Em 1630, após se refugiar na América o advogado Inglês John Winthrop, num sermão exaltouo poder daqueles colonos e disse que eles estavam erguendo uma "cidade na montanha" para o mundo ver e admirar. Dessa forma nascia ali uma identidade de que eles eram o povo escolhido por Deus inspirar o mundo todo com essa pureza. Abaixo alguns discursos da "vocação americana":

O presidente James Buchanan, no discurso de sua posse em 1857 deixou bem claro a determinação do domínio norte-americano:

"A expansão dos Estados Unidos sobre o continente americano, desde o Ártico até a América do Sul, é o destino de nossa raça (...) e nada pode detê-la".

Em 2004 o general Colin Powell, secretário de Estado do governo Bush, reforçou num de seus discursos a mesma determinação:

"O nosso objetivo com a Alca é garantir para as empresas norte-americanas o controle de um território que vai do Pólo Ártico até a Antártida"[...], ecoando assim um velho sonho de Percival Farquhar:

Creole Courier

"A pura raça anglo-americana está destinada a estender-se por todo o mundo com a força de um tufão. A raça hispano-mourisca será abatida. " (New Orleans, 27.01.1855).

Dessa forma os interesses Americanos sempre foram supridos pela necessidade de impor ao mundo sua crença de "nação escolhida". Durante todo o século XX, os EUA participaram de diversos conflitos pelo mundo, sem contar as duas guerras mundiais(alguns extra-oficiais), como podemos ver a seguir:

1899-1901 – Repressão a insurreição popular nas Filipinas.

1900 – Repressão à rebelião dos Boxers (seita secreta) Na China.

1903-1914 – Repressão a revolução popular no Panamá.

1918-1920 – Repressão a revolução bolchevista na Rússia.

1926-1933 – Repressão a golpe de estado na Nicarágua.

1950-1953 – Guerra contra a Coréia do Norte e China.

1962 – Quarentena naval durante a crise dos mísseis em Cuba.

1964-1973 – Guerra contra Vietnã do Norte e vietcongues.

1965 – Repressão a revolta popular na República Dominicana.

1980 – Tentativa frustrada e resgate de reféns americanos no Irã.

1982 – Envio de tropas para conter guerra civil no Líbano.

1983 – Repressão à rebelião após golpe de Estado em Granada.

1989 – Operação para retirar o Gal. Noriega do poder no Panamá.

1991 – Guerra do Golfo contra o Iraque após a invasão do Kuwait.

1992 – Envio de forças militares a Somália.

1994-1995 – Ataque à Iugoslávia contra política de limpeza étnica.

1998 – Ataques aéreos a alvos terroristas no Afeganistão e ao Sudão.

1999 – Bombardeios junto com a OTAN contra Sérvios no Kosovo.

2001-2002 – Invasão do Afeganistão na busca por Osama Bin Laden.

2003 – aos dias atuais – Guerra contra e o Iraque e permanência pelo "processo de paz" na região.

 


 

Durante o inicio do século XX, aparente tranqüilidade política e econômica nos países periféricos dos EUA, cria uma certa calma (a não ser pela tentativa de golpe na Nicarágua). Nesse período a influência dos EUA na América tem um crescimento extraordinário. Com isso há também o seu crescimento econômico e político na região. A partir dessa quebra da hegemonia Britânica nessa região, abre-se o espaço para a entrada dos EUA nesse novo cenário mundial. Com esse crescimento do poder americano nas Américas, algumas nações começaram a buscar resistência a essa forma intervencionista dos EUA. A introdução de valores desse "american way", já começava a causar ruptura na política externa desse país com os outros países da América (principalmente da América hispânica). Isso se agrava com a crise econômica dos anos de 1920.

A crise de 1929, atinge em cheio não só os EUA, como também toda a América Latina. Com o agravamento da crise nos anos de 1930, o mundo se fragmentava e aflora cada vez mais uma forte depressão mundial. Nesse período os EUA o "New Deal", que foi uma série de programas políticos e sociais, para extinguir os impactos que a forte depressão causou na economia americana. Essas medidas irradiaram por alguns países (inclusive no Regime de Getulio Vargas), que também tentavam formas de amenizar a crise que batia a sua porta (em alguns já estava na sala de jantar). Com um panorama mundial complicado acaba-se criando um cenário propicio para a 2ª guerra mundial na Europa. Inicialmente como o conflito estava fora de sua territorialidade e houve pouca pressão para a entrada dos EUA na guerra sem si. Com a possibilidade da chegada da guerra a "Doutrina Monroe" mais uma vez é aplicada (se alguma vez ele deixou de ser aplicada), o os EUA com a "política da boa vizinhança", cria iniciativas para "ajudar" os seus vizinhos mais pobres do continente americano os proteger em tempos de guerra. Com o ideal de que a "América para os americanos"começam a serem buscados estratégias para defender o continente, com a criação de bases militares em diversos países americanos (inclusive o Brasil). Com mecanismos de propaganda anti-americanista os nazistas forçaram os EUA a tomarem medidas de cautela e tiveram até que barganhar com alguns países latino americanos para não perderem suas influências e postos na região.

Após a 2ª guerra o foco principal dos EUA, deixa de ser a América latina e vira-se para a Europa devastada e necessitando de ajuda política e financeira para se reerguer. Essa visão de prioridade para a Europa dura até meados dos anos 1960, não que os EUA deixaram de exercer sua influência na região nesse período, contudo ela visava principalmente a Europa. A influência Americana já não se restringe as Américas, mais a partir desse período o mundo começa a se torna de certa forma dependente deles em um ponto qualquer.

Nos anos de 1950, a política de estreitamento com os países da América do Sul, acontece com a visita do vice-presidente americano Richard Nixon. Essa série de visita tinha como pano de fundo evitar a influência comunista que crescia na região. Esse temor mostrou sua face com a tomada do governo Cubano por Fidel Castro e sua aproximação com o partido comunista Cubana. Como era notório que a resposta Americana, Fidel acabou alinhando-se com a URSS e o bloco socialista. Após alguns fracassos (militares e políticos), os EUA enfrentaram com isso respostas de países Latinos contrários a intervenção Americana em Cuba. Um dos pontos cruciais desse embate se deu em 1962, com a "crise dos Mísseis em Cuba". Tal episódio por pouco não detonou uma guerra entre EUA e URSS. Esse fato serviu para que Cuba pelo acordo feito entre EUA e URSS, tivesse sua independência respeitada pelos EUA.

Após esses fatos o governo Americano, mais uma vez colocava a "Doutrina Monroe" em ação com o "Plano de assistência à América Latina" (Aliança para o Progresso),contudo o plano não trouxe contribuições significativas ao desenvolvimento econômico Latino Americano. No continente nos anos de 1960, algumas tentativas ou êxitos de golpes políticos tiveram direta ou indiretamente as mãos dos EUA. Governos foram escolhidos e manipulados por forças Americanas, outros caíram por terem tendências comunistas.

Com alguns desvios éticos internos do "povo escolhido" (Watergate), o foco da atenção americana tornava-se mais concentrado em resolver problemas "particulares". Nos anos de 1970, o foco era redução do arsenal nuclear mundial (através de acordos bilaterais entre URSS e EUA). Com a chegada ao poder de Ronald Reagan, acentua-se a política intervencionista americana no continente, alegando para esse propósito o receio do comunismo aflorar na América. Houve uma tentativa (não aceita pelos países do Atlântico sul) Norte Americana inclusive de criar um pacto militar no Atlântico Sul, para (segundo eles) protegerem essa região de investidas militares de "outras nações".

Podemos concluir que o que era uma intervenção na região americana pelos EUA, tornou-se algo global. Guerra contra o narcotráfico, deposição de regimes ditatórias, ajuda humanitária e agora caça e extinção de grupos terroristas pelo mundo afora fazem do EUA o "Senhor das guerras". Lucrando com ela e não sabendo mais viver sem ela.

 

Referência Bibligráfica:

MOURA, Gerson. "Estados Unidos e América Latina". São Paulo, Ed. Contexto, 1990.

Revista Super Interessante. "O que acontece com os Estados Unidos". São Paulo, Ed. Abril, edição de outubro de 2003.

Site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Destino_Manifesto.