partiu e não foi mais visto. Mergulhou na vastidão num dia ensolarado.


A Partida da Humildade


Dormia cedo, acordava tarde, tinha sonhos despertos, sonhos incontrolados que a faziam acordar tarde. Aconteceu que aprendeu a controlar seus sonhos e a extrair a consciência que havia neles. E na Aurora de um belo dia, Humildade despertou. E quando a Aurora há viu desperta assim lhe falou: - “Saudações”! Afinal nos encontramos. Ouvi que tinhas um belo sorriso e posso ver o quanto é verdade. Agora posso ver o sorriso dos teus lábios que guardasses para mim. A congregação está sorrindo. Teus irmãos Paciência, Desprendimento, Firmeza e Equilíbrio estão felizes por ti: hoje é o teu dia.

Ouve! É o som do Grande Silêncio chamando por ti e por teus irmãos para a grande jornada. E esta é a Voz do Coração. Escuta! O teu sorriso é um mar onde lançarás a tua rede e muitos peixes pescarás. Mas tu não comerás os peixes! Vós os devolvêreis ao mar após a cada uma ter contado um segredo para o guardar. Ouve! Aí vem o vento forte. Ele agitará o mar e formará ondas imensas! Os espíritos do Deserto ouvirão o barulho das ondas imensas e dirão consigo: - Irmãos que mar é este? 

O sopro do Deserto sussurrará perguntando. 

– Quem fez o mar sorrir assim e para quem são estes segredos? E quem os herdarão? 

E os espíritos do Deserto responderam:


- Foi o vento forte quem agitou as ondas do mar. E o sorriso foi dado a esta Filha do Povo da face Resplandecente. E os segredos são partes da herança desse povo do quinto círculo de existência.

É o sopro do Grande Deserto que alegre, ti saúda Humildade, e tornará sereno o mar do teu sorriso e enviará os seus espíritos para dançarem a tua volta nas areias sem cor: Nos grãos luminosos das Eternidades as quais só a Testemunha Suprema conhece.

Assim falou a Aurora a Humildade, a do mar de sorrisos. 

Vem o sopro Deserto e gira ao redor da sorridente e o Deserto lhe sorriu. E no sorriso do Deserto ouve a Voz do Coração. E eis que a Aurora apontou para a imensidão. E passou o Silêncio do Deserto Temível na congregação do povo dos Filhos do Sol, na Aurora da Humildade e levou a terceira de seus Filhos: aquela do Grande Mar de Segredos o qual deixou de herança para seus irmãos que permaneceram no círculo de existência. 

E assim levou o sopro Deserto Temível do Silêncio aos Filhos do Povo do Sol e da Terra. E levou um a um. Levou a Paciência quando esta saiu para caçar conhecimento em uma noite. 

Noutra noite levou o Desprendimento. 

Pela manhã levou a Firmeza, quando houve neve sobre seus pés e permaneceu firme.

Em outra manhã, levou o Equilíbrio, quando este saiu para entoar cânticos no Deserto e a Visão incompreensível do Silêncio revelou-se a ele.

Olharam a sua volta os Filhos do Sol e da Terra e conscientes, perceberam que faziam parte dos mistérios  que  sondaram  e  presenciaram. Sua percepção transcendeu este Universo (Universo tridimensional). E eles prepararam-se longamente, para nele adentrarem, e quando o momento chegou: partiram resolutos aceitando sua condição perante as Eternidades, na vastidão onde não há Deus, deuses e nem homens:  só Testemunhas Imparciais.

Eles partiram, mas deixaram para seus irmãos que ficaram, uma herança, partes de si e o que compreenderam acerca das Eternidades, de Deus, dos deuses, dos homens e também sobre a Mãe Terra. Porque  desde esse momento, eles só conheciam o Incognoscível. Mas seus irmãos que permaneceram na Terra, perante Deus, os deuses, os homens e a Mãe Terra. E precisavam do conhecimento de si. Desta herança, para a compreensão da consciência.

Quando eles partiram, com eles partiu aquela Montanha Resplandecente muito antiga. No local de sua partida, da Mãe Terra, nasceu as suas Filhas mais altas “Montanhas”. Logo, o local tornou-se inacessível. Suas Filhas, grandes, poderosas e altas até o céu. Cobriram-se de neve, nuvens e exigiram respeito aos que vieram habitar próximos a elas: eles as viam no horizonte: majestosas.

Os Filhos do Sol e da Terra que partiram deixaram mesmo uma parte de si no coração de cada um de nós seres da Terra que permaneceram no quinto círculo de existência.

Filho da Mãe Terra Atlan, pai dos Atlantes, cheio de dor consumia-se a beira do abismo. E eis que sua Mãe cheia de ternura, o deitou em seus braços (Fig. 02),num lugar maravilhoso, que os Filhos do quinto círculo evitaram habitar (enquanto lembravam), neste lugar Atlan, jaz deitado com a face voltada para cima. A Mãe Terra o nutre. Assim permanecerá até a consumação dos tempos.

Só a Testemunha Suprema conhece minuciosamente todas essas cousas. 

Que a Luz perpétua ilumine a todos nós.        

         







































 

O EGITO SECRETO A TERRA DA LUZ E DOCREPUSCULO

Os desafiantes

 

            Na vigésima quinta noite do segundo mês do calendário resplandecente. Cheios de orgulhos e desprovidos de conhecimento. Guerreiros dos povos, irmãos dos Filhos das duas terras*¹. Invadiram o reino do velho Rei Forte. Ousando ainda atravessar o caminho superior dos Filhos da Face Resplandecente: o Sol. Porque estes possuíam o conhecimento*² e, eram guiados por Alamọju, que quer dizer sabedoria.

            Possui o país, extensas planícies em um deserto de leste a oeste e, de norte a sul. E rica fauna e flora renovada perpetuamente, por águas de um rio subterrâneo. No lugar onde existe este rio, há pântanos, mas este é o País do Grande Deserto do Silêncio, onde se encontra a Luz e o Crepúsculo. Onde está o povo da Face Resplandecente na Luz e no Silêncio. Aqui também há os Filhos da Luz Branca do qual o Rei Forte é seu rei e guia. Particularmente, este povo perdeu-se em teias de ilusões*³: perdendo o conhecimento (a gnose) e o seu destino é incerto. Aqui é o centro do mundo, aqui Flui a Luz e o Silêncio: quem está preparado vê a Luz e ouve o Silêncio. Não é o caso do povo do Rei Forte: o Povo dos Filhos da Luz Branca. 

Mas quanto à invasão, Inquietaram-se os conselheiros do Rei Forte e disseram-lhe:

            - Envia logo todo teu exército contra eles ou seremos aniquilados! Os Filhos da Face Resplandecentes cousa alguma farão. Estão ocupados com seus estranhos desígnios. A Luz deles não é a nossa. Nós que nascemos dos raios da Lua e os primeiros raios do Sol e o Barro Negro da Mãe Terra. Mas eles partirão do País das Duas Terras e nós ficaremos. Eles não se importaram com os invasores.

            O Grande Rei entristeceu-se com seus conselheiros e assim lhes falou:

 - Onde está a Sabedoria de meus conselheiros? Estão certos quanto dizem que os Filhos da Face Resplandecente deixarão este país, a percepção deles está voltada para o desconhecido. Eles buscam o Incognoscível.

            Quanto aos invasores eles são cinzas ante a Luz, e antes do Crepúsculo tornar-se-ão cinza! Não devemos nos preocupar com eles. O Sopro do Deserto espalhará suas cinzas nas quatro direções!

            Vou lhes dar uma tarefa digna de conhecimento, se conseguirem achar os meios para executar esta tarefa. Nosso povo poderá viver neste país, depois que o povo de Alamọju houver partido. Descubram um meio de tornar o grande Rio subterrâneo, um Rio vivo correndo sob a Luz do Sol. Um Rio que correrá do sul para o norte fecundando mais ainda estas terras.

¹ * É uma alusão Proposital ao antigo Egito, a terra da sabedoria. A terra de Isis e Osíris.

² * A gnose.

³ * O erro de muitos povos até os dias de hoje.

Sete eram os conselheiros do Rei. Sete semblantes perplexos com o que lhes falara o seu Rei. Sete homens dedicados ao Rei e ao povo. Desde aquele momento já procuraram ocupar-se da grandiosa tarefa, e de como a executarão, deixando o Rei Forte sozinho.

            É noite no País das Duas Terras. O Rei apagou as lâmpadas do aposento, galgou lentamente a escada superior do antigo altar da Lua. Abandonado deste o tempo do Rei Sábio “o legislador e sacerdote”. Da torre do palácio, pode divisar toda a sua capital a Cidade Mãe. A Senhora dos Segredos (A Noite), com o seu manto de estrelas, chamou a atenção do Rei. Este percebe um olhar zombeteiro, quase maligno. Vem do lado oculto do Planeta de Ferro*¹. Diz o Rei em resposta a este olhar. “Hoje caímos em teias de ilusões. Contamos com Estrela Resplandecente (outro nome de Alamọju), para nos orientar antes de partir. E tu nos olha assim e parece esperar  que nosso mundo seja transformado em mais um mundo árido  a tua semelhança. E foste vós*² que convencestes estes tolos guerreiros a invadir este país?”

            O Rei ouve o som semelhante a um exame de abelhas cortando as vozes da sua cidade. O Rei vê, então, o sopro do Deserto do Silêncio espalhar as cinzas daqueles guerreiros. Quantos eram o seu numero não importa. Foram varridos da face da Terra por um turbilhão silencioso!      

 

Testemunho do Rei Forte

            Do lado do meu palácio, olho para leste, onde uma Montanha Resplandecente está à altura do horizonte. É um “pedaço do céu” na Terra. Ela também desaparecerá*³. Por trás dela (a filha do céu), está o povo dos Filhos da Face Resplandecente. Nem em sonhos o meu povo pode ir até aquele povo misterioso. Só o Rei Forte (eu) posso ir até o povo de Alamọju e estar com ele. Conheço que quando o meu povo ficar sozinho, ficará com um grão de conhecimento com o qual deve sobreviver.

No céu o Planeta de Ferro irmão desde mundo: A sua força é a vontade firme e a guerra. Os círculos de existência que havia nele fecharam-se sobre si. Mas ele ainda influi sobre a Terra. Nossos antepassados fixaram sua percepção primeira na vontade firme, depois na guerra, no ódio e estas emanações despertadas em seus corações, chegaram até o coração da Terra. Agora nossos antepassados jazem tombados sobre toda a Terra!  Nós sobrevivemos e os antigos altares estão abandonados: um círculo de existência inteiro ruiu e foi sepultado debaixo das colunas da Terra. Descendemos de um povo, de uma raça de gigantes. Eles eram os Senhores da Face Negra. Porque, orgulhosos, dirigiram sua percepção para a sombra da Lua sobre o Sol: Há um Sol espiritual e invisível, mas ele não estava ali.

¹ * Marte.

² * Marte, ainda, aqui é a morada de espíritos belicosos, mas também é a fonte da vontade firme e reta. Obviamente foi o lado negativo dessa influência que prevaleceu. 

³ * O  Rei  Forte  quer dizer que a Montanha Resplandecente também partirá deste mundo junto com aquele povo misterioso e que ela é uma representação do poder e da posse do conhecimento. Ela é feminina e deixará filhas suas sobre a Terra.

O Povo da Face Resplandecente nasceu do Sol e da Terra. Isso aconteceu quando o quarto círculo ainda existia. Seu aparecimento causou revolta na grande maioria de nossos antepassados. Aqueles que aceitaram com resignação, sobreviveram quando o coração da Terra pulsou intensamente e houve o fim daquela raça prodigiosa da qual descendemos. Por isto, a  muito  orgulho  em meu povo. Somos conhecidos como o Povo das Duas Terras; “Uma é a Terra da Luz” e dos Filhos da Face Resplandecente. E a “Terra do Crepúsculo” que é a nossa Terra. Mas é um país somente, e dois povos na verdade.   Mas nós não vamos desaparecer deste mundo. Nós herdaremos este mundo e muitos do povo da Terra da Luz (os que possuem a sabedoria), permanecerão conosco e formaremos um único povo, “uma só Terra”. O quinto círculo de existência será formado assim.

Este povo de Alamọju*¹ possui o conhecimento silencioso. A cada sete noites. Reúnem-se diante da Montanha Resplandecente, onde guardam a “Voz do Silêncio”. Então, Estrela Resplandecente, o guia insondável deste povo, chama uma mulher, quase sempre uma mulher jovem. Após esta ser escolhida. Ele lhe entrega uma flauta de sete furos, tal flauta não emite sons comuns. Quando a jovem escolhida toca a flauta, a Voz do Silêncio lhe vem insuflar sons maravilhosos. Estes sons inaudíveis levam o Povo dos Filhos da Face Resplandecente e o seu guia para longe, muito longe deste fragmentado círculo de existência. Para cada vez mais próximo de um lugar misterioso, insondável. Para este “lugar” eles empreenderão sua jornada final.

            Participei de algumas destas cerimônias (Fig. 01). Foi quando soube que muitos do Povo da Face Resplandecentes permaneceriam no País das Duas Terras, e com o meu povo, formariam uma nova raça, a quinta. E o quinto círculo de existência desse mundo.

            Um círculo de existência é formado com a percepção de todos os nossos sentidos e, o que acreditamos. Dele fazem parte forças muito antigas. Um círculo de existência é a visão e a vida*² que alimenta nosso mundo, formando um alinhamento consciente. 

            Em uma destas cerimônias, olhei para trás, porque quis ver os momentos finais dos Filhos do quarto círculo de existência, e o surgimento ou, a fuga dos Filhos da Face Resplandecente: Nossos irmãos. Não vi com clareza.

            Nós que somos fruto da união da Luz da Lua e da Luz do Sol Nascente ou da Aurora e da Terra. Descendemos juntamente com o Povo dos Filhos da Face Resplandecente. De uma raça grandiosa em tamanho, orgulho e engenhosidade. É um fato, que o povo de Alamọju herdou quase toda a Luz e a Sabedoria. E, seu destino não é este mundo, pelo menos, não o da maioria deles.

            Como é impossível descrever tudo o que vi! -“Era preciso abandonar o quarto círculo que estava fechando-se sobre os seus. O Povo do  Sol atravessava uma ponte sobre o abismo profundo, quando de súbito! Por trás deles, o quarto círculo de existência da quarta geração da Terra, os Atlantes, desabou ruidosamente sobre ele! É como se as Estrelas e a Lua caíssem na Terra e, a Terra mesma deixassem de existir como a conhecemos: E o Sol apagou!

¹ *Alamoju, o “j” vale “dj” como no inglês, YORUBÀ a Língua dos Orixás, Fernandes Portugal, editora  Pallas.

² * Desta forma todas as coisas estão interligadas. Do menor acontecimento ao maior.

 

tão  inesperado e desconhecido  o acontecimento que o próprio Povo do Sol e os poucos daquele povo grandioso que escaparam, ficaram um pouco confusos. As ruínas do quarto círculo pareceram envolvê-los. Tudo a volta arde em turbilhões de água! E as águas conturbadas estão à direita e a esquerda. Grande mortandade! O Céu, a Terra e o Horizonte, não são divisados. Tudo queima nas águas, tudo se afoga! Não há onde se abrigar. Os Filhos do Sol e os poucos sobreviventes daquela raça estão a salvos. Que pavor! O Universo sentiu o que ocorria na Terra!

            Grandes muralhas ciclopícas ruíram. O Irmão errante da Terra havia chegado ao sistema solar. Este conhecimento eu não possuo*¹.

            As águas acalmaram-se para que os Filhos do Sol e os demais sobreviventes passassem. O Silêncio foi essencial para que conseguissem deixar o quarto círculo de existência que desabou.

            Quem eram os Atlantes? Pelo olhar da Testemunha Suprema! Que nada sei! Meus conselheiros, e  meus pais, contaram tais cousas as quais desconheço.

            A memória da Terra é justa: os Sábios, Filhos das Eternidades prantearam o destino trágico deles.

            O velho ancião “Sonho” contou-me: “o gigante Atlan, Filho da Terra. Vivia sozinho até que um dia, apaixonou-se pela bela Montanha de Ferro”. Da união de ambos, nasceram os Atlantes. Conta-se que os pais convidaram a Corte Celestial para conhecê-los. E eles vieram a Terra!

            Quando a Celeste Corte conheceram os Atlantes, de imediato sentiram o poderio deles e retornaram espantadas as suas moradas*².

            Atlan (o pai deles) triste ficando foi consultar seu pai Lemuriano*³. Este com seu círculo de existência, o terceiro, deixava pacificamente a Terra. A Atlan falou seu Pai.

            - Filho, retira-te do meio dos teus ambiciosos Filhos. Eles não viverão em harmonia por muito tempo e, a ambição será a perdição deles.

            Recusou-se Atlan a abandonar seus Filhos e quando estes souberam das palavras de Lemuriano, furiosos, tentaram atear fogo à casa de seu avô. Mas não puderam feri-lo.

            Atlan, por causa disso, os abandonou exortando-os, a viveremem equilíbrio. Umdos seus Filhos o Acompanhou, a final, ele tinha um bom Filho.

¹ * O  Irmão  errante  da  Terra, um planeta chamado Nibiru na antiga  Suméria.

² * Suas moradas nas estrelas.

³ * Consultar “A Doutrina Secreta”vol.III, Helena Petrovna Blavatsky, ed. Pensamento/ Cultríx, São Paulo, SP.                  

 

 

 

 

 

                                                                                                                     

            Viu a Testemunha dos Setes Círculos de existência, que eles almejavam o poder. Eles sondaram os quatro elementos da Terra; água, fogo, terra e ar manipulando-os e controlando o meio ambiente na Terra. Sondaram o Céu e cultuaram a Lua, até esta lhes revelar seus segredos, então, manipularam a Lua e suas fases. Provocavam eclipses totais para sondar a Face Resplandecente (o Sol). Queriam encontrar um meio de capturar sua essência. Diziam, mas não cremos nisso. O que desejavam era capturar o Sol espiritual e invisível: o Espírito do Grande Astro pelo qual a vida era alimentada.  Queriam o segredo da vida!

Tornaram escuras as paredes da casa de Atlan e suas colunas ameaçaram ruir. O coração da Terra logo pulsaria mais forte e o crepúsculo desta raça aproximava-se. Foi quando surgiu o Povo dos Filhos da Face Resplandecente.

Longo ainda foi o domínio dos Senhores da Face Negra.

A casa de Atlan era formosa, mas num instante, ruiu quando o quarto círculo de existência desabou! Mas para o seu consolo, seu bom filho sobreviveu ao grande transe. Mas era uma raça “prodigiosa”! Mas o segredo estava dentro deles.

 E a casa de Atlan? Os Celestiais apiedaram-se de tão bela construção e a Testemunha Suprema ordenou-lhes que purificassem as ruínas do quarto círculo de existência, ou não haveria mais vida na Terra*¹. E eles renovaram os meios para a  continuidade da vida na Terra.

Atlan lamentou somente por sua esposa. A poderosa Montanha de Ferro desfez-se, quando percebeu a natureza de seus Filhos. Eles quiseram reerguê-la (eles possuíram conhecimento para isso), mas Atlan não permitiu, sepultando-a furtivamente no interior da Terra. Conforme a vontade dela, a poderosa Montanha.

Quando o quarto círculo desabou o firmamento dissipou-se e os ventos furiosos foram soltos espalhando destruição. Diante do olhar da Testemunha Suprema, o quinto círculo surgiu com a nova raça e protegidos nele. Escaparam do quarto círculo que desabou estrondosamente! O povo do quinto círculo que possuía uma consciência diferente com uma nova visão. É “aí que foram protegidos e sobreviveram em um novo firmamento.”

Sou o Rei Forte do Povo das Duas Terras. Assim contou-me o meu mais antigo ancião, sobre os Atlantes. Ó que é verdade e o que não é?

Este é meu testemunho, e mais uma vez vou explica-lhes, que um círculo de existência é formado da percepção de todos os sentidos e a reunião do que acreditamos, sobretudo nossa consciência, nossos pensamentos, nossos sentimentos, nossa visão do mundo e do Universo. O círculo é alimentado dessa forma e nutre aqueles que o criaram e o moldaram. Este círculo de existência está em alinhamento com a Mãe Terra e todo o Universo. Entretanto, existem forças primordiais muito antigas que também fazem parte dele e o conhecimento dessas forças é essencial para o equilíbrio interno e externo. 

Os Filhos do quinto círculo que não partirão deste mundo. Serão responsáveis pela vida na Terra, mas nós, precisaremos  mesclar nossos sangues

com o deles para sobrevivermos neste mundo: será de fato nosso sangue e nossas almas!

¹ * E seria de fato, um desastre para todo o universo. “Os celestiais” jamais  causaram nenhuma destruição na Terra.

Alamọju ou Estrela Resplandecente, prepara o seu povo para dois objetivos. Um será para aqueles que permanecerão. Eles devem aceitar o seu destino e cuidar bem, com consciência, do novo círculo de existência. Eles não se afligirão por ficar. Porque em seus corações é o que querem. Muitas mulheres e homens de ambos os povos estão prometidos em casamento com a benção de Estrela Flamejante: ele possui outros nomes que não conheço. Prefiro chamá-lo de Estrela Resplandecente. Graças a ele, minha percepção, sobretudo, ficou mais clara.

E quanto ao resto deste povo? Não sei. Este povo está dividido em sete divisões; ramificações, ou ainda características. Conheço agora que são virtudes: Quando nos referimos a cada uma, estaremos falando de milhares deles. O primeiro é a Devoção, o segundo chama-se Silente, o terceiro chama-se Humildade, o quarto chama-se Paciência, o quinto chama-se Desprendimento, o sexto chama-se Firmeza e o sétimo chama-se Equilíbrio.

Estrela Resplandecente chama-se: Luz e juntamente com as mulheres mais velhas e as mais jovens formam o “Clã das Estrelas Flamejantes” do Povo dos Filhos da Face Resplandecente. O significado, não conhecemos.

Em uma noite quando o vento suave do Grande Deserto de areias sem cor soprava. Estrela Resplandecente surgiu em meus aposentos e conversamos. Ele é bem mais alto! Seus olhos são brilhantes e a sua face é coberta. Ele mesmo é como uma aparição e sua voz firme fala ao coração. E disse-me ele:

- “Grande Rei, guiarei meu povo para um lugar muito longínquo, mas, nem todos deverão ir. O teu povo viverá desde que se junte aos que ficarão conforme conversamos. Eles permanecerão por amor a Mãe Terra. Não levaremos toda a Luz conosco, deixaremos uma fração dela para que o quinto círculo prospere e haja Sabedoria na Terra. Nosso tempo está chegando. Em breve cada um caminhará para o Grande Deserto do Silêncio, ouvindo a Voz do Silêncio Interno e desapareceremos desse Universo tridimensional. Esta jornada deverá ser seguida sempre que oportunamente, agora, ouve-me:

 -Rei Forte, tu viverás ainda muitos anos. E verás o Grande Rio, que correrá do sul para o norte. Viverás para ver que herdarão Luz e Sabedoria na medida certa. Haverá prosperidade e todas as virtudes estarão convosco e só precisarão saber usá-las. Ensina vosso povo sobre essas cousas.

O lugar onde vivemos agora tornar-se-á inacessível e distante. A Montanha Prateada ou Resplandecente como a Chamais, partirá conosco.

O quinto círculo de existência é muito ricoem percepção. Osque escolheram ficar povoarão a Terra. E nem todos terão a mistura de sangue com o vosso povo: Os Filhos da Luz Branca como gostam de autodenominar-se. Conheço o futuro da quinta raça. As virtudes do coração são pérolas da consciência e estão dentro de cada um. A Luz que permanecerá no quinto círculo de existência é a herança de todas as raças e, é uma grande herança”.

Muitas cousas ainda, falou-me Estrela Resplandecente. Compreendi que eram avisos que deveria passar ao meu povo. Compreendi que nosso tempo também estava aproximando-se: o tempo da mudança. Nossa pele seria queimada pelo meio dia e deixaríamos de existir com coesão. Seriamos absorvidos pela nova raça definitivamente. É um tipo de transformação e é a nossa recompensa. Compreendi que a muitos dos Filhos dos quinto círculo que não conhecemos  a final, há quanto tempo ele está expandindo-se? Meu povo é orgulhoso, mas como disse Estrela Resplandecente há uma virtude para este orgulho. Estou feliz, porque poderemos conciliar nosso destino  com o uso da sabedoria. Estou feliz porque viverei para ver o Grande Rio e a prosperidade no País de uma só Terra.

Certamente existem muitas perguntas sem respostas. São fragmentos de um conhecimento esquecido.

   Estrela Resplandecente também me avisou “não deixe o essencial passar despercebido”. Quanto às lacunas, as perguntas sem respostas, “vivam o caminho” e tudo estará registrado na memória da Terra. O resto vem por acréscimo. “Aqui termina o testemunho do Rei Forte”.

 

Como partiram o povo dos Filhos da Face Resplandecente

 

            O Povo dos Filhos da Face Resplandecente diziam entre si, que eram sete Filhos e Filhas do Sol e da Terra. Eles sondaram os mistérios da criação e com base nessa “gnosis” eles partiram deste Universo! Se perguntardes se levaram seus corpos? Não poderemos responder. Mas o lugar de sua partida tornou-se inacessível de imediato. Esta narrativa só é conhecida em sua totalidade pela Testemunha Suprema das Sete Eternidades e dos Setes Círculos de Existência, o Incognoscível. Há na memória da Terra registros detalhados, sendo possível  acessa-los. É importante esclarecer, que estas virtudes fazem parte da herança do quinto círculo e dos demais.

            Assim começa essa breve narrativa com a partida dos Filhos e Filhas do Povo do Sol. Esta foi à noite em que a Devoção saiu para colher os frutos da Sabedoria, no Grande Deserto do Silêncio> Guiado pela Voz do Coração. No crepúsculo por ordem de Estrela Resplandecente, saiu a Devoção para sua última jornada na Terra. Assim lhe disse o Guia Silencioso. - “Nobre Devoção, agora deves percorrer o Grande Deserto colhendo os frutos da Sabedoria doados a ti. Vê bem o caminho por onde andarás. Tua vida mergulhará na vida sempre e sempre guardarás este conhecimento. Jamais te deixastes ficar em encruzilhadas com suas teias de ilusões. Nobre Filha do Sol e da Terra. A Testemunha Suprema descerá seu olhar sobre ti e teus irmãos: Em todo o lugar está este olhar e este olhar, por sua vez, encerra todas as cousas. Desde as Setes Eternidades ao infinitamente pequeno. Torna-te uno com o Silêncio e ganha a Imensidão. A Testemunha te permitirá passar. Conheço que possui o conhecimento para este grande feito sem hesitação. O segredo é prosseguir: O mistério é caminhar ouvindo e tornando-se o próprio caminho silencioso.

            Sou um Guia do povo do quinto círculo, sou imortal e partirei quando todos houverem partido e nos reuniremos em um lugar Maravilhoso e Terrível. Mas não pretendo abandonar os que ficarem: mas este é um  o mistério”.

Ouviu a Devoção ao Guia. Estavam a setecentos mil passos longe da congregação. Alí Devoção iniciou sua jornada.

            Olhou a sua volta a Devoção e ouvindo seu coração saudou o Grande Deserto do Silêncio. Foi uma saudação sonora, alta e muito silenciosa! Depois se inclinou e tomou em suas mãos um pouco daquelas areias brilhantes como ouro em pó, sem cor e as espargiu sobre si. Grandes e brilhantes estrelas espalhavam-se no manto da Senhora dos Segredos (a Noite). Devoção andou lentamente no Deserto. Parecia que estava flutuando, então, houviu um som semelhante ao som de um exame de abelhas que cresceu e a envolveu rapidamente. É o som do Silêncio. Em breve, por um instante, a um momento de paz em todo o Universo, que faz bem ao coração: Assim partiu a Devoção.

A Partida do Silente

 

            Estando o Silente cuidando pela manhã da sua plantação de trigo na congregação do Povo dos Filhos do Sol. Sentiu o sopro do Deserto em seu rosto e houviu o Silêncio e no Silêncio o chamado do Infinito. E palavras assim sussurradas houviu. – Silente, eis meu prometido. Hoje antes do Crepúsculo tomará o teu rumo na vastidão sem nome. A ti darei as mais altas árvores. Delas tirarás folhas e dormirás sobre elas. Tu serás como a Grande Árvore. Vento algum vos derrubará.

            Olhou o Silente a sua bela plantação. Toda ela brilhava um brilho sem cor, mas muito bela. Assim despedia-se o trigal de quem sempre o cultivou.

            Olhou o Silente, os seus irmãos (menos Devoção) por um breve momento.

            Eis que aconteceu que Silente ouviu o chamado do Silêncio do qual ele mesmo era constituído, e assim partiu e não foi mais visto. Mergulhou na vastidão num dia ensolarado.

A Partida da Humildade

 

            Dormia cedo, acordava tarde, tinha sonhos despertos, sonhos incontrolados que a faziam acordar tarde. Aconteceu que aprendeu a controlar seus sonhos e a extrair a consciência que havia neles. E na Aurora de um belo dia, Humildade despertou. E quando a Aurora há viu desperta assim lhe falou: - “Saudações”! Afinal nos encontramos. Ouvi que tinhas um belo sorriso e posso ver o quanto é verdade. Agora posso ver o sorriso dos teus lábios que guardasses para mim. A congregação está sorrindo. Teus irmãos Paciência, Desprendimento, Firmeza e Equilíbrio estão felizes por ti: hoje é o teu dia.

            Ouve! É o som do Grande Silêncio chamando por ti e por teus irmãos para a grande jornada. E esta é a Voz do Coração. Escuta! O teu sorriso é um mar onde lançarás a tua rede e muitos peixes pescarás. Mas tu não comerás os peixes! Vós os devolvêreis ao mar após a cada uma ter contado um segredo para o guardar. Ouve! Aí vem o vento forte. Ele agitará o mar e formará ondas imensas! Os espíritos do Deserto ouvirão o barulho das ondas imensas e dirão consigo: - Irmãos que mar é este?

O sopro do Deserto sussurrará perguntando.

– Quem fez o mar sorrir assim e para quem são estes segredos? E quem os herdarão?

E os espíritos do Deserto responderam:

- Foi o vento forte quem agitou as ondas do mar. E o sorriso foi dado a esta Filha do Povo da face Resplandecente. E os segredos são partes da herança desse povo do quinto círculo de existência.

É o sopro do Grande Deserto que alegre, ti saúda Humildade, e tornará sereno o mar do teu sorriso e enviará os seus espíritos para dançarem a tua volta nas areias sem cor: Nos grãos luminosos das Eternidades as quais só a Testemunha Suprema conhece.

Assim falou a Aurora a Humildade, a do mar de sorrisos.

Vem o sopro Deserto e gira ao redor da sorridente e o Deserto lhe sorriu. E no sorriso do Deserto ouve a Voz do Coração. E eis que a Aurora apontou para a imensidão. E passou o Silêncio do Deserto Temível na congregação do povo dos Filhos do Sol, na Aurora da Humildade e levou a terceira de seus Filhos: aquela do Grande Mar de Segredos o qual deixou de herança para seus irmãos que permaneceram no círculo de existência.

E assim levou o sopro Deserto Temível do Silêncio aos Filhos do Povo do Sol e da Terra. E levou um a um. Levou a Paciência quando esta saiu para caçar conhecimento em uma noite.

Noutra noite levou o Desprendimento.

Pela manhã levou a Firmeza, quando houve neve sobre seus pés e permaneceu firme.

Em outra manhã, levou o Equilíbrio, quando este saiu para entoar cânticos no Deserto e a Visão incompreensível do Silêncio revelou-se a ele.

Olharam a sua volta os Filhos do Sol e da Terra e conscientes, perceberam que faziam parte dos mistérios  que  sondaram  e  presenciaram. Sua percepção transcendeu este Universo (Universo tridimensional). E eles prepararam-se longamente, para nele adentrarem, e quando o momento chegou: partiram resolutos aceitando sua condição perante as Eternidades, na vastidão onde não há Deus, deuses e nem homens:  só Testemunhas Imparciais.

Eles partiram, mas deixaram para seus irmãos que ficaram, uma herança, partes de si e o que compreenderam acerca das Eternidades, de Deus, dos deuses, dos homens e também sobre a Mãe Terra. Porque  desde esse momento, eles só conheciam o Incognoscível. Mas seus irmãos que permaneceram na Terra, perante Deus, os deuses, os homens e a Mãe Terra. E precisavam do conhecimento de si. Desta herança, para a compreensão da consciência.

Quando eles partiram, com eles partiu aquela Montanha Resplandecente muito antiga. No local de sua partida, da Mãe Terra, nasceu as suas Filhas mais altas “Montanhas”. Logo, o local tornou-se inacessível. Suas Filhas, grandes, poderosas e altas até o céu. Cobriram-se de neve, nuvens e exigiram respeito aos que vieram habitar próximos a elas: eles as viam no horizonte: majestosas.

Os Filhos do Sol e da Terra que partiram deixaram mesmo uma parte de si no coração de cada um de nós seres da Terra que permaneceram no quinto círculo de existência.

Filho da Mãe Terra Atlan, pai dos Atlantes, cheio de dor consumia-se a beira do abismo. E eis que sua Mãe cheia de ternura, o deitou em seus braços (Fig. 02),num lugar maravilhoso, que os Filhos do quinto círculo evitaram habitar (enquanto lembravam), neste lugar Atlan, jaz deitado com a face voltada para cima. A Mãe Terra o nutre. Assim permanecerá até a consumação dos tempos.

Só a Testemunha Suprema conhece minuciosamente todas essas cousas.

Que a Luz perpétua ilumine a todos nós.       

        

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 O EGITO SECRETO A TERRA DA LUZ E DOCREPUSCULO

Os desafiantes

 

            Na vigésima quinta noite do segundo mês do calendário resplandecente. Cheios de orgulhos e desprovidos de conhecimento. Guerreiros dos povos, irmãos dos Filhos das duas terras*¹. Invadiram o reino do velho Rei Forte. Ousando ainda atravessar o caminho superior dos Filhos da Face Resplandecente: o Sol. Porque estes possuíam o conhecimento*² e, eram guiados por Alamọju, que quer dizer sabedoria.

            Possui o país, extensas planícies em um deserto de leste a oeste e, de norte a sul. E rica fauna e flora renovada perpetuamente, por águas de um rio subterrâneo. No lugar onde existe este rio, há pântanos, mas este é o País do Grande Deserto do Silêncio, onde se encontra a Luz e o Crepúsculo. Onde está o povo da Face Resplandecente na Luz e no Silêncio. Aqui também há os Filhos da Luz Branca do qual o Rei Forte é seu rei e guia. Particularmente, este povo perdeu-se em teias de ilusões*³: perdendo o conhecimento (a gnose) e o seu destino é incerto. Aqui é o centro do mundo, aqui Flui a Luz e o Silêncio: quem está preparado vê a Luz e ouve o Silêncio. Não é o caso do povo do Rei Forte: o Povo dos Filhos da Luz Branca. 

Mas quanto à invasão, Inquietaram-se os conselheiros do Rei Forte e disseram-lhe:

            - Envia logo todo teu exército contra eles ou seremos aniquilados! Os Filhos da Face Resplandecentes cousa alguma farão. Estão ocupados com seus estranhos desígnios. A Luz deles não é a nossa. Nós que nascemos dos raios da Lua e os primeiros raios do Sol e o Barro Negro da Mãe Terra. Mas eles partirão do País das Duas Terras e nós ficaremos. Eles não se importaram com os invasores.

            O Grande Rei entristeceu-se com seus conselheiros e assim lhes falou:

 - Onde está a Sabedoria de meus conselheiros? Estão certos quanto dizem que os Filhos da Face Resplandecente deixarão este país, a percepção deles está voltada para o desconhecido. Eles buscam o Incognoscível.

            Quanto aos invasores eles são cinzas ante a Luz, e antes do Crepúsculo tornar-se-ão cinza! Não devemos nos preocupar com eles. O Sopro do Deserto espalhará suas cinzas nas quatro direções!

            Vou lhes dar uma tarefa digna de conhecimento, se conseguirem achar os meios para executar esta tarefa. Nosso povo poderá viver neste país, depois que o povo de Alamọju houver partido. Descubram um meio de tornar o grande Rio subterrâneo, um Rio vivo correndo sob a Luz do Sol. Um Rio que correrá do sul para o norte fecundando mais ainda estas terras.

¹ * É uma alusão Proposital ao antigo Egito, a terra da sabedoria. A terra de Isis e Osíris.

² * A gnose.

³ * O erro de muitos povos até os dias de hoje.

Sete eram os conselheiros do Rei. Sete semblantes perplexos com o que lhes falara o seu Rei. Sete homens dedicados ao Rei e ao povo. Desde aquele momento já procuraram ocupar-se da grandiosa tarefa, e de como a executarão, deixando o Rei Forte sozinho.

            É noite no País das Duas Terras. O Rei apagou as lâmpadas do aposento, galgou lentamente a escada superior do antigo altar da Lua. Abandonado deste o tempo do Rei Sábio “o legislador e sacerdote”. Da torre do palácio, pode divisar toda a sua capital a Cidade Mãe. A Senhora dos Segredos (A Noite), com o seu manto de estrelas, chamou a atenção do Rei. Este percebe um olhar zombeteiro, quase maligno. Vem do lado oculto do Planeta de Ferro*¹. Diz o Rei em resposta a este olhar. “Hoje caímos em teias de ilusões. Contamos com Estrela Resplandecente (outro nome de Alamọju), para nos orientar antes de partir. E tu nos olha assim e parece esperar  que nosso mundo seja transformado em mais um mundo árido  a tua semelhança. E foste vós*² que convencestes estes tolos guerreiros a invadir este país?”

            O Rei ouve o som semelhante a um exame de abelhas cortando as vozes da sua cidade. O Rei vê, então, o sopro do Deserto do Silêncio espalhar as cinzas daqueles guerreiros. Quantos eram o seu numero não importa. Foram varridos da face da Terra por um turbilhão silencioso!      

 

Testemunho do Rei Forte

            Do lado do meu palácio, olho para leste, onde uma Montanha Resplandecente está à altura do horizonte. É um “pedaço do céu” na Terra. Ela também desaparecerá*³. Por trás dela (a filha do céu), está o povo dos Filhos da Face Resplandecente. Nem em sonhos o meu povo pode ir até aquele povo misterioso. Só o Rei Forte (eu) posso ir até o povo de Alamọju e estar com ele. Conheço que quando o meu povo ficar sozinho, ficará com um grão de conhecimento com o qual deve sobreviver.

No céu o Planeta de Ferro irmão desde mundo: A sua força é a vontade firme e a guerra. Os círculos de existência que havia nele fecharam-se sobre si. Mas ele ainda influi sobre a Terra. Nossos antepassados fixaram sua percepção primeira na vontade firme, depois na guerra, no ódio e estas emanações despertadas em seus corações, chegaram até o coração da Terra. Agora nossos antepassados jazem tombados sobre toda a Terra!  Nós sobrevivemos e os antigos altares estão abandonados: um círculo de existência inteiro ruiu e foi sepultado debaixo das colunas da Terra. Descendemos de um povo, de uma raça de gigantes. Eles eram os Senhores da Face Negra. Porque, orgulhosos, dirigiram sua percepção para a sombra da Lua sobre o Sol: Há um Sol espiritual e invisível, mas ele não estava ali.

¹ * Marte.

² * Marte, ainda, aqui é a morada de espíritos belicosos, mas também é a fonte da vontade firme e reta. Obviamente foi o lado negativo dessa influência que prevaleceu. 

³ * O  Rei  Forte  quer dizer que a Montanha Resplandecente também partirá deste mundo junto com aquele povo misterioso e que ela é uma representação do poder e da posse do conhecimento. Ela é feminina e deixará filhas suas sobre a Terra.

O Povo da Face Resplandecente nasceu do Sol e da Terra. Isso aconteceu quando o quarto círculo ainda existia. Seu aparecimento causou revolta na grande maioria de nossos antepassados. Aqueles que aceitaram com resignação, sobreviveram quando o coração da Terra pulsou intensamente e houve o fim daquela raça prodigiosa da qual descendemos. Por isto, a  muito  orgulho  em meu povo. Somos conhecidos como o Povo das Duas Terras; “Uma é a Terra da Luz” e dos Filhos da Face Resplandecente. E a “Terra do Crepúsculo” que é a nossa Terra. Mas é um país somente, e dois povos na verdade.   Mas nós não vamos desaparecer deste mundo. Nós herdaremos este mundo e muitos do povo da Terra da Luz (os que possuem a sabedoria), permanecerão conosco e formaremos um único povo, “uma só Terra”. O quinto círculo de existência será formado assim.

Este povo de Alamọju*¹ possui o conhecimento silencioso. A cada sete noites. Reúnem-se diante da Montanha Resplandecente, onde guardam a “Voz do Silêncio”. Então, Estrela Resplandecente, o guia insondável deste povo, chama uma mulher, quase sempre uma mulher jovem. Após esta ser escolhida. Ele lhe entrega uma flauta de sete furos, tal flauta não emite sons comuns. Quando a jovem escolhida toca a flauta, a Voz do Silêncio lhe vem insuflar sons maravilhosos. Estes sons inaudíveis levam o Povo dos Filhos da Face Resplandecente e o seu guia para longe, muito longe deste fragmentado círculo de existência. Para cada vez mais próximo de um lugar misterioso, insondável. Para este “lugar” eles empreenderão sua jornada final.

            Participei de algumas destas cerimônias (Fig. 01). Foi quando soube que muitos do Povo da Face Resplandecentes permaneceriam no País das Duas Terras, e com o meu povo, formariam uma nova raça, a quinta. E o quinto círculo de existência desse mundo.

            Um círculo de existência é formado com a percepção de todos os nossos sentidos e, o que acreditamos. Dele fazem parte forças muito antigas. Um círculo de existência é a visão e a vida*² que alimenta nosso mundo, formando um alinhamento consciente. 

            Em uma destas cerimônias, olhei para trás, porque quis ver os momentos finais dos Filhos do quarto círculo de existência, e o surgimento ou, a fuga dos Filhos da Face Resplandecente: Nossos irmãos. Não vi com clareza.

            Nós que somos fruto da união da Luz da Lua e da Luz do Sol Nascente ou da Aurora e da Terra. Descendemos juntamente com o Povo dos Filhos da Face Resplandecente. De uma raça grandiosa em tamanho, orgulho e engenhosidade. É um fato, que o povo de Alamọju herdou quase toda a Luz e a Sabedoria. E, seu destino não é este mundo, pelo menos, não o da maioria deles.

            Como é impossível descrever tudo o que vi! -“Era preciso abandonar o quarto círculo que estava fechando-se sobre os seus. O Povo do  Sol atravessava uma ponte sobre o abismo profundo, quando de súbito! Por trás deles, o quarto círculo de existência da quarta geração da Terra, os Atlantes, desabou ruidosamente sobre ele! É como se as Estrelas e a Lua caíssem na Terra e, a Terra mesma deixassem de existir como a conhecemos: E o Sol apagou!

¹ *Alamoju, o “j” vale “dj” como no inglês, YORUBÀ a Língua dos Orixás, Fernandes Portugal, editora  Pallas.

² * Desta forma todas as coisas estão interligadas. Do menor acontecimento ao maior.

 

tão  inesperado e desconhecido  o acontecimento que o próprio Povo do Sol e os poucos daquele povo grandioso que escaparam, ficaram um pouco confusos. As ruínas do quarto círculo pareceram envolvê-los. Tudo a volta arde em turbilhões de água! E as águas conturbadas estão à direita e a esquerda. Grande mortandade! O Céu, a Terra e o Horizonte, não são divisados. Tudo queima nas águas, tudo se afoga! Não há onde se abrigar. Os Filhos do Sol e os poucos sobreviventes daquela raça estão a salvos. Que pavor! O Universo sentiu o que ocorria na Terra!

            Grandes muralhas ciclopícas ruíram. O Irmão errante da Terra havia chegado ao sistema solar. Este conhecimento eu não possuo*¹.

            As águas acalmaram-se para que os Filhos do Sol e os demais sobreviventes passassem. O Silêncio foi essencial para que conseguissem deixar o quarto círculo de existência que desabou.

            Quem eram os Atlantes? Pelo olhar da Testemunha Suprema! Que nada sei! Meus conselheiros, e  meus pais, contaram tais cousas as quais desconheço.

            A memória da Terra é justa: os Sábios, Filhos das Eternidades prantearam o destino trágico deles.

            O velho ancião “Sonho” contou-me: “o gigante Atlan, Filho da Terra. Vivia sozinho até que um dia, apaixonou-se pela bela Montanha de Ferro”. Da união de ambos, nasceram os Atlantes. Conta-se que os pais convidaram a Corte Celestial para conhecê-los. E eles vieram a Terra!

            Quando a Celeste Corte conheceram os Atlantes, de imediato sentiram o poderio deles e retornaram espantadas as suas moradas*².

            Atlan (o pai deles) triste ficando foi consultar seu pai Lemuriano*³. Este com seu círculo de existência, o terceiro, deixava pacificamente a Terra. A Atlan falou seu Pai.

            - Filho, retira-te do meio dos teus ambiciosos Filhos. Eles não viverão em harmonia por muito tempo e, a ambição será a perdição deles.

            Recusou-se Atlan a abandonar seus Filhos e quando estes souberam das palavras de Lemuriano, furiosos, tentaram atear fogo à casa de seu avô. Mas não puderam feri-lo.

            Atlan, por causa disso, os abandonou exortando-os, a viveremem equilíbrio. Umdos seus Filhos o Acompanhou, a final, ele tinha um bom Filho.

¹ * O  Irmão  errante  da  Terra, um planeta chamado Nibiru na antiga  Suméria.

² * Suas moradas nas estrelas.

³ * Consultar “A Doutrina Secreta”vol.III, Helena Petrovna Blavatsky, ed. Pensamento/ Cultríx, São Paulo, SP.                  

 

 

 

 

 

                                                                                                                     

            Viu a Testemunha dos Setes Círculos de existência, que eles almejavam o poder. Eles sondaram os quatro elementos da Terra; água, fogo, terra e ar manipulando-os e controlando o meio ambiente na Terra. Sondaram o Céu e cultuaram a Lua, até esta lhes revelar seus segredos, então, manipularam a Lua e suas fases. Provocavam eclipses totais para sondar a Face Resplandecente (o Sol). Queriam encontrar um meio de capturar sua essência. Diziam, mas não cremos nisso. O que desejavam era capturar o Sol espiritual e invisível: o Espírito do Grande Astro pelo qual a vida era alimentada.  Queriam o segredo da vida!

Tornaram escuras as paredes da casa de Atlan e suas colunas ameaçaram ruir. O coração da Terra logo pulsaria mais forte e o crepúsculo desta raça aproximava-se. Foi quando surgiu o Povo dos Filhos da Face Resplandecente.

Longo ainda foi o domínio dos Senhores da Face Negra.

A casa de Atlan era formosa, mas num instante, ruiu quando o quarto círculo de existência desabou! Mas para o seu consolo, seu bom filho sobreviveu ao grande transe. Mas era uma raça “prodigiosa”! Mas o segredo estava dentro deles.

 E a casa de Atlan? Os Celestiais apiedaram-se de tão bela construção e a Testemunha Suprema ordenou-lhes que purificassem as ruínas do quarto círculo de existência, ou não haveria mais vida na Terra*¹. E eles renovaram os meios para a  continuidade da vida na Terra.

Atlan lamentou somente por sua esposa. A poderosa Montanha de Ferro desfez-se, quando percebeu a natureza de seus Filhos. Eles quiseram reerguê-la (eles possuíram conhecimento para isso), mas Atlan não permitiu, sepultando-a furtivamente no interior da Terra. Conforme a vontade dela, a poderosa Montanha.

Quando o quarto círculo desabou o firmamento dissipou-se e os ventos furiosos foram soltos espalhando destruição. Diante do olhar da Testemunha Suprema, o quinto círculo surgiu com a nova raça e protegidos nele. Escaparam do quarto círculo que desabou estrondosamente! O povo do quinto círculo que possuía uma consciência diferente com uma nova visão. É “aí que foram protegidos e sobreviveram em um novo firmamento.”

Sou o Rei Forte do Povo das Duas Terras. Assim contou-me o meu mais antigo ancião, sobre os Atlantes. Ó que é verdade e o que não é?

Este é meu testemunho, e mais uma vez vou explica-lhes, que um círculo de existência é formado da percepção de todos os sentidos e a reunião do que acreditamos, sobretudo nossa consciência, nossos pensamentos, nossos sentimentos, nossa visão do mundo e do Universo. O círculo é alimentado dessa forma e nutre aqueles que o criaram e o moldaram. Este círculo de existência está em alinhamento com a Mãe Terra e todo o Universo. Entretanto, existem forças primordiais muito antigas que também fazem parte dele e o conhecimento dessas forças é essencial para o equilíbrio interno e externo. 

Os Filhos do quinto círculo que não partirão deste mundo. Serão responsáveis pela vida na Terra, mas nós, precisaremos  mesclar nossos sangues

com o deles para sobrevivermos neste mundo: será de fato nosso sangue e nossas almas!

¹ * E seria de fato, um desastre para todo o universo. “Os celestiais” jamais  causaram nenhuma destruição na Terra.

Alamọju ou Estrela Resplandecente, prepara o seu povo para dois objetivos. Um será para aqueles que permanecerão. Eles devem aceitar o seu destino e cuidar bem, com consciência, do novo círculo de existência. Eles não se afligirão por ficar. Porque em seus corações é o que querem. Muitas mulheres e homens de ambos os povos estão prometidos em casamento com a benção de Estrela Flamejante: ele possui outros nomes que não conheço. Prefiro chamá-lo de Estrela Resplandecente. Graças a ele, minha percepção, sobretudo, ficou mais clara.

E quanto ao resto deste povo? Não sei. Este povo está dividido em sete divisões; ramificações, ou ainda características. Conheço agora que são virtudes: Quando nos referimos a cada uma, estaremos falando de milhares deles. O primeiro é a Devoção, o segundo chama-se Silente, o terceiro chama-se Humildade, o quarto chama-se Paciência, o quinto chama-se Desprendimento, o sexto chama-se Firmeza e o sétimo chama-se Equilíbrio.

Estrela Resplandecente chama-se: Luz e juntamente com as mulheres mais velhas e as mais jovens formam o “Clã das Estrelas Flamejantes” do Povo dos Filhos da Face Resplandecente. O significado, não conhecemos.

Em uma noite quando o vento suave do Grande Deserto de areias sem cor soprava. Estrela Resplandecente surgiu em meus aposentos e conversamos. Ele é bem mais alto! Seus olhos são brilhantes e a sua face é coberta. Ele mesmo é como uma aparição e sua voz firme fala ao coração. E disse-me ele:

- “Grande Rei, guiarei meu povo para um lugar muito longínquo, mas, nem todos deverão ir. O teu povo viverá desde que se junte aos que ficarão conforme conversamos. Eles permanecerão por amor a Mãe Terra. Não levaremos toda a Luz conosco, deixaremos uma fração dela para que o quinto círculo prospere e haja Sabedoria na Terra. Nosso tempo está chegando. Em breve cada um caminhará para o Grande Deserto do Silêncio, ouvindo a Voz do Silêncio Interno e desapareceremos desse Universo tridimensional. Esta jornada deverá ser seguida sempre que oportunamente, agora, ouve-me:

 -Rei Forte, tu viverás ainda muitos anos. E verás o Grande Rio, que correrá do sul para o norte. Viverás para ver que herdarão Luz e Sabedoria na medida certa. Haverá prosperidade e todas as virtudes estarão convosco e só precisarão saber usá-las. Ensina vosso povo sobre essas cousas.

O lugar onde vivemos agora tornar-se-á inacessível e distante. A Montanha Prateada ou Resplandecente como a Chamais, partirá conosco.

O quinto círculo de existência é muito ricoem percepção. Osque escolheram ficar povoarão a Terra. E nem todos terão a mistura de sangue com o vosso povo: Os Filhos da Luz Branca como gostam de autodenominar-se. Conheço o futuro da quinta raça. As virtudes do coração são pérolas da consciência e estão dentro de cada um. A Luz que permanecerá no quinto círculo de existência é a herança de todas as raças e, é uma grande herança”.

Muitas cousas ainda, falou-me Estrela Resplandecente. Compreendi que eram avisos que deveria passar ao meu povo. Compreendi que nosso tempo também estava aproximando-se: o tempo da mudança. Nossa pele seria queimada pelo meio dia e deixaríamos de existir com coesão. Seriamos absorvidos pela nova raça definitivamente. É um tipo de transformação e é a nossa recompensa. Compreendi que a muitos dos Filhos dos quinto círculo que não conhecemos  a final, há quanto tempo ele está expandindo-se? Meu povo é orgulhoso, mas como disse Estrela Resplandecente há uma virtude para este orgulho. Estou feliz, porque poderemos conciliar nosso destino  com o uso da sabedoria. Estou feliz porque viverei para ver o Grande Rio e a prosperidade no País de uma só Terra.

Certamente existem muitas perguntas sem respostas. São fragmentos de um conhecimento esquecido.

   Estrela Resplandecente também me avisou “não deixe o essencial passar despercebido”. Quanto às lacunas, as perguntas sem respostas, “vivam o caminho” e tudo estará registrado na memória da Terra. O resto vem por acréscimo. “Aqui termina o testemunho do Rei Forte”.

 

Como partiram o povo dos Filhos da Face Resplandecente

 

            O Povo dos Filhos da Face Resplandecente diziam entre si, que eram sete Filhos e Filhas do Sol e da Terra. Eles sondaram os mistérios da criação e com base nessa “gnosis” eles partiram deste Universo! Se perguntardes se levaram seus corpos? Não poderemos responder. Mas o lugar de sua partida tornou-se inacessível de imediato. Esta narrativa só é conhecida em sua totalidade pela Testemunha Suprema das Sete Eternidades e dos Setes Círculos de Existência, o Incognoscível. Há na memória da Terra registros detalhados, sendo possível  acessa-los. É importante esclarecer, que estas virtudes fazem parte da herança do quinto círculo e dos demais.

            Assim começa essa breve narrativa com a partida dos Filhos e Filhas do Povo do Sol. Esta foi à noite em que a Devoção saiu para colher os frutos da Sabedoria, no Grande Deserto do Silêncio> Guiado pela Voz do Coração. No crepúsculo por ordem de Estrela Resplandecente, saiu a Devoção para sua última jornada na Terra. Assim lhe disse o Guia Silencioso. - “Nobre Devoção, agora deves percorrer o Grande Deserto colhendo os frutos da Sabedoria doados a ti. Vê bem o caminho por onde andarás. Tua vida mergulhará na vida sempre e sempre guardarás este conhecimento. Jamais te deixastes ficar em encruzilhadas com suas teias de ilusões. Nobre Filha do Sol e da Terra. A Testemunha Suprema descerá seu olhar sobre ti e teus irmãos: Em todo o lugar está este olhar e este olhar, por sua vez, encerra todas as cousas. Desde as Setes Eternidades ao infinitamente pequeno. Torna-te uno com o Silêncio e ganha a Imensidão. A Testemunha te permitirá passar. Conheço que possui o conhecimento para este grande feito sem hesitação. O segredo é prosseguir: O mistério é caminhar ouvindo e tornando-se o próprio caminho silencioso.

            Sou um Guia do povo do quinto círculo, sou imortal e partirei quando todos houverem partido e nos reuniremos em um lugar Maravilhoso e Terrível. Mas não pretendo abandonar os que ficarem: mas este é um  o mistério”.

Ouviu a Devoção ao Guia. Estavam a setecentos mil passos longe da congregação. Alí Devoção iniciou sua jornada.

            Olhou a sua volta a Devoção e ouvindo seu coração saudou o Grande Deserto do Silêncio. Foi uma saudação sonora, alta e muito silenciosa! Depois se inclinou e tomou em suas mãos um pouco daquelas areias brilhantes como ouro em pó, sem cor e as espargiu sobre si. Grandes e brilhantes estrelas espalhavam-se no manto da Senhora dos Segredos (a Noite). Devoção andou lentamente no Deserto. Parecia que estava flutuando, então, houviu um som semelhante ao som de um exame de abelhas que cresceu e a envolveu rapidamente. É o som do Silêncio. Em breve, por um instante, a um momento de paz em todo o Universo, que faz bem ao coração: Assim partiu a Devoção.

A Partida do Silente

 

            Estando o Silente cuidando pela manhã da sua plantação de trigo na congregação do Povo dos Filhos do Sol. Sentiu o sopro do Deserto em seu rosto e houviu o Silêncio e no Silêncio o chamado do Infinito. E palavras assim sussurradas houviu. – Silente, eis meu prometido. Hoje antes do Crepúsculo tomará o teu rumo na vastidão sem nome. A ti darei as mais altas árvores. Delas tirarás folhas e dormirás sobre elas. Tu serás como a Grande Árvore. Vento algum vos derrubará.

            Olhou o Silente a sua bela plantação. Toda ela brilhava um brilho sem cor, mas muito bela. Assim despedia-se o trigal de quem sempre o cultivou.

            Olhou o Silente, os seus irmãos (menos Devoção) por um breve momento.

            Eis que aconteceu que Silente ouviu o chamado do Silêncio do qual ele mesmo era constituído, e assim partiu e não foi mais visto. Mergulhou na vastidão num dia ensolarado.

A Partida da Humildade

 

            Dormia cedo, acordava tarde, tinha sonhos despertos, sonhos incontrolados que a faziam acordar tarde. Aconteceu que aprendeu a controlar seus sonhos e a extrair a consciência que havia neles. E na Aurora de um belo dia, Humildade despertou. E quando a Aurora há viu desperta assim lhe falou: - “Saudações”! Afinal nos encontramos. Ouvi que tinhas um belo sorriso e posso ver o quanto é verdade. Agora posso ver o sorriso dos teus lábios que guardasses para mim. A congregação está sorrindo. Teus irmãos Paciência, Desprendimento, Firmeza e Equilíbrio estão felizes por ti: hoje é o teu dia.

            Ouve! É o som do Grande Silêncio chamando por ti e por teus irmãos para a grande jornada. E esta é a Voz do Coração. Escuta! O teu sorriso é um mar onde lançarás a tua rede e muitos peixes pescarás. Mas tu não comerás os peixes! Vós os devolvêreis ao mar após a cada uma ter contado um segredo para o guardar. Ouve! Aí vem o vento forte. Ele agitará o mar e formará ondas imensas! Os espíritos do Deserto ouvirão o barulho das ondas imensas e dirão consigo: - Irmãos que mar é este?

O sopro do Deserto sussurrará perguntando.

– Quem fez o mar sorrir assim e para quem são estes segredos? E quem os herdarão?

E os espíritos do Deserto responderam:

- Foi o vento forte quem agitou as ondas do mar. E o sorriso foi dado a esta Filha do Povo da face Resplandecente. E os segredos são partes da herança desse povo do quinto círculo de existência.

É o sopro do Grande Deserto que alegre, ti saúda Humildade, e tornará sereno o mar do teu sorriso e enviará os seus espíritos para dançarem a tua volta nas areias sem cor: Nos grãos luminosos das Eternidades as quais só a Testemunha Suprema conhece.

Assim falou a Aurora a Humildade, a do mar de sorrisos.

Vem o sopro Deserto e gira ao redor da sorridente e o Deserto lhe sorriu. E no sorriso do Deserto ouve a Voz do Coração. E eis que a Aurora apontou para a imensidão. E passou o Silêncio do Deserto Temível na congregação do povo dos Filhos do Sol, na Aurora da Humildade e levou a terceira de seus Filhos: aquela do Grande Mar de Segredos o qual deixou de herança para seus irmãos que permaneceram no círculo de existência.

E assim levou o sopro Deserto Temível do Silêncio aos Filhos do Povo do Sol e da Terra. E levou um a um. Levou a Paciência quando esta saiu para caçar conhecimento em uma noite.

Noutra noite levou o Desprendimento.

Pela manhã levou a Firmeza, quando houve neve sobre seus pés e permaneceu firme.

Em outra manhã, levou o Equilíbrio, quando este saiu para entoar cânticos no Deserto e a Visão incompreensível do Silêncio revelou-se a ele.

Olharam a sua volta os Filhos do Sol e da Terra e conscientes, perceberam que faziam parte dos mistérios  que  sondaram  e  presenciaram. Sua percepção transcendeu este Universo (Universo tridimensional). E eles prepararam-se longamente, para nele adentrarem, e quando o momento chegou: partiram resolutos aceitando sua condição perante as Eternidades, na vastidão onde não há Deus, deuses e nem homens:  só Testemunhas Imparciais.

Eles partiram, mas deixaram para seus irmãos que ficaram, uma herança, partes de si e o que compreenderam acerca das Eternidades, de Deus, dos deuses, dos homens e também sobre a Mãe Terra. Porque  desde esse momento, eles só conheciam o Incognoscível. Mas seus irmãos que permaneceram na Terra, perante Deus, os deuses, os homens e a Mãe Terra. E precisavam do conhecimento de si. Desta herança, para a compreensão da consciência.

Quando eles partiram, com eles partiu aquela Montanha Resplandecente muito antiga. No local de sua partida, da Mãe Terra, nasceu as suas Filhas mais altas “Montanhas”. Logo, o local tornou-se inacessível. Suas Filhas, grandes, poderosas e altas até o céu. Cobriram-se de neve, nuvens e exigiram respeito aos que vieram habitar próximos a elas: eles as viam no horizonte: majestosas.

Os Filhos do Sol e da Terra que partiram deixaram mesmo uma parte de si no coração de cada um de nós seres da Terra que permaneceram no quinto círculo de existência.

Filho da Mãe Terra Atlan, pai dos Atlantes, cheio de dor consumia-se a beira do abismo. E eis que sua Mãe cheia de ternura, o deitou em seus braços (Fig. 02),num lugar maravilhoso, que os Filhos do quinto círculo evitaram habitar (enquanto lembravam), neste lugar Atlan, jaz deitado com a face voltada para cima. A Mãe Terra o nutre. Assim permanecerá até a consumação dos tempos.

Só a Testemunha Suprema conhece minuciosamente todas essas cousas.

Que a Luz perpétua ilumine a todos nós.