O DESCASO PARA COM O PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE GURUPI

 

* Heráclito Ney Suiter

 

            Muito me tem indignado uma crítica realizada por um professor sobre o Plano Diretor em um programa de rádiojornalismo matutino apresentado no último dia 26 de fevereiro em uma emissora de radio FM da cidade de Gurupi, cuja direção fica a mercê de duas autoridades municipais, os condutores das pastas de cultura e comunicação da Prefeitura de Gurupi.


           
Com ares de um programa imparcial (o que seria impossível pelo fato de seus jornalistas ocuparem cargos comissionados de confiança do 1º escalão), propagou-se de forma irracional e indireta de que a gestão anterior realizou o Plano Diretor, sem fazer previsões/provisões orçamentárias adequadas para sua implantação.

 
          
Tive a oportunidade de participar do PDDS – Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável de Gurupi em duas condições distintas, primeiro como representante legítimo dos moradores do bairro onde resido a mais de 15 anos como delegado em suas assembléias populares e, segundo, como profissional na área de comunicação e marketing quando na ocasião fui o responsável pela criação da logomarca, diagramação e editoração dos levantamentos efetuados pelo projeto com fins de dar publicidade dos resultados dos trabalhos em conformidade com a lei - aliás, um serviço que até hoje não foi quitado e que a atual administração se nega a pagar (empenho nº. 239 de 09.01.08), como muitos outros, na desonesta alegação de que não tem obrigação de quitar as dívidas de seu antecessor.


           
O então PDDS, até que se prove o contrário, foi executado dentro da legalidade e legitimidade, principalmente pela participação do MP – Ministério Público, e de populares em todas as suas fases. O fato é que em função de uma administração com um perfil nefasto de alta rotatividade de funcionários – deixando aqui de citar outros pormenores fatais de uma clássica má gestão pública –, fora desmontada toda a equipe que iria executar o PDDS, e agora, seus sucessores sequer sabem por onde começar a execução do projeto.

  
         
O PDDS, como qualquer outro (profissionais capacitados em gestão de projetos sabem disso) traçam tão somente diretrizes, que são modificadas de acordo com casos esporádicos e contingências de momento, essa adequação e ajuste é uma das funções de um gerente de projetos e seus colaboradores/executores. O PDDS traçou um quadro confiável da realidade de nossa cidade, tanto que foi utilizado pelo atual prefeito como diretriz e proposta de campanha (acho que todos se lembram de uma encadernação de aspiral que quando em campanha, vivia nas mãos do atual prefeito, pois é, aquela encadernação de mais de 100 páginas era o levantamento do PDDS, que embora não tenha ido a público, como manda a lei, estava de posse do candidato da situação).

  
          
De qualquer forma, existe uma meia verdade que o incauto e inflamado comentarista , em seu discurso de bate-e-sopra, merece atenção: nem todas as ações de uma gestão pública carecem de recursos, mas muito mais de competência, aí é outra história que comentaremos em outros artigos...

 

 

*O autor é bacharel em direito com pós-graduação em direito ambiental; auditor ambiental internacional certificado pelo IEMA-UK; especialista em projetos de MDL e créditos de carbono pela UFPR; professor de gestão de projetos e pós-graduação em gestão de qualidade e direito ambiental; articulista e escritor, autor do livro O conflito entre preservação ambiental e desenvolvimento econômico publicado pela editora IEP.