O Desafio do Fanatismo

Wanderson Vitor Boareto; Graduado em História e Bacharel em Direito; Pós Graduado em História e Construção Social, Docência do Ensino Superior e Educação Empreendedora.



Resumo
O texto analisa o processo de evolução da sociedade e seus desafios perante o fanatismo e os aspectos fundamentalistas difundidos por grupos em várias facções de nossa sociedade. Além da estagnação que o fanatismo promove em seu membros.

Palavras chaves
Fanatismo, Intolerância, Sociedade, Manipulação, Homem Novo, Globalização

O mundo de século XXI é o mundo das oportunidades, dos avanços da ciência e da tecnologia. Nunca o acesso as informações foi tão fácil e tão rápido, as oportunidades de cursos de formação superior e técnicos se encontram aos montes em várias modalidades, tanto a distância quanto presenciais. São tempos da globalização e da culturação das nações.


"O homem de hoje não aguarda do céu o surgimento do homem novo. Ele tenta criá-lo com os meios que a ciências e a manipulação biológica lhe fornecem. Nos nossos dias o experimento-humanidade está em processo."(BOFF,PG12)


No entanto, com toda a facilidade da modernização os grupos fanáticos estão cada vez mais incutidos em nossa sociedade. Há grupos fanáticos em vários setores, na religião, no esporte, na educação, na política e daí por diante. É claro que existem níveis de fanatismo uns mais intenso que outros, mas de qualquer forma este modo de pensar e de agir leva a estagnação intelectual e social. "Na sociedade burguesa, o capital é independente e pessoal, ao passo que o individuo ativo não tem independência nem personalidade."(MAX,PG50)
A questão está também nos setores que promovem essa militância, são verdadeiras lavagens cerebrais, pessoas que sofrem de alguma patologia psicológica, são os alvos mais comuns. No caso dos jovens são os mais fervorosos, depois do fanatismo acentuado, dificilmente eles alteram seu juízo, já que os mesmos não tem opinião própria, pois já foram manipulados, e seus conceitos pré- estabelecidos por um agente externo. Nesses níveis a intolerância e a violência verbal e física são muito comuns, já que em seu entendimento eles estão corretos, pois estão vivendo e pregando a suas "verdades".
Ao se analisar os fatores que influenciam estes movimentos dogmáticos e fundamentalistas entende-se que os geradores são conceitos de existência, como as crises sociais, o aumento da violência, o desemprego, a falta de perspectiva de futuro, são terrenos férteis para se estalarem as doutrinas farisaicas. Todo e qualquer extremo de postura e de pensamento pode levar a níveis de fanatismo, no entanto, existe linhas mais rígidas, destas linhas saíram doutrinas como Nazismo e a Fascismo. Quando se fala, nesse sentindo, o que se ouve é que isso é o extremo, mas temos que entender que toda e qualquer doutrina só existe por que tem adeptos, e esses seguidores vão até as últimas consequências, seja elas quais forem.


"Hoje, entretanto, somos desafiados a se politicamente santos, pois as mais graves questões da humanidade possuem uma clara conotação política: a fome, a exploração internacional, a ameaça de destruição total do planeta, a violação sistemática dos direitos humanos, especialmente dos direitos das maiorias pobres." (BOFF,PG23)


Na história da humanidade vimos grandes atrocidades em nome da fé, seja cristão ou não, e talvez todas as gerações futuras estejam condenadas a continuar assistindo estes episódios de terror. O caminho para estas mudanças não é perder a fé ou as convicções já existentes, mas sim sair da alienação e do fanatismo em todos os sentidos. O filósofo grego Aristóteles já dizia: "Que a virtude está no meio", ou seja, o equilíbrio está na sanidade e não o contrário. O estudo e a análise de uma forma sem preconceito são pontos que deveriam ser discutidos nas escolas, nos partidos políticos, nas igrejas (Cristãs ou não Cristãs) e na comunidade em geral.


"Em todos esses casos, trata-se problemas práticos, isto é, de problemas que se apresentam nas relações efetivas, reais, entre indivíduos ou quando se julgam certas decisões e ações dos mesmos. Trata-se, por sua vez, de problemas cuja solução não concerne somente à pessoa que os propõe, mas também a outra ou outras que sofrerão as conseqüências da suas decisões e de sua ação". (VÁZQUEZ,PG 16)


O equilíbrio, aos meus olhos, é o maior sinal de fé. Fé no sentido do respeito a todo e qualquer ser nesse planeta, no sentimento democrata social que dá liberdade de credo e de perspectiva de vida a qualquer um, seja estrangeiro ou não, seja cristão ou não e daí por diante. A tolerância ao diferente é o princípio da sabedoria e do bem viver.

Bibliografia


BOFF, Leonardo, Novas Fronteiras da Igreja, Ed Verus, 2004, Campinas SP
MARX, Carl, ENGELS, Friedrich, Manifesto do Partido Comunista, Ed L&PM, 2001, Porto Alegre RS
BOFF, Leonardo, A Ressurreição de Cristo a Nossa Ressurreição na Morte, Ed Vozes, 1972, Petrópolis, RJ
VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez, Ética, Ed Civilização Brasileira, 2005, Rio de Janeiro - RJ