PENSAMENTO

“Ninguém brilha no palco da vida, se não brilhar no palco da inteligência.

(Augusto Cury) 

JUSTIFICATIVA

     É sabido que todos concordam que o processo educacional sempre esteve voltado para os interesses do homem. Buscando atender as expectativas de determinadas classes, povos e períodos, tudo isso buscando se enquadrar no devido espaço de tempo em que se encontra. A educação sempre andou lado a lado com a história, buscando formar um homem capaz de acompanhar a época em que vive, porque para a educação a verdadeira preocupação é inserir no homem o desejo de constante transformação e aprendizado, deixando-o pronto para intervir com a sociedade.

     A única forma de dar-se a verdadeira aprendizagem é quando ocorre uma auto-aprendizagem, pois só assim haverá um auto-encontro, podendo assim ter controle sobre o seu destino, a função da educação é dar ao homem o poder de ser seu artífice.

     Nada foi nem será construído fora dos pilares da educação, pois é ela a força que impulsiona o homem para o sucesso.

     Podemos entender educação com o agente que transforma o homem em um ser culto, no sentido erudito da palavra, já que a educação tem por finalidade suprir interesses e necessidades do próprio homem.



 

 

Referencial teórico

 

     O desenvolvimento humano é um processo rico e diversificado, pois cada pessoa precisa de um tempo diferente para desenvolver-se, cabe ao professor trabalhador de forma que incentive e acompanhe a criança, respeitando o seu ritmo de desenvolvimento.
     Não importa o quanto se estude sobre o desenvolvimento humano ele sempre reservará surpresas e imprevistos. O ser humano é singular por isso deve ser estudado de forma cautelosa já que nunca se sabe de que forma ele reagirá.   
     Entretanto, mesmo com tantas diferenças e a grande marca da incerteza que se estabelece sobre o desenvolvimento humano, pesquisadores estabeleceram períodos de desenvolvimento, períodos esses que devem obedecer a uma certa sequência de tempo, pois tratam-se de etapas que variam idade e ritmo.
     Cabe ao professor criar um ambiente no qual a criança possa de forma espontânea realizar experiências que auxiliem o seu desenvolvimento aprimorando assim o seu conhecimento em sala de aula.
     O desenvolvimento é um processo ativo, onde a existência de erros é natural e a busca por respostas é fator primordial. Pois a aprendizagem trata-se de um fator social e deve se dar através da interação de todos, organizados de forma mais espontânea possível.
     O processo de desenvolvimento é tão grandioso que seus próprios observadores e fundadores se contradizem e ao mesmo tempo se completam, enquanto para Piaget os elementos cognitivos básicos estão internalizados no indivíduos, podemos ver o oposto em Vygotsky que tinha uma interpretação marxista do processo educativo, mostrando que em sala de aula o melhor processo de aprendizagem e o da medição simbólica, abrindo espaço assim para os behavioristas com suas teorias de estimulo e resposta.
     Porém, mesmo com as várias formas de analisar o desenvolvimento humano podemos chegar à conclusão que o fator principal é a importância do professor abrir espaço para a criança ser o que ela é e não o que as normas da escola querem que ela seja.
     Ao deparar-se com a heterogeneidade da sala o professor percebe que terá que atender a todos os alunos e respeitar o tempo de cada um, porém respeitar o tempo do aluno, não quer dizer que o professor o deixará inerte e sim que usará esse tempo como subsídio para despertar a curiosidade do aluno, impulsionando-o a acompanhar a sala, assim fazendo que o aluno se desenvolva quase sem notar. O papel do professor não é pressionar o aluno mostrando seus deveres e limitações e sim ovacionar suas conquistas, pois assim o aluno se sentirá valorizado, o que irá agir de forma positiva no seu desenvolvimento, vale ressaltar que um aluno que se sente valorizado, renderá muito mais frutos que o aluno que é pressionado e exposto ao ridículo, recebendo advertências públicas e que não irá contribuir em nada para o seu desenvolvimento.
     Crianças que não recebem o valor e o estímulo necessário pelo educador e pela família do mesmo se sentirão inferiores, podendo assim se autoexcluirem, com isso não aprenderá os conteúdos trabalhados, ou pior, esse sentimento de inferioridade pode desestimular o aluno levando-o assim a desistir da escola, portanto, é de suma importância preservar em sala de aula hábitos de linguagem com: Parabéns! Sabia que você conseguiria! Foi muito bom... pois pode até parecer meros elogios, mas que são muito importantes para quem os escuta.

 

     Em momento algum podemos nos esquecer da citação de Paulo Freire que diz “ninguém ensina ninguém, tampouco ninguém aprende sozinho, os homens aprendem em comunhão, mediatizados pelo mundo”, isso nos mostra que se a educação é um processo que só dar-se com a interação e com o estimulo necessário, então torna-se indiscutível a importância da valorização do educando, ainda para apoiarmos o valor do estimulo no processo de desenvolvimento educacional, temos o fator social, que nos mostra que crianças deprimidas durante o seu desenvolvimento escolar poderão ser adultos deprimidos, pois é na sala de aula que se forma cidadãos, é  na sala de aula que se cria seres humanos úteis para a sua sociedade e é na mesma que a criança terá a oportunidade de desenvolver sentimentos com respeito, consciência e crítica pessoal muitas vezes defasadas por hábitos familiares ou sociais pois não da para esquecer que o meio influencia muito na formação do cidadão, muitas vezes agindo de forma errada, então cabe a escola buscar mudar isso, tentando garantir um desenvolvimento saudável, para que isso possa acontecer é necessário uma harmonia em sala de aula, harmonia essa que só poderá ocorrer se a valorização do aluno, a interação entre a turma e o respeito forem o aporte mestre durante o processo educacional.
     É no processo de aprendizagem que o desenvolvimento humano expressa toda sua grandiosidade e magnificência, pois é voltada para a educação que ele ao mesmo tempo se aprimora e se contradiz. Grandes observadores do desenvolvimento intelectual dos seres completam e se contradizem ao tratarem de assuntos como esse, pois para Piaget o importante era analisar como o conhecimento é construído e com isso como a teoria é decodificada na construção de entendimento na mente do indivíduo enquanto para Vygotsky o primordial era questão de como os fatores sociais e culturais influenciam o desenvolvimento intelectual.
     Piaget buscava voltar a atenção de todo para a interação entre o indivíduo e o meio, criando assim o construtivismo que trata-se de uma corrente teórica que procurava desvelar como a inteligência humana se desenvolve, tendo como aporte o princípio que o ser começa a se medrar pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio, Piaget quis mostrar que o homem não nasce inteligente, mas também não é passivo sob a influência do meio isto é, o ser responde aos estímulos externo mas age sobre os mesmos, modificando-os e adaptando-os aos seus próprio conhecimento.
     Enquanto isso Vygotsky procurou estudar sistematicamente a psicologia e os seus processos de transformações nas dimensões filogenéticas, histórica sociais e ontogenéticas.
     Vygotsky era a favor da medição simbólica era fiel a base da sociogênese contradizendo alguns teóricos como por exemplo Platão que afirmava que “conhecer é recordar verdades que já existem em nos.” A teoria sociointeracionista buscava dar ênfase ao valor do meio, do conhecimento compartilhado e da união de saberes, unindo-se a teóricas com Lúria e Leon Tiev acrescentando cada vez mais a visão da psicológica soviética.
     O processo educacional não se limita apenas a sala de aula, pois faz parte de um complexo processo de interação, evolução e socialização, tornando-o capaz de participar e desenvolver papéis em sua sociedade, por fim, cabe ressaltar que valorizar a educação é considerar as descendências culturais e valorizar o conhecimento de cada um, buscando ter como foco primordial o desenvolvimento do homem como um todo.
     A teoria de Vygotsky é uma teoria de transmissão de conhecimentos entre a sociedade e a criança, pois as mesma interagem como agente transformadores e receptores do conhecimento; já para Piaget a aprendizagem é uma construção singular, única, onde é permitido errar e com o erro construir pontes para o verdadeiro conhecimento.
     Contudo, podemos concluir que independentemente da visão teórica o ser é tido como dono de suas atitudes e como um ser completamente ativo e que cabe somente a ele o papel de ser líder de seu desenvolvimento, pois a sociedade, no caso a escola em si será apenas uma intermediadora, que apenas colocará pessoas e conteúdos a sua disposição, mas o deixando livre para decidir se quer ou não aprender, pois a escola estimula, mas, o aluno decide se aceita ou não o estimulo recebido, pois para aprender é preciso vontade e confiança em si como disse o grande Michelangelo Buonarroem “o que há de mais certo é confiarmos em nos mesmo, para nos tornarmos pessoas de mérito e valor.” Assim é o processo educacional, já a junção do estimulo com a vontade de aprender.
     Infelizmente alguns professores ainda seguem uma forma de educação antiquada e retrógrada, um modelo de ensino que leva o aluno a decorar respostas prontas que o tornam incapazes de perguntarem o porquê do que está sendo trabalhado, quando o aluno decora, não há aprendizagem, ele apenas lembrará daquele conteúdo por algum tempo, logo depois esquecerá de tudo que leu, pois o mesmo não teve importância alguma e o tempo encarregou-se de o apagar, já que ele não surtil importância plausível, serviu apenas para obter-se uma nota simestral. Temos que ter a consciência que a escola deve preparar cidadãos que saibam entender os meandros da sociedade, que consigam não só acompanhar e sim estar à frente de seu tempo, é dever da escola despertar o que há de melhor nos alunos, isso torna-se possível com o contato entre as pessoas e entre ambientes que tenham essa visão educacional, pois todo aprendizando é necessariamente mediado isso traz uma responsabilidade enorme para a escola que terá que propiciar oportunidade de desenvolvimento intelectual e social segundo Vygotsky “o saber que não vem da experiência não é realmente saber” isso apenas ratifica a importância do aluno realmente ter domínio sobe os temas trabalhados, pois isso é o

 

aprender; só há real aprendizagem quando o aluno é capaz de repassar e adaptar o que foi trabalhado, hoje temos um modelo de educação que não podemos julgar escorreito, mas que comparados a antigos métodos que para bem da verdadeiro desenvolvimento tornaram-se obsoletos caindo assim em desuso abrindo espaço para uma educação transformadora que busca formar cidadãos capazes de participar de sua sociedade e de a transformar quando preciso, é maravilhoso poder sentir esta mudança nos métodos educacionais, pois torna-se visível cada vez mais forte a preocupação dos educadores com o seu aluno perante a sociedade, isso mostra que a escola está lutando com todos as suas forças para criar pessoas que pensem por si só e não cópias de respostas padronizadas, por fim podemos ser considerados perfeitos são métodos de uma verdadeira educação que poderá crescer muito mais, mas somente quando todos aprenderem o valor do real aprender.
     Métodos educacionais exigem cada vez mais de alunos e professores, melhorando assim o nível do desenvolvimento humano e educacional, educadores e educandos buscam trabalhar juntos para obterem uma real aprendizagem, é preciso vivenciar a igualdade de direitos e defesa de opiniões em sala de aula, é necessário, e extremamente importante a participação dos alunos na criação do currículo escolar, possibilitar que o aluno opine sobre temas que serão trabalhados é garantir o despertar da curiosidade dos mesmos pelos conteúdos que serão trabalhados, vivenciar o desenvolvimento humano em sala de aula é oferecer ao aluno oportunidade para desenvolver-se, para criar e transformar conteúdos em aprendizagem, aulas em conhecimento e dúvidas em respostas para a vida. Professores alteram seus métodos em comunhão com visões educacionais transformadoras e motivadoras de opiniões, buscando assim trabalhar junto com os alunos, ainda há muito o que ser feito para melhorar nosso modelo de educação mas é visível o quantos os educadores estão buscando melhorar seus métodos, conciliando desenvolvimento humano com aprendizagem pois só assim haverá um real sentido no aprender.
     Falar de desenvolvimento humano quanto processo educacional é mostrar a face do que é a verdadeira educação, é conhecer o caminho a seguir para poder obter frutos dignos de servirem como aporte para o ser; o desenvolvimento humano não deve ser visto como apenas mais um método a seguir e sim como a verdadeira visão para a real aprendizagem, já que sem o mesmo torna-se inútil o buscar aprender, pois qual seria a verdadeira função senão desenvolver o ser, portanto o desenvolvimento humano em sala de aula não trata-se  de um recurso à mais e sim da viga mestra que sustenta o porquê ensinar e aprender.
     Teorias são cada vez mais estudadas, teses grandiosas são sempre observadas, buscando assim o seu real ensinamentos. Saber ouvir os mestres da educação é acrescentar grandes valores em minha humilde bagagem, porem, não há melhor professora que a experiência do dia a dia, logo, como aluno concluinte do normal médio, posso afirmar que o verdadeiro desenvolvimento da-se ao ver o aluno entender quais os

 

seus direitos e deveres, entender que é parte integrante da sociedade e que tem deveres para com ela e para consigo mesmo.
     É no decorrer da vida que o crescimento interior acontece, não podemos esquecer do celebre Harvey Spencer Lewis que diz “é na experiência da vida que o homem evolui.” No entanto, cabe ressaltar que para que haja essa evolução o mesmo precisa buscar o verdadeiro conhecimento em si, indiscutivelmente precisará dos conhecimentos ao seu redor para chegar a fonte de sabedoria  que há interiormente, portanto, conclui-se que desenvolver-se é transformar-se e acrescentar os conhecimentos do meio ao seu próprio conhecimento, não trata-se apenas de aprender os mistérios das áreas exatas ou os meandros das línguas, desenvolver-se é antes de mais nada torna-se humano, torna-se capaz de decidir por si mesmo e saber que buscar conhecimento,não é colecionar diplomas e sim valores,pois quem não é útil para si mesmo, não será útil para mais ninguém.

 










CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO

 

     Realizar este trabalho nos proporcionou a oportunidade para rever nossos métodos, podendo assim melhorar nossa visão como educadores, avaliar o desenvolvimento humano é avaliar o próximo e a si mesmo, é compreender que o ser se constroe aos poucos, pois desenvolver-se é descobrir-se e isso só é possível com tempo, reflexão e absorção dos conhecimentos do meio.
     Conclui-se que o desenvolvimento humano não é a forma de ensino e sim a única maneira de compreender o verdadeiro sentido da vida e da educação, desenvolver-se é torna-se humano, ativo e transformador de conhecimentos, portanto compreender o desenvolvimento humano é compreender a vida, é entender o ser com seus potenciais e vicissitudes.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GARCIA           ·, J. H. Manual de dificuldades de aprendizagens. Artmed 

KRECH, CRUTCHFIELO, BALLACHEY. O individuo na sociedade, um manual de psicologia social. Artmed

FONSECA, V. Dificuldades de Aprendizagem. Artmed 

HERNANDEZ, F. Transgressão e mudança na Educação. Artmed

SEVERINO, A. J. Filosofia da Educação, construindo a cidadania. Aprender ensinar.

ALMEIDA, F. J. Artigo - conheça a trindade Pedagógica

KOHAM, W. O. Caminhos para seu ensino. Lamparina.