Toda criança desenha. Ao se debruçar no papel, vai rabiscar seus anseios, percepções da vida cotidiana, seu mundo interior será impresso naquele momento. Mesmo que não seja disponibilizado para ela lápis e papel ou outro material didático, encontrará uma forma, ainda que pré-histórica de deixar registrado aquilo que pensa: nas paredes da casa, na terra, no quintal, em um muro. Ainda que não tenha adquirido grandes avanços no campo da coordenação motora, a criança é capaz de utilizar materiais diversos para compor seus primeiros registros gráficos e, a medida que evolui, seu grafismo vai se tornando mais perceptível aos olhos dos adultos. A Educação Infantil entendida como processo alfabetizador, não deve girar apenas em torno da escrita convencional, pois o desenho deve ser considerado como primeiro registro gráfico da criança, através dele pode se descobrir as expectativas das crianças, o que esperam do mundo da escrita e quais são as suas motivações pessoais para aprender a escrever. Em vista disto, este estudo faz uma reflexão sobre a importância do ato de desenhar, que trouxe como resultado uma pesquisa-ação junto aos professores de Educação Infantil de uma escola da rede particular de ensino em que o ato de desenhar foi o fio condutor processual da análise teórico-prática.