RESUMO

 

 

Esta monografia intitulada: O Desenho Infantil e a Pintura nos Ambientes Educativos: uma abordagem psicopedagógica relata questões como a falta de estímulo à criatividade e de atividades artísticas no ambiente escolar, leva ao embotamento da aprendizagem da criança, tendo a Arte-Educação e a Psicopedagogia, como suportes desta pesquisa.  As contribuições de Piaget e Vygotsky, para o desenvolvimento humano, a arte nas escolas de Viktor Lowenfelde e Ana Mae Barbosa, o realismo nominal de Emília Ferreiro e Ana Teberosky são aqui fundamentais para embasar a reflexão acerca da função da arte do desenho e da pintura, como contribuidores e motivadores da criatividade e intelectualidade dos aprendentes.

 

Palavra-Chave: Criatividade, Arte-educação, Psicopedagogia, Desenho, Pintura.

 

 

ABSTRACT

This monograph entitled: The Drawing and Painting in Educational Environments: a psychoeducational approach to reporting issues such as blunting of the child's learning in a context of psychology as the creative knowledge through drawing painting infantilism child, and the Art Education and psychology, as supporters of this research. The contributions of Piaget and Vygotsky, human development, the art schools of Viktor Lowenfeld and Ana Mae Barbosa, the nominal realism of Emília Ferreiro and Ana Teberosky here are fundamental to base the discussion on the role of drawing and painting as contributors to and drives of creativity and intellect of the leamer.


Keyword: Creativity, Arts-Education, Educational Psychology, Drawing, Painting.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

 

 

 

Fig.01. I-O Corvo,de Van Gogh...............................................................................................29

Fig.02. I- Desenho de Van Gogh, sempre retratando o sol.......................................................29

Fig. 03.I-. Desenho de Pablo Picasso, maternidade................................................................30

Fig.04.I. Françoise Gilot, desenho de Pablo Picasso...............................................................31

Fig.05.I- Fase Azul, 1901 -1904 de Pablo Picasso...................................................................32              

 Fig.06.I- Fase Rosa, de 1905-1907,Pablo Picasso. ................................................................32

Fig. 07.I-Mulheres do Taiti, na praia. Criatividade aguçada com instabilidade psíquica.........33

Fig.08.I- Desenho de Paul Gauguin. .......................................................................................33

Fig.09.I- O grito, quadro polêmico do pintor Munch. .............................................................35

Fig. 10.I-O Dia Seguinte, desenho de Munch. ........................................................................35

Fig.11.I-Desenho de Michelangelo. ........................................................................................36

 Fig12. I. Madona Con Banbino. .............................................................................................36

Fig.13.I-Monalisa, (La Gioconda),de Leonardo da Vinci. ......................................................37

Fig.14.I- O Homem Virtruviano, (cerca de 1490), lápis e tinta sobre papel34, 2x24, 5 cm,localizado na Galléria Dell”Academia,Itália.. ..................................................................38

Fig.15-A Balsa de Medusa , Theodore Gericault. ..................................................................39

Fig.16.I-Tela de Theodore Gericault,  O Derby de Epson......................................................40

Fig.17.I-Metamorfose de Narciso, tela de Salvador Dali. ......................................................42

Fig.18.I -Cervantes, desenho de Salvador Dali. .....................................................................42

Fig.19.III-Alunos e alunas em atividade..................................................................................82

Fig 20.III- Auto-retrato,.Criança de 8 anos . ..........................................................................83

Fig.21.III-Desenho da família, criança de 9 anos. .................................................................84

Fig .22.III-O Quarto do pintor Van Gogh. .............................................................................87

Fig.23.III- Interpretação de uma obra de arte,O Quarto, do pintor Van Gogh, criança de 8 anos. .......................................................................................................................................88

Fig.24.III-Desenho HTPF, feito por uma criança de 9 anos. ..................................................89

Fig.25. III - Desenho infantil/criança estudada. ......................................................................94

Fig.26.III. -Desenho infantil/criança estudada. ......................................................................95

Fig.27.III.Desenho infantil /criança estudada..........................................................................97

 

 

 

SUMÁRIO

 

 

INTRODUÇÃO ...............................................................................................

12

CAPÍTULO I- SOBRE A ARTE...............................................................

19

1-ARTES PLÁSTICAS: UMA PINCELADA DE SUA HISTÓRIA............................

19

          1.2-BREVE HISTÓRICO DO DESENHO E ALGUNS DE SEUS MESTRES GÊNIOS E LOUCOS...............................................................................................

 

27

           1.3-O DESENHO COMO MANIFESTAÇÃO SEMIÓTICA....................

44

CAPÍTULO II-A ARTE E EDUCAÇÃO .........................................................

49

2- A IMPORTÂNCIA DA ARTE-EDUCAÇÃO NAS ESCOLAS......................

49

           2.1- AS CONTRIBUIÇÕES DE PIAGET E VYGOTSKY, PARA A ARTE-EDUCAÇÃO..............................................................................................

 

52

            2.2 - O DESENHO E SUA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA NO ESPAÇO.................................................................................................................

 

54

            2.3 - ALGUMAS REVELAÇÕES EXISTENTES NO DESENHO INFANTIL.............................................................................................................

 

55

CAPÍTULO III-PSICOPEDAGOGIA E DESENHO......................................

56

3 - PSICOPEDAGOGIA: O COMEÇO DE TUDO.................................................

56

            3.1 - A IMPORTÂNCIA DA PSICOPEDAGOGIA PARA A EDUCAÇÃO.........................................................................................................

 

59

             3.2 - DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO ............................................                           

62

              3.3-OS DISTÚRBIOS E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM SOB O FOCO DA PSICOPEDAGOGIA ..........................................................

73

             3.4 - UTILIZAÇÕES DOS MATERIAIS ARTÍSTICOS EM PSICOPEDAGOGIA: ENTENDENDO AS CRIAÇÕES DO INCONSCIENTE ...............................................................................................................................

79

            3.5-AVALIANDO O PERÍODO DA PRODUÇÃO GRÁFICA: O DIÁLOGO DAS CRIANÇAS EM SALA DE AULA..........................................

82

            3.6-A CIRCUNSTÂNCIA INDIVIDUAL: ESTUDADA PSICOPEDAGOGICAMENTE ............................................................................

92

 

                             3.6.1. AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA ........................

99

4. CONCLUSÃO.................................................................................................

104

5. REFERÊNCIAS..............................................................................................

106

ANEXOS...............................................................................................................

110

ANEXOS A  - TESTES PIAGETIANOS - PROVA DO DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO*.....................................................................................................

 

110

ANEXOS B-AS TEORIAS DA APRENDIZAGEM E SUAS CARACTERISTICAS ..........................................................................................

 

113

ANEXO C.  O SUJEITO DA APRENDIZAGEM.........................................................    

115

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

 A Arte destaca-se no processo educativo para o desenvolvimento da criança como sujeito que se expressa e se insere no mundo. Além desse conhecimento, é imprescindível que o docente compreenda como acontece o desenvolvimento da criança nos aspectos cognitivo, afetivo, motor e social. Perceba a importância do desenho dentro do contexto da pré-escola, a partir destes pontos, reflita e questione sua prática pedagógica e seu papel de mediador. É fundamental, enfim, que exista um conhecimento sobre a atividade gráfica enquanto processo que envolve pessoas em contínua interação possibilitando desenvolvimento e aprendizagem. O desenho e a pintura são artefatos fundamentais que contribuem no procedimento de formação do ser humano.

 

No âmbito educacional, observa-se a criança ou jovem, que conta um pouco de sua história através do desenho e da pintura, também aquela que não desenha nem pinta para não contar. Sob este foco, ressalta-se que a arte também tem sua função terapêutica quando o desenho e a pintura podem ser utilizados, para reorganizar a ordem interna e restaurar a realidade ao qual está inserido (a) o aprendiz. Compreende-se neste contexto psicopedagógico,que pensamento e sentimento estão aprofundados. O estilo de desenhar e pintar varia de acordo com o meio biopsicossocial de onde se encontra o sujeito que estuda.

 

 Este trabalho de pesquisa está focado na importância de se fazer uma abordagem psicopedagógica, tomando como suporte uma das linguagens da arte que é o desenho e a pintura. Ter a percepção e o conhecimento de que algo precisa ser feito, tanto em função do sujeito aprendente, como para facilitar também os conteúdos porque perpassa o educador em sala de aula. Necessário se faz que pais, educandos, educadores e todos os profissionais inseridos direta e indiretamente na educação, passem não só a procurar meios cada vez mais eficazes no combate as dificuldades e distúrbios de aprendizagem, mais oportunizar que mentes sejam mais brilhantes e possam produzir e assimilar conhecimentos. 

 

Traz ainda uma análise psicopedagógica dos desenhos infantis e sua co-relação com a aprendizagem, no que diz respeito à descrição dos procedimentos incorporados e transformados pelas crianças através dos desenhos em sala de aula como ajuda as atividades. Além de testes piagetianos e afins , em anexo, com a finalidade de saber dos educadores, qual a influencia do desenho na aquisição da linguagem e suas contribuições no campo cognitivo e psicológico.  

 

O psicopedagogo é um profissional que está focado nas interfaces da educação e da saúde, cujo processo é busca constante pela qualidade de “Ser” e “Dever Ser”, numa realização humana de ações focadas no autoconhecimento e auto-estima. 

 

Incentivar  a superação das dificudades e descobertas das potencialidades, é algo bastante relevante em nossos dias, pois sabemos do caminhar lento dos nossos passos educacionais, sendo de promordial importância avançarmos mais, com atitudes de um país ainda em desenvolvimento, mas também focado em uma visão além de suas fronteiras.

 

 Ensina-se a arte, não somente visualizando-a e aprendendo-a com o intuito simplesmente de embasamento teórico e pelo âmbito da estética. Também é de fundamental acuidade ter-se ainda mais este conhecimento. E na educação, a mesma poderá por vezes nem ter um foco puramente artístico, mas que também auxilie aqueles que têm dificuldades de aprendizagem e distúrbios a inserir-se na educação de forma participativa, e não somente em um contexto histórico-cultural da arte propriamente dita.

 

Mais ainda, nos dias atuais, onde o fazer artístico e arteterapeutico estão em diversos campos de atuação de profissionais que utilizam esta técnica como mais um suporte, que possibilita e abre portas para uma aprendizagem mais real e participativa. E por vezes educadores, relutam em utilizá-la em sala de aula por não entender como trabalhar as linguagens artísticas e seus processos criativos como a pintura e o desenho, ou por comodismo em aplicar os mesmos métodos de ensino e querer que seus aprendentes, atendam não as suas necessidades individuais de assimilação dos conteúdos e construções internas de aprendizagem, mas o que está sido posto e exigido pela própria estrutura curricular de ensino. Sabendo-se que a arte dará vazão de que o educando, aflore em suas atividades novas saberes e também mediante acompanhamento psicopedagógico, aquilo que o está de início, submerso. (grifo nosso).

 

Preparar-se o homem e a mulher para o aprendizado da cidadania com informações que os tornem capazes de inserir-se na realidade de maneira crítica e criadora, são um dos objetivos da educação. Torna-se necessário discutir igualmente o espaço da arte em sua concepção; num comprometimento em arraigar um contexto histórico-cultural. A importância desta aplicabilidade psicopedagógica, em simbiose com as linguagens artísticas, os campos de atuação na educação, priorizando-se focos de atuação da arte, nos processos criativos das artes visuais, onde o desenhar e o pintar ajudam a superação de dificuldades de aprendizagem e desenvolvimento do aprendente.

 

Entender-se o desenho como possibilidade de falar, criar e expressar sentimentos e a pintura como parte integrante do desenho, também se permitindo ao educando, através de cores e formas, dar vazão as suas objetividades e subjetividades. O desenho é a arte de representar ou criar formas.

 

De acordo com os PCNs, Parâmetros Curriculares Nacionais, (1997), referentes às quatro primeiras séries do Ensino Fundamental, regidos pelo Ministério da Educação e dos Desportos, são necessários quanto ao ensino da arte: Utilizar as diferentes linguagens — verbais, matemática, gráfica, plástica e corporal — como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação, e também: Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança busca de conhecimento e no exercício da cidadania.

 

O primeiro capítulo deste trabalho de pesquisa, mostra em síntese, a história da arte seus períodos e a importância que teve para tanto criar, modificar ou inovar a historicidade de uns pais e de um povo.Assim como os pintores desenhistas e o desenho sob o foco da semiótica.  Relata ainda a vida de alguns pintores com transtornos mentais, mas que são considerados gênios, por suas obras de arte ser ainda em nossos dias, de grande valor, como Van Gogh, Picasso e demais. Em busca de minimizar os problemas biopsicossociais, eles retratam um pouco de suas emoções consciente e inconsciente, sublimando-as por meio de suas produções de arte.

 

Verifica-se que no segundo capitulo está à importância da Arte-Educação nas escolas, tendo uma das figuras mais destacadas quanto à arte-educação no Brasil , na figura da arte-educadora; Ana Mae Tavares Bastos Barbosa, sendo a primeira arte-educadora do Brasil. Preocupou-se com a sistematização do ensino da arte, de inicio em museus, foi diretora do MAC,(museu de arte e cultura), no ano de 1987, criou uma Proposta Triangular, sendo o inicio dos programas educativos neste gênero. Percebe-se que até os dias atuais , ainda há um alicerce quanto ao ensino das artes , neste contexto de arte , criado por ela.  

 

Ainda no segundo capitulo, aborda as contribuições de teóricos como Piaget, Vygotsky,  que muito colaboraram para uma maior compreensão do desenvolvimento da criança. sabendo-se da ajuda valorosa destes dois teóricos, em uma abordagem biopsicossocial.Segundo eles ,  a aprendizagem se dá através das múltiplas influências e interações que é constituída, mediante seu meio sócio-cultural e na troca de conhecimentos, que se dá nesta  convivência com crianças, jovens e adultos, e também algumas revelações existentes no desenho infantil.

 

Os teóricos Piaget e Vygotsky procuraram entender a procedência e o desenvolvimento dos processos psicológicos ao longo da história da natureza humana (filogênese) e da história individual das pessoas (ontogênese), colocando a adaptação como tática para sobrevivência da espécie humana.  A construção de artefatos e o uso da linguagem foram essenciais para o homem desenvolver seus conhecimentos e as relações sociais, fazendo-o nomear objetos, circunstâncias, desejos e necessidades usando também linguagens simbólicas, como a arte.

 

Constata-se que a psicologia do desenvolvimento, que tem Piaget como um dos seus maiores mensageiros, fala da essência que há de um canal de ligação entre os processos maturacionais e desenvolvimento, sabendo-se não haver possibilidades da ampliação incidir sem que tenha maturação do sujeito da aprendizagem, e este principia delimita as probabilidades de desenvolvimento; provocadas pelos convívios sociais e também pela educação.

 

Portanto, a arte-educação também não está fora desta perspectiva, onde os meios externos de que dispõe o educando ,seja percebido ao nível de desenvolvimento ao qual ele perpassa, dentro de uma abordagem interacionista. O que difere Piaget de Vygotsky, é que o primeiro ressaltou que o desenvolvimento se dá mais por fatores biológicos, como o nível de maturação da criança. Vygotsky valoriza, sobretudo o sócio-interacionismo, isto é, acreditava que nas relações sociais está o desenvolvimento e que é  por meio do trabalho que o homem transforma a si e ao ambiente que vive.

 

Piaget afirma que as funções fundamentais da inteligência, incidem em compreender e inventar, estabelecer estruturas, estruturando o real.  Através da arte, a criança percebe as mudanças e descobre as inúmeras alternativas diante das matérias, circunstâncias das possíveis combinações existentes e imaginárias.  Os estudos sobre o entendimento das pessoas através da arte levou Vygotsky a tentar compreender como mensagens artísticas exercem influencias no cotidiano das pessoas já que as mesmas são intérpretes sociais.  

 

O estudioso da psicologia, Vygotsky, citado por Rene Van Der, no livro Vygotsky: uma síntese, fala da arte quando diz:

 

 “A arte jamais poderá ser explicada completamente com base no pequeno círculo da vida pessoal, mas exige de imediato uma explicação do círculo mais amplo da vida social” (RENE, 1996, p.37).

 

 A concepção da arte, no pensamento de Vygotsky, deu-se em um período que apresentou importância pelas questões do que realmente a arte “atende”, as necessidades do individuo. Sendo um crítico literário, que defenderia a relevância do entendimento subjetivo da mensagem pelo receptor. A sua maneira, “entrar em conexão com a arte”, “conectando-a com a vida”. Falou do papel catártico que tem diariamente na vida das pessoas, sendo a arte provedora de ser capaz de “focar pontos essenciais”, ou fazê-los emergir, que incomodam conscientemente e inconscientemente a vida dos sujeitos e essa visão e percepção de mundo fosse revisada, em uma experiência de catarse com o mundo que a cerca através desse encontro com a arte. Rejeitou dois pontos de vista contemporâneos opostos em relação à arte: o primeiro, de simples decoração da vida e o segundo, utilizarem a arte como forma de construir vida. 

 

Entretanto Vygotsky via a função da arte como ajuda na construção de uma nova pessoa, porém, Piaget entendia o desenho elaborado pela criança, como forma de representação e a base, condição peculiar da existência do pensamento, sabendo-se não haver pensamento sem representação, sem a capacidade de evocar ações interiorizadas.

 

Os dados desta pesquisa foram obtidos por meio de revisão bibliográfica, através do conhecimento da leitura de obras relativas ao desenho infantil, assim como as obras manuais e computadorizadas, a fim de obtenção de uma fundamentação científica, também pela análise da produção e contribuição dos teóricos acima mencionados.  

 

Leny Magalhães Mrech, em seu livro Psicanálise e Educação:Novos Operadores de Leitura, nos  atenta para o fato de que: 

     

 

A cultura cria formas especiais de conduta , muda  o tipo de atividades das funções psiquicas superiores .Ela constrói novos extratos no sistema de desenvolvimento da conduta do homem.Este é o fato fundamental , que confirma cada uma das páginas da psicologia do homem primitivo, que estuda  o desenvolvimento psicológico e cultural de forma pura e isolada.No processo de desenvolvimento histórico, o homem social muda os modos e  procedimentos  de sua conduta , transforma os códigos  e funções inatas , elabora e cria novas formas de comportamento, especificamente culturais.(Apud,MAGALHÃES, 2003, p.6).

 

 

 

Está , a humanidade propensa a modificar constantemente seus valores culturais , diante das mudanças que acontecem com os novos conhecimentos de que detem na sociedade, e a estas transformações repercutem na sua conduta que passa a ter novos focos de percepções quanto as tomadas de decisões em suas atividades . 

 

Por conseguinte, aqui neste trabalho de pesquisa, no terceiro e último capitulo, vai se discutir o atendimento Psicopedagógico Clínico e Institucional, que poderá ser conseguido, tanto em nível de consultório como o institucional, não para prevenir, mas para curar dificuldades. Ainda em uma pesquisa explicativa, bibliográfica e qualitativa, alusiva ao emprego do desenho no período de alfabetização da criança, Ana Teberosky, Emília Ferreiro, também tem em Viktor Lowenfeld, Ana Mae Barbosa, ambos os professores de arte educativa, que valorizam a arte da criança, não somente no ambito da criatividade e da admiração no plano estético, mas dá ênfase ao desenvolvimento biopsicosocial da criança. Uma referência também  em Sara Paín e Alicia Fernandez, no que se refere às intervenções psicopedagógicas.  

 

As mudanças ocasionadas pela cultura fazem com que se mude a maneira pela qual o homem vai ser idealizando, modificando também com isto sua estrutura de pensamento, e este processo pelo qual passa sua aprendizagem é mutante, na medida em que ele constrói e organiza este saber. 

 

Compreende-se que é de suma importância trabalhar com a criança o desenho e a pintura na escola, para seu desenvolvimento integral. Por meio deste processo, ela estabelece informações, acionam conhecimentos, experiências vividas e provadas.     Percebendo-se a abrangência que o desenho tem na educação e sua importância em contribuir de maneira fundamental no desenvolvimento da criança.

 

Período mais tarde, exatamente na antiguidade, permaneceu o desenho a ser percebido sob outro foco, afastado atualmente da religião, passou a ter autonomia e ser uma disciplina aceitável, tanto que até o Renascimento, não havia essa forma organizada e sistemática de se conceber o desenho, enquanto conhecimento. Igualmente como a arte de uma forma geral, estava inserido em um contexto tribal religioso em que se acreditava que o resultado do processo de desenhar possuísse uma "alma" própria: o desenho era mais um ritual místico que um meio de expressão.

 

Avalia-se que os conceitos artísticos foram, pausadamente, durante a Antiguidade afastando-se da religião. O desenho passou a ganhar autonomia e a se tornar uma especialidade própria. Não existiria, contudo, até o Renascimento, uma ansiedade em cultivar um esboço ordenado e intransigente do desenho enquanto figura de informação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


1.  ARTES PLÁSTICAS: UMA PINCELADA DE SUA HISTÓRIA

 

 

Conta-se que as primeiras obras no campo das artes plásticas foram feitas no Período Paleolítico (2.500a. C), como estátuas humanas, destacando-se a Vênus de Willendor-pinturas em cavernas denominadas de rupestres, estão localizadas na Espanha, na cidade Altamira (3.000a.C a 1.200ª. C.), em Lascaux, França (1500 a 1000ª. C.), encontrando-se gravuras de diversos animais pré-históricos.

 

Entre os rios Tigre e Eufrates, viveu a civilização Mesopotâmia, onde existiam povos como os Sumérios, Babilônios, Assírios e Caldeus e percebeu-se a arte influenciada pela religião daqueles povos e pelo poderio dos governantes, inspiravam os artistas a utilizarem relatos de conquistas e vitórias, representados nos touros, alados, estaturas de olhos arredondados, relevos nas paredes, mostrando-se as guerras e conquistas, como se quisessem comunicar as atuais gerações e as vindouras o que se passara com seus habitantes.

 

A Arte Egípcia era composta de influência religiosa e ligada à morte cultuando-se a crença da vida após a morte, era aplicada em desenhos de faraós, deuses e animais em uma forma também textual, com a escrita hieroglífica, sua arte era retratada nos papéis, chamada na época de papiros e nas pirâmides, que exprimiam o cotidiano da classe nobre ou o dia a dia, tendo como traço característico, o desenho chapado, de perfil, não havendo perspectiva artística na Grécia criou-se a Arte Minóica, na Ilha de Greta, com um colorido bem acentuado nas obras de artes e de tons fortes, sendo as figuras mais comuns; touros, símbolos ligados ao mar, imagens abstratas e nas cerâmicas, decoravam-na com pinturas de animais.

 

Houve também na Grécia, um Período Clássico, onde foi o auge da expressão da arte local, notou-se um equilíbrio e os contornos que aproximavam da realidade, retratados em pinturas da natureza, contrário aos egípcios, o traço de perspectiva era muito presente nesta ocasião, alcançando-se este conhecimento através das figuras em esculturas feitas de bronze e mármore, dando-se evidência ao realismo presente nas obras de Fídias, Policleto, Praxíteles e Mirón, a arquitetura também era vista nos templos religiosos, como: Parthenon, A Acrópole de Atenas, O Templo de Zeus, situado na cidade de Olímpia bem demonstrado nas artes o auge do Expressionismo deste Período.

 

No Período Helenístico, houve uma união de duas artes: a grega e a oriental, tendo a primeira um aspecto de realismo (fruto do domínio persa) tão vista nas esculturas, um aspecto de dramaticidade em suas formas, com a finalidade decorativa.

 

Ressaltando-se a Arte Romana do Ocidente e do Oriente, denominada de Arte Bizantina, observa-se o entusiasmo dos povos etruscos, seguindo os moldes dos eles mentos artísticos e culturais existentes na Grécia, chegando-se a fazer cópias de estátuas clássicas, e era uma época em que se construíam monumentos públicos para homenagear - se os imperadores de Roma. Uma pintura de mural, ícones religiosos, manuscritos, mosaicos com cores bastante acentuadas, com traços influentes da religião.

 

Descrevendo-se um pouco a história da Arte Renascentista (Séc.XV e XVI), observa-se a volta da arte utilizada na antiguidade clássica. Na época do Humanismo, há o Paradigma Antropocêntrico, (o homem no centro), e por este foco, buscaram-se técnicas para serem aplicados nas perspectivas, que abrilhantavam as telas e figuras daquela época, conhecimentos científicos e matemáticos, em suas produções, mostravam a natureza em diferentes ângulos, utilizaram-se também as tintas a óleo, em uma busca constante de chegar mais perto da natureza, sombras, luzes, cores e perspectivas em harmonia. Entre as Esculturas Renascentistas, destacam-se: A Alegoria da Primavera, de Sandro Boticceli, A Virgem dos Rochedos, Moralisa e Última Ceia, de Vinci, A Escola de Atenas, de Rafael Sanzio, o teto da Capela Cistina e outro.

 

No século XVI, inicia-se O Maneirismo, vindo romper com as referências clássicas até então tão cultuadas pelos artistas, era um período onde a idealização da beleza, tinha grande respaldo, e havia uma distorção quanto aos traços naturais, e criando-se uma arte bizarra, mostradas nas figuras, onde se podia percebê-las através das obras; A crucificação de Tintoretto, O Enterro do Conde, de Orgaz, de El Greco.

 

Na Arte Barroca (1600 a 1750), são mais destacadas as cores e nas formas do desenho, dando-se destaque as sombras e luzes tão bem pinceladas nas obras de artes da época, consistir nas cores destacadas e nas formas dos desenhos, sombras e luzes, tão bem pinceladas nos objetos artísticos que inspiravam as paisagens coloridas, naturezas-mortas e cenas corriqueiras, o que se percebe nas composições artísticas de Gian Lorenzo Bernini, Rembrandt e outros. 

Em 1730 a 1800, deu-se o Período Rococó, com a utilização de uma pintura bem mais suave do que os tons fortes dos outros períodos, em linhas curvas e arabescos. Foi intensa aplicação desta arte em decoração de interiores, enfatizando-se os artistas: Jean Antoine Watteau, Gravanini Batista Tiepolo, Jean - Honoré Fragonard, Françoise Bourcher e outros.

 

A volta da Arte Clássica é vista no Período Neoclassicismo, por volta de 1750 a 1820, representa a volta da influência Grego-Romana, com desenhos mais definidos, e de linha sobre a cor, temas que geralmente retratam o momento atual ou que marcou gerações como: heroísmo e civismo, dentre vários pintores, notam-se por suas obras grandiosas: O Juramento dos Horácios e A Morte de Sócrates, de Jacques Louis David, e A Banhista de Valpinçon, de Jean –Auguste –Dominique Ingres, Romantismo (1790ª 1850), Época romântica onde dar-se ênfase ao sentimento e são representados deste período o artista Francisco de Goya y Lucientes, enfatizando - se A Família, de Carlos IV, o Colosso e Os Fuzilamentos do Três de Maio de 1908.

 

Algumas obras do Romantismo: A Balsa da Medusa, de Theodore Gericault, A Carroça de Feno, de John Constable, A Morte de Saldanapalo de Eugène Delcroa e O Combatente Teméraire, de Joseph William Turner. Caracterizou-se por ser contrário ao racionalismo.

 

Por volta de 1848 a 1875, o Realismo ocorreu. Suas características eram a objetividade e realidade física, onde artistas aproveitavam para criticar através da arte, a sociedade e também pintavam figuras eróticas donde incomodava a sociedade européia do século XIX, conservadora. As pinturas que marcavam esta fase foram: O Enterro em Ornans, de Gustave Conbert, Vagão de Terceira Classe, de Honoré Daúmier, e Almoço na Relva, de Edouard Manet.

 

A preocupação com os efeitos de sombras, luzes e perspectivas, foi marcada pelo Período do Impressionismo (1880 a1900), onde permaneceu bem caracterizada essa nova maneira de pintar, pintura por vezes ao ar livre, onde se abordava as paisagens naturais e os acontecimentos, fossem em festas, reuniões familiares entre outras. Dentre os pintores e suas obras de época, os mais conhecidos foram: Impressão, Nascer do Sol, de Claude Monet, A Aula de Dança, de Edgar Degas, e o Almoço dos Remadores, de Auguste Renoir. 

Depois desse período, aponta-se polêmico Pós- Impressionismo, que, assim como o Impressionismo, priorizou as luzes, cores, e imitações do natural retratadas nas telas percebendo-se o cromatismo, eram presente nos objetos de arte, como as esculturas e telas. Van Gogh abusava dos tons fortes em pinceladas bem acentuadas e obras diversas, como A Noite EstreladaHenri de Touse-Lautrec aplica a técnica da litogravura, muito difundida no meio artístico.

 

Finaliza-se este Período, e inicia-se o Período do Expressionismo, cujos pintores são formados em sua maioria pelos pós-impressionistas.  Podemos citar alguns deles: Edward Munch, Enil Nolde, Amedeo Modigliani, Oskar Kokoschk, Egon Schiele, Chaim Soutine, Alberto Giacometti e Francis Bacon.

 

No Período que vai de 1908 a 1915, desponta o Cubismo, soltando-se as amarras dos elementos artísticos tradicionais, ao enfocar inúmeros pontos de vista a respeito de uma mesma obra de arte. A aplicação de formatos geométricos, utilizando-se de recortes de revistas, jornais e fotos são postas na arte como instrumento decorativo e inovador. Dar-se neste período, ênfase aos trabalhos dos autores: Les Demoiselles d’Avignon, de Pablo Picasso, e Casas em L’estaque, de George Braque.

 

Termina esta fase e nas décadas de 1910 a 1920, assinala-se o Dadaísmo, polêmico, anárquico, anticapitalista, pregando o absurdo, o sarcasmo, a sátira crítica, tudo o ia de encontro aos valores daquela época e repercutia esta mudança nas artes, numa linguagem diversificada, passando pela pintura, escultura, poesia fotografia e teatro, são artistas desse tempo: Hugo Ball, Hans Arp, Marcel Ducamp, Francis Picabia, Marx Ernest e outros.

 

Associando o irreal ao real, como maneira de retratar a arte, em seu mais novo contexto e forma, desponta o Surrealismo, década de 1920. Representa um rompimento com todos os métodos e aplicativos da arte, cores e desenhos em tonalidades bisarra e provocativa, imagens estranhas são produzidas pelos artistas, dentre as obras surrealistas, estas ficaram mais conhecidas: Auto-Retrato com Sete Dedos, Marc Chagall, O Carnaval do Arlequim, de Joan Miró, A Persistência da Memória, de Salvador Dali, A Traição das Imagens, de René Magritte Uma Semana de Bondade, de Marx Ernest, são algumas das mais enfatizadas obras.

 

 

A influência da mídia virtual, com as histórias em quadrinhos e a imprensa, fez chegar par promover mais uma mudança no campo das artes, a então chamada Pop-Art (1950), dando-se vazão a manifestação da Arte-Humor, permeada por críticas constantes, artistas mais conhecidos como Richard Hamilton, Allen Jones, Robert Rauschenberg, Jasper Johns, André Warhol e outros.

 

Surge depois a Art Conceitual (1960), em que os textos, imagens, e objetos, devem ter um valor específico, dando-se preferência à promoção de um espaço integrado em que se aponte o admirador e a obra em si.  As televisões e os vídeos foram aproveitados, os artistas que mais se destacaram foram: Joseph Beuys, Joseph Kosuth, Daniel Buren, Sol Le-Witt e outros.

 

Em 1981, surge uma art demoninada de Art Door, que está presente nas grandes cidades com Out-Door, iniciou-se no Estado d Pernambuco, na cidade de Recife, devido a I Exposição de Arte em Out-Door, que ficou conhecida com Art-Door. Houve, porém em São Paulo em 1983, a BIENAL, Bienal de São Paulo (ou ainda Bienal Internacional de Arte de São Paulo) é uma exposição de artes (em geral de grandes proporções) que, como o nome indica, ocorre a cada dois anos na cidade de São Paulo.

 

O evento é constantemente responsável por projetar a obra de artistas internacionais desconhecidos e por refletir as tendências mais marcantes no cenário artístico global: é considerada um dos três principais eventos do circuito artístico internacional, junto da  Bienal de Veneza e da Documenta de Kassel. A Bienal de Veneza (Biennale di Venezia em italiano) é uma exposição internacional de arte que desde  A Bienal de Veneza (Biennale di Venezia em italiano) é uma exposição internacional de arte que desde 1895 realiza-se a cada dois anos em Veneza, ItáliaanosItália.

(Disponivelhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Bienal_Internacional_de_Arte_de_%C3%A3o_Paulo, 10 de dezembro de 2010, em13:19min.16).  O termo "Bienal" vem , naturalmente, da frequência bienal na qual se realizam os vários eventos, com exceção do Festival de Veneza realizada anualmente. O evento em São, Paulo,  costuma acontecer no Pavilhão Ciccillo Matarazzo do Parque do Ibirapuera, motivo pelo qual o prédio também é conhecido como Prédio da Bienal, projetado por Oscar Niemeyer,através do MAP /USP, Universidade de São Paulo.   

   

 

 

Segundo Acioli (2010), em seu Módulo Artes Visuais, em Artes e Educação, em nível de Pós- graduação, do Centro Universitário, Cesmac, ao falar da Arte Cinética, diz:

 

 A Arte Cinética surge do empenho em introduzir o movimento real ou aparente na obra de arte, trabalhando com processos óticos, artefatos mecânicos, magnéticos e eletrônicos controlados ou manipulados pelo espectador. Não tem como alvo exatamente o que se move, mas sim a preensão pelo espectador de que o real é instável. (ACIOLI, 2010, p.56.).

 

Ainda Acioli (2010, p.56), nos fala também das diversas formas de artes, existentes na Idade Contemporânea, como a Arte-Computador, onde seus trabalhos estão estruturados nos recursos do computador, através de sua digitação e quantificação, fala também da Arte Conceitual, onde a idéia torna-se arte e diz “Este processo transforma o espectador em integrante ativo, no momento em que trabalha com a idéia”, ainda na mesma página, conceitua desta forma a Arte –Micro ,” a microficha como suporte da arte.Trata-se normalmente, da utilização de um original sucessivamente reduzido , de modo  a permitir a reprodução de vários trabalhos  numa só lamina  de aproximadamente 10 x 15 cm”, ver-se com isto a evolução da tecnologia e o quão coloca a arte em um patamar de divulgação mais abrangente.

 

     Dentro deste mesmo foco, está a Arte- Postal assim definida pelo autor, como “essencialmente uma arte de veículo ou traça de mensagens entre artistas ou entre estes e seu público”. Há ainda no atual mercado tecnológico, Body Art, tem no próprio a “peça da própria arte”, na qual estão inseridas todas as amostras, ao ponto de ser utilizada esta arte também em rituais de sacrifício, é uma forma de transversalidade corporal. 

 

Observa-se neste contexto, a também arte, Carimbo-Arte, que é o incremento da chamada Arte – Postal, onde o elemento principal é o carimbo, onde é veículo responsável para propagação de mensagens, nos inúmeros objetos como livros de artistas, selos, o próprio corpo e em roupas.   Está presente também, a Fax-Arte, que é a utilização do fac-símile, aparecendo em meios a tantas criações mais uma linguagem da arte, maneira pela qual as imagens são transmitidas instantaneamente, de um local a outro.

 

Existe ainda a Foto-linguagem, a fotografia supera a busca da perfeição na técnica, também a arte do Grafite, que vem das ruas e guetos, indo de encontro à sociedade industrial, atualmente está presente não somente nas ruas, mais que ainda tem espaço nas galerias de arte, em exposições. O happening chegava  nos Estados Unidos e na Europa, agrupando elementos de raiz futurista, dadaísta e surrealista, com a clara finalidade de desfazer as fronteiras dentre o erudito e o popular, entre a arte e a vida. A improvisação, o collage de ações, a sobreposição dos media caracterizam o happening como algo que sempre acontece (happens). Outra arte bastante utilizada nos dias atuais, é a Heliografia, onde inicia-se arte , por meio de cópias heliográficas,que através de um meio mecânico , ter-se um tiragem ligeira  e de baixo custo .

 

Outra forma de se fazer arte é transversalmente no Hiper-Realismo por meio de cópias heliográficas que assim como a heliografia seu custo é baixo e a tiragem é rápida. Para se ter uma imagem em terceira dimensão tem-se na arte por meio da superposição de raios laser numa chapa de fotografia, existe também a chamada Arte Instalação procura desenvolver uma idéia ou conceito através da junção simultânea de vários suportes diferentes. Com a Instauração Cênica, há dois momentos: Dinâmico e Estático.

 

Com a Arte denominada Intervenção, é a busca por criar-se um entendimento de um cenário usual, onde se coloca elementos inovadores procurando-se estimular uma tensão entre a própria obra e o ambiente urbano.

    

Outra forma de se fazer arte, a chamada Minimal - Art, sem nenhuma evidencia na poesia e na ideologia, percebe-se ser desta forma passada aos olhos do público este procedimento, no que a mesma é trabalhada em estruturas únicas. A arte também está presente no Painel Eletrônico, luminoso, programado por computador, onde geralmente é colocado nos pontos estratégicos das grandes cidades.

 

Em uma possibilidade de releitura artista, surge no mercado de trabalho a Vídeo-Arte, assim como o Videotexto é uma maneira de emissão de textos por intermédio do meio da telecomunicação. Existe ainda a Xerox-Arte,    que surgiu na década de 1960(2010:58), velocidade da confecção, com esta técnica, como forma de reprodução da imagem e que também é de baixo custo, no que o tempo passa a ser mais prioritário que a própria arte em si.

 “Arte de criar com o próprio corpo, está inserida em uma cultura narcísica,” onde se tem na fotografia a contemplação estética do corpo “Acioli (2010.), Por fim, O Body Modificacion, onde a transformação do corpo feita pelos adeptos desta arte é tão evidente em dias atuais que ultrapassas as próprias concepções do que seja realmente belo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


1.2 - BREVE HISTÓRICO DO DESENHO E ALGUNS DE SEUS MESTRES GÊNIOS E LOUCOS

 

 

O desenho é proveniente da língua italiana dísegno, que surgiu em meados dos anos 1400, e que deu origem aos provincianismos usados em outras línguas tais como dessein em francês, diseño em espanhol, design em inglês e no português, desenho. Sendo, porém uma base na produção de obras bidimensionais, do que se diferencia da pintura e da gravura. Verifica-se que ,  no idioma espanhol,  existe a distinção entre as palavras diseño (que se refere à disciplina conhecida como  design, nos paises lusófonos ou ao projeto  de uma forma geral, do desenho em si, ver-se que estudos etimológicos de Luis Vidal Negreiros Gomes , que existiam essas nuances de significados , entretanto as palavras mudaram de sentido, Debuxo,rascunho, esboço,  nos dias atuais , significa apenas esboço, ou o desenho no início de seu feitio.E o termo projeto passou a ser utilizado também ao desenho , percebe-se que atualmente a palavra inglesa design, está atrelada ao portugues , que entende-se ser o desenho como projeto.(Disponível em : http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenho,12 de dezembro de 2010,10:49:15).

 

Sabe-se desde os tempos da Pré-história, que o desenho tem sido um meio de comunicação, como a arte geral e que através dela, percebe-se certo misticismo por ter-se acreditado em uma forma rudimentar de pensamento, que o desenho tinha uma alma própria e que a esses atribuíam um poder como se fossem um apelo as forças superiores para que a colheita fosses satisfatória ou então, tal animal supostamente desenhado nas cavernas, passasse a ter o domínio do homem, como se o desenho tivesses esse poder de ” prender a alma” daquele animal.

 

Existe na historia da arte, uma relação quase que infinita, de artistas célebres, mas que eram portadores de transtornos psíquicos, no que se leva a concluir que Platão, filósofo grego, estaria certo ao afirmar existir uma “loucura divina”, como ponto primordial de toda criatividade. 

 

Ressalta-se que, um dos historiadores da loucura inserido num verificado universo de idéias, foi Michel Foucault, em sua obra A historia da loucura na idade clássica (1978), faz uma abordagem da historia e dos sentidos biopsicossociais, ligados a loucura, e expõe que esta amostra humana virou-se doença mental proferida a uma mentalidade calcada na razão, em condenação a suscetibilidade e aos amores.  Lumer (2009),  afirma que diante de  todos os seus contextos, tenta trazer a confirmação,  da tese de que a idéia que se tem da loucura , em dias atuais , está atrelada a um foco de conhecimento do mundo, com o racionalismo de Descartes , no qual o positivismo do século XIX, herdando-se diversos de seus princípios.

 

 “Muitos dos artistas que tentaram representar o modo como percebiam as coisas deram-se conta de que para criar uma imagem artística coerente era necessário relacionar suas percepções, sensações e emoções”.Diz o autor do artigo  Olhos de artista, de  Lumer , (nº17, 2009, p.33.).

 

Dentre eles, pode-se citar Vincent Van Gogh, em seu livro, Ceifar, semear: a correspondência de Van Gogh, a autora Luciana Bertini Godoy, diz que:

 

 

A loucura é um dos principais vértices por meio do qual Van Gogh é reconhecido, mas ao contrario de uma visão imediatista, que se satisfaz, com o estereótipo do artista louco, entendo que a loucura de Van Gogh representa um fenômeno mais complexo, fato evidenciado pelas inúmeras tentativas que ele tem suscitado ao longo do tempo. Em Van Gogh, temos associação dos termos arte e loucura, o que torna  insuficiente uma abordagem exclusivamente patológica desta última. Ao contrario, faz-se necessário uma compreensão da loucura nas suas relações com a dimensão social mais ampla, aquela que contém as formas de pensamento predominantes em dada sociedade, e que nos permite conhecer o que denomina loucura e com o que está comumente relacionada.  (GODOY, ----------, p.71).

 

 

     Robert Cumming(1995), em seu livro, para Entender a Arte: os mais importantes quadros do mundo,ao  falar do interesse do pintor Van Gogh, pelo desenho, diz que :

 

 

Van Gogh foi um dos primeiros artistas a ser influenciado pelas gravuras japonesas em madeira, que agora estavam disponíveis no Ocidente. Admirava o desenho simplificado, as áreas coloridas, planas, as perspectivas íngremes e a supressão das sombras. Todas estas características são encontradas  em seu trabalho , e a influencia dessas gravuras é um importante motivo para o atual sucesso da obra de Van Gogh no Japão.(Apud CUMMING, 1995,p94-95).

 

Percebe-se com esta influência da Terra do Sol, que teve o respectivo artista, em suas pinturas de um colorido alegre e enaltecendo o sol. Somente aos 27 anos, resolve ser pintor Em 1886, vai viver com Theo em Paris , local onde fica pior da doença que foi diagnosticada mais tarde; como primeiro vestígio de epilepsia  , sendo  a piora de seu estado de saúde a sua preferência pelo absinto  , atualmente sabe-se a bebida do pintor , conter uma substancia que facilita ataques epiléticos e psicoses.Tinha temperamento explosivo e maníaco. A respectiva tela de Van Gogh abaixo, foi o cenário de sua própria tragédia, quando foi para os campos ao redor de Auvers, suicidando-se.

 

 

                                   Fig.01. I-O Corvo,de Van Gogh.

                                   Fonte: http://inkpot.com/classical/images/fieldcrows.jpg

 

 

                                 Fig.02. I- Desenho de Van Gogh, sempre retratando o sol.

                    Fonte: http://www.on.br/revista_ed_anterior/janeiro_2004/conteudo/astro_arte/pinturas/imagens/campo-com-casa.jpg

 

    O artista, Pablo Picasso, que foi irreverente a começar pelo seu próprio nome  principiar alcunha de registro, Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Martyr Patricio Clito, depois acrescentados de Ruíz y Picasso, provenientes do pai e da mãe, ou unicamente Pablo Picasso . Um dos artistas igualmente polêmicos e atuantes da história da arte do século 20. Tendo como mãe, Maria Picasso y Lopez e de José Ruiz y Blasco, igualmente pintor naturalista, educador de arte na escola San Telmo de Málaga, especialista em retratar pássaros.

 

                                       

Fig. 03.I-. Desenho de Pablo Picasso, maternidade.

Fonte: http://www.pco.org.br/userfiles/image/cultura/picasso_desenho.jpg

 

Sobre a família de Picasso, Cummings (1995, p.98.). Afirma que, era classe média e de sua mãe pouco se sabe a não ser o que está retratado no terno retrato dela feito por Picasso em 1923. Apresentou duas irmãs, interessou-se se interessar pela arte aos sete de idade, época que desenhava a lápis e recebia orientações de seu pai, que foi seu primeiro professor e o introduziu no uso da pintura a óleo. também desenhista e mostrava claramente em seus desenhos um vinculo de afeto exagerado na infância de sua mãe, que o deixou imaturo em relação aos relacionamentos com as mulheres que teve.

 

Fig.04.I. Françoise Gilot, desenho de Pablo Picasso.

Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_pYZI4rIedO8/SLybzS0ZemI/AAAAAAAAH4M/tCYybcdS4zA/s320/francoisegilot.jpg

    

 

Dono de um talento artístico precoce evidente desde criança. O período de 1901 a 1904, ficou conhecido como Fase Azul, de 1901-1904, quando pintou tons melancólicos, seu estado de espírito, passou a ser mais leve, após esta fase , percebendo-se que a cor exerce também influencia no estado de espírito do pintor.Perpassou ainda pela Fase Rosa ,de  1905-1907  e Fase  Preta ,de 1907-1909; com esta última,  fez estudos africanos. Estudos relatam que suas mulheres o influenciaram também na pintura.

 

                


 

  

 

 

 

 

     

 

 

Fig.05.I- Fase Azul, 1901 -1904 de Picasso           Fig.06.I- Fase Rosa, de 1905-1907,Picasso

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_mOMPk3LkR0U/SK7pOEjkkI/AAAAAAAAErw/j0a5jW6jcB8/s1600/picasso-azul.jpg

 

Outro artista que também tinha transtorno mental era Paul Gauguin, foi capaz de criar sua própria história, a do pintor que coloca versus a sociedade, de sua época e escapa para encontrar novamente pessoas não contagiadas pelo progresso, numa espécie de originalidade e ingenuidade. Um pintor que percorreu a passagem escancarada pelo Impressionismo. É relevante o ambiente sensível em que atua a fonte de sua sensibilidade artística. Não explora o universo, a procura de sensações novas, explora a si mesmo para descobrir as origens, os motivos remotos de suas percepções.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

]

 

Fig. 07. I-Mulheres do Taiti, na praia. Criatividade aguçada com instabilidade psíquica.

Fonte: http://marceloevelin.files.wordpress.com/2010/04/paul-gauguin2.jpg

 

Fig.08.I- Desenho de Paul Gauguin.

Fonte:  http://2.bp.blogspot.com/_CZyjdL5hsmY/S3lSiHtuyOI/AAAAAAAAAGw/E286de6EDAY/s400/desenho+Thati.jpg

 

Percebe-se, que o pintor Munch, relata que não se escapa da realidade evadindo-se no símbolo: a realidade é inteiramente simbólica, não há nada mais real do que o símbolo. E exemplificou: o amor é o sexo, a morte é o cadáver ou o ataúde, a sociedade é a louca, a palavra é som inarticulado, grito. Ver-se que na realidade, nada é estável, claro, com o significado certo da forma, de modo geral, tudo contém a incerteza, a volubilidade, a inconstância do evento ou da imagem. Percebe-se a agressividade do artista ao analisarem-se pontos com cores fortes, a inevitabilidade do destino a imagem da imagem.

 

Observa-se que ,  o meio pelo qual serviu de   inspiração d’O Grito pode ser encontrado na vida pessoal do próprio Munch, um homem educado por um pai controlador, que assistiu em criança à morte da mãe e de uma irmã. Decidido a lutar pelo sonho de se dedicar à pintura, Munch cortou relações com o pai e integrou a cena artística de Oslo. A escolha não lhe trouxe a paz desejada, bem pelo contrário. Munch acabou por se envolver com uma mulher casada que só lhe trouxe mágoa e desespero e no início da década de 1890, Laura a sua irmã favorita, foi diagnosticada com doença bipolar e internada num asilo psiquiátrico. O seu estado de espírito está bem patente nas linhas que escreveu no seu diário:

 

Passeava com dois amigos ao pôr-do-sol – o céu ficou de súbito vermelho-sangue – eu parei, exausto, e inclinei-me sobre a mureta– havia sangue e línguas de fogo sobre o azul escuro do fjord e sobre a cidade – os meus amigos continuaram, mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade – e senti o grito infinito da Natureza.(Disponivel em : http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Grito_(Edvard_Munch, em 31 de janeiro de 2011, as 23:25:00).

 

 O quadro do pintor  denominadoO Grito (no original Skrik)de origem  norueguêsa, Edvard Munch, data de 1893.E o que se observa na   obra,  representa uma figura andrógena num momento de profunda angústia e desespero existencial. A gestalt do mesmo é  a doca de Oslofjord , na cidade de em Oslo, retratada  ao pôr-do-Sol.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Fig.09.I- O grito, quadro polêmico do pintor Munch.

Fonte: http://labourey.files.wordpress.com/2007/09/scream_munch.jpg

 

 

 

Fig. 10.I-O Dia Seguinte, desenho de Munch.

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_JdFau_yk22Q/SnLk8gLl5EI/AAAAAAAAFhU/1GS4eHTihUw/s400/Edvard+Munch,+Der+Tag+danach,+1894.j

 

    

 

 

Pintores como Michelangelo, que foi escultor, desenhista. Uma das maiores figuras da Renascença nasceu na cidade de Florença, filho de um nobre empobrecido, foi exemplo do gênio angustiado , no que o distinguia por sua insatisfação das obras que executava , tinha uma característica ao optar por pintar nus masculinos, porém exerceu grande influencia a pintores de sua preferência em retratar o sexo masculino em seus trabalhos. Ver-se o quão retratava seus sentimentos mais profundos em suas produções.

 

 

            

Fig.11.I-Desenho de Michelangelo.                          Fig12. I. Madona Con Banbino.

Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_BQs5uKoCFSs/R3DuftEZefI/AAAAAAAAAcA/7rxDEwr8Y-s/s320/presepio%2B-%2Bmichelangelo%5B1%5D.jpg (11)

Fonte http://revistaepocasp.globo.com/Revista/Epoca/SP/foto/0,,15577844,00.jpg(12)

                                                  

   

 

      

 


Segundo Freud, considerado o Pai da Psicanálise, em suas análises, faz um verdadeiro estudo de caso sobre o pintor e desenhista Leonardo da Vinci, no referente livro de Jacques Aumont, intitulado A Imagem, nos diz:

 

 

 Freud analisa Leonardo como se analisasse um dos seus pacientes. A análise, como é quase de regra, centra-se na atualização de uma “lembrança de infância “no intuito de condensar o retrato neurótico de Leonardo - homossexual  reprimido ou antes sublimado , fixado afetivamente na mãe .[...]Freud segue passo a passo na produção consciente de Leonardo adulto , incorporando-lhe durante o percurso outros “significantes “(em especial o sorriso da Gioconda).(AUMONT, Apud, FREUD,1993, p.115.).

 

 

 

Fig.13.I-Monalisa, (La Gioconda),de Leonardo da Vinci.

Fonte; http://1.bp.blogspot.com/_AwZ7MKp524c/TQZSGSyzelI/AAAAAAAAOgo/l2PX2Geb_So/s1600/Mona-Lisa.jpg

 

 


Um das suas telas mais famosas, A Última Ceia , em 1495,sendo o inicio de sua consagração como um dos grandes mestres do Renascimento, porém em 1500, devido às conflitos políticos Leonardo da Vinci, muda-se de Milão e indo residir entre Veneza, Florença e Roma, três anos após sua mudança, começar a criar o tão famoso quadro Monalisa, morrendo dezesseis anos mais tarde, na França, na corte do rei Francisco I, Sendo sepultado na Igreja de Saint de Amboise.

 

Com a chegada do século XV, aonde se entende existir a popularização do papel, ficando o desenho em um patamar mais privilegiado e conteúdo essencial de criatividade artística, sendo assim, uma base de produções previamente elaboradas.

 

Mediante o descobrimento da perspectiva, transpôs então a ser o desenho uma forma de conhecimento, e teve ênfase nas obras de Leonardo da Vinci, foi um mestre renascentista, que empregava o desenho como utensílio para abranger a realidade, Leonardo desenhou como técnico e desenhou como artista. Pesquisou uma composição onde nada fossem aleatórios, os seus quadros, as figuras se registram em configurações geométricas marcantes. Caráter de assimilação do conhecimento científico para aprovar a sensibilidade imaginativa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fig.14.I- O Homem Virtruviano, (cerca de 1490),de Leonardo da Vinci, lápis e tinta sobre papel34, 2x24, 5 cm,localizado na Galléria Dell”Academia,Itália.  

Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_G2PkOu5gwlc/Skp0fVj1HKI/AAAAAAAABh0/jamxctNzYNY/s320/Dleonardo_homem_bg.jpg

Jean-Louis André Théodore Géricault (Ruão, 26 de setembro de 1791Paris, 26 de janeiro de 1824) foi um pintor francês do Romantismo.Géricault mudou-se para Paris com o pai, um conhecido jurista, depois da morte da mãe, e aos 10 anos ingressou no Liceu Imperial. Terminados os estudos, teve aulas com o pintor Vernet e anos mais tarde já trabalhava no ateliê de Pierre-Narcisse Guérin, junto com Delacroix

 

[..]Depois de fazer o serviço militar como mosqueteiro imperial na armada real, Géricault viajou para a Itália, onde estudou profundamente as obras de Michelangelo e Rafael. Na volta, em 1817, o pintor iniciou aquela que seria sua obra-prima, A Balsa da Medusa. Embora o tema do naufrágio seja coerente com o desespero romântico, o certo é que com este quadro, Géricault fez-se eco da crítica ao regime, compadecendo-se dos sobreviventes e dos mortos no naufrágio ocorrido por culpa do governo. Sabe-se que sua obsessão chegou a levá-lo a falar com os sobreviventes nos hospitais e inclusive a fazer esboços dos mortos no necrotério.

 

(Disponível em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Th%C3%A9odore_G%C3%A9ricault,as 20:01:47).

 

Fig.15-A Balsa de Medusa , Theodore Gericault.

Fonte:http://deco-01.slide.com/r/1/139/dl/pUakYJx55T_WXq-WlpqkRH6J4pNjiRdY/watermark

 

 

A doença, a loucura e o desespero passaram então a ser uma constante em seus quadros. O efeito do claro-escuro, que o pintor tanto admirava em Caravaggio, inspiraram-no a criar ambientes patéticos e de intenso sofrimento. Anos depois, em Londres, Géricault retomou sua paixão pelos cavalos, pintando o O Derby de Epson, que de certa forma antecipou sua preocupação em captar o movimento. Também fez quadros de doentes mentais num hospital. Após uma tentativa de suicídio, o pintor voltou a Paris, onde poucos meses depois, vítima de um acidente, acabou morrendo.

 

 

Fig.16.I-Tela de Theodore Gericault,  O Derby de Epson.

Fonte: http://www.bestpriceart.com/shop-online/images/vault/abc_gericault11.JPG

 

 

    

 


Segundo Kraft (1993, p.18), No início do século XX, a busca pelas raízes da genialidade era um dos temas mais palpitantes da investigação psicológica. Cientistas de ponta tinham poucas dúvidas de que certos males psíquicos davam asas à imaginação. "Quando um intelecto superior se une a um temperamento psicótico, criam-se as melhores condições para o surgimento daquele tipo de genialidade efetiva que entra para os livros de história", sentenciava o filósofo e psicólogo americano William James (1842-1910).  

 

Retrata-se com isto, a obsessão de idéias, que as conduzem para o que é bom ou o que é ruim [...] Sigmund Freud também se interessou pelo assunto. Convicto de que encontraria "algumas verdades psicológicas universais", analisou vida e obra de artistas e escritores famosos, buscando pistas de transtornos mentais. [...] Anos mais tarde Nancy Andreasen, psiquiatra da Universidade de Iowa, começou a investigar de forma sistemática a suposta ligação entre genialidade e loucura. Participaram de sua experiência 30 escritores cujo talento criativo havia sido posto à prova na renomada oficina de autores da universidade. (KRAFT, 1993, p.18.).

 

Ainda no século XX, evidencia-se arte  surrealista, através das produções do  pintor Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí i Domènech nasceu em 11 de maio de 1904, na cidade espanhola de Figueres ,em Catalunha.. Foi um dos mais importantes artistas plásticos sendo e escultor surrealistas da Espanha. Desde a infância, Dalí demonstrou empenho pelas artes plásticas.Que , a partir do ano  de 1921, penetrou para a Escola de Belas Artes de São Fernando, localizada na cidade de Madri, entretanto, em 1926, foi banido desta instituição, pois afirmava que nenhuma pessoa era satisfatoriamente ajustada para avaliá-lo. Residiram com vários cineastas, artistas e escritores famosos, tais como: Luis Bruñel, Rafae Alberti e Frederico Garcia Lorca. Em 1929, viajou para Paris e conheceu Pablo Picasso, artista que muito animou a produção artística de Dalí, principiou a ser membro do movimento artístico popular do surrealismo.

 

 

 

 

Fig.17.I-Metamorfose de Narciso, tela de Salvador Dali.

Fonte: http://najornada.files.wordpress.com/2009/09/metamorfose-de-narciso-de-salvador-dali.jpg

                             

 

Fig.18.I -Cervantes, desenho de Salvador Dali.

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_rPeHpXMJ8rA/TKPu0rwMrKI/AAAAAAAABUE/MZD2vxvvfmU/s1600/cervantes.jp

 

Por fim, segundo uma pesquisa realizada por Robert DeLong, psicólogo da Harvard Medical School, pediu a um grupo de crianças, todas com sinais precoces de transtorno bipolar, que fizesse desenhos sobre um tema. [...] Na comparação com o grupo de controle, não apenas seu nítido e transbordante poder de imaginação chamou atenção. Segundo Kraft (1997, p.23), De Long ficou ainda mais impressionado com a extraordinária capacidade de concentração dessas crianças, que se dedicaram durante horas à tarefa, sem se deixar distrair por coisa alguma. Como resultado, seu brilhantismo revelou-se tanto no desempenho espantoso da memória quanto nos desenhos detalhados. E conclui o autor que: Maníaco- depressivos exibem também certas qualidades não cognitivas muito úteis aos artistas. [...] Energia fabulosa e concentração total caracterizam também as fases criadoras de muitos pintores, escultores, escritores e poetas. Muitos deles varam noites escrevendo ou passam horas sem fim no ateliê, sem dormir.

 

Mostra, portanto, que a arte e a criatividade ultrapassam as barreiras da razão, colocando-se o homem dentro de um universo que outrem talvez não o possa compreender, exatamente, o que aquela mente conturbada quis deixar nas suas produções, por vezes meios desconexas ao mundo real, mas que o universo do artista, somente ele o conhece. (grifo nosso.).

 

 

 

 

 

 

 


1.3-O DESENHO COMO MANIFESTAÇÃO SEMIÓTICA

 

 

O desenho é uma das manifestações semióticas, isto é, uma das formas através das quais a função de atribuição da significação se expressa e se constrói. Desenvolve-se concomitantemente às manifestações, entre as quais o brinquedo e a linguagem verbal (PIAGET, 1973). A evolução do desenho compartilha o processo de desenvolvimento, passando por etapas que caracterizam a maneira da criança se situar no mundo. Que se percebe segundo Piaget, a configuração de uma criança acolher o objeto decorre por expressivas modificações em sua evolução, no procedimento de adaptação ao meio que se dá por sucessivos movimentos de equilibração.

 

Primeiramente, prevalece à ação nas relações com o objeto. Portanto é denominado de período sensório-motor que se estende até os dezoito meses aproximadamente.   Na etapa seguinte, a ação é trocada pela reprodução e chama-se de pré-operacional ou simbólica. A criança os objetos, o que ela só conseguirá fazer a partir de aproximadamente sete anos.  O período simbólico se caracteriza pelo desenvolvimento da capacidade de representação, em suas diferentes manifestações - a imitação, o brinquedo a imagem mental, o desenho e a linguagem verbal. Essa capacidade é fundamental para a continuidade do processo de desenvolvimento: torna possível, no período operatório, a transformação exclusivamente mental do objeto; O período formal, já na adolescência, possibilita a abstração.

 

O desenho é precedido pela garatuja, fase inicial do grafismo e, semelhantemente ao brincar, se caracteriza inicialmente pelo exercício da ação. O desenho passa a ser conceituado como tal a partir do reconhecimento pela criança de um objeto no traçado que realizou. Nessa fase inicial, predomina no desenho a assimilação, isto é o objeto é modificado em função da significação que lhe é atribuída, de forma semelhante ao que ocorre com o brinquedo simbólico. Na continuidade do processo de desenvolvimento, o movimento de acomodação vai prevalecendo, ou seja, vai havendo cada vez mais aproximação ao real e preocupação com a semelhança ao objeto representado, direção que pode ser vista também no jogo de regras (PIAGET, 1971; 1973).

O desenho, manifestação semiótica que surge no período simbólico, evolui em conjunto com o desenvolvimento da cognição. Compartilha mais intimamente, por um lado, as fases da evolução da percepção e da imagem mental, subordinando-se às leis da conceituação e da percepção. Por outro lado, compartilha a plasticidade do brincar, constituindo-se em meio de expressão particular, isto é, “... um sistema de significantes construído por ela e dóceis às suas vontades” (PIAGET, 1973, p. 52).

 

Em seu artigo intitulado, O desenho infantil e a construção da significação: um estudo de caso, Pereira citando Piaget, afirma que:

 

 

  O desenho é precedido pela garatuja, fase inicial do grafismo. Semelhantemente ao brincar, se caracteriza inicialmente pelo exercício da ação. O desenho passa a ser conceituado como tal a partir do reconhecimento pela criança de um objeto no traçado que realizou. Nessa fase inicial, predomina no desenho a assimilação, isto é o objeto é modificado em função da significação que lhe é atribuída, de forma semelhante ao que ocorre com o brinquedo simbólico. Na continuidade do processo de desenvolvimento, o movimento de acomodação vai prevalecendo, ou seja, vai havendo cada vez mais aproximação ao real e preocupação com a semelhança ao objeto representado, direção que pode ser vista também no jogo de regras (Apud PEREIRA; 1995, PIAGET, 1971; 1973).

 

 

  A premissa de que a criança desenha menos o que vê e mais o que sabe de um objeto é um ponto de concordância entre diferentes concepções teóricas sobre o desenvolvimento do desenho. O desenho, entre o jogo simbólico e a imagem mental, subordina-se às leis da conceituação e da percepção (PIAGET, 1973). A percepção do objeto corresponde à atribuição de sentido dada pela criança, constituindo-se realidade conceituada, e não material  (VYGOTSKY, 1988).

 

A percepção do objeto, no desenho, corresponde à atribuição de sentido dada pela criança, constituindo-se realidade conceituada, e não material. Inicialmente o objeto representado é reconhecido após a realização do desenho,quando a criança expressa verbalmente o resultado da ação gráfica, identificada ao objeto pela sua similaridade. Momento fundamental de sua evolução se constitui na antecipação do ato gráfico, manifestada pela verbalização, indicando a intenção prévia e o planejamento da ação (VYGOTSKY, 1988). Vygotsky comenta a existência de “certo grau de abstração” na atitude da criança que desenha, ao liberar conteúdos da sua memória.

 

Reconhece o papel da fala nesse processo, afirmando que a linguagem verbal é a base da linguagem gráfica constituída pelo desenho. Afirma: “... os esquemas que caracterizam os primeiros desenhos infantis lembram conceitos verbais que comunicam somente os aspectos essenciais dos objetos” (------------------ 1988, p. 127). Em relação ao desenvolvimento da linguagem escrita, o autor propõe “... que o brinquedo de faz-de-conta, o desenho e a escrita devem ser visto como momentos diferentes de um processo essencialmente unificado...” (---------1988, p.131), motivo para que “... brincar e desenhar deveriam ser estágios preparatórios ao desenvolvimento da linguagem escrita.” (-------1988 p. 134).

 

Embora focalizando diferentes aspectos do desenho, as concepções dos dois autores, a saber, Piaget focalizando o sujeito do ponto de vista epistêmico e Vigotski contemplando-o do ponto de vista social, se aproximam em relação à importância do desenho no processo de desenvolvimento da criança e à característica de que a criança desenha o que a interessa, representando o que sabe de um objeto. Essas proposições básicas são compartilhadas por outros pesquisadores interessados no desenho infantil. Entre esses, pode-se destacar no presente.

 

Como pensamento visual, o desenho é estímulo para exploração do universo imaginário. É, também, instrumento de generalização, de abstrações de classificação. A autora ressalta ainda que o desenhar envolve diferentes operações mentais, selecionar e relacionar estímulos, simbolizar e representar, favorecendo a formação de conceitos.

 

O desenho infantil é um dos aspectos mais formidáveis para o desenvolvimento integral do indivíduo e constitui-se num componente mediador de conhecimento e autoconhecimento. A partir do desenho a criança estabelece informações, verifica conhecimentos vividos e pensados, revela seu aprendizado e pode ampliar um estilo um aspecto singular do mundo. Piaget entendia o desenho elaborado pela criança como forma de representação e a base, condição peculiar da existência do pensamento, sabendo-se não haver pensamento sem representação, sem a capacidade de evocar ações interiorizadas. Vygotsky (1988) argumenta a benefício de um funcionamento psicológico histórico-cultural: as chamadas funções psicológicas superiores são estabelecidas no seio das afinidades entre os homens, por haver um intercâmbio contínuo em meio às categorias sociais que permanecem em estável modificação e o alicerce biológico do homem.

 

Os estilos de signos incidem transformações qualitativas nos procedimentos psíquicos, pois o ingresso do sujeito ao mundo é intercedido pelas ferramentas (utensílios) e pelos códigos simbólicos de que ele monta.       Afirmando-se que essas regras são concepções humanas e, ao longo do desenvolvimento, funcionam inicialmente no nível interpsíquico, sendo depois internalizados e passando a ocorrer intrapsiquicamente.

 

Primeiramente, a criança só escolhe seu trabalho depois de terminá-lo,  muitas vezes fugaz , portanto, próprio indicador gráfico pode ser chamado de lobo, em um dia, e de flor, no dia seguinte. São escassas, as nomeações que passam a acompanhar a produção: a criança esboça e nomeia seus traços, às vezes ao mesmo tempo. Ao término deste processo, a criança confessa antes o que deseja produzir graficamente. Obviamente, que as nomeações precedentes e concomitantes à produção e disposição continuarem acontecendo.

 

Mediante a linguagem verbal cogita a modificação da informação da fala na organização dos processos psíquicos, o episódio de a criança projetar seu desenho significa que há finalidade representativa e que ela está classificando suas ações por meio da fala. Organização das ações através da linguagem é um fato apontado por Vigotski, que mostra ser a fala um recurso mediador na relação do sujeito com outros e consigo próprio, por meio das funções de ordenar e orientar o comportamento.

 

Observa-se que frequentemente, na criança, a fala estabelece o desenho; quando a criança diz "Vou fazer uma bolinha" e aponta sua ação gráfica neste significado, está sendo norteada pela palavra, sabendo-se que , paralelamente, o desenho organiza a fala, como acontece quando, por modelo, determinado grafismo indica um rio e a criança assim denomina seu traçado, estimulada pela marca gráfica. Este recorte é apenas didático, porque a atividade de desenho é dialeticamente formada por estes ambos os movimentos.

 

Percebe-se que o desenho passa a existir muito antes do princípio da criança na escola, mas o acontecimento é que há uma alteração qualitativa no grafismo a partir do seu ingresso neste novo universo, porém, passando a existir uma preocupação mais formalizada em relação à produção gráfica. A escolarização tanto pode oferecer amplas oportunidades de desenvolver, ampliar e modificar o repertório gráfico da criança, quanto de abafá-lo ou prejudicá-lo e o reforço do outro precisa ser examinado e valorizado, não porque seja fundamentalmente bom (em oposição às formulações maturacionistas), entretanto visto que comunica decisivamente do funcionamento do sujeito.

 

Participar com a criança as prováveis significações, comporta a criação do real possível, do real imaginário, das realidades que são mencionadas pelas palavras das crianças, que são autoras diretas de suas reivindicações ou decepções , e não pelas  figurações em si mesmas , deixar a criança ir nomeando suas próprias construções .É primordial que o educador tenha esta percepção do desenho infantil e possa aproveitá-lo para o desenvolvimento biopsicossocial de seu alunato.

 

 

 

 


2- A IMPORTÂNCIA DA ARTE-EDUCAÇÃO NAS ESCOLAS

 

 

A arte-educação tem um papel primordial para que o educando possa aprender neste planeta artístico, através dos símbolos que estão inseridos em contextos de arte, e remete ao educador adentrar no mundo de realidade e fantasia da criança e do adolescente, percebendo-os e entendendo melhor suas objetividades e subjetividades ao estudar o desenho e pintura que são resultado de suas produções. Debelar os informação históricos relacionados com a arte-educação é de fundamental importância como subsídio para uma ação transformadora no ensino e na aprendizagem da arte na atualidade.

 

A busca de propostas contemporâneas para tratar das questões do ensino-aprendizagem, nas instituições de ensino formal, vem sendo uma das principais preocupações dos arte- educadores brasileiros nas duas últimas décadas. Como afirma BARBOSA (1989, p. 14).  Assim como a arte-educação, está preocupada em tratar das questões de ensino aprendizagem, a psicopedagogia, quanto ciência, também busca alternativas para minimizar as dificuldades de aprendizagem tão evidente em nosso meio biopsicossocial. Tomando emprestado as artes visuais, mais precisamente nas linguagens das artes visuais, o desenho e a pintura, em prol do aprendente, e que ele supere suas dificuldades mediante este “fazer artístico psicopedagógico”, que é a principal   proposta deste trabalho. 

 

Percebe-se que os estudos em arte-educação têm sugestões que vão aquém do ensino de uma técnica seja artesanal ou artística. 

 

João Francisco Duarte, em seu livro: Por que arte-educação?Preocupou-se em falar da expressividade da arte, diz-nos:

 

Tais formas, em que se apresenta a arte, constituem maneiras de se exprimir os sentimentos. [...] a arte não procura transmitir significados conceituais, mas dar expressão ao sentir. E dar expressão de maneira diversa da de um grito, de um gesto, de um choro [...] Assim a arte concretiza os sentimentos numa forma, de maneira que possamos percebê-los. As formas de arte como que “representam” os sentimentos humanos. (DUARTE, p.44, 2008.).

 

Expressarem-se os sentimentos por meio da arte, dando-se vazão as emoções, é uma forma humana de se fazer arte. Percebe-se o quão é abrangente a arte, a mesma ajuda a desenvolver as aprendizagens através das percepções e a criatividade, perceberem a realidade de seu meio, aguçando suas capacidades de criticidade em análise desta realidade e não deixando de acrescentar como o aprendizado através da arte-educação coloca o educando em um patamar de compreensão histórico-cultural e o deixa mais consciente do valor da arte neste contexto para a humanidade

 

Vive-se uma época de Idade Tecnológica, onde a criatividade é um dos pontos primordiais para lidar com informações e imagens que chegam rapidamente através dos meios de comunicação. Daí passa a ser maior a função da escola. A arte na escola ajuda a desenvolver a “expressão do eu” devendo ser constante nas atividades relativas à ela não somente o  desenho e a pintura, mas outros processos criativos, como a dança, o teatro, modelagem, bricolagem dentre  outras produções artísticas.Essas formas de manifestações artísticas devem ser trabalhadas diariamente pelo arte-educadora , e o mesmo ter a percepção de que nem todos aprendem de maneira uniforme , mas trabalhar as individualidades e inserir o aprendente também em um contexto social.

      

No incentivo à aprendizagem, deve-se assegurar de que cada conteúdo deve ser trabalhado por meio de inúmeros recursos, numa integração de estudos entre si e  dentro da realidade sócio-cultural do aprendiz. A interdisciplinaridade está sujeita a um projeto que trabalhe as habilidades almejadas e que seja criativo. É importante também que o educador antes de aplicar uma atividade de arte específica, ele mesmo a faça para ter uma ter uma percepção de como seus alunos irão sentir-se ao realizá-la e o grau de dificuldade que a mesma tem.

 

Nas abordagens das atividades artísticas é importante frisar que os modelos de desenhos previamente elaborados por outrem, e que se resumem somente em pinturas e colagens, tolhem a criatividade, preocupando a criança se irá atender as expectativas que o próprio desenho impõe.  Percebe-se que a criança  sente  prazer em expressar seus sentimentos através do desenho e da pintura, e demonstra um conhecimento muito peculiar do ambiente em que vive. Segundo Ferreira (1998) citado por Aguiar, ainda sobre o desenho:

 

O desenho da criança resultante de uma atividade mental e manual é um objeto emergido do imaginário, do percebido e do real. Como jogo de encontro e combinação desses três elementos, o desenho torna-se objeto de investigação na exploração dos modos de pensar da criança(Apud, FERREIRA,citado AGUIAR , 1998).

 

Vale ressaltar, portanto que a avaliação da arte fica sem sentido, sabendo-se que cada sujeito tem seu estilo e que ele por ser sua , é único , não ficando à mercê  de atender a um padrão estético de beleza.    

 

 

 

 

 

 

 


2.1- AS CONTRIBUIÇÕES DE PIAGET E VYGOTSKY PARA A ARTE-EDUCAÇÃO

 

 

Constata-se que a psicologia do desenvolvimento, que tem Piaget como um dos seus maiores mensageiros, fala da essência que há de um canal de ligação entre os processos maturacionais e desenvolvimento, sabendo-se não haver possibilidades do desenvolvimento ocorrer, sem que haja maturação do sujeito da aprendizagem, e este principia e delimita as probabilidades de desenvolvimento provocadas pelos convívios sociais, e também pela educação, portanto, a arte-educação também não está fora desta perspectiva; onde os meios externos de que dispõe o educando seja entendido ao nível de desenvolvimento ao  qual ele  perpassa, dentro de um abordagem interacionista.O que difere Piaget de Vygotsky, é que o primeiro ressaltou que o desenvolvimento se dá mais por fatores biológicos , como o nível de maturação da criança  e Vygotsky valoriza sobretudo o sócio interacionismo, isto é ;acreditava que nas relações socias está o desenvolvimento ; que é  por meio do trabalho que o homem transforma a si e ao ambiente que vive.

 

Percebe-se que, Piaget afirma que as funções fundamentais da inteligência incidem em compreender e inventar, estabelecer estruturas, estruturando o real.  Através da arte, a criança, percebe as mudanças e descobre as inúmeras alternativas diante das matérias, circunstâncias das possíveis combinações existentes e imaginárias.

 

Entende-se que pelas questões do que realmente a arte “atende”, sendo um crítico literário, que defenderia a relevância do entendimento subjetivo da mensagem pelo receptor, a sua maneira, “entrar em conexão com a arte”, “conectando-a com a vida”. Falou do papel catártico que tem diariamente na vida das pessoas, sendo a arte provedora de ser capaz de “focar pontos essenciais”, ou fazê-los emergir, que incomodam conscientemente e inconscientemente a vida dos sujeitos e essas visão e percepção de mundo fosse revisada, em uma experiência de catarse com o mundo que a cerca através desse encontro com a arte. Rejeitou dois pontos de vista contemporâneos opostos em relação à arte: o primeiro, de simples decoração da vida e o segundo, utilizarem a arte, como forma de construir vida. Entretanto via a função da arte como ajuda a construção de uma nova pessoa.

 

Vygotsky  passou de sua teorização sobre a psicologia da arte para a psicologia geral. Essa mudança da análise da catarse voltando-se para análise do dominante teve uma lógica peculiar de desenvolvimento, do papel dos processos psicológicos na organização da vida de uma pessoa abordando-se a instrução corretiva com crianças com dificuldades de desenvolvimento, no que seu empenho em estudar a arte o habilitou a trabalhar os problemas psicológicos complexos.

 

Segundo Vygotsky, citado por Lamenha(2010), nos diz que ;

 

“Essa interação e sua relação  com a imbricação entre os processos de ensino e aprendizagem podem ser melhor compreendidos quando nos remetemos ao conceito de ZDP(zona de desenvolvimento proximal),que para Vygotsky,  , é a distancia entre o nível de desenvolvimento real , ou seja determinado pela capacidade de resolver problemas independentemente , e o nível de desenvolvimento proximal,demarcado pela capacidade de resolver problemas coma ajuda de um parcero mais experiente .”(VYGOTSKY, Apud LAMENHA, p.24, 2010.).

 

É na interação com o outro , que o sujeito da aprendizagem passa a construir seu próprio conhecimento , mediante as relações sociais, o desenho e a pintura , também não fogem deste contexto de interação com o meio , desta ZDP,sabendo ser a arte , algo experimentado , percebido e refletido, acontecendo também das relações com o outro e essas construções de está diante do objeto , que tanto defendeu também o educador brasileiro Paulo Freire, em sua teoria construtivista da aprendizagem , mostra a importância da interação social e está diante do objeto do conhecimento e a construção de suas subjetividades e objetividades em relação ao apreender e aprender os informações . Está ao lado do outro , interagir com o outro, são ZDP e sua práxis educativa é a reflexão , o conhecimento e a ação desta prática construtivista.(grifo nosso).

 

 

 

 

2.2-O desenho e sua representação gráfica no espaço

 

 

O desenho foi estudado por Piaget, no que se refere a sua representação gráfica no espaço, com a finalidade de analisar as noções espaciais logo no começo do desenvolvimento do espaço representativo, bem como o desenho das perspectivas no estudo  do espaço projetivo e o desenho de um plano de conjunto  de um povoado para análise da passagem do espaço topográfico euclidiano, sendo assim, o espaço gráfico é uma das maneiras do  espaço representativo , constituindo porém o desenho em uma forma  de reprodução espacial. Passando somente a ser percebido como um lugar a se estudar psicologicamente, o desenho infantil começou a ser estudado a partir de 1880, e mais tarde em 1913, por Luquet, que escreve e publica em Paris um livro  sobre o desenho infantil. Com esta abordagem da importância do desenho infantil, ele esquematiza as grandes linhas da evolução do desenho infantil. E pesquisas futuras mais sistematizadas, focaram determinados assuntos e as explanações em linhas gerais ofertaram ao estudo do desenho uma extensão epistemológica  maior. Mas muitas das noções introduzidas por Luquet, ainda são uma constante de estudos nos dias atuais.

 

Segundo Luquet, citado por Almeida (2007), o desenho da criança passa por quatro estágios: o primeiro estágio que corresponde ao um traço deixado por um objeto que deslocou numa superfície (quer por tendência espontânea da criança ou para imitar o adulto que escreve ou desenha ) ; passa por outro momento em que a criança atribui ao grafismo um nome. Pode suceder muitas vezes, que o mesmo desenho venha a receber vários significados (gênese do desenho intencional); um segundo estágio em que a criança deseja fazer desenhos parecidos com os desenhos umas das outras, mas sente-se incapaz disso, ao qual demonina-se este estágio de incapacidade sintética, devido a criança ainda não alcançar todos os elementos que quer fazer entrar no arquétipo. Existindo fatores que são interventores desta incapacidade, o não domínio dos movimentos gráficos, não sabendo deter seus traços quando necessário e nem der a forma a que almeja.

 

 


2.3-Algumas revelações existentes no desenho infantil

 

 

Observa-se que o desenho infantil está inserido em diversas abordagens  que são indicadores de algo não vai bem com a criança ou que está tudo bem com a mesma.Eles mostram o estado emocional da criança, , sua interação com o mundo,podem revelar os sonhos delas , suas agressividades, inseguranças e timidez.É de suma importância que educadores dêem mais atenção para o desenho infantil.

 

Nas linhas do desenho infantil, observa-se sua proporção, firmeza, corpo, cores, temas e repetição. E também se percebe timidez da criança, segurança, descontração. alegria, riqueza emocional, realidade, desejos, sonhos e conflitos. A casinha, por exemplo, na temática infantil, pode representar o estado emocional da criança e seu relacionamento com as pessoas que a cercam, a casinha que fica suspensa no ar,falta-lhes parâmetros ou segurança, porém quando a criança desenha portas  e janelas pequenas demais pode sentir-se com dificuldades para interagir com o mundo exterior, que “ultrapassa portas e janelas”.  Observa-se que pode ocorrer das crianças estarem tristes ou alegres, isto vai emergir no que desenha, mas quando está alegre ou é uma criança feliz, na maioria das vezes executa seu desenho colorido, o que demonstra sua alegria e extroversão. O telhado na casinha pode representar sonhos e fantasias.

 

Qual desenho colorido demonstra que a criança é cercada de atenção e afetividade, isto são indícios de uma vida equilibrada com uma sociabilidade acentuada também. 

 

Tal conhecimento da criança por intermédio do que desenha leva o educador a fazer questionamentos, às vezes não é exclusivamente através do desenho que é definido o estado emocional da criança, mas por uma fase conturbada que ela está atravessando.

 

É relevante que o educador utilize-se de portfólios, dossiês e relatórios de avaliação, para não somente o mesmo ter uma avaliação mais aprofundada da aprendizagem de seu alunato, como também a própria família, a fim de atuar de forma mais participativa na escola. Sabendo ser primordial que a relação escola –família e escola –família, surte um efeito por certo mais construtivo para ambos:educadores e alunos. 

3. PSICOPEDAGOGIA: O COMEÇO DE TUDO

 

 

A Psicopedagogia teve seu início na Europa, no século XIX, na França , sendo  primeiramente voltada para um foco , buscando-se  a superação dos problemas de aprendizagem em trabalhos  profissionais como filósofos e médicos , falavam das alternativas que o minimizassem .Dentre os educadores inseridos neste movimento em prol da educação , está Itard, Pereire , Pestalozzi e  Seguin, calcados no axioma psicanalítico de Jacques Lacan, numa procura de métodos mais eficazes para os sujeitos da aprendizagem.

 

Estavam também irmanados neste objetivo, Maud Mannoni, Françoise Dolto , George Mauco, Janine Mery,Maurice Debessem e Pierre Vayer, com ests profissionais inseridos , passou a existir a então chamada Psicopedagogia Clínica, onde destaca-se o trabalho de  Janine Mery, sendo então psicopedagoga ,a dotou então a adjacência chamada de Pedagogia Curativa, que está então voltada para o fracasso escolar , ao acompanhamento de crianças que com esta “queixa” em não aprender, fracassar.

 

Quem fez parte da pioneira equipe médico pedagógica na Europa, foi o professor  Edouard  Seguin  e pelo médico psiquiatra Jean-Etienne-Dominique Esquirol, norteando a neuropsiquiatria para o foco  de se  adentrar nos problemas  neurológicos que dificultam” o não aprender”.

 

Porém , nos idos de 1854, no Brasil , através da pessoa de D. Pedro I , Já existia uma escola voltada para o então chamado deficiente , isto é , os que tinham problemas de visão, os cegos, e fundou então o imperador,o Instituto dos Meninos Cegos, atualmente Benjamin Constant.

 

Na década de 40 , a Psicopedagogia teve seu lugar na America latina , o pais pioneiro desta ciência , foi a Argentina , na pessoa da pediatra e psicanalista Aberastury, onde é implantada na Facultad de Psicologia da Univeridad del Salvador, na cidade de Buenos Aires, passando a ser um curso de graduação com durabilidade de três anos em 1956.Maria Montessori, psiquiatra italiana, criou um método de aprendizagem somente voltado para a criança especial , mas que depois virou práxis   entre os educadores acreditarem ser melhor ainda para a criança  normal.

 

Mas então, o que fazer para tentar perceber estes problemas de aprendizagem? Aumentou, portanto o número de profissionais voltados para este fim, e criou-se , em 1946, através de J.Boutier e George Mauco, o mais antigo centro psicopedagógico , onde havia começado a haver a junção das ciências como : Psicologia, Psicanálise e Pedagogia.Com a finalidade de tratar crianças , com má conduta, tanto em família , como na escola

 

Estas resoluções em busca de alternativas para as superações de dificuldades de aprendizagem , perceber-se distúrbios de aprendizagem e dificuldades , diante de problemas mentais ,leves , moderados ou graves, atender aos chamados alunos deficientes , ficava evidente a necessidade da psicopedagogia e sua importância neste patamar de mais  um” olho clinico na educação.”

 

Diante dos avanços do século XX, com a obrigatoriedade da Educação Básica , em todo o mundo ,as ciências da educação cada vez mais aprimoradas , conduzindo-se as questões da aprendizagem para o sistema regular de ensino, por entender que  a causa pode está inserida na próprio núcleo familiar , social escolar, no sistema de ensino que precisa ser reformulado, nas mudanças metodológicas de  ensino, ou está no próprio aprendiz. 

    

Em 1970 e 1980, houve a inserção dos alunos NEE (necessidades educativas especiais), nas salas regulares de ensino. Criando-se então a Educação Inclusiva, sendo de sua alçada, reestruturar o sistema educacional, mas percebe-se a importância primordial da psicopedagogia, neste foco de inclusão, por a educação especial, voltar-se somente ao aprendente com distúrbios.

 

Nasceu em 1980, a Associação Estadual de      Psicopedagogos de São Paulo, e após seis anos de sua inauguração, passou a existir a Associação Brasileira de Psicopedagogia ABPp., a psicopedagogia inexistia como ciência que detinha um conhecimento próprio, estava embasada em ciências como a Pedagogia e a Psicologia.Tendo como elemento os sintomas de dificuldade de aprendizagem, e seu objetivo era tornar mínimo estes sintomas .


Segundo Maria Irene Maluf, em entrevista a revista Psique, pedagoga e psicopedagoga, nos atenta para o fato de que “a importância da Psicopedagogia ficou mais clara quando se passou a delinear as diferenças entre os enfoques da Educação Especial e da Psicopedagogia, já que o manejo psicopedagógico permite a realização do potencial de aprendizagem do sujeito impedido por fatores que desautorizam a apropriação do conhecimento, assim como o diagnóstico e a intervenção psicopedagógica.”

 

Atenta-se a autora, para o fato de que a psicopedagogia está estruturada quanto ciência, em ajudar o aprendente em suas dificuldades, e a Educação Especial, necessita deste suporte para em simbiose com a psicopedagogia e demais ciências inseridas neste contexto, melhorar  as dificuldades e distúrbios de aprendizagem , mediante cada caso específico.

  

       .

 

 

 


3.1 - A IMPORTÂNCIA DA PSICOPEDAGOGIA PARA A EDUCAÇÃO

 

Percebe-se que a Psicopedagogia, nos dias atuais, tomou uma dimensão não só no foco da educação, mas ultrapassou os muros dos colégios e das clínicas psicopedagógicas, ao observar o sujeito sob outro prisma diferente, entendendo-se ser mais que somente detectar as dificuldades de aprendizagem, mas também fazer o aprendente perceberem-se a si mesmo, sendo ele o maior responsável pelas construções individuais do que se busca conhecer.

 

Qual criança, ao entrar na instituição escolar, depara-se com regras que até então não eram vistas por ela em seu núcleo familiar, mas  que irá produzir a aprendizagem deste sujeito ,que inicia-se na escola e começa suas interações sociais . Será os vínculos afetivos que serão criados ou não, ao longo de suas construções de conhecimento ofertado pelo professor, e esta oferta, que lhe está sendo posta, seja de forma natural e participativa, sem repressão. 

 

Tal avaliação, calcada em teóricos, Ana Teberosky, Emília Ferreiro e Jean Piaget, Levi Vigotsky,Ana Mae Barbosa, Vitor Lowenfeld,faz-se perceber o olhar ético que é necessário ter, que quando for avaliar o sujeito /aprendente, utilizar-se de forma consciente dos recursos de que as teorias dispõem, por conseguinte, este está alicerçado neste patamar de consciência e avalia o sujeito em questão partindo-se do que foi dito anteriormente: perceber psicopedagogicamente através do desenho infantil e da pintura, o que causou determinado fracasso escolar e o que é necessário para superá-lo.

 

Fazendo-se uma conexão da Psicopedagogia com o desenho infantil e a pintura, pode-se notar o quão estão próximas em seu processo de condução ao sujeito/aprendente, pois ambas se pautam na idéia de deixá-lo descobrir este conhecimento, somente mostrar a existência de diversos meios e recursos cognitivos para alcançá-lo.

 

O campo de ação interdisciplinar, até então bem discreto, tem na psicopedagogia, uma forma de  caracterização, como uma modalidade transformadora de atuação prática do educando . Porém, tem uma amplitude bem maior do que realmente se apresenta, e um campo ainda em exploração, por se entender que é necessário quebrar paradigmas que ao longo dos anos estão dificultando  a Ciência da Educação ,apontando alternativas num  foco inovador , frente aos avanços da modernidade em que se encontra a humanidade.

 

É de suma importância, que família ajude em simbiose com a escola, o educando, onde o mesmo perceberá que não se encontra só nesta nova etapa de sua vida.

 

Segundo Alicia Fernandez, psicopedagoga argentina, escreveu em seu livro Inteligência Aprisionada, “Ao considerar o sintoma como resultante da articulação construtiva do organismo ,corpo e inteligência e a estrutura do desejo , incluído no meio familiar(e determinado por ele no qual  seu sintoma tem sentido e funcionalidade.”(FERNANDEZ, 1990).

 

A importância de conhecer e se aprimorar deste conhecimento, é preocupação constante da psicopedagogia, e as avaliações são suportes que facilitam uma maior e melhor compreensão de todos engajados no acompanhamento ao aprendiz: ensinante, psicopedagogo, demais profissionais (caso seja necessário), família e o próprio aprendente.

 

No livro de Arrieta, Grolli e Polenz(2000), A violência na escola ,compara a forma de ensinar do professor em uma metáfora de Alicia Fernandez , com o arquiteto ao dizer:

 

O arquiteto projeta a casa para os outros, mesmo morando num amontoado, ele vislumbra detalhes para que os outros morem bem, o professor também  o faz , pois a inteligência se constrói , no vinculo ensinante –aprendente.(ALICIA,Apud,ARRIETA; GROLLI; POLENZ; 2000, p.77.)

 

 

Mediante estas palavras, faz com que o professor faça uma introspecção de sua práxis educativa e veja o quanto deve, por mais dificuldades que possam surgir em seu trabalho educacional e também no âmbito pessoal, terem retiliencia (que em física significa aguentar o impacto de um corpo se chocando), mas neste contexto, ver-se que criar retiliencia, significa suportar todos os impactos e desafios que se apresentam em seu trabalho como mestre. 

A psicopedagogia valoriza o lúdico, em suas inúmeras modalidades  e analisa as possíveis interseções e um maior emprego do brincar tanto em ambientes de ensino- aprendizagem como de saúde.Observa que , os processos subjacentes  a ação de desenhar , diante das teorias que os  educandos  constroem sobre  desenhos , causam resultados diversos em diversas fases de seu desenvolvimento.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


3.2-DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO

 

 

Diversamente do trabalho Psicopedagógico Clínico, a Psicopedagogia Institucional, é voltada exclusivamente para as coordenações, na adequação dos conteúdos, da idealização da ação pedagógica propriamente dita, de tal modo com as relações inter pessoais que se formam no campo institucional, procura-se por meio deste método, antecipar os problemas de aprendizagem como a não está adaptado ao método  da escola.Em uma prática preventiva , se faz um estudo psicopedagógico , mediante os possíveis problemas que possam aparecer e seus motivos.

 

Esta Avaliação Psicopedagógica, inicia-se com a Avaliação do Questionário Psicopedagógico, levando-se em consideração o fator sociocultural ao qual se insere o aprendente, daí entender ser avaliar algo extremamente ético para ambos: psicopedagogo / educador e aprendente, ao elaborar uma avaliação, está também sendo analisado e levar em consideração fazer uma introspecção para poder distinguir pontos relevantes de quem está sendo avaliado.

 

O Tratamento Psicopedagógico, com auxílio arteterápico, em seguida, é claro, dos procedimentos do diagnóstico psicopedagógico, próprio do Psicopedagogo Clínico, que é composta por: entrevistas, testes, observações e análises variadas, abrangendo qual foi à causa da dificuldade de aprendizagem, desistências, reprovações, abandono das atividades escolares. São de propriedade de Análise Diagnóstica: o Eixo Horizontal, que permeado por todas as ocorrências instantâneas que frequentemente acarretam choque emocional, inadaptação, dificuldade de aprendizagem, e Eixo Vertical, que engloba os episódios e elementos histórico-orgânicos que provocaram traumas e originaram a estruturação do repertório comportamental da criança. 

 

O conhecimento das técnicas tanto expressivas quanto das Teorias Psicológicas e deve partir de um autoconhecimento para trabalhar mais segurança os conteúdos estão sempre atentos durante todo processo de criação do aprendente, ele se expressará através da escolha da técnica, da forma que constrói da fala e dos sentimentos expressivo durante a criação e depois dela, onde sua profissionalização dependa de ter a competência, onde deve encontrar uma ordem dos símbolos para a desorganização do sofrimento do sujeito- aprendente, que não precisa ter habilidade manual para exercer este trabalho o que está em evidencia são os sentimentos que deixa emergir com esta ação.

 

[...] O espaço psicopedagógico... Aberturas e limites mediados por diferentes formas de aprender, criando e expressando. Espaço demarcado pela preocupação do aprender, integrando diferentes formas de criar e ao mesmo tempo construir o conhecimento... O tempo... quanto eu e o outro precisávamos saber o momento certo para perceber, para transformar! Aquele menino que procurava ajudar, precisava saber esperar [...] (Apud, CIORNAI, 2004.).

 

Faz-se uma Coleta de Dados, acrescentando-se que antes, entrevista-se contratualmente os pais ou responsáveis, com o intento de obter informações básicas do aprendente, é a E.F.E. S(Entrevista Familiar Exploratória Situacional), onde toda a família é convidada a dar seu depoimento sobre o cliente em questão, principalmente os que convivem mais com ele (a).

 

A entrevista com os professores, amigos e outros profissionais arraigados nesta tarefa, começando-se ao EOCA (Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem), a temática, envolve tudo o que o aluno diz, em duas aparências: um manifesto e outro latente, a dinâmica, entende-se por tudo que faz, ou seja, sua conduta: voz, postura corporal, gestos, sendo apontado de produto, tudo o que ele deixa no papel. Com as matérias por sobre a mesa, postos pelo psicopedagogo, que é útil pedir ao aluno que mostre o que sabe fazer, são materiais do seu dia a dia, cola tesoura, papel massa de modelar, lápis de cor, lápis de cera, quebra cabeça, e outros que a ocasião necessitar.

 

Havendo-se, deste jeito, uma série de testes que podem ser aplicados pelo Psicopedagogo, é voltada especificamente para a Psicopedagogia, TDHA (Déficit de Atenção com Hiperatividade), Testes Piagetianos, Desenho- História, Testes Projetivos. Os testes psicológicos são avaliativos de memória, inteligência, personalidade, restrita somente ao psicólogo.

 

Faz-se também uma Avaliação Psicomotora, observando fatores correlacionados com super-proteção, motricidade fina e ampla, coordenação espacial, contração e rigidez muscular. Avaliação da Linguagem, fala (mudez, gagueira, voz alta, voz baixa), leitura (habilidade geral, soletra,reconhece letras, mas é incapaz de ler, não extrai sentidos e significados), escrita (caligrafia e forma de reprodução). Avaliação Perceptiva Motora compreende-se: Reação Motora ao Tato, Reação Motora a Sons, Reação Motora a Estímulos Visuais, Reação Motora a Estímulos Conjugados e também observação dos jogos e as interpretações de situações do sujeito.

 

As Provas Operatórias são alternativas de terapêutica psicopedagógica, onde é dado um material ao aprendente, com a intenção elaborar atividades, onde será vista sua estrutura cognitiva, sendo uma análise que perceberá o nível operatório do sujeito e sua correlação com uma faixa etária.

 

Percebendo-se que as diferenças individuais não serão tomadas como indicadores da quantidade de inteligência, mas como uma característica no estágio do desenvolvimento intelectual ao qual se insere o aprendente, e que os erros e acerto, são conseqüências o que se atravessa em sua história, e em uma classificação dos resultados, pode-se então perceber o problema da dificuldade de aprendizagem em três níveis, ou seja: nível 1, é indicativo de que houve ausência da noção (não atingiu o nível operatório neste domínio), nível 2, indicativo de as respostas são instáveis em relação ao tipo de operação apresentado, nível 3, indica  a aquisição do nível operatório do domínio testado.

 

Faz-se também um Genograma, compreende-se todo o histórico de vida daquela família e o aprendente, envolvidos no diagnóstico. E por fim, a Devolução, que é o tempo de retorno das informações coletadas a família, é a entrega do Diagnóstico. Cabendo ao Psicopedagogo primeiro dizer a própria criança, em linguagem adequada a abrangência da mesma. 

 

Há também o Teste A Perceptivo, que é responsável serve para a percepção da modalidade de aprendizagem, no livro da autora Márcia Siqueira de Andrade, Psicopedagogia Clínica: Manual De Aplicação Prática para Diagnóstico de Distúrbio do Aprendizado, que afirma este referente teste, tem origem no CAT, de uso dos psicoterapeutas e psicanalistas para a compreensão de aspectos à personalidade.

 

O psicopedagogo clínico utiliza três pranchas contendo desenhos de animais em situações humanas para compreender, basicamente, três aspectos que favorecem a identificação da modalidade de aprendizagem: Na primeira, a relação ensinante aprendente (prancha 1), na segunda prancha, a circulação do conhecimento, em seguida na prancha 3,como é dado o aprendizado das acordos e normas.

 

Oferece-se ao paciente para que o mesmo as conheça, expondo uma por uma, e o convida a contar uma história, oralmente, que tenha co-relação com a prancha que foi apresentada ao aprendente e que o mesmo nomeie a história que está contando.

 

É de suma importância que a ordem das pranchas não seja alterada , ficando-se desta forma exposta :da galinha, dos macacos e por fim , dos cachorros, devido ajudarem a fazer com que emerge,  neste método,um aprofundamento das questões inconscientes que surgirão  nos relatos , e “a trama “da historia ordenada ,enquadre-se em três categorias que são :a primeira Descritiva, texto que não tem um enredo, que tem um alcance de somente está representado na prancha , ou seja não há uma deslocação do que vê .Diante desta percepção pode-se dizer que revela consequentemente , um paciente que  sente dificuldade em manter  vínculos , dificuldades de interação com o objeto do conhecimento , promovendo-se deste modo , uma modalidade hipoassimilativa.Pode ser aquele paciente muito bitolado ao aqui e agora , com déficit lúdico criativo , que se prende muito a modelos estabelecidos , que fala pouco , excluindo-se em quase todas as circunstancias da vida .

 

A segunda divisão, de nome Descontextualizado, sendo o texto narrado que apresenta um enredo, porém conservado muito pouco ou quase nada, das ocorrências   proporcionadas nas pranchas .Pode ocorrer um paciente com problemas em conviver com os fatos reais , dentro dos limites que apresenta uma modalidade hipoacomodativa/hiperassimilativa e do meio , percebe-se que os esquemas de ação vão sendo construídos através da  assimilação /acomodação aparecendo então o que chama-se de esquemas lúdico /imitativos.Sabe-se que a aprendizagem requer assimilação, ou seja , a transformação do objeto a ser agrupado, no entanto , acomodação,transformação do próprio organismo que agrupa o conhecimento.

 

Verifica-se que a aprendizagem, é dependente da função objetivante da inteligência e da função subjetivante do desejo, isto é, do raciocínio lógico e do simbólico. Para o sujeito detenha o conhecimento. Necessita, como já foi dito, tomar consciência da falta, liberar sua agressividade sadia, sua curiosidade e agir. Essa ação só será bem sucedida se partir de uma estrutura lógica construída dentro dos limites do já conhecido por esse sujeito. Estabelecendo parâmetros são formulados através de operações que permitem estabelecer e organizar informações a partir de semelhanças e diferenças entre os dados comparados. Objetivamente a criança inicialmente só consegue perceber semelhanças e num segundo momento lida também com as diferenças. Simbolicamente o reconhecimento de diferenças implica numa estrutura emocional capaz de lidar com a perda, mais ainda, com a angústia decorrente da perda. Quanto mais madura em fortalecida a estrutura emocional, maior a habilidade cognitiva para classificar, seriar, ordenar, etc.

 

Deve-se está atento o profissional da Psicopedagogia Clínica, não pode deixar passar que o pensamento inteligente é igual a uma teia cuja trama é formada pelo entrelaçamento do objetivo e do subjetivo. Sendo assim, na aplicabilidade dos testes, se busca na objetividade dos dados fornecidos o enredo subjetivo que fica submerso nas redes ali diligentes. Por vezes, há uma dificuldade na ação terapêutica em proferir o objetivo e o subjetivo, a cognição e o simbólico comprovam a obrigação de, novamente ressaltar a questão de estabelecer um diagnóstico.

 

Existe também o Teste Cognitivo trata-se de um teste que oportuniza ao psicopedagogo, traçar, um mapa cognitivo a fim de colocar o sujeito da aprendizagem, dentro dos aspectos que são comuns aos seres humanos, partindo-se de formatos que são cotidianos as pessoas, isto é denominam o sujeito epistêmico, na sua generalidade, abordando as questões de raciocínio lógico matemático, portanto são testes quantitativos, que tem junção com a inteligência e obviamente, as habilidades mentais, que são prioridades a fim de se perceber o sujeito quanto às classificações, ordenações organização de mundo e a realidade presente, sendo assim, uma função objetivante. Sabe-se que o sistema cognitivo é composto de estruturas e esquemas de ação, e os mesmos são unidades de comportamento capazes de repetição mais ou menos duráveis e de aplicabilidade a situação e objetos diversos.

 

Considera-se dois esquemas do instinto e esquemas de ação, os primeiros nascem como o individuo e permitem a construção do segundo através da diferenciação progressiva, quando o sujeito se afirma como principal agente do meio. Os esquemas de ação vão sendo construídos através da assimilação-acomodação, aparecendo, todavia, os primeiros esquemas lúdico-imitativos, dês que se sabe aprender, requer assimilação, portanto, a transformação do objeto a ser incorporado, e acomodação, transformação do próprio organismo que incorpora o objeto de conhecimento.

 

Percebe-se com isto, que aprender demanda, porém da função do objetivante, da inteligência, da função subjetivante do desejo, assim sendo, do pensamento lógico e simbólico. Observando-se eu para que o sujeito da aprendizagem tome posse de seu conhecimento, necessário se faz que ele se achegue do conhecimento, atue sobre o mesmo e que se deixe “ser modificado por este conhecer”, é de suma importância o sujeito, se conscientizar da falta do conhecimento, e possibilitar sua agressividade sadia, sua curiosidade e passar a agir. Porém o êxito desta ação depende se houver uma estrutura lógica, inserida no limite do próprio sujeito e já conhecido por ele.

 

É importante que neste conhecimento acima mencionado, estabelecerem-se parâmetros, por meio de operações que oportunizem colocar e organizar informações, iniciando-se a partir de semelhanças e diferenças dentre os dados comparados. Com certeza, o sujeito da aprendizagem só consegue perceber semelhanças e num segundo momento. De forma prática, inicialmente, o sujeito só alcança semelhanças e em instantes, trabalha também com as diferenças. Simbolicamente, o reconhecimento de diferenças implica numa estrutura emocional que tem capacidade de conviver com a perda, e mais ainda, com a angústia que decorre dessa perda, deste modo, percebe-se que quanto mais amadurecida e forte, a construção emocional, maior será capacidade cognitiva para qualificar, coordenar, seriar e ordenar.

 

Quanto à Exploração da Escrita ou Realismo Nominal, um teste possui como finalidade a verificação do nível conceptual da escrita do paciente: se ele está alfabetizado, ou não e como está sendo o seu processo de aquisição da escrita, a partir dos níveis coligados por Emília Ferreiro, que  faz uma investigação do desenho com a escrita, tentando apreender a relação que a criança faz com ambos e as finalidades destes sendo exatamente observar psicopedagogicamente onde está inserida a criança, em seu Estágio de Desenvolvimento Piagetiano; e na Teoria da Psicogênese, de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, ambas pesquisadoras da Universidade de Buenos Aires. A percepção dessas autoras quanto às falhas do método, promovendo uma mudança em sua finalidade educativa, muito está contribuindo para que a criança supere essas dificuldades antes despercebidas, por acreditar-se que se aplicariam os métodos sem questionar se atenderiam a realidade na qual se insere o sujeito/aprendente. Por conseguinte, focaliza a interpretação como ponto primordial na obtenção de resultados e este início, partindo - se de palavras menores, para depois chegar-se à totalidade delas, quer dizer, globalizá-las.

 

Estudiosas do assunto, Emília Ferreiro e Ana Teberosky, partiram do pressuposto de a leitura é algo que precisa advir de um trabalho ortográfico, e concluíram que a escrita é uma transcrição gráfica da linguagem, investindo nos métodos analíticos, que partem da fala onde se buscam soluções para o problema da linguagem e escrita. Ler, assim, é um processo global: deve-se chegar primeiro na palavra, para depois a dividir em partes, isto é: sílabas. Elas valorizaram a capacidade cognoscitiva das crianças e, com isto, inovaram em seus estudos, em  nível Pré-silábico, nível Silábico, nível Silábico-Alfabético, nível Alfabético.

 

Quanto ao método, será dada ao paciente uma folha pautada e o terapeuta ditará as seguintes palavras, após certificar-se que o paciente conhece os animais elencados, como Elefante, Rã, Formiga, Cachorro Tigre ,após as palavras, ditará a seguinte frase: O elefante pisou na formiga.Assim sendo,  a análise da produção proporcionada deverá levar em conta, conforme já dissemos os níveis de evolução da escrita descrita por Emília Ferreiro, e que passamos a caracterizar seguir, de forma sintética.

 

A escrita Pré-silabica, é outra forma de desenhar; a escrita representa o objeto e, portanto, guarda suas características. Neste nível o sujeito acredita que a escrita é outra forma de desenhar as coisas ou escrever é produzir um traçado que diferencia do desenho por possuir alguns traços típicos da escrita, desta forma, a escrita do nome próprio é impossível ou se realiza segundo características das outras escritas, com um número indefinido ou variável de grafismos.

 

As diferenças de significados não são modeladas objetivamente na produção gráfica por se encontrarem escritas iguais para palavras diferentes; tentativa de correspondência entre o tamanho do objeto e a escrita. A escrita representa os objetos e a criança imagina que ela é um dos atributos do objeto: coisa grande tem escrita grande, coisa pequena tem escrita pequena.  Todas as escritas se assemelham, mas as crianças as consideram diferentes. A leitura é sempre global: correspondência de todo sonoro com o todo gráfico, sem buscar correspondência, entre as partes; não há orientação espacial dos caracteres. As representações são alheias a qualquer busca de correspondência entre a pauta sonora de uma emissão e a escrita; cada letra ou símbolo gráfico vale pelo todo.

 

Em relação às Características da Escrita Silábica, a hipótese central: A escrita representa a fala. Assim sendo, o sujeito cogita suas hipóteses tendo como embasamento dois eixos, o quantitativo e o qualitativo. O eixo quantitativo coloca a necessidade de quantidade mínima de grafias, geralmente três, para que se possa ler.

 

Adotando-se por base o eixo qualitativo, verifica a necessidade de uma variedade de caracteres para que uma série de letras sirva para ler. Descobre os antecessores da análise combinatória, ou seja, mesmo utilizando-se das poucas grafias que conhece, pode fazê-las variar na ordem linear e manter a quantidade constante. Para ler coisas diferentes, isto é, atribuir significados diferentes, deve haver uma diferença objetiva nas escritas. Surgem formas estáveis fixas de escrita.

 

Ao resolver problemas que a escrita lhes apresenta, as crianças enfrentam problemas gerais de classificação, seriação e ordenação.  O nome próprio geralmente é o ponto de partida, para o uso de letra escrita. A criança descobre a possibilidade de uma correspondência termo a termo entre cada emissão sonora e uma parte do seu nome completo.

 

A correlação se estabelece entre as partes-palavras, do nome próprio e as letras, mas não entre partes- sílabas do nome próprio e as letras. Instrumental para Diagnóstico Psicopedagógico. A criança estabelece uma livre correspondência entre os aspectos sonoros e gráficos em sua escrita. Os valores não são fonéticos, mas silábicos.Ao atribuir a cada grafia o valor de uma sílaba, a criança antecipa a quantidade de grafias e coloca tantas letras quantas forem às sílabas das palavras.

 

As escritas são construídas a partir de análise silábica da palavra, mas em alguns casos pode apresentar mais grafias do que as exigidas, como no caso dos monossílabos e dissílabos. Quando a criança começa a trabalhar com hipóteses silábicas, a exigência de variedade volta a aparecer como um conflito cognitivo entre quantidade mínima de caracteres e a hipótese silábica por ocasião da escrita de palavras dissílabas e monossílabas.

    

Estas desordens levam a criança a largar progressivamente a proposição silábica por ocasião da escrita, em direção a uma análise fonética mais exaustiva da palavra. A leitura deixa de ser global, sem correspondência entre as partes sonoras e gráficas, passando a buscar compreender essa questão. Pois cada letra vale como parte de um todo, a sílaba, e não tem valor em si mesmo.

 

Em se tratando da Escrita Silábico-Alfabética, há a hipótese central: O sujeito já apreende que para cada envio sonoro pode haver mais de uma letra e busca, portanto, corresponder um valor sonoro a cada uma das letras que compõem a escrita. Na leitura tenta passar da correspondência termo a termo, isto é, letra, sílaba para a correspondência fonema e grafema.

 

A modificação qualitativa em afinidade ao nível precedente é explicada pela: superação da correspondência global entre escrita e a expressão oral que passa a ser recortada (sílabas orais) para expressar-se em partes do texto (cada letra). As formas fixas aprendidas do meio provocam novos conflitos quando a criança propõe a leitura destas em forma de hipótese silábica. O mesmo acontece com relação à leitura do nome (forma fixa recebida do meio). Estes conflitos ajudam a criança a "ir mais além da sílaba" para encontrar uma correspondência satisfatória.

 

Tais Características da Escrita Alfabética, hipótese Central: cada fonema corresponde a um grafema e as letras combinam-se entre si para formar sílabas e palavras. A escrita alfabética já implica o conhecimento do valor sonoro convencional das letras. Envolve que os caracteres da escrita correspondem a valores menores que as sílabas (antecipação quantitativa) e organiza sistematicamente uma análise dos fonemas das palavras que vai escrever. Forma o final do processo, pois o sujeito já compreendeu o modo de construção do sistema alfabético. A partir deste momento não terá problemas de escrita no sentido conceituai, mas se defrontará ainda com duas dificuldades, a ortografia da palavra, a segmentação das palavras quando escrevem orações.  A leitura já é realizada alfabeticamente. Neste nível a escrita e a leitura do nome próprio operam sobre os princípios alfabéticos, aparecendo, no entanto, problemas ortográficos. A leitura de partes do nome não oferece e já nenhuma dificuldade.

 

Jean Piaget considera três fatores de Desenvolvimento Orgânico, a programação por causa do genoma, isto é, o inato específico; as influências do meio a fatores de equilibração e auto-regulação. Porém, este último aspecto é ao mesmo fator e consequências, pois todo desenvolvimento é organização e reciprocidade. Tal consequência percebe-se ao enfrentar o comportamento do latente; latente, devemos levar em conta que se este herda tão somente a possibilidade de um funcionamento, o qual Piaget chamou de Modalidades de Aprendizagem, que se compreendem como a modalidade saudável, que permite que se alternem de forma variável entre assimilação e acomodação, e que, por vezes, impede a aprendizagem.

 

Uma criança reconhece uma letra, quando pode dar uma resposta específica sobre ela, notando-se ser esta a maneira pela qual se adquire o conhecimento e chega-se ao nível final de escrita, passando-se pelas Modalidades de Aprendizagem as quais se baseiam  na concepção sobre a natureza do objeto, ao adquirir o código alfabético, que tem em seu percurso uma trajetória de abertura; o mestre que busca alcançar e ajudar o sujeito/ aprendente neste contexto estuda os métodos sintéticos e analíticos, como foco para entender estes temas que embaraçam o instruir-se. 

 

A Assimilação é confrontada a um alimento árduo que, ao ser digerido, irá se modificar em amorfo e flexível, perdendo sua identidade e convertendo-se em objeto da estrutura do organismo.  Observa-se, então, a modalidade de acomodação, fazendo-se uma variação do artefato conhecido, adaptando-o; já na Acomodação, o sujeito transita em diferentes movimentos identificatórios, que se fundam em ambientes seguros, havendo, por vezes segredos ou desmentidas, que desinvestem libidamente todo objeto a distinguir.

 

A Hipoassimilição é permeada por esquemas empobrecidos, dificultando-se assim a organização dos mesmos e  resultando em um déficit lúdico e na disfunção do papel antecipatório da reflexão criadora, porém na Hiperassimilação, contrária a anterior, pode ocorrer uma internalização antecipada dos esquemas; com um predomínio lúdico que, em vez de permitir a antecipação de transformações possíveis, desrealiza negativamente o pensamento da criança, com predomínio da subjetivação, desrealização do pensamento, dificuldade de ressignificar.        

 

A Hipoacomodação é bem visível, quando não há respeito pelo tempo da criança , nem sua necessidade de repetir muitas vezes a mesma experiência, pobreza de contato com o objeto dificuldades de internalização de imagens, sofreu falta de estimulação ou abandono. Percebe-se, por fim, que na Hiperacomodação houve uma estimulação da imitação. A criança pode cumprir as consignas atuais, mas não dispõe com facilidade de suas expectativas nem de suas experiências prévias, havendo pobreza de contato com a subjetividade, superestimulação da imitação, falta de iniciativa, obediência e crítica as normas e submissão.

 

Compreendem-se os Conceitos de Inteligência, teorizados por Jean Piaget, como a Heditariedade; que é as estruturas biológicas, sensoriais e neurológicas, sendo de suma importância observar que não herdamos a inteligência, mas um organismo que vai amadurecer em contato com o meio ambiente.

 

Segundo o conceito de Adaptação, a criança é influenciada pelo ambiente físico e social; nesse sentido, explica-se a valorização intelectual e criativa do teórico. Esquema é uma disposição comportamental específica, nesta evolução, constituindo-se como a essência do crescimento mental, são os esquemas inicias primitivos e sensórios-motores. Já o Equilíbrio concentra-se na noção de organização mental do sujeito, ou seja, equilíbrio das forças cognitivas, com a conquista das operações formais, um maneira de organizar seus conhecimentos.

 

Por tais abordagens quanto ao desenvolvimento sociocognitivo piagetiano, evidencia-se o crescimento orgânico, a maturidade neurológica e fisiológica geral, seja então um determinante que fundamenta uma maturidade psicológica, não ofertada a criança, mas sim se partindo do pressuposto, de que a mesma tenha esta busca, em um prol do seu próprio desenvolvimento. Cada fase de desenvolvimento transcorrerá de acordo com as suas características, modificando, de acordo com uma melhor organização, suas estruturas mentais, que se encontram inseridas em suas faixas etárias e o funcionamento irão diferenciar essas estruturas e isto, por certo, reflete-se no âmbito educacional.

 

 

 

 

 

3.3 - OS DISTÚRBIOS E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM SOB O FOCO DA PSICOPEDAGOGIA

 

 

Começa-se pela pergunta: Dificuldade de Aprendizagem ou Patologia?Hoje está sendo interrogada sociedade, principalmente no âmbito educacional, há uma crença de que o fracasso escolar tem uma co-relação com a patologia da aprendizagem, e penetram em uma área chamada de distúrbio de aprendizagem é focada por as questões orgânicas. Na década de 1970, quando houve um número acentuado de frustração escolar , quando estatisticamente, percebeu-se que a maioria não aprendia , foram levados para o serviço de saúde, notando-se ter causas orgânicas, sendo, portanto mínimas, em relação ao fracasso bastante acentuado a nível nacional.

 

Dar-se com estes problemas, dois focos não vistos antes: tranquiliza-se os envolvidos, por nomear-se um acontecimento e ao mesmo tempo desobrigam de responsabilidade aqueles que a tinham em demasia, os educadores. Essas intervenções, por conseguinte deveriam não rotular patologia e dificuldade, como previamente, também já tivessem sido posta “a sentença “ao aprendente que não aprende, imprescindível se faz que a educação e a sociedade como um todo, encontre alternativas que façam a aprendizagem. 

 

Compreendem-se os distúrbios e as dificuldades de aprendizagem, ser o tema eficaz de onde está arraigado todo o trabalho do Psicopedagogo. Inúmeras são estas dificuldades e carecem de um diagnóstico por vezes, minucioso e participativo com os demais profissionais que o podem ajudar a minimizar este problema, com uma visão, consequentemente mais ampla de que causas elas podem advir. 

 

Nossos pensamentos situam-se entre as objetividades e as subjetividades, onde é construído e permeado nosso saber, em seu livro, Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem, para Sara Pain, no que se refere às objetividades e subjetividades, ela especifica que é fundamental que haja separação neste processo, de objetividade e subjetividade, apesar de ambos serem trabalhados respectivamente, mas de modo que não se confundam e se misturem esses saberes, para que ocorra o estado                                                                                                                                                                                                     denomina de estado de confusão e de aprendizagem não aconteça, aparecendo, portanto a dificuldade de aprendizagem nos diz:

É preciso considerar a aprendizagem a partir da articulação entre duas linguagens: a dramática como manifestação do inconsciente e a linguagem lógica como manifestação da relação com o conhecimento através das estruturas cognitivas. (PAIN, 1985)

 

 

Apreender-se , quando o objeto do nosso conhecimento , nos é apresentado e em uma dialética, ingressamos em harmonia com o que nos é visto, mas para que esta aprendizagem de fato aconteça necessária se faz que estejamos motivados por esta vontade de conhecer, ávidos pelo desejo do novo. Assimilar informações, construir e apossar-se deste conhecimento em um dialogismo de construções intermináveis.

 

Negar-se a integrar-se aos saberes objetivos e subjetivos que norteiam o aprender, ocorrem às dificuldades, como: Disfasia incorpora um grande número de dificuldades que vão dos atrasos simples de linguagem aos distúrbios mais graves que levam a ausência total de linguagem.

 

Não existe déficit sensorial ou dano motor, assim sendo, não é corriqueiro encontrar sinais associados.  No que se apreende por dificuldade de leitura na idade habitual de se ler, nomeia-se de Dislexia – disortografia, não sendo um sintoma de debilidade ou deficiência sensorial, a este tipo, está em pauta às dificuldades ortográficas, no que é percebido aos sete anos de idade.

 

Relata-se que suas causas podem ser de ordem física, neurológica X genética, para a linguistíca, não é uma doença, mas um defeito na aprendizagem, não é problema de visão, mas ao tratar uma criança com falhas em sua percepção visual, o treino deve está voltado para a estimulação desta percepção, sabendo-se ser a mesma como posição no espaço, figura e fundo, memória visual e, então o conhecimento da língua. Por conseguinte, só será realmente dislexia quando existir um déficit no desenvolvimento em reconhecer e compreender os textos escritos e acadêmicos ou da vida cotidiana.

 

Evidenciam-se os fundamentais sintomas da Dislexia, como: dificuldade na associação dos sons as letras, fala e escrita, princípio do alfabeto, confusão de grafemas em que a correspondência fonética é próxima (a-ã, s - ch, u-o) ou cuja forma é próxima (b-d, p-q), não havendo ocorrência de inversões (or-ro, cri-cir, ovóv para vovó), e também de omissões (bar-ba, prato-pato), existindo episódios de adições ou mudanças, há também confusão na distinção entre direita e esquerda, no nível da frase, há dificuldades em assimilar suas pausas e seu ritmo, e quando a leitura consegue ser realizada, a totalidade da informação não costuma ser apreendidos, amontoamento e constância dos erros de soletração ao ler e de ortografia ao escrever.

 

Adentrando-se nas dificuldades quanto aos casos de Disortografia, é importante frisar que ela se dá , quando existe dificuldade de aprendizagem e do desenvolvimento de habilidade da linguagem escrita expressiva, incidindo ou não integrada à dificuldade de leitura (dislexia), sendo sintomas presentes, a troca de grafemas que são advindos de discriminação auditiva. Pode acontecer a troca de fonemas na fala e a apresentação destas trocas na escrita, falta de vontade de escrever, dificuldade em apreender as sinalizações gráficas (parágrafos, travessão, pontuação e acentuação), elaboração de textos sucintos e aglutinação ou separação indevida das palavras.

 

O tratamento deve ser criterioso, antes de conduzir a terapia, é importante ver, a reeducação, a criança precisa aceitar sua dificuldade, fazendo da mesma uma motivação para que abarque um desenvolvimento das habilidades satisfatoriamente, sendo relevante o papel do psicopedagogo neste artifício, o papel do educador é mais importante que o da própria criança. A utilização dos métodos fundamentados na escrita que empregar séries (palavras que se encadeiam por suas formas ou sentidos) e nos quais a criança se auto- corrige, precisando de acompanhamento fonoaudiólogo, e este tempo tem a durabilidade de 6 a 24 meses, sendo relativa a cada criança que pode ocorrer de algumas não avançarem no aprendizado.

 

Pode-se ser superadas pequenas dificuldades em uma classe que não seja sobrecarregada, tanto de alunos, como de tarefas, é preferível que o educador perceba isto e tente gerir a aula em uma cadência que atenda as necessidades individuais, e o psicopedagogo atento às essas falhas, trabalhe conjuntamente com o professor e demais profissionais implantados a neste tratamento, caso haja.

 

Percebe-se que a Discalculia, é um conflito neurológico específico, afetando a habilidade de uma pessoa abarcar e manipular os números, havendo a dificuldade de lidar com a matemática, tempo medidas e afins. Entende-se que o problema não encontrar-se especificamente na matemática, mas na configuração como está sendo ensinado, o método pode ser austero e isto intimidá-la, há vestígios de impedimentos congênitos ou hereditários. 

 

Seu pretexto também pode está em um déficit de atenção visual, numa conjuntura neurológica, tendo um motivo em um baixo QI, outra probabilidade é a memória em curto prazo, apontando sua excitação ou redução e uma combinação de vários fatores. E os sintomas são múltiplos, como dificuldade corriqueira com números, confundindo os sinais:+, -, ÷, e x, incompetência de dizer quais dos dois números é maior, dificuldade com tempo conceitual e julgar a passagem do tempo, com tarefas diárias como verificar a modificação e ler relógios analógicos, inabilidade de compreender o planejamento financeiro ou adicionar no orçamento, dificuldade mental em avaliar a medida de uma distancia.

 

Sendo complicado apreender e recordar conceitos matemáticos, como regras, fórmulas e sequências e dificuldades em manter a contagem durante jogos, podendo gerar uma fobia a matemática.

 

Principia-se o tratamento com um neuropsicólogo, onde se notará as percepções de formas preservadas de funcionamento, utilizando-se como ponto para uma metodologia coerente, um estudo de caso para o planejamento de exercícios específicos, para uma demanda específica, onde o profissional trabalhará a auto-estima, sendo primordial a adesão de pais e professores.

 

A Dislalia, outro distúrbio de aprendizagem, afeta a fala, assinalado pela dificuldade em pronunciar as palavras, no que incide em má pronúncia das palavras, seus sintomas são, eliminação de fonemas ou sílabas, troca de fonemas e sílabas, distorção de fonemas ou sílabas e suas razões podem ser as perturbações orgânicas, má constituição dos órgãos da fonação (fala, e existindo-se também a Dislalia Funcional, é aquela de hereditariedade, reprodução ou alterações emocionais. Suas características são a palavra fluida, mas inteligível, e o ampliação na linguagem pode está associado à normalidade ou ao leve retardo, dificuldade na linguagem oral, onde pode existir influência na linguagem escrita.

 

E o que fazer?O Psicopedagogo deve orientar os pais ou responsáveis por ver as qualidades físicas dos órgãos imprescindíveis à emissão de palavras, condições quantitativas e qualitativas da audição do aprendente.

Observou-se ao longo de diversos estudos sobre o TDAH, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, que verdadeiramente trata-se se uma dificuldade de aprendizagem que solicita adotar medicamentos, por ser analisada uma doença ou um transtorno neurobiológico, primeiramente ligado a uma lesão cerebral mínima, é uma doença reconhecida pela OMS - lei de proteção e assistência aos portadores e seus familiares.

 

Atualmente, existem especialistas que defendem o uso de medicamentos e outros que, por considerarem o déficit como um transtorno social, assegura que o indivíduo deve aprender a suportar com eles sem uso de medicamentos , na década de 60 , a síndrome de conduta, perspectiva funcional, em 80 era vista como uma adição do elemento cognitivo. 

 

Os sintomas estão em sua maioria, relacionados com a desatenção, não atenta para os pormenores ou fica ligado demais, dificuldade para concentrar-se não presta atenção no que estão lhe dizendo, dificuldades em acompanhar regras e instruções, desviando-se para outras atividades, não finalizam o que começa, é desorganizado, evita atividades que estabelecem um esforço mental contínuo, perde coisas importantes, se dispersa com facilidade, abandonando suas coisas para ver as coisas dos outros, esquece compromissos e tarefas e as tarefas complexas se tornam entediantes e ficam esquecidas e dificuldade em fazer plenamente de curto ou longo prazo. 

 

Inclui-se nestes sintomas a hiperatividade e impulsividades percebem-se o hiperativo por suas atividades o que determinam alguns sintomas como, ficar remexendo as mãos ou os pés, os dois ao mesmo tempo , quando sentados , não ficar sentado por muito tempo, pular, correr excessivamente em situações inadequadas, sensação interna de inquietude, barulhento em atividades lúdicas, muito agitadas, fala em demasia, responde as perguntas antes de concluídas, dificuldade de esperar a sua vez, intrometer-se em conversas ou jogos dos outros. 

 

O Diagnóstico é feito mediante 6 sintomas apresentados pelo cliente e pelo menos 2 ambientes diferentes , tendo o cuidado de observar o diagnóstico errôneo de escolas quanto se realmente o aquele aluno tem este transtorno.  Seus motivos podem ser hereditariedade, problemas na gravidez ou parto, problemas familiares como funcionamento familiar caótico, alto grau de desarmonia conjugal ou baixa instrução.

O resultado do diagnóstico é moderado por inúmeros focos, como ter conhecimento que só existe transtorno quando há prejuízo, que ele é um caso clínico, são confirmações feitas já no âmbito da psicologia e da psiquiatria e profissionais de áreas afins, é necessário o uso de medicamentos para controle dos sintomas, nem sempre são satisfatórios, existem os efeitos colaterais. O diagnóstico é mais fácil , quando a criança entra na escola aos 5 anos , e também é importante observar as quedas e os quedas e são cometidas  com muita frequência  é caracteristicamente um transtorno da infância.

 

Utiliza-se de estimulantes como metilfenidato /dopamina alvo de críticas dos pediatras existindo uma associação equivoca ao uso de estimulantes e dependentes  químicos , frisando-se  que o uso dos medicamentos  por si só , não é suficiente os ambientes escolares da sala de aula deve adaptar-se a situação do aluno , assim como a sua casa deve passar por modificações quanto a acomodação dos objetos .Havendo-se também intervenção psicológica,  psiquiátrica e  psicopedagógica.

                                                                                                                                                                                                                                            

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


3.4- UTILIZAÇÕES DOS MATERIAIS ARTÍSTICOS EM PSICOPEDAGOGIA: ENTENDENDO AS CRIAÇÕES DO INCONSCIENTE

 

 

 

Pincéis, cores, papéis, telas, argila, cola, figuras, desenhos, recortes, que têm como finalidade, a mais pura expressão do verdadeiro self, não se preocupando com a estética, e sim com o conteúdo pessoal implícito em cada criação e explícito como resultado final. Técnicas utilizadas não para profissionalização ou comercialização, mas somente manuseio dos mesmos. 

 

A adaptação através das linguagens plásticas, poéticas ou musicais dos diversos materiais o que antes era apenas vislumbrado, ou seja, ter compreensão necessária para entender psicopedagogicamente, a complexidade que está subentendida nas diversas manifestações artísticas do aprendente. Perceber este mundo psíquico do sujeito aprendente em suas subjetividades e individualidades, como seus mais ardentes sonhos, fantasias, desejos e visões. Propondo em uma abordagem psicopedagógica, a ordenação lógica através do tratamento psicopedagógico, dos fatos mostrados inconscientemente em seus desenhos e pinturas. 

 

Segundo o pensamento junguiano, devem-se observar os sonhos, pois são criações inconscientes que o consciente muitas vezes consegue captar, e que pode servir de norte para um bom resultado psicopedagógico, buscando através da arte esta significação, pois para ele, a arte tem finalidade criativa, e a energia psíquica, consegue transformar em imagens e através dos símbolos colocarem seus conteúdos mais internos e profundos.

 

Os procedimentos psicopedagógicos serão realizados em: consultórios, domicílio e ou em instituição (ensino/empresarial/hospitalar). Individual ou em grupo. Esses procedimentos serão feitos com ajuda da anamnese, em busca de checar junto ao sujeito e a família, as causas de determinada dificuldade de aprendizagem. Cabe ao psicopedagogo investigar estas dificuldades e como tratá-las. Observa-se que, um primoroso cuidado com os detalhes do material para um bom desempenho do diagnóstico com o desenho infantil e pintura, em Psicopedagogia, é de suma importância. Por entender-se que cada sujeito aprendente, em questão, tem suas individualidades, que mobilizam emoções e sentimentos de maneiras diversificadas.

É necessário, portanto a atenção aos materiais, pois podem penetrar de maneira mais rápida nos conflitos internos e inconscientes do indivíduo.

 

Á medida que o Psicopedagogo for trabalhando através do desenho e da pintura com seus aprendentes irá percebendo os efeitos por entender que em uma pintura, quando flui , fluem ali, emoções e sentimentos. Abaixo se faz uma pontuação do que seja esta contribuição psicopedagógica, calcada na arte.O desenho começa a acontecer como um jogo de exercícios é uma forma pela qual se representa alguma coisa;Inicia-se pelo prazer da repetição do gesto, sem contanto haver preocupação em dar-lhe algum nome.Depois o desenho passa a ter uma nova dimensão passando a representar um objeto, onde o desenho feito pela criança mostra que ela quis dizes algo;O período escolar para uma criança é capaz de   proporcionar diversas chances de desenvolver, ampliar e modificar o repertório gráfico do aprendente, quanto de abafá-lo e/ou prejudicá-lo e a contribuição do outro precisa ser examinada e valorizada, não porque seja basicamente bom (em oposição às formulações maturacionistas), contudo, visto que informa decididamente do funcionamento do sujeito aprendente.

 

A esfera afetiva emocional está mais abrangente, pois as pinceladas lembram o fluxo respiratório, a vida. As tintas mais utilizadas são; aquarela, guache, anilina, óleo, acrílica e nanquim. A tinta guache requer maior domínio de movimentos, libera emoções, e incentiva a criatividade A aquarela, devido a sua leveza, e o uso obrigatório da água, mobiliza ainda mais o lado afetivo. Sugeridas para indivíduos muito racionais e com dificuldade afetiva. Contra-indicada para deprimidos.

 

             Devido à dificuldade de fazer figuras por ser muito aguda, a anilina é ótima para pessoas que tem medo de perder o domínio das coisas. Já a tinta á óleo, é mais apropriada para pessoas com depressão, pois possibilita maior equilíbrio da situação, o  nanquim, quando puro é de fácil controle, porém requer agilidade e sensibilidade Ao ser usado com água é mais fluído, exigindo muito mais habilidade e concentração. Nota-se que quanto mais expressão, maior será o autoconhecimento e autoconfiança, a pintura, como o desenho, pode ser livre, de cópia ou dirigida. Com a pintura, trabalha-se também, a estruturação e a área afetiva emocional, chegando-se ao equilíbrio das emoções, e quanto mais diluída estiver à tinta, mais aflorado é o resultado emocional. Pode-se utilizar a sucata também na pintura com tintas plásticas, estimula as percepções, a atenção, a construção, a transformação, o concreto e as mudanças. É um material transformador do que antes era lixo. “Dever ser”.

 

Elaborando-se a comunicação entre as possibilidades e limites próprios da ciência e a expressiva liberdade de criação da arte; fazendo-se ligações entre anseios gerados pelo mundo atual com o mais remoto passado, em prol de um desenvolvimento e superação de dificuldades de aprendizagem, desenvolvendo o potencial humano, por meio de situações que favoreçam a leitura do mundo, de maneira mais ampla, rica, criativa e profundo.

 

Uma obra de arte consegue por si só, transmitir sentimentos como alegria, desespero, angústia e felicidades, de maneira única e pessoal, relacionadas ao estado espiritual, em que se encontra o autor no momento da criação. Uma pintura e desenho  com a finalidade terapêutica consegue também retratar o momento ou os momentos que perpassam aquele sujeito aprendente, utilizado hoje com ênfase ao tratamento psicopedagógico.

 

A única razão para se constituir como uma terapia diferenciada, assim sendo, três definições de Arte, possa está sempre presentes na atuação do aprendizado terapêutico. A Arte como fazer, como conhecer ou como exprimir. É muito importante que o adolescente saiba o porquê de que está em tratamento, e qual motivo fez seus pais ou responsáveis o encaminharem ao tratamento psicopedagógico.                

 

 

 

 


3.5-AVALIANDO O PERÍODO DA PRODUÇÃO GRÁFICA: O DIÁLOGO DAS CRIANÇAS EM SALA DE AULA

 

 

O estudo foi feito com uma turma de 1º ano de ensino fundamental, da rede estadual, crianças de nível econômico baixo, em um bairro de periferia na cidade de Maceió, estado de Alagoas. Foi escolhido este trabalho com crianças de idade de 6 a 9 anos e optou-se por esta faixa etária  por perceber-se o nível de realismo nominal em que se encontram   e a maioria ainda está no estágio pré-operacional, sendo evidente sua linguagem ainda muito simbólica.

 

 

 

Fig.19.III-Alunos e alunas em atividade.

Fonte:Escola Estadual.

 

    Por serem crianças que vivem em uma escola de periferia, e levarem uma vida muito conturbada , onde permeia a prostituição, drogas e furtos,  houve também um  acompanhamento psicopedagógico, além do olhar quanto ao  desenvolvimento, em relação as linguagens e as falas contidas no desenho dessas crianças.

 

Ressalta-se que as observações deste trabalho foram  realizadas entre agosto e setembro , alargando-se  por todo o ano letivo. O apontamento das situações foi feito por meio de avaliações de períodos de atividades de desenhos. As fotos  ocorreram na respectiva sala de aula dos alunos  e na   classe a pesquisadora permanecia cerca de 20 minutos. Na referente sala, eram colocadas bancas juntas, formando uma grande mesa, onde as  crianças sentavam  a cada semana.

 

A atividade gráfica foi ampliada sem um tema predeterminado, mas, em determinados momentos a professora, que também  foi  a pesquisadora, abordou temas, como "Minha Escola, "A Família", "Minha casa",”Auto-retrato”, Também foi proposto às professoras que contassem uma história e pedissem às crianças que fizessem um desenho a respeito.

 

     Fig 20.III- Auto-retrato,.Criança de 8 anos .

     Fonte: Escola Estadual.

 

 

Fig.21.III-Desenho da família, criança de 9 anos.

Fonte;Escola Estadual.

     

 

A análise foi organizada por meio dos subsequentes assuntos; a exploração dos materiais; as intervenções de pares e professora na produção gráfica pelo meio da fala e do desenho e a fala da criança durante a produção gráfica, sendo que os temas procuram delinear categorias de produção do desenho, a partir  dos materiais aproveitados durante o desenhar e das afinidades entre a criança, seus pares  e a professora. Em uma relação intensa das crianças com os materiais aplicados na atividade gráfica: elas os manipulavam para desenhar, pintar, furar o papel, riscar/contornar o próprio corpo e foi observado que em certos períodos, os materiais tornam-se artefato de rixa; em permanecem a o emprego do "jogo simbólico" e as marcas gráficas no papel obtêm anotações insuficientes desses movimentos que ocorrem durante o desenhar, na influência mútua das crianças entre si e com os materiais.

 

Tal abordagem psicopedagógica, faz as crianças serem também observadoras delas mesmas e dos demais colegas, o que serve de indicador para o processo gráfico, pois está presente o tempo todo. Nota-se que enquanto a criança desenha sua produção está sendo revelada, bem como a dos colegas; além disso, todas as crianças olham, censuram, avaliam, sugerem, auxiliam e apreendem mesmo a agir como co-autoras.  

 

O livro de abordagem psicopedagógica, Meu filho vai mal na escola , tendo como autora Sanseverino(1997) nos mostra claramente , a importância do desenho para a psicopedagogia;

 

O uso de desenho em psicopedagogia, aproveita uma forma de a criança expressar-se  espontaneamente , satisfazendo a seus desejos de atividade lúdica .Uso com mais freqüência[sic] o desenho livre , espontâneo , feito com qualquer material .Após a completa realização é que pergunto o que fez, peço esclarecimentos ou, as vezes uso a técnica do desenho- história, pedindo que invente historias sobre seus próprios desenhos.Essa técnica dupla:gráfica e verbal é muito rica.(SANSEVERINO Apud WEIS,1997,  p.103.)

 

Na exposição de acontecimento de atividade, os nomes das crianças foram inventados pelas iniciais; a professora foi nomeada como S. e a investigadora como I, e no episódio embaixo descrito, o desenho de uma criança influenciou a obra gráfica da colega,os alunos  R e  J, estão sentados um ao lado do outro

 

R - Ah, eu tô fazendo a CASA. Ô tia, eu tô fazendo a CASA.

I. Desenha outra CASA e fala:

- CASA, CASA, CASA.

 

I. - O que você está fazendo, J?

J. - Eu tô fazendo a CASA.

 

 Ao desenhar, a criança fala o que está pensando do desenho que executa e abertamente indica a sua produção, ou responde à interrogação de alguma pessoa. A criança chega a alterar seu grafismo em função de algumas palavras. Notou-se que durante as produções de desenhos elaboradas pelas crianças, a fala de uma delas provocou a produção gráfica de três colegas, que desenvolveram o tema "sugerido" pela verbalização inicial. A criança é influenciada pela outra por achar que o desenho feito pelo colega é algo que irá ser valorizado pela professora, por” está bonito”, e ela não quer” ficar de fora”  com o seu.

 

Avalia-se que dantes da verbalização de não existia nenhuma referência ao tema os movimentos como estes são corriqueiros no decorrer da atividade gráfica. No acontecimento acima, a fala do outro despertou as crianças para aquele determinado tema, mas isto também pode acontecer com o próprio desenho: a criança vê o "coelho" do colega e desenvolve o seu, que pode ser muito parecido com o modelo ou totalmente diferente, porém, algumas vezes, as crianças pedem para um colega desenhar algo que ainda não conseguem realizar:

 

 J.  Faz um coração e R. vê o desenho do colega:

- Cê faz um coração prá mim, J?

J. Acata ao pedido dela.

 

Solicitar ou consentir a desempenho pelo outra expressa que a criança distingue que há determinadas linhas que não alcança completar e o colega, sim, deste modo, a criança aprende com quem desenha uma casa, por exemplo, até que tenha a capacidade não só dispensar esta ajuda, como passar adiante o que aprendeu já internalizado.

 

Por vezes a criança R, desenha em sua própria folha, dando modelo a J. Apanha o giz que o colega utilizou, quem sabe querendo que o seu desenho fique igual.

 

Diferentemente, dos alunos a professora até fornece modelos e pistas, contudo seu auxílio distingue-se dos colegas por se tratar de uma intencionalidade pedagógica em sua ação e à focalização de conhecimentos cobrados pelo programa. A cada passo as crianças avaliam a produção dos colegas, que vão desde o grafismo em si até a adaptação de nomeações e explanações a respeito do próprio desenho, não se havendo nenhum pudor, distinguem falhas, defeitos e espaços e assim como apontam os erros dos amigos de sala. Também fazem observações, elogiando o trabalho do outro, mas dificilmente isto acontece, porque, ao assinalar lapsos no desenho alheio, a criança mostra sua visão acerca do objeto que está sendo concebido, amparando-se em suas vivências e noções sobre o mundo para questionar o desenho alheio e poder dizer, por exemplo, que verificada figura não está perfeitamente concebida.

 

 

J- Tia, tô fazendo um coelhinho (indica uma parte de seu desenho).

E. – Tá feio, pois coelhinho nem é assim que se faz!  (Ri).

         

Existem casos que acontecem disputas entre as crianças, em relação a quem elas avaliam que sabe ou desenhar, e é importante ressaltar que com intensidade, o  colega que zomba do desenho do  outro, dar respaldo ao seu desenho , mas o faz agora oralmente,no que nestes casos está apontado para a linguagem  e não para o grafismo.

 

Há, porém, casos em que as crianças, orientadas pela professora da sala, fazem uma Interpretação de uma obra de arte, por exemplo, no que o que está em pauta para o psicopedagogo, será a percepção que a mesma terá dos elementos contidos na obra de arte, este trabalho, melhora a inteligência viso-espacial da criança. A interpretação, de inicio é extremamente difícil para a criança, ’ por acreditar que o livro de arte que tem o quadro do pintor famoso”, está muito distante de suas capacidades cognitivas .Mas a medida que as primeiras crianças iniciam e concluem a interpretação da obra de arte, e ouvem os elogios da professora, elevam sua auto estima e desejam produzir também este conhecimento artístico .

 

Fig .22.III-O quarto do pintor Van Gogh.

Fonte: http://blufiles.storage.msn.com/y1pqhDy4jca2MfyTrwnxh_klhYQuUolp4EU1AnD-gcjpVUGA4DGZXnVO-HSeKwYKqo4zbuGo5fkeVE

 

 

Fig.23.III- Interpretação de uma obra de arte, do pintor Van Gogh, criança de 8 anos.

Fonte:Escola Estadual.

 

 

Pedir ajuda a determinados colegas é habitual visto que as crianças percebem quem, na classe, recebe mais elogios da professora, por desenhar de maneira figurativa. Verifica-se que, enquanto desenha, a criança fala. Escolhe um nome para sua produção quando uma pessoa pergunta o que é e também sem que haja qualquer investigação a esse respeito, se alguém pergunta à criança "O que você está desenhando?", a criança na maioria das vezes nomeia as marcas no papel, dando um  significado ao desenho no exato momento em que está se perguntando a ela .

 

No desenho sugerido pela professora HTPF, Do inglês, “House , Tree, Person and Family”, mostra uma visão subjetiva que a criança tem de si , do meio que a cerca e doq eu lhe é essencial.

            

 

Fig.24..III-Desenho HTPF, feito por uma criança de 9 anos.

Fonte:Escola Estadual.

 

R - O que você está fazendo?

J - É uma “Casona, bem grandona”, para eu morar!

 

Determinadas ocasiões mediante uma nomeação compulsiva derruba o processo de desenho e sua significação, porque a cobrança da nomeação - de maneira especial por parte do adulto - leva a criança a apelidar seus desenhos para responder, e não há nenhuma garantia de que os nomes continuem, especialmente se isto ocorrer no princípio da tarefa.

 

 J. O que você está fazendo?

R. - eu tô fazendo a casa!

J - E o que mais?

R - É... é ... É um carro (não olha para o desenho para responder).

J. – Homem no carro. J- Homem no carro. O homem tá no carro.

R- Cadê o homem no carro?

J- Tá dentro do carro.

R-E o que mais?

J -Uma árvore.

R-Quem são estas pessoas ?

J-Minha família !

 

O desenho é elaborado, e solicitado nova folha é dada a criança. Nesta outra folha, rabisca algo que denomina de Gato , depois desiste e diz parecer com cachorro.

 

Com este acontecimento mostra-se o quanto a nomeação por vezes é fugaz, modificando-se no decorrer da atividade e também a criança gosta de bater com o giz de cera no papel, para a mesma é mais importante do que as marcas que vão ficando no papel, essa necessidade de dar significação ao gesto é do adulto.

 

Em comparação à nomeação, não se comprova a participação, produtiva ou prejudicial, contraditória, finalmente, do outro. A pergunta "O que você desenhou/está desenhando?" pode ou não incidir com os momentos de nomeação que a criança faz,portanto  não havendo  esta identidade, comumente a criança é instigada a dar significação ao desenho para agradar seu interlocutor.

 

Contudo, ainda que podendo dificultar o processo gráfico, esse tipo de questionamento desvia a criança a refletir a respeito de sua produção e sobre o desenho como signo de representação. Sabe-se que não permanece apenas o falar antes, durante ou a conclusão da atividade gráfica porquanto estes andamentos não são isolados, mas constitutivos do próprio desenhar.

 

Ressalta-se que a expressão verbal organiza o pensamento que é expresso pelo desenho. Quando se fala a respeito do que se está elaborando está se pensando também. Deste modo, a linguagem verbal tem função de esquematizar a preparação do grafismo; a criança pode prever sua invenção, verbalizar o que pretende desenhar e mantê-lo ou modificá-lo antes e/ou depois de iniciar sua execução. A fala é também construtora do desenho: muitos detalhes gráficos são verbais, encadeados e unidos apenas oralmente. No caso da garatuja, onde o adulto vê somente um emaranhado de rabiscos, é quase como se houvesse dois desenhos: o que está no papel e o que a criança verbaliza.

 

E também, ao invés de apenas nomear elementos separados, as crianças descrevem pequenas histórias a partir dos desenhos, atrelando-se as figuras representadas no papel.  Deste modo, a linguagem oral, representada pelo desenho, constitui casos que extrapolam os elementos gráficos, por que diante desta narração, essencialmente verbal, impõe um caráter de texto gráfico ao conjunto de figuras produzidas; é a palavra que vai conectar esses elementos, integrando-os.

 

 

 

 

 


3.6 -A CIRCUNSTÂNCIA INDIVIDUAL: ESTUDADA PSICOPEDAGOGICAMENTE

 

 

Com os Dados Analisados, percebe-se que o sujeito /aprendente encontra-se no Estágio Operacional Concreto, de acordo com os Estágios de Desenvolvimento Piagetiano, que vai dos 7 aos 11anos; a criança já elabora esquemas conceituais e já configura inícios dos  esquemas conceituais dos  princípios de  lógica, sendo dependente dos objetos externos para concretizar seus pensamentos, formando somente pensamento abstrato dos objetos que visualiza.

 

Tal avaliação foi elabora com uma criança de 8 anos de nome C.M.A, nascido aos 12 de outubro de 2002,  que estuda o 3°ano do Ensino Fundamental, em uma Escola Municipal, filho de M.C..A. , agropecuarista, 30 anos de idade , a mãe J. M. doméstica, 23 anos, ambos alfabetizados, o que mostra a participação as tarefas de ambos os pais,  ficando-se não somente  à mercê do horário restrito de estudos com o acompanhamento da professora e de uma psicopedagoga, para motivá-lo e auxiliá-lo em suas produções de escrita, linguagem e todas as disciplinas que englobam seu estudo, já o mesmo atravessa uma fase de rebeldia por não aceitar a perda de seu lugar exclusivo de filho único que tinha até os quatro anos de idade , onde nasceu sua irmã, fato que o incomodou de forma a desobedecer aos mandatos , para chamar  atenção dos pais que não perceberam o quão estava ficando difícil de depois ele adaptar-se a realidade.

 

Quanto à escrita, está no Nível Silábico-alfabetico, portanto, não chega a ser  de um REALISMO NOMINAL, passando-se a usar uma letra para cada sílaba, onde seu nível já é bem mais adiantado do que o Pré - Silábico, que em determinado aspecto apresenta-se uma forma idêntica, por não dá um resposta mais precisa quanto as suas produções de escrita. Percebe a palavra, diz ser grande, mas ao se perguntar o porquê, acaba dizendo de MANEIRA SIMBÓLICA.

 

Nota-se que ao perguntar-se qual palavra seria maior se ARANHA ou BOI, falou ser BOI porque tinha peso, e o mesmo se deu para as palavras TREM E TELEFONE. “Quando se sugeriu uma palavra parecida com BOLA, falou GOL, e quando foi questionado para dizer o “por quê”, mais uma vez respondeu pela visualização do objeto em si .Dizendo ser a BOLA do campo.

Já para as cartelas escritas com as palavras COPO, COLO E ÁGUA, deu uma resposta totalmente fora de um caminhar em seu Estágio Piagetiano, ou seja, perto de uma concretude que se aproxima da lógica, falando ter semelhança com a palavra COLO, e justificou parecer com COPO.

 

Quanto às cartelas escritas com BOI E ARANHA, perguntou-se onde estava escrita cada uma delas, a criança respondeu corretamente, mas quanto à verbalização falou que FOI PORQUE LEU.

 

Diante das cartelas com os nomes PÉ e DEDO, mostrou primeiro o PÉ, perguntou-se por que PÉ? No que respondeu: Porque leu.

 

Por está passando neste conflito, em sentir-se um pouco “excluído “da atenção dos pais, no DESENHO LIVRE, retratou os seus relacionamentos de familiares.

 

Existe alguma característica no DESENHO LIVRE, que denuncia uma insatisfação pessoal do aprendente (tanto que começou o seu desenho e o considerou feio, rasgando para fazer, da mesma maneira, como se de repente quisesse omitir algo , mas que impreterivelmente não poderia:é o que de momento sente .

 

O DESENHO LIVRE é um dos procedimentos técnicos elaborados  em processos psicodiagnósticos  e psicopedagógicos , informando sobre vários aspectos da criança como seu desenvolvimento intelectual, sua psicomotricidade , afetividade e outras abordagens.Dependendo-se do caso a que se está acompanhando.é um instrumento diagnóstico de fácil aplicação, sabendo-se que a sua avaliação é bem mais complexa que o desenho em si.Sendo de grande relevância  para locais onde não disponibilizam de muitos recursos técnicos.

 

O dia está ensolarado, a casa pronta, mas a casa está fechada, retrata bem com este desenho, sua angustia em querer sair e está sendo proibido , janelas e portas fechadas , e o sol o convidando para “despontar” com ele !Não há ninguém em frente a sua CASA, a não serem somente os elementos da história CASA FECHADOS, portas e janelas, uma ÁRVORE, cujo tronco tem nó (o que demonstra está passando por um trauma). Visto que o mesmo está com dificuldades na escola, no relacionamento não somente com pais e irmã, mas coleguinhas e professores.

 

 

Fig.25. III - Desenho infantil/criança estudada.

Fonte: Escola Estadual.

 

 

Porém, ao personagem principal desta abordagem psicopedagógica, sobra-lhe vontade de mudar e falta “oportunidade”. Toda a culpa cabe a ele, a irmã, mais nova que o mesmo, tem as regalias e mais ainda não somente por necessitar de cuidados, já que é bem menor que ele, mas também, ’ por não está dando tanto trabalho “(fala dos pais,) e percebe-se em seu próprio DESENHO da FAMILIA, a proximidade que coloca sua irmã dos pais

 

 

Fig.26.III. -Desenho infantil/criança estudada.

Fonte: Escola Estadual

 

O aprendente se coloca logo depois do pai, estão todos separados,  braços e mãos de todos distantes. Porém não há ligação afetiva, contudo, há uma identificação fálica (por perceber-se que estão com características semelhantes, isto é pai e filho se parece, mãe e filha também. Existe certa intelectualidade da criança, aos 8 anos , ao observar-se a existência do pescoço nas figuras humanas.Portanto, inconscientemente deixou emergir este fato de faltar ouvidos,nas pessoas desenhadas.   Como um indício de não querer ver a realidade de não ser mais TODO OUVIDOS dos seus pais, já que a queixa, está em não obediência aos mandatos, desde que deixou de ser filho único, ou pode ser o indicio de uma suposta esquizofrenia ou somente o fato de  “não ouvir aos chamados dos pais “ ,já que não é mais somente “o todo ouvidos “deles?

 

O sujeito/aprendente levou 2 horas para concluir o questionário e 1 hora nos desenhos.

O acompanhamento Psicopedagógico/Arteterápico insere o sujeito/aprendente em um dialogismo, com ele mesmo e como outro, assim, passa a haver uma interação  buscando-se uma superação de aprendizagem que irá ser percebida pelo próprio aprendiz, em uma apreensão introspectiva deste saber  e através de desenhos  e questionários  avaliativos , pode-se notar , a infinidade de escolhas na linguagem plástica.

 

Para a Avaliação Psicopedagógica, o desenhar é uma produção consciente e inconsciente, simultaneamente e o aprendente o faz justamente naquilo que está incomodando-o, e é neste foco que deve calcar o acompanhamento do Psicopedagogo.

 

O que estava submerso, agora, aflora, e necessário se faz ter-se um olhar clínico para esta percepção, no que se referem as suas produções espontâneas ou propostas pelo Psicopedagogo, nos desenhos produzidos, nas pinturas, desde seus gestos e falas, antes, durante e depois, no que objetiva promoção de saúde também psicológica.

 

Tal acompanhamento psicopedagógico, abrange a família do sujeito/aprendente, seu meio sócio-cultural. O sujeito da aprendizagem irá melhorar em suas atividades e relações interpessoais, mediante as Intervenções Psicopedagógicas, à medida que em acompanhamento psicopedagógico vai interferindo nas mudanças de hábitos que irão ocorrendo.

 

Percebeu-se uma mudança, a partir de suas melhoras, antes não queria desenhar e pintar, a medida do acompanhamento psicopedagógico. Observou-se que foi se interessando pelos desenhos mais coloridos, por saber-se que seu relacionamento familiar tinha mudado, já não era mais “obrigado” há ficar o dia inteiro em sua casa, saindo somente no horário escolar, ia brincar na casa de alguns amigos. Sua irmã, estava também mais interessada em fazer novas amizades na rua , com vizinhos novos , meninas de sua idade ,portanto , que já não se importava tanto com os mimos exagerados dos pais.Foi questionada a professora,  para  saber se seu comportamento antes tímido e agressivo havia mudado , no que a mesma confirmou , mostrando agora suas atividades também acabadas, devido a chegada da irmã, o ter dispersado em sala . Ocasião de inúmeras vezes não concluir as tarefas e em casa, com as atividades, muitas vezes chegar até a fingir não saber, a fim de ganhar mais atenção dos pais.

 

 

 

Fig.27.III.Desenho infantil /criança estudada.

Fonte:Escola  Estadual.

 

   Verifica-se que neste desenho, os elementos dantes separados, estão agora unidos, ver-se também a percepção que o aprendente teve, ao colocar-se neste desenho entre seus pais, mesmo ainda sentindo uma grande importância do lugar de sua irmã, fato que o faz, ao desenhar um pouco MAIOR que sua mãe, a irmã. Desloca os personagens familiares do desenho à medida que evolui em suas compreensões.

 

Portanto, conclui-se com esta abordagem psicopedagógica, que o sujeito da aprendizagem, necessita ainda de atenção, de seus pais, no que de inicio as seções psicopedagógicas, foram aconselhados pela psicopedagoga, a “ignorar” um pouco seus caprichos de menino que “ficou no canto”, devido o nascimento da irmã, mas sem, contudo, ser liberado demais, dando, porém um limite as suas reivindicações, por entender-se que, é no limite que se amadurece.   

 

É importante embasar-se teoricamente, em prol de fazer um trabalho mais bem elaborado e unir a prática às teorias que serão postas em funcionamento. Observar-se especificamente cada um em suas produções, construídas e não construídas também, tem a mesma singularidade. Por entender-se que o que está em questão não é o que se vai criar propriamente, mas as razões da criação e da não-criação.

É preciso ter consciência das técnicas que serão aplicadas para cada determinado caso especificamente, mesmo que este fazer arterápico seja coletivo, a fim de organizar simbolicamente, procurando alternativas para ajudar o aprendente em suas dificuldades de aprendizagem. Mesmo que ele não tenha nenhum talento ao manusear tintas e pincéis, lápis e afins, porque o que está em foco são suas subjetividades e não seus dons artísticos. O desenho infantil e a pintura, inseridos nesta abordagem psicopedagógica,  propõem a cura, o desenvolvimento cognitivo, promovendo com isto sua intelectualidade, ao apreender conteúdos,  buscando domínio em suas decisões e em seus trabalhos, percebendo por si, seus limites e estendendo-se ao seu intelecto.

 

Os temas propostos nesta pesquisa foram três: Desenho Livre, Desenho da Família e um questionário, por entender-se que a criança se retrataria ao produzir estas imagens e que pelo menos seriam indícios com este trabalho de que queixa ele estava inserido e foram sugeridas mediantes as observações prévias pelos desenhos pedidos as respostas ao questionário.

 

Em um Trabalho Psicopedagógico, foram utilizados materiais como papéis para desenho, tintas guache, canetas hidrográficas, para suas produções, onde ali retratou toda suas angústias e também o que o fazia feliz.

 

 O desenho infantil e a pintura ajudam o trabalho Psicopedagógico, quando o profissional sai do campo conflitante em que se encontra e doa-se ao aprendente, em um trabalho introspectivo do “conhecer-se a si mesmo”, para que a energia seja solta e ele possa superar a desordem que bloqueia seu aprendizado.

 

Deve, portanto, o Psicopedagogo traçar um esquema e focar seu trabalho somente no ponto principal. Não querer abarcar tudo e esquecer o que interessa. Observa-se que  requer medidas mais participativas de acompanhamento psicopedagógico. É fundamental traçar um esquema e registrar todos os fatos ocorridos durante todo o acompanhamento. Que o profissional da educação não veja na criança somente um elemento a se estudar. Dê principalmente, ênfase a sua capacidade de refletir, conhecer e compreender, mesmo com sua pouca idade. Ter-se um conversa prévia com acriança e saber um pouco o que das pessoas e do mundo que a cerca, por certo o irá ajudar neste acompanhamento profissional.

 

3.6.1. Avaliação Psicopedagógica

 

 

NOME - Carlos Manoel      ___________________________________________________

 

GÊNERO (     ) F     ( x )  M      DATA—31/10/2010 _______________________________

 

IDADE__________8_________ESCOLARIDADE  _______3º Ano __________________

 

 

DATA DE NASCIMENTO:________12 DE OUTUBRO –DE 2002___________________

LOCAL DO NASCIMENTO ______ Maceió_____________________________________

 

NOME DO PAI _____ Monoel Carlos __________________________________________

 

NOME DA MÃE _______ Joana Maria_________________________________________

 

ONDE MORA?________Maceió

PROTOCOLO PARA AVALIAÇÃO DO REALISMO NOMINAL

 

NOME Carlos Manoel

 

Gênero (x  ) M         (     ) F       DATA-31/10/2010__________________________________

IDADE _______ anos _______ 8 anos ____________________ ESCOLARIDADE: 3º Ano do Ensino Fundamental____________

 

 

1-Diga uma palavra Grande ___ Língua Portuguesa_______________________________

Por Quê?---Tem duas palavras. ________________________________________________

 

 

 

2-Diga uma palavra Pequena _______ Matemática________________________________

Por Quê?______ Só tem uma palavra. __________________________________________

 

 

3-Qual a palavra maior ARANHA ou BOI?_________Boi __________________________

 

 

Por quê?-- -Porque tem mais peso _____________________________________________

 

4-Qual é a palavra maior: TREM ou TELEFONE?

 

Trem

 

Por quê?—Porque o trem carrega muita coisa. ___________________________________

 

 

5-Diga uma palavra parecida com BOLA: - Gol__________________________________

 

Por quê?—-Porque a bola é do campo. __________________________________________

 

6-Diga uma palavra parecida com CADEIRA:

Mesa

 

 

Por quê?---Porque a cadeira fica toda hora perto da mesa. _________________________

 

 

7- As palavras BALEIA e BALA são parecidas?—São. ____________________________

 

 

Por quê?- --Porque  tem o mesmo som __________________________________________

8-Diante de duas cartelas escritas MESA e CADEIRA pediram-se a criança:

 

A)-Onde está escrito CADEIRA?-Local certo ___________________________________

 

B)-Por quê?—Porque eu li, disse. ______________________________________________

 

 

9-Diante de três cartelas COPO, COLO e ÁGUA, o examinador chama a atenção da criança:

 

Esta palavra é parecida com COPO é COLO ou ÁGUA?—Colo_____________________

 

Por quê?---Porque é parecida com copo. ________________________________________

___________________________________________________________________________

(B) Outro exemplo: BODE, BOLA, CABRA –--Cabra (diferente)____________________

Por quê?---Porque não tem o mesmo som das outras palavras. ______________________

 

 

10-Diante do par de palavras BOI e ARANHA, o examinador fala:

-Nestes cartões estão escritas duas palavras boi e aranha. Onde você acha que está escrito BOI e onde está escrito ARANHA?

Acertou as duas .

 

 

 

Por quê?—Porque leu. _______________________________________________________

 

 

11-Diante do par de palavras PÉ e DEDO, o examinador fala:

-Nestes cartões estão escritas duas palavras pé e dedo. Onde você acha PÉ e onde está escrito DEDO?

Acertou.

 

 

Por quê?______Leu__________________________________________________________

 

 

RESULTADO:

 

REALISMO NOMINAL: SUPERADO ( )

 

                                   NÃO SUPERADO (x )

Observações:

    Mesmo com todo o desempenho da leitura para sua pouca idade, não está, portanto, com o Realismo Nominal Superado, devido ter ainda está também bem evidente, um conhecimento simbólico, está no estágio de desenvolvimento, Pré-operatório, de acordo com a psicologia do desenvolvimento de Jean Piaget. E na fase silábica -alfabética, de acordo com a psicogênese da língua escrita de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky.

  A queixa dos pais, é que o mesmo não quer obedecer aos mandatos dos pais , o que foi percebido pelos mesmos , após o nascimento de sua única irmã , que o deixou enciumado . Com isto tenta chamar a atenção contrariando os pedidos dos pais. Fato que o fez ficar uma criança um pouco rebelde ao ponto de começar a querer pegar objetos que não os seus, para chamar atenção .Sente-se inferior a sua irmã , quando ao desenhar sua irmão no meio de seus pais , o que mostra  o seu sentimento de “perda” de favoritismo em casa . 


 

CONCLUSÃO

 

   

Neste trabalho de abordagem psicopedagógica, voltado para as linguagens das artes visuais, mais especificamente o desenho infantil e a pintura, pretendeu-se focalizar, a atuação do profissional de psicopedagogia e a análise sobre o complexo processo de aprendizagem. Uma busca constante por um conhecimento, com bases em análises de múltiplos fatores que o aprendente, mesmo acompanhado por um ou mais professor em sala de aula, como também por sua própria família, a ajudá-lo nas suas construções de aprendizagem. 

    

É relevante que o Psicopedagogo, ao fazer o diagnóstico do seu cliente, veja o norteia a questão da dificuldade ou distúrbio, que leva o sujeito a não aprender. Faça com responsabilidade, sustentado em bases de um conhecimento prévio da atual situação da qual ele está inserido. Ter uma observação quanto às dificuldades e os distúrbios do aprendiz. Para ao se aplicar as técnicas, que ajudam o psicopedagogo (a) a minimizara as dificuldades de aprendizagens, elas tenham utilidade e de resultados benéficos a cada caso em sua especificidade.Através desta abordagem individual do que aplicar, aquém aplicar e como aplicar é que com a continuidade do acompanhamento psicopedagógico , é irá se observar  ser este o caminho.

 

Diante da ajuda psicopedagógica para minimizar os problemas de aprendizagem, seja no âmbito de dificuldade, e também quando se trata de propensos distúrbios que impedem do aprendente desenvolver suas potencialidades, mediante um foco diferenciado de educação, e do que seja realmente incluir o portador de necessidade especial na sala regular de ensino, ou simplesmente por não adptar-se a escola de forma satisfatória. Contudo, diante destes fatores mencionados, é da competência não somente de pais e educadores, mais também do psicopedagogo dar suporte ao aprendente.  Fazê-lo ser um ser mais participativo em um contexto que compreenda não somente a escola , mas todas as instituições sociais.

 

O trabalho psicopedagógico que está nesta pesquisa, enfoca o desenho e a pintura, como meios biopsicossociais, que ajudam a minimizar as dificuldades da aprendizagem em sala de aula e que refletem também em seu núcleo familiar.Ainda nas  interações sociais    do sujeito-aprendente.Tendo –se no desenho e na pintura, mais um suporte para  que auxiliem em busca desta superação.

 

O trabalho da escola na construção do conhecimento, com as novas gerações, é atividade que abrange o comprometimento do processo educativo, sendo portanto mais do que uma simples aplicação de sua metodologia.Neste sentido , a psicopedagogia e arte, têm se valorizado cada vez mais ,  ampliando os horizontes na educação de crianças, adolescentes e adultos.

 


REFERÊNCIAS

 

ALMEIDA, Rosangela de .Cartografia Escolar.São Paulo:Contexto, 2007.

 

ACIOLI, José.Módulo de  Artes e educação:Disciplina artes visuais.Maceió :FEJAL –CESMAC, 2010.

 

ALESSANDRINI, C.D. A Alquimia Criativa: In: ALESSANDRINI, C.D. BRANDÃO, CR.LIMA, E.P. Criatividades e Novas Metodologias. Série Temas Transversais, volume 4.São Paulo, Fundação Petrópolis.1998.

 

ALESSANDRINI C.D. Oficina Criativa em Psicopedagogia. São Paulo: Casa do Psicólogo. 1996.

 

ANDRADE, Márcia Siqueira de. Psicopedagogia Clínica: Manual de Aplicação Pratica para Diagnóstico de Distúrbios de Aprendizagem. São Paulo:Póluss Editorial,1998

 

AGUIAR, Eloisa. Desenho Livre infantil: leituras Fenomenológicas. Rio de Janeiro: e papers, 2004.

 

AUMONT, Jacques.A imagem.Campinas:Papirus, 1993.

 

BARBOSA, Ana Mae . A imagem no ensino de arte. São Paulo: Perspectiva,1996.

 

BARBOSA, Raquel Lazarri Leite. Formação de Educadores: Artes e Técnicas

 

CIORNAI, Selma. Percursos em Arteterapia: Arteterapia Gestáltica, Arte em Psicopterapia, Supervisão em Arteterapia. São Paulo: Sumus, 2004

 

DUARTE, João Francisco. Por que arte-educação?São Paulo: Ed. Papirus, 10ª edição, 2008.

 

DESENHO. Disponível em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenho>Acesso em: 12 de dezembro de 2010.

 

DERDYK, E. Formas de pensar o desenho. São Paulo: Scipione, 1989.

 

FERREIRA, Suely (1998). Imaginação e linguagem no desenho da criança. Campinas: Papirus.

 

FEREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Trad. Diana Myriam Liechtenstein; Liana Di Marco e Mário Corso. Porto Alegre: Artes Médicas,

1985.

 

VIGOSTSKY, L. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos superiores.

São Paulo, Martins Fontes, 1988.

 

O GRITO.Disponivel <http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Grito_(Edvard_Munch)>Acesso em :31 de janeiro de 2011.

 

PAIN, Sara. A Função da Ignorância. São Paulo: Artes Médicas, 1987.

 

PAIN, Sara. Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985

 

SILVA, Sílvia Maria Cintra da.Condições sociais da constituição do desenho infantil.Disponívelem:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-65641998000200008&script=sci_abstract&tlng=pt>Acesso em 12 de dezembro de 2010.

 

Disponível em: http://www.esmf.pt/paginas/cursos/energias_renovaveis09/desenho_tecnico_10e/m1_recursos/caderno_m1_energias2009.pdf

 

 

VEER, Rene Van Der, VALSINER, Jaan. Vygotsky: uma síntese. São Paulo: Edições Loyola, 1996

 

CARVALHO, Alysson. SALES, Fátima. GUIMARAES, Marília. Desenvolvimento e Aprendizagem. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2002.

 

PALANGANA, Isilda Campaner. Desenvolvimento e aprendizagem em Piaget e Vigotsky: A relevância do social.São Paulo:Sumus, 3ª edição, 2001.

 

FRITZEN, Cedron. MOREIRA, Janine. Educação e Arte: As Linguagens Artísticas na Formação Humana. São Paulo: Papirus, 2008.

 

GRASSI, Tânia Mara. Oficinas Psicopedagógicas. São Paulo, São Paulo. IBPEX, 1998.

LOWENFELD, V. Desenvolvimento da capacidade criadora. São Paulo: Mestra Jou, 1977

 

MOREIRA, Ana Angélica Albano. O espaço do desenho: a educação do Educador. São Paulo: Ed. Loyola, 10ª edição, 2005.

 

MRECH,  Leny Magalhães . Psicanálise e Educação:Novos operadores de Leitura.São Paulo:Pioneira, 2003.

MEREDIEU, Florence de. O Desenho Infantil. Tradução de Álvaro Lorencini Etal. São Paulo: Cultrix, 11 ªEd,2006.

 

OLIVEIRA, Vera Barros. Família, Escola e o Nascimento da Psicologia. São Paulo, São Paulo. Psique: Ciência e Vida. Edição Especial, p.6-13, 2009.

 

PEREIRA, L. K. Distúrbios do desenvolvimento da linguagem e dinâmica familiar. 1995.

 

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.

______; INHELDER, B. A psicologia da çriança. São Paulo, Difusão Européia do Livro, 1973.

 

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.

 

PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Ática, 1999.

São Paulo, Martins Fontes, 1988.

 

REIS, Sílvia Marina Guedes dos. 150 Idéias Para o Trabalho Criativo Com Crianças de 2 a 6 Anos.São Paulo:Papirus, 5ª edição, 2007.

 

REISIN, Alejandro Sonia. Arteterapia Semânticos e Morfologias. São Paulo: Vetor, 2006.

 

RIBEIRO, Ana Rita. Catálogo de Abordagens Terapêuticas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1989.

 

SANSEVERINO, Marilda Maluf.Meu filho vai mal na escola.Por quê?São Paulo:Arte & Ciência, 1997.

 

VEER, Rene Van Der, VALSINER, Jaan. Vygotsky: uma síntese. São Paulo: Edições Loyola, 1996.

 

THAYER, Stevan J. NATHANSON, Linda Sue. Entrevista Com Um Anjo. São Paulo: Pensamento, 1996.

 

LICHTENSTEIN, Jaqueline. A Pintura: O Desenho e a Cor.São Paulo:Editora 34 , 2006.

 

RUBINSTEIN, Edith Regina.Psicopedagogia:fundamentos para a construção de um estilo.São Paulo:Casa do Psicólogo, 2004.

 

AZENHA, Maria da Graça (1995). Imagens e letras. São Paulo: Ática.

.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Seretaria de Educação Fundamental (1998). Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, v. 1 - 3.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental (1997). Parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, v. 1 - 10.

 

CIORNAI, Selma. Percursos em Arteterapia: Arteterapia Gestáltica, Arte em Psicopterapia, Supervisão em Arteterapia. São Paulo: Sumus, 2004

 

DE CAMILLIS, Lourdes Stamato (2002). Criação e docência em arte. Araraquara-SP: JM Editora.

 

DEHEIZELIN, Monique (1998). Por um triz: Arte e cultura - atividades e projetos educativos. São Paulo: Paz e Terra.

 

FERRAZ, Maria Heloísa C. de T. e FUSARI, Maria F. de Rezende e (1993a). Metodologia do ensino de Arte. São Paulo: Cortez.

 

FERRAZ, Maria Heloísa C. de T. e FUSARI, Maria F. de Rezende e (1993b). Arte na educação escolar. São Paulo: Cortez.

 

FERREIRA, Suely (1998). Imaginação e linguagem no desenho da criança. Campinas: Papirus.

 

KRAFT, Ulrich.Sobre gênios e loucos .In:Mente e cérebro,edição especial,nº17,82p.

 

INSTITUTO SEDES SAPIENTAE, São Paulo: 2009. Disponível em: http//www..sedes.org.com.br.

 

CUMMING, Robert. Para Entender a Arte:os mais importantes quadros do mundo analisados e minuciosamente explicados.São Paulo:1998.

 

WIKIPÉDIA. Artetrapia, A enciclopédia livre, São Paulo, 2009. Disponível em:

Pt.wikipedia.org/wiki/Arte_terapia-30k, Acesso em :01 de maio de 2009.

 

WITER, Uli, trad. VOLOBUEF, Karin. Pontes do Saber. São Paulo, Pinheiros. Edição Especial, n° 17p. 6-11, 2009.

 

PAIN, Sara. A Função da Ignorância. São Paulo: Artes Médicas, 1987.

 

PAIN, Sara. Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.

 

 

                                                        ANEXOS

 

ANEXO A. TESTES PIAGETIANOS - PROVA DO DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO*

 

1 - Conservação de Pequenos Conjuntos

Discretos de Elementos

 

Material:

20 fichas da mesma forma e tamanho, de plástico ou cartolina, sendo 10 azuis e 10 vermelhas.

Desenvolvimento:

 

1-    Situação - Pedir que a criança escolha uma coleção de fichas. O examinador alinha sobre a mesa 6 de suas fichas, e pede que a criança faça uma coleção equivalente numericamente com suas próprias fichas.

 

 

"Coloque a mesma quantidade de suas fichas... o mesmo número... um número igual... nem mais nem menos...” Registra o que é feito pela criança. Se for preciso, o examinador organiza uma correspondência termo a termo, com as duas coleções de fichas que já estão na mesa para garantir a equivalência inicial.

 

 

2-    Situação — O examinador espaça ou aproxima as fichas de sua coleção, sempre mantendo a outra linha que fica mais curta ou mais comprida e pergunta: "tem a mesma coisa, o mesmo número de fichas, outem igual número? Onde tem mais, onde tem menos, como você sabe?

 

 

Contra-argumentação:

 

O examinador provocará uma reação da criança afirmando o contrário de sua resposta inicial. Ele poderá dizer:" uma criança me disse que nesta fileira tem mais fichas do que na outra. " Observa-se a noção de conservação ou não conservação da criança.

Pergunta de quantidade:

Conte às vermelhas que sobraram com você, ao mesmo tempo em que esconde as próprias na mão. “Pergunta-se:” Quantas eu tenho na mão, me responda sem contar. Como você sabe?

 

 

3- situação — depois de reunir todas as fichas, o examinador coloca 6 fichas azuis em círculo, procedendo daí em diante como nas situações anteriores e fazendo o mesmo tipo de pergunta.

Procedimentos avaliativos:

 

Nível I:

 

Condutas não conservativas (até aproximadamente

4 ou 5 anos).

Nas duas situações a criança pode fazer uma contagem, uma correspondência termo a termo ou global ou qualquer disposição figurai. Essas repostas são não conservativas. Poderá ou não resolver a questão de quantidade.

 

Nível II:

 

Condutas intermediárias. As coleções são constituídas por correspondência termo a termo de forma correta. As perguntas do examinador dão margem as seguintes condutas:

A - resposta conservativa para uma situação e não para outra;

B - vacilações no julgamento durante cada situação: tem mais azuis ... não, vermelhas ... não, é igual;..

C - não justifica com argumentos claros e precisos as respostas de conservação;

D - resolve corretamente a questão de quantidade.

 

Nível III:

 

Condutas conservativas (em torno de 5 anos).

Quando a criança apresenta condutas conservativas, ela deverá justificar com um ou vários argumentos:

A - de identidade — tem a mesma coisa, você não tirou nem botou nada, você só apertou ... você só afastou.

B - de reversibilidade — se você botou as vermelhas do jeito do azul, fica igual... se

você encolher ou esticar de novo os azuis vão ficar igual de novo.

C - de compreensão — você fez mais comprido, mas as fichas estão mais longe uma das outras.

Instrumental para Diagnóstico Psicopedagógico

 

2 - Conservação das Quantidades de Líquidos

(Transvasamento)

 

Material:

Dois vidros iguais (A e A'), de diâmetro de 5 cm e 8 cm de altura.

Um vidro mais estreito e mais alto (vidro E),

Um vidro mais largo e mais baixo (vidro L),

Quatro vidros iguais, correspondentes a aproximadamente

1/4 do volume de A (P1, P2, P3, P4)

Uma garrafa de água colorida.

Desenvolvimento:

O examinador faz a criança constatar que os dois recipientes (A,A') são iguais. Despeja água em A e pede que a criança despeje a água em A' na mesma quantidade que está em A: "a mesma coisa, nem mais nem menos... " A seguir pergunta:" se você beber o que está em a e eu o que está no outro a, será que vamos beber a mesma coisa / temos o mesmo para beber?'

 

1- Transvasamento - despeja-se a água de A no vidrinho E, estreito e alto. Pergunta: "Será que agora vamos beber a mesma quantidade? Um tem mais do que o outro? Um tem menos que o outro? "

Pedir explicação: "Como você sabe? Como descobriu?

Você pode me mostrar o porque? "

 

*(Extraído do livro de Psicopegagogia Clinica de  Márcia Siqueira, 1a edição setembro de 1998Póluss Editorial).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ANEXO B.AS TEORIAS DA APRENDIZAGEM E SUAS CARACTERISTICAS.

 

 

 

 

Teorias de Aprendizagem

Características

Epistemologia Genética de Piaget

Ponto central: estrutura cognitiva do sujeito. As estruturas cognitivas mudam através dos processos de adaptação: assimilação e acomodação. A assimilação envolve a interpretação de eventos em termos de estruturas cognitivas existentes, enquanto que a acomodação se refere à mudança da estrutura cognitiva para compreender o meio. Níveis diferentes de desenvolvimento cognitivo.

Teoria Construtivista de Bruner

O aprendizado é um processo ativo, baseado em seus conhecimentos prévios e os que estão sendo estudados. O aprendiz filtra e transforma a nova informação, infere hipóteses e toma decisões. Aprendiz é participante ativo no processo de aquisição de conhecimento. Instrução relacionada a contextos e experiências pessoais.

Teoria Sócio-Cultural de Vygotsky

Desenvolvimento cognitivo é limitado a um determinado potencial para cada intervalo de idade (ZPD); oindivíduo deve estar inserido em um grupo social e aprende o que seu grupo produz; o conhecimento surge primeiro no grupo, para só depois ser interiorizado. A aprendizagem ocorre no relacionamento do aluno com o professor e com outros alunos.

Aprendizagem baseada em Problemas/ Instrução ancorada
(John Bransford & the CTGV)

Aprendizagem se inicia com um problema a ser resolvido. Aprendizado baseado em tecnologia. As atividades de aprendizado e ensino devem ser criadas em torno de uma "âncora", que deve ser algum tipo de estudo de um caso ou uma situação envolvendo um problema.

Teoria da Flexibilidade Cognitiva (R. Spiro, P. Feltovitch & R. Coulson)

Trata da transferência do conhecimento e das habilidades. É especialmente formulada para dar suporte ao uso da tecnologia interativa. As atividades de aprendizado precisam fornecer diferentes representações de conteúdo.

Aprendizado Situado (J. Lave)

Aprendizagem ocorre em função da atividade, contexto e cultura e ambiente social na qual está inserida. O aprendizado é fortemente relacionado com a prática e não pode ser dissociado dela.

Gestaltismo

Enfatiza a percepção ao invés da resposta. A resposta é considerada como o sinal de que a aprendizagem ocorreu e não como parte integral do processo. Não enfatiza a seqüência estímulo-resposta, mas o contexto ou campo no qual o estímulo ocorre e o insight tem origem, quando a relação entre estímulo e o campo é percebida pelo aprendiz.

Teoria da Inclusão (D. Ausubel)

O fator mais importante de aprendizagem é o que o aluno já sabe. Para ocorrer a aprendizagem, conceitos relevantes e inclusivos devem estar claros e disponíveis na estrutura cognitiva do indivíduo. A aprendizagem ocorre quando uma nova informação ancora-se em conceitos ou proposições relevantes preexistentes.

Aprendizado Experimental (C. Rogers)

Deve-se buscar sempre o aprendizado experimental, pois as pessoas aprendem melhor aquilo que é necessário. O interesse e a motivação são essenciais para o aprendizado bem sucedido. Enfatiza a importância do aspecto interacional do aprendizado. O professor e o aluno aparecem como os co-responsáveis pela aprendizagem.

Inteligências múltiplas (Gardner)

No processo de ensino, deve-se procurar identificar as inteligências mais marcantes em cada aprendiz e tentar explorá-las para atingir o objetivo final, que é o aprendizado de determinado conteúdo.

Tabela 3.1 - Teorias de Aprendizagem

 

 

 

 


ANEXO C.  O SUJEITO DA APRENDIZAGEM

 

 

 

 

SUJEITO AUTOR

 

 

-ÓTICAS- Sujeito epistêmico ( Piaget) – sujeito do conhecimento

- Sujeito desejante (psicanálise)- aspectos inconscientes, transferências

- Sujeito aprendente-ensinante-autor(psicopedagogia)-sujeito da autoria de                                                                                                                                   pensamento

 

 

Sujeito autor                                     Sujeito epistêmico

Aluno

Pai

Filho

Amigo

 

 

 

 


                                                                                              Sujeito desejante

Sujeito Social

 

 

 

ENSINANTE-APRENDENTE

 

Sujeito Aprendente àarticulaçãoàsujeito cognoscente

                                                     àSujeito desejante sobre o organismo herdado

                                                     àConstruindo um corpo sempre com intersecção com o                               

                                                         Outro (cultura,meios de comunicação, professor) etc

 

Sujeito Aprendente- constrói-se a partir da relação com o sujeito ensinante

 


                                ENTRE-a responsabilidade que o conhecer exige e a energia desejante do                                                                                                                                

                                      desconhecer insistente

                                                 -     o brincar e o trabalhar

-          o sujeito desejante do outro e ser autor de sua própria história

-          a alegria e a tristeza

-          os limites e a transgressão

 

LUGARES TRANSIONAIS

 

1-Quando se constrói um sujeito aprendente?

    Desde o início da existência ou mesmo antes

 

MARCO NA CONSTRUÇÃO DO SUJEITO APRETENDENTE

-Ocorre entre ¾ anos quando a criança conhece que o que sonha não acontece na             realidade, diferencia o pensar e falar

-Se não diz o que pensa o outro não pode advinha

-descobre que o adulto esconde o que pensa