O DILEMA DA TEORIA SOCIAL: MÉTODO, ORDEM SOCIAL E MODERNIDADE.

 

 

Vana Lucia Medeiros Silva*

                                                     

Resumo

O artigo a seguir trata-se sobre o dilema da teoria social, o mesmo enfatiza a teoria social na visão de  alguns autores como Weber e Marx, tem por objetivo discutir características presentes na Teoria social bem como explanar o dilema da teoria social. O mesmo conta com uma consulta bibliográfica sendo que o carro chefe para essa discussão baseia- se no texto “O dilema da teoria social”. Texto este extraído do site www.law.harvard.educ/unger/portuguese. O mesmo aborda alguns dilemas da teoria social, questões do problema do método, o problema da ordem social e o problema da modernidade.

PALAVRAS –CHAVES: teoria social, método, modernidade e sociedade.

INTRODUÇÃO

O trabalho desenvolvido, faz uma abordagem da teoria social, enfatizando características a respeitos dos teóricos Karl Marx, e Max Weber, tem por objetivo discutir características presentes na teoria social, bem como explanar alguns dilemas a respeito desta teoria. O mesmo foi elaborado a partir de uma revisão bibliográfica sobre o tema, tendo como carro chefe o texto “O dilema da teoria social”.

Inicia-se fazendo uma breve explanação ao entendimento da teoria social, seguindo com a contribuição dos autores citados acima, onde exploro algumas características a respeito de suas respectivas teorias. Prossigo discutindo sobre o dilema da teoria social relacionado ao método que na visão do autor é incompleto e deixa a desejar, a ordem social a qual apresenta algumas críticas a seu respeito e por último sobre a questão da modernidade.

TEORIA SOCIAL: CONTRIBUIÇÃO DE MARX E WEBER

A Teoria Social é um estudo analítico  da sociedade, por meio de construções teórico-conceituais interdisciplinares. A teoria social não necessariamente exclui a pesquisa empírica em qualquer área das ciências humanas e sociais, podendo até mesmo ser uma forma de pôr os fenômenos em um contexto teórico que os esclareça melhor. A teoria social possui uma longa história, desde a Grécia antiga, com Platão e Aristóteles, até correntes contemporâneas.

A teoria social procura entender as diferentes formas assumidas em cada tipo de vida social, pela percepção das pessoas em relação umas às outras, em relação à natureza e em relação  a si mesma. A teoria social interessa-se menos pela psicologia de cada mente humana ou pela constituição de uma natureza universal do que pelos sistemas historicamente singulares de percepções e ideias comuns, que constituem a cultura de uma sociedade.  (HARVARD, p 15.).

No texto “O dilema da teoria social”, relata em relação da teoria social um contraste de pensamento entre os autores antigos e os medernos, pois

A filosofia dos antigos, era ao mesmo tempo, descritiva e prescribente. Isto significa não apenas que ela se interessasse em determinar como a sociedade deveria ser organizada, ou que tentasse por em pratica o seu modo de conceber a sociedade e o indivíduo, pois o mesmo poderia ser dito de quase toda teoria social moderna. Significa também que, no metodo empregado pela teoria tradicional a diferença entre fato e valor, entre descrição e avaliação, era de outra natureza_ senão inteiramente, pelo menos em grande parte. (HARVARD, P.13)

O alemão Karl Marx, juntamente com Max Weber, configurou a Sociologia Moderna com seus métodos e objetos próprios. Ambos os autores, através de suas teorias procuraram entender  a sociedade em suas respectivas época. A Teoria Social de Karl Marx se difere das teorias de demais autores, isso porque, a teoria deste teórico foi baseada a partir da economia, o mesmo tenta explicar os fenômenos sociais a partir do fator econômico.

Para Marx, as relações de produção determinam as relações sociais, isto é a sociedade se caracteriza a partir das forças produtivas e das relações de produção. As forças produtivas constitue as condições materiais máquinas ferramentas, por outro lado a relação de produções se define como a forma em que a sociedade está organizada, bem como a maneira em que a produção está gerenciada e dividida. (LAUREANO, 2012)

 Weber também contribuiu para o entendimento da sociedade, o mesmo foi capaz de contribuir para as áreas da economia, direito,  política e muitas outras, isso porque seus estudos sempre foram feitos através de reflexões que exercia sobre a sociedade a qual estudava.

Dentre suas teorias explanarei resumidamente duas as quais são: teoria da Burocracia e Teoria da Ação Social. Sendo que a primeira, desenvolveu-se mediante a fragilidade apresentada pela Teoria Classica e Teoria das relações humanas (contraditórias entre si), que impossibilitavam uma abordagem mais abragente de problemas organizacionais.

Segundo essa teoria, um homem pode e é pago para comportar-se de dada maneira e reagir com a exatidão que lhe fora explicada sem que premita que suas emoções possa vir intreferir neste seu desempenho. [...] Weber já identificava fatores que favoreciam o desenvolvimento da burocracia moderna, entre eles: o desenvolvimento e fortalecimento de uma economia monetária, onde a moeda substitui a remuneração em espécie, centralização e autoridade da administração burocrática; além disso, o sociologo enxergava o crescimento – tanto quantitativo como qualitativo – das tarefas administrativas do estado moderno como mais um fator que propiciava o desenvolvimento da burocracia, por fim ele acreditava e deendia na superioridade técnica do tipo burocrático de administração. (SOCIOLOGIA, 2013)

A teoria da Ação Social, refere à ação do sujeito, diante de seus costumes, valores, etc. Para Weber a ação social é quem orienta o mundo (CABRAL, 2013) Por ação entende-se, neste caso, um comportamento humano sempre e na medida em que o agente ou agentes o relacionem a um sentido subjetivo, em outra palavras, ação é social quando existe referência ao comportamento de outros na elaboração do sentido da ação. Referente a essas ações Weber as classificas em quatro, as quais são: ação social com relações a fins, ação social com relação a valores, ação social afetiva e ação social tradicional.

  1. Ação social racional com relação a fins, na qual a ação é estritamente racional. Toma-se um fim e este é, então, racionalmente buscado. Há a escolha dos melhores meios para se realizar um fim.
  2. Ação social racional com relação a valores, na qual não é o fim que orienta a ação, mas o valor seja este ético, religioso, político ou estético.
  3. Ação social afetiva, em que a conduta é movida por sentimentos, tais como orgulho, vingança, loucura, paixão, inveja, medo, etc.
  4. Ação social tradicional, que tem como fonte motivadora os costumes ou hábitos arraigados. (CABRAL, 2013)

Nota-se que ambas ações, são norteadoras da nossa atitude, e sempre que as realizamos estamos ligados ao outro sujeito. Nesse sentido entende-se que para haver ação é preciso estar relacionando-se com outro sujeito, pode-se dizer ainda, que só há ação se tiver interação e sentido. Ambos os autores preocuparam-se em explicar os fenômenos sociais, fenômenos estes que partem desde a ordem coletivo ao fator econômico. E nesse entendimento não podemos descartar seus pensamentos, já que ambos contribuíram e contribuem até hoje para o entendimento da sociedade em geral.

O DILEMA: MÉTODO, ORDEM SOCIAL E MODERNIDADE.

Nos escritos do texto o dilema da teoria social afirma que a teoria social tem passado por uma crise e que essa crise relaciona-se intimamente com uma profunda transformação da própria sociedade. Pois à medida que o tempo passa a sociedade muda e consequentemente as ações e atitudes dos indivíduos, o que não é tarefa fácil, entender a sociedade exige pesquisa, visto que, pesquisa aborda procedimentos metodológicos, ordem social, além disso ainda tem a questão da modernidade que na discussão segundo o texto mencionado  existem três aspecto no que diz respeito ao dilema da teoria social, o qual faz uma abordagem desses aspectos afim de entendermos melhor a referida crise da teoria social.

Há três problemas principais. Em primeiro lugar, há a questão do método [...] Em segundo lugar vem a questão da ordem social [...] qualquer teoria sobre o método é uma concepção de como ordenar as nossas ideias acerca da sociedade. Mas qualquer doutrina da ordem social deve descrever a ordenação da própria sociedade: o seu tema principal são as regras pelas quais as pessoas organizam sua conduta em relação umas às outras. Em terceiro lugar há o problema da modernidade. (HARVARD, p. 17)

Entende-se aqui por método de pesquisa aquele que propicia o conhecimento teórico partindo da aparência, visando alcançar a essência do objeto. A respeito do método da teoria social, demonstra-se incompleto e variado que pode ser de dois tipos: a análise lógica e a explicação causal sendo que ambos interpretam e explicam um determinado fato. Tanto a dedução lógica como a explicação causal descrevem relações mediante atributos de necessidade, sequência e objetividade. Entretanto, ambos processos apresentam diferenças:

A diferença entre a relação lógica e relação causal é que esta última acrescenta duração à sequência, enquanto a primeira apenas exprime sequência. A combinação de sequência e duração é o que chamamos de tempo. Toda explicação causal é uma exposição das relações entre eventos no tempo, enquanto a análise lógica trata da conexão entre conceitos fora do tempo.

Outra diferença entre os dois tipos de descrição, tem a ver com a universalidade ou a particularidade dos elementos. A relação lógica é sempre formal: apresentam os conceitos de forma universais que pretende associar com formas abstratas cujo conteúdo não importa. [...] A explicação causal, ao contrário parte sempre de uma esforço de elucidar as relações entre eventos particulares. Mesmo que se eleve a níveis cada vez mais alto de generalidade, a sua justificativa final continua sendo o poder de explicar a sequência temporal de proposições particulares observadas na experiência. (HARVARD, P.19 - 20)

Ambos procedimentos são disparos, a relação lógica está voltada mais para o lado racional, com conceitos universal, onde os membros não tem diferenças individuais, enquanto que na causalidade os eventos diferem-se uns dos outros como entidades individuais, mas que ambos tem sua importância no estudo da sociedade, os mesmos servem de ponto de partida para dois modos de tratar o problema da explicação no estudo social: o racionalismo e o historicismo,

A estratégia racionalista parte da escolha de algumas premissas gerais quanto à natureza humana; essas premissas são escolhidas à base do poder explanatório das conclusões que permitem e não da exatidão de suas descrições. O racionalismo deduz uma série crescente de consequências mediante um processo contínuo de dedução lógica e de refinamento de conceitos, introduzindo aqui e ali no processo certos pressupostos empíricos quanto a natureza e a sociedade. [...] o historicismo é exemplificado pelo gênero de historiografia associado ao romantismo [...] o seu principal esquema de pensamento é a realidade de causa e efeito, e não o da dedução lógica. O que o historicismo se propõe é descobrir o que realmente acontece e por quê; trata-se ao mesmo tempo, de um método de descrição e de explicação. (HARVARD, P. 21 e 22)

Dessa forma tanto o racionalismo como o historicismo terminam por colocar o estudo da sociedade em dilemas semelhantes.  “Em ambos os casos, ficamos entre uma abordagem que parece precis,a mas é enganosa, e uma perspectiva que parece levar-nos de volta para a realidade, para logo depois dissolver-se em vagueza” (HARVARD, p. 23 ). Nesse sentido, compreende-se que tais métodos diferem-se e se tornam cúmplices, e não deixa claro qual seria melhor (ou adequada) forma ao estudo da sociedade, mas o que se sabe é que os referidos métodos “descrevem conexões necessárias de consequência ou causalidade” (HARVARD, p 23).

Não se quer aqui determinar qual método é o certo ou errado no que diz respeito ao estudo da sociedade, mas mostrar que em uma teoria abrange diferentes formas de investigar, observar e analisar os fatos sociais, coletivos ou individuais dependendo do pesquisador. Sendo assim, a busca de tal método é o traço-de-união entre uma variedade de concepções diferentes entre as quais se destacam a dialética, o tipo ideal e a estrutura. Sendo que cada uma tem seu próprio significado, mas ambas apresentam algo em comum, as mesmas “são meras tentativas de fugir ao incômodo dilema entre racionalismo e historicismo”.  (HARVARD, p. 26)

Weber atribui ao seu tipo ideal da Ética Protestante definem uma noção de lugar do homem no mundo aceito pelos adeptos desta ética. Outras vezes a noção comum que sustenta a unidade das partes é um conceito mantido pelo teorista, e não aquele adotado pelas pessoas cujas convicções e condutas estão sendo estudadas. Segundo uma versão da dialética de Marx, por exemplo,  a ideologia, a política e a economia tem entre si, no capitalismo, certas relações que podem ser desconhecidas da maioria os membros da sociedade capitalista, inclusive da própria classe capitalista (HARVARD, p. 26)

Nesse sentido, entende-se que ao estudar a sociedade o conceito unificador é atribuído às tendências ou padrões universais, existentes no inconsciente das pessoas observadas. Nesse caso, ambos os métodos “são relevantes quanto ao modo pelo o qual se define a relação entre o que a teoria nos pode ensinar acerca das pessoas e conceito que estas fazem de si mesmas na vida cotidiana, entre explicação teórica e reflexiva”. (HARVARD, p. 27)

Em relação à problemática da ordem social, a mesma resulta da profunda perplexidade que podemos sentir ante a própria existência da sociedade, tal como o problema do método decorre do fato de nos perguntarmos como estudar a vida social (p), essa problemática da ordem social possui duas doutrinas: a doutrina do instrumentalismo ou de ordem privada e a doutrina da legitimidade ou do consenso. Sendo que:

A doutrina do interesse privado é uma concepção do fundamento da ordem social geralmente identificada com o utilitarismo e com a economia política clássica. [...] Essa doutrina afirma que os homens são governados pelos seus próprios interesses e guiados por certas ideias quanto ao meio mais eficaz de atingir os fins que pessoalmente escolheram. (HARVAR,  p.33)

A doutrina do interesse privado,  está relacionada mais às escolhas individual, sendo independente das escolhas dos outros por mais que este sofra influência de pensamentos alheios. Nesse sentido, a doutrina do interesse privado “coloca a determinante imediata do comportamento humano dentro do próprio indivíduo, e não nos grupos aos quais ele pertence” (HARVARD, 34). Em relação a esse comportamento individual que a doutrina do interesse, é gerado diversas fraquezas desta doutrina, sendo que a primeira “é que ela não é capaz de explicar como a conduta humana pode ter suficiente continuidade no tempo e similaridade entre indivíduos para possibilitar a existência de uma sociedade organizada ou uma ciência social” (HARVARD, P.35). A segunda fraqueza está relacionada ao fato das contradições “sobre o modo pelo o qual se encara o papel das regras na sociedade” (HARVARD, p. 36), a terceira fraqueza refere-se ao argumento moral ou político, “o conceito da vida social representado pela doutrina do interesse privado parece não dar lugar aos valores da solidariedade”.(HARVARD, p. 37)

Quanto a segunda doutrina da legitimidade e do consenso, esta é diferente da anterior, pois inicia-se com a sociedade ou o grupo e os respectivos valores e entendimentos comuns, neste caso a doutrina da legitimidade e do consenso

Rejeita o pressuposto da individualidade e dos fins. Os valores comuns não apenas precedem os fins individuais em tempo e importância, como também não podem ser adequadamente compreendidos como resulta de uma combinação a fins individuais. [...] a lógica da legitimidade ignora e subverte a importância da dicotomia meios e fins. As normas e percepções comuns do grupo conferem valores positivos ou negativos a cada aspecto da situação individual; não existe coisa alguma que o indivíduo possa tratar como simples meio destituído de peso moral. Assim, a própria distinção entre meios e fins desaparece.  (HARVARD, p. 38)

Apesar de esta doutrina parecer  mais sólida  que a anterior, não deixa de ter críticas em relação ao seu sistema de regras como a doutrina anterior, esta (da legitimidade ou do consenso), também por si só não responde às expectativas no que diz respeito à sociedade e seu conceito de regras. Porém no texto o dilema da teoria social, aborda três críticas como já mencionei, sobre a doutrina da legitimidade ou do consenso.

A primeira crítica é a sua inerente tendência de explicar demais e de menos ao mesmo tempo. Explica a possibilidade de uma harmonia de pontos de vistas e ideias,  mas não explica a existência do conflito (HARVARD, p. 39)

A segunda critica diz que:

As regras são tidas primariamente como expressões de valores comuns _ e, no entanto, é precisamente alguma lacuna, alguma fraqueza ou impressão na autoridade desses valores que as tornam indispensáveis. As leis são as filhas e o antidoto do conflito _ e o conflito é exatamente o aspecto da vida social que a doutrina da legitimidade não explica. (HARVARD, p. 40)

A terceira crítica:

Acusa a doutrina da legitimidade de ter um preconceito incurável em relação ao coletivismo, um preconceito inerente ao ponto de vista descritivo da própria teoria. Enfatizando a prioridade das relações sociais para a análise da conduta individual, bem como a importância suprema dos valores comuns do grupo, a teoria parece não deixar motivo para que se leve a sério a individualidade das pessoas, ao mesmo tempo em que rejeita as pretensões da autonomia individual em favor das pretensões de solidariedade coletivas (HARVARD, p.40).

Diante do exposto fica evidente que tanto a doutrina do instrumentalismo ou do interesse privado quanto a doutrina da legitimidade ou do consenso, deixam um leque de insatisfação quanto a suas respectivas visões dos comportamentos sociais, estes sendo individuais ou coletivos e que ambas apresentam o mesmo defeito “a negação do ponto de vista moral, uma negação que consiste em tomar o que os homens desejam fazer por aquilo que devem fazer" (HARVARD, p. 41).

Ainda temos a questão do problema da modernidade. A modernidade é um tema recorrente no pensamento sociológico contemporâneo.

Modernidade apresentava nítidas diferenças de tratamento, “alguns apontavam na estrutura de produção o traço característico da sociedade moderna. Outros viam-no na natureza de certas relações sociais ressurgentes e na forma da divisão do trabalho. Outros, ainda, atribuíam maior importância a nova concepção do mundo que sobrevivera no decorrer do período pós-renascentista da história europeia. (HARVARD, p 45).

Com o surgimento da modernidade, foi derrubada a concepção da noção de ordem natural e moral, abrindo espaço para os teoristas do contrato social. Assim, a teoria moderna foi adotada pelo utilitarismo e consagradas pelas teorias da economia.  Neste caso a sociedade moderna via-se a si mesma como uma civilização altamente individualista, na qual a ordem e a liberdade eram garantidas pela lei (HARVARD, p. 46).  Gerando conflitos entre o pensamento de teóricos clássicos e modernos, “uma solução seria aceitar o que firmava a ideologia como uma descrição literal do que a sociedade era ou podia vir a ser, ou rejeitar inteiramente a ideologia com mero disfarce de uma verdade que lhe era oposta” (HARVARD p. 47).

Contudo, como os teoristas sociais, não resolveram as questões das problemáticas de método e ordem social, da mesma forma também poderia ser com a questão da modernidade. No qual foi apontado dois pontos no que se refere à problemática da modernidade.

O primeiro foi a transformação da moderna sociedade ocidental numa forma de vida social que em certos aspectos fundamentais, difere daquelas que os teoristas sociais clássicos estudaram.

O segundo foi a proliferação das sociedades industriais que têm em comum com a sociedade ocidental muitos dos seus atributos econômicos e tecnológicos, mas dela diferem em seus estilos característicos de consciência e organização (HARVARD, p.47).

O que foi discutido até aqui, nos mostra que a teoria social ao longo de seu caminho, tem deixado a desejar em suas análises da sociedade, mas devemos levar em conta é que das teorias clássicas à modernas, passaram-se longos tempo e nesse percurso, a sociedade tem-se modificado bastante, e ambas teorias até aqui discutidas não têm feito uma compreensão global de sociedade, mas que apesar de suas limitações, muitas tem nos fornecidos uma gama de compreensão das relações sociais de grupos bem como também no que se refere à individualidade dos indivíduos, ambas tendências buscam uma explicação para os fatos sociais de suas determinadas épocas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Entender que a teoria social se construiu a partir do estudo da sociedade, nos guia no entendimento e reconhecimento dos escritos de teóricos aqui explorados. Teóricos estes que nos deixa claro quanto à sua visão de sociedade. Explorar este estudo possibilita um novo olhar a construção social e conceito sobre o ser humano e seu modo de pensar e agir.

De acordo com a explanação feita ficou visível que a teoria social com seus dilemas quanto ao método, a ordem social e também a questão da modernidade, nos mostra que tais aspectos deixam a desejar,  mas devemos levar em conta que cada teoria dos autores abordados aqui, a sociedade é vista de forma diferente, por ângulos diferentes seja em questões, econômicas, religiosas ou culturais, contextos e épocas diferentes, mas que ambas apresenta complexidade e semelhanças principalmente no que diz respeito à ações de cunho social, coletivo ou individual.

Mas, independente de entraves, devemos reconhecer o caráter evolutivo da sociedade, que se desenvolveu por traços de tradições e considerar também a capacidade que o homem tem em fazer sua história, nesse sentido, o que a lógica e causalidade, o racionalismo e o historicismo não explica a teoria social, deve ser porque os seres humanos, possuem ainda uma outra dimensão: a consciência. Esse campo  parece ultrapassar as fronteiras da ordem das ideias e dos eventos precisamente por envolver uma relação peculiar entre percepção e existência, entre pensamento e ação, relações estas próprias dos seres humanos, seres complexos e heterogêneos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CABRAL, João Francisco P. A. Definição da ação social de Max Weber. 5p. texto. Disponível em:<http:// www.brasilescola.com.br> Acessado dia 12 jul. 2014.

HARVARD. O dilema da teoria social. Texto, 44 p. Disponível em: <http//www.Law.harvard.edu./unger/portugurse>.  Acessado dia 14 jul. 2014.

LAURENO, Maria. Indivíduos e sociedade: teoria social de Karl Marx. Texto 5 p. Disponível em: http://socoilogiamarry.blogspot.com. Acessado em:12 jul. 2014

SOCIOLOGIA. Max Weber: teoria burocrática e teoria da ação social. Texto 4 p. disponível em: http://www.sociologia.com.br acessado em: 14 jul. 2014