FACULDADE NOSSA CIDADE

Bacharelado Administração de Empresas

Professor orientador Lawton Benatti

Vivianne Arcanjo de Lima

O desafio da sustentabilidade e inovação nas empresas de Construção Civil

 

As empresas têm sofrido muitas mudanças na forma que administram os negócios. Além de apresentar resultado econômico, para a sobrevivência no mercado é necessário enxergar a necessidade da sociedade devido ao seu crescimento, atuando na conservação do meio ambiente e aproveitando os recursos naturais de forma racional para que eles sejam capazes de suprir as necessidades da geração atual, sem causar prejuízos para as gerações futuras, tanto em qualidade quanto em quantidade.

De acordo com Agopyan et al. (2011), o conceito de desenvolvimento sustentável formulado pela comissão Brundtland tem origem na década de 1970, na época foi analisado as conseqüências do crescimento rápido da população mundial sobre os recursos naturais finitos. A população mundial, a industrialização, a poluição e o esgotamento dos recursos naturais aumentavam exponencialmente enquanto a disponibilidade dos recursos aumentaria linearmente. E a solução proposta pela Comissão em seu relatório final, datado de 1987, foi a de recomendar um padrão de uso de recursos naturais que atendesse às necessidades humanas, de forma que preservasse o meio ambiente e que as gerações futuras poderiam também atender as necessidades existentes.

E foi justamente pensando na sociedade, no ambiente e na economia, três pilares necessários para que as empresas sejam consideradas sustentáveis, que as Construtoras vêm disponibilizando em seu portfólio uma variada relação de serviços inovadores com o viés da sustentabilidade, com Construções Sustentáveis que atendam as necessidades e não causem danos ao meio ambiente, aproveitando desde os resíduos dos matérias de construção até com idéias inovadoras em relação ao saneamento básico, voltadas para a melhoria da qualidade de vida da sociedade.

A inovação é algo imprescindível para a Sustentabilidade da Construção Civil, sendo progressiva e constantemente adaptada neste setor, tornando as construções econômicas e ambientalmente competitivas. A diferenciação e a melhoria contínua são fundamentais para que a empresa se torne competitiva em relação ao mercado atuante. Com esta percepção as empresas visam o desenvolvimento sustentável, assegurando as condições essências de vida a todos, e reconhecendo a necessidade de inovar e usar a tecnologia ao seu favor, desenvolvendo soluções que conservem os recursos limitados, de forma que sejam acessíveis as gerações subseqüentes. Este desafio não é nada simples, consiste na habilidade de compreender as reais necessidades da sociedade, implantando melhorias que sejam realmente utilizadas e benéficas.

A aceleração no processo de inovação na Construção Civil, já é bem visível, mas os desafios para este setor são diversos, para que estes desafios sejam superados é necessário que haja mudanças no conceito de arquitetura e engenharia convencional. Um novo conceito para a formação de arquitetos e engenheiros é importante, pois é necessário que se tenha uma percepção desenvolvendo ações eficazes. Além da formação desses profissionais, é necessário também o treinamento e conscientização de todos os colaboradores envolvidos no processo, desde o nível operacional, para que haja um bom aproveitamento dos resíduos, o reuso dos materiais, visando a durabilidade de todos os recursos sustentáveis da construção e que os instrumentos a serem utilizados sejam inovadores.

A organização que decide implantar uma política ambiental deve estar preparada para rever seus critérios de atuação e eliminar tradições muitas vezes arraigadas submetendo-se a uma autocrítica. (VALLE, Cyro Eyerdo, 2012, p.73).

Para Agopyan et al. (2011), desenhar ações eficazes requer uma análise abrangente, sistêmica. Um exemplo disso são os aquecedores solares em edifícios residenciais multifamiliares, uma importante medida de economia de energia elétrica. A viabilização da energia solar pode requerer mudanças nos códigos de edificações, de forma a maximizar a insolação na maior parte dos telhados. É necessária a adaptação constante destes telhados, com pontos de água de forma acessível para que facilite na limpeza.

Os empreendimentos sustentáveis podem custar menos e terem uma valorização maior quanto ao preço de venda, porém, os gastos cotidianos são bem menores, pois as soluções inovadoras proporcionam além do beneficio ao meio ambiente a redução de custo, com sistemas de torneiras inteligentes que funcionam por aproximação, vasos sanitários com descargas econômicas, lâmpadas de alta eficiência energética, sistemas de captação de água de chuva, sistema aquecedor de água solar, telhado verde, que permite o isolamento acústico e térmico, protegendo a construção de temperaturas extremas, ambientes mais frescos e umidade do ar, além no aspecto visual. Há também o descarte do lixo e de esgotos, que pode ser feito por processos biológicos como compostagem, um processo que transforma o lixo em adubo orgânico pela ação de bactérias e fungos.

Os custos tidos em um projeto afetam diretamente a sua lucratividade, na Construção Civil há a possibilidade de diminuir estes custos sem que a qualidade da obra seja influenciada, são idéias sustentáveis que as empresas deste ramo devem constantemente inovar, diminuindo os custos, aumento a lucratividade e, além disso, preservando o meio ambiente.

“O benefício econômico da durabilidade é facilmente entendido: qualquer produto, inclusive a construção, presta um serviço. A durabilidade das partes substituíveis afeta os custos de manutenção, que, via de regra, são ignorados na fase do projeto. No entanto, esses custos afetam a lucratividade do empreendimento imobiliário, a renda disponível das famílias e o orçamento do Estado. Não se trata, certamente, de um problema de pouca relevância”. (AGOPYAN et al. 2011, p. 89).

De acordo com Agopyan et al. (2011), vem sendo feito grande esforço no desenvolvimento de novas máquinas e melhorias de materiais que já existem, afim de que, haja um foco direcionado a redução de impactos  ambientais e na fase de utilização no material. Na área de materiais cimentícios, a fim de atender a demanda crescente por concretos e componentes cimentícios, sem que haja o aumento na emissão de gases do efeito estufa houve a necessidade de inovar e desenvolver novos cimentos que não causem tanto impacto ambiental, porém é provável que estes venham a ocupar somente um nicho de mercado.

Desta forma, as empresas além do retorno econômico, precisam administrar o negócio tendo em vista também se tornar uma empresa sustentável e tendo a consciência que para se tornar uma empresa sustentável, se faz necessário inovar, com novas técnicas e melhorias que atendam a realidade da sociedade, e que conscientizem os colaboradores e a sociedade da importância de ser sustentável. Além da lucratividade ou incentivos fiscais, a conservação do meio ambiente para os recursos sejam existentes para as gerações futuras, tem um papel muito mais fundamental, pois se este recurso se extinguir, a empresa também não sobreviverá. 

Referências bibliográficas

JOHN, Vanderley M.;  AGOPYAN, Vahan; GOLDEMBERG, José (Coord.) O desafio da Sustentabilidade na Construção Civil. São Paulo: Editora Blucher, 2011

VALLE, Cyro Eyer do.  Qualidade ambiental 12. ed. São Paulo Editora Senac, 2012.