A idéia nao é minha, eu a retirei de um dos livros de Eugene Peterson. Em "A vocação espiritual do pastor" ele cita Dostoievski que escreveu "O Idiota", cujo principal personagem é o principe Myshkin, que vive na sociedade czarista de Sao Petersburgo, antes da revolução socialista. Uma sociedade onde todos sao julgados pela quantidade de dinheiro que possuem, a origem familiar e por quem eles conhecem, nada diferente do nosso tempo. Este mesmo principe decide viver entre eles influenciando-os por sua bondade, por sua presteza, como alguém que nao vive pelas regras daquela sociedade de verniz. Com o tempo, por sua influencia de bondade, ele se torna uma pessoa central para este grupo trivializado e banal. As pessoas vao até ele em busca de conselho, atraidas por sua personalidade que nao se enquadra neste modelo de aparencias. O principe tem conteudos interiores absolutamente desconhecidos por aquela gente. E sao estes conteudos, que, afinal, o tornam útil e relevante àquela sociedade. No entanto, aos olhos de muitos, ele é um completo idiota, por nao usar da sua nobreza como a maioria. A maneira como somos considerados por grande parte das pessoas pode nao ser muito popular. Os valores do Reino de Deus que abraçamos caminham na contramão da atual sociedade pós moderna de hiperconsumo. Nao concordamos que valemos pelo que possuimos, mas sim pelo valor que Deus nos atribui em Crist . Nao sao as influencias que garantem nosso presente e futuro e sim a soberana mão de Deus que vai nos conduzindo dia a dia segundo os rumos que Ele escolhe para nós. Nas palavras do apostolo Paulo "parecemos tristes mas estamos sempre alegres", "somos como pobres mas enriquecemos a muitos". Nosso chamado é para sermos semelhantes a Jesus, revelando em nosso ser a Sua semelhança, a fim de que a bondade de Cristo seja percebida em nossas ações e que efetivamente as pessoas percebam que Deus caminha neste mundo hoje por meio daqueles que andam com Ele em plenitude. Mesmo que, para muitos, nao passemos de idiotas. Alienados. Bobos. Enquanto alguns oram com dinheiro do povo nas meias eu prefiro manter a idiotice. O que importa é tornar Cristo conhecido, e que o Reino de Deus se instale em ambientes cheios de miséria e desespero, trazendo esperança, vida e redenção.