RESUMO 

É realizado um estudo sobre os reflexos da política na economia tanto no âmbito nacional como mundial, dando ênfase nos fatores econômicos desemprego e inflação. Foram desenvolvidas relações de causas e conseqüências dos fatores já citados, destacando a forma como cada um afeta a sociedade e mostrando a relação inversa que há entre os mesmo. Por fim, é abordada a possibilidade de haver solução para estes dois problemas.

PALAVRAS-CHAVE

Economia, Trade-off, Inflação, Desemprego 

1 INTRODUÇÃO 

A economia tanto no seu âmbito nacional quanto mundial esta ligada diretamente com a política adotada pelo governo vigente em determinado momento histórico. A forma como o país é governado e as prioridades estabelecidas pelo governante influenciam de forma decisiva no modo como a verba estatal vai ser usada e conseqüentemente estabelece os caminhos que serão tomados pela sociedade.

Estamos diante de uma situação onde o governo deve procurar soluções para um problema estudado pela economia há muito tempo: a decisão entre o combate ao desemprego ou à inflação, dois fatores econômicos que costumam possuir uma relação de inversa proporcionalidade. Uma dificuldade encontrada foi a de explanar sobre as várias características da inflação, pois é um tema que aborda assuntos amplos e a explicação não pôde ser feita detalhadamente nos seus pormenores. Já relacionado ao desemprego, nos deparamos com a visão de que, por envolver diretamente o emocional das pessoas, é o que mais pesa para a sociedade, enquanto fica a cargo do governo ter firmeza para decidir o que é melhor. 

2 ECONOMIA COMO REFLEXO DA POLÍTICA 

Não há como dissociar a política da economia, visto que toda e qualquer escolha feita no campo da política influencia diretamente nos resultados econômicos obtidos por uma determinada sociedade.

A partir do momento em que um governante recebe das mãos do povo o direito ao poder, ele tem por obrigação procurar os meios necessários para gerar o bem estar da população em todos os aspectos, inclusive no econômico. Sendo assim, é facilmente conclusivo o fato de que não há política onde a economia não esteja atrelada.

A população responsabiliza os governantes em exercício do poder pela situação da economia, punindo-os ou premiando-os através do voto. Sendo assim é constatável que as necessidades da maioria são os fatores que vão definir a escolha dos representantes e conseqüentemente à forma como a economia vai ser conduzida. Desta forma, elementos econômicos como inflação, desemprego, Produto Interno Bruto (PIB), dentre outros serão “manipulados” pelos governantes em favor daqueles que o colocaram no poder. Visto isso, cabe ao governante usar do poder que lhe foi concedido em favor não de uma minoria ou maioria, mas sim de todos.

Dando destaque aos aspectos econômicos inflação e desemprego, podemos analisar que geralmente os governantes em suas gestões priorizam o combate a apenas um aspecto. Porém, deve-se visar o combate de apenas um desses aspectos?

 

 

2.1 O Desemprego

 

 

O desemprego é a situação em que se encontram aqueles indivíduos que não possuem um emprego e que, portanto, não estão sendo remunerados por não terem força de trabalho.

Do ponto de vista da economia enquanto ciência, não se pode considerar empregados nem mesmo aqueles indivíduos autônomos que, apesar de trabalharem “por conta própria”, não pagam impostos e nem mesmo têm seus direitos de trabalhador reconhecidos, pois não entram no cálculo da População Economicamente Ativa (PEA).

Pode-se constatar o agravamento desta situação nos países subdesenvolvidos, onde a economia não consegue acompanhar o crescimento populacional, fato que vem a ser um dos maiores causadores do desemprego.

John Locke acreditava que a sociedade se formava a partir de um contrato feito entre o povo e o Estado, onde o povo abria mão de sua total liberdade em nome da defensão de seus direitos à vida, propriedade privada e liberdade. Porém, este contrato poderia ser quebrado a partir do momento que o Estado não mais cumprisse com o seu dever de garantir os direitos do cidadão. Já para Hans Kelsen, o poder estava legitimado na norma, ou seja, as leis é que deviam determinar todas as relações existentes na ordem social. Visto isso, pode-se perceber que contemporaneamente há um pouco das teorias de cada um desses pensadores em nossa sociedade.

A população dá aos governantes o poder de tomar decisões em favor do bem comum, e as leis são a garantia dos direitos e deveres dos cidadãos. Quando um governante não cumpre o seu dever para com a população, ou um direito garantido por lei é ferido, o povo tem a prerrogativa de reivindicar melhorias. Sendo assim, onde está a responsabilidade dos governantes quando não cumprem seus deveres para com o povo e não lhe garante aquilo que é de direito?

 

2.1.1 Tipos de Desemprego

 

 

Tendo em vista os inúmeros motivos causadores do desemprego, os economistas que resolveram estudar profundamente este fator econômico acharam a necessidade de “subdividir” o desemprego basicamente em quatro tipos que estão diretamente ligados às suas causas, facilitando assim a análise do assunto. Os tipos de desemprego são:                

Desemprego Friccional:

É o desemprego resultante da mobilidade da mão-de-obra. É considerado o tipo de desemprego de menos significação na economia, sendo motivado também pela mudança de emprego ou atividade dos indivíduos.

Desemprego Estrutural:

Este tipo de desemprego é motivado pelo excesso de mão-de-obra empregada na agricultura e suas atividades correlatas, associada à insuficiência de equipamentos de base que levam à criação de empregos. Característico dos países subdesenvolvidos.

Desemprego Conjuntural:

Este tipo é conhecido também como desemprego cíclico, resultando da variação cíclica da vida econômica, isto é, pela alternância entre momentos de expansão e momentos de crise.

Desemprego Tecnológico:

O desemprego tecnológico é acarretado pela disparidade entre os avanços tecnológicos e a capacitação da mão-de-obra disponível. É um tipo de desemprego “comum” em todo o mundo e é considerado hoje um dos maiores problemas na ordem social.

 

 

2.1.2 Causas e Conseqüências

 

 

     O desemprego é um problema social crescente em nossa sociedade, fato este que é acarretado por inúmeros fatores, que têm como conseqüência a geração de diversos problemas, tanto de ordem social como financeira.

     “Estima-se que existam mais de 800 milhões de desempregados no mundo, o que equivale a 13 vezes a População Economicamente Ativa (PEA) brasileira.” [1]. Como principais causas desse não aproveitamento da mão-de-obra existente, podemos citar: o acelerado processo de crescimento populacional; o avanço da tecnologia, que acaba por substituir a mão-de-obra humana; a falta de especialização dos profissionais para ocupar os novos cargos que aparecem a cada dia e exigem cada vez mais qualificação do profissional; o analfabetismo, dentre outros.

Advindas do desemprego que aqui já teve algumas de suas causas citadas, surgem conseqüências que afetam de forma negativa toda a sociedade. Dentre elas temos a marginalização, e com o aumento da violência que acaba por levar um número maior de pessoas para a prisão, por sua vez irá gerar um maior gasto da verba estatal, tendo em vista o elevado gasto para manter um detento em uma penitenciária, etc.

Partindo de uma análise global, podemos considerar que o principal agravante da falta de absorção da mão-de-obra existente seja o desaquecimento da economia mundial, tendo em paralelo o grande avanço tecnológico. Os séculos XVIII e XIX foram marcados por uma crescente utilização da força de trabalho disponível, devido à integração de novas tecnologias à agricultura e na indústria respectivamente, dando oportunidade do homem do campo trabalhar também na cidade. Atualmente a associação da tecnologia ao trabalho vem tornando cada vez mais o trabalhador desnecessário, usaremos como exemplo o sistema bancário brasileiro que até 1980 empregava mais de um milhão de trabalhadores e que hoje não há metade deste número.

Porém, não se deve tomar o avanço tecnológico como causa única do desemprego ou como o “grande vilão” da história. Associasse o avanço tecnológico com a precária educação pública oferecida, com a falta de políticas públicas que invistam no trabalhador para melhor capacitá-lo e com os elevados números do analfabetismo. Sendo assim, não seria demasiado ousar dizer que o “principal interessado” (o Estado e seus governantes) em solucionar o problema do crescente desemprego, são em parte os grandes causadores deste problema, que como já foi dito aqui é tanto de ordem social quanto financeira. Quando os governantes se negam a investir em sua população e qualificar a mão-de-obra, eles se negam a gerar não somente o bem-estar da população mais carente, mas do país inteiro.

“Nosso maior problema atual é a falta de criatividade política - no governo, nas empresas e na própria universidade - para desenvolver e aproveitar o potencial de criatividade técnica e cultural de que a cidade dispõe.” (grifo nosso) [2]

 

 

2.2 A Inflação

 

 

Inflação é o nome que se dá ao contexto monetário em que um país passa. É possível ser identificada e analisada quando ocorre uma desvalorização da moeda local frente a outras, ou quando ocorre um aumento do volume de dinheiro e aumento dos preços dos produtos. “O que caracteriza a inflação é a alta generalizada e contínua de preços.”  [3], segundo Achilles Ribeiro. Ela é prejudicial, pois infla os preços e a moeda perde poder.

 

 

2.2.1 Tipos de Inflação e Suas Causas

 

 

A inflação merece uma atenção maior por estar relacionada à moeda que é usada em um país, e por ser um assunto mais complexo, suas formas são divididas de acordo com suas características, como pode ser observado mais adiante com as mais importantes delas.

Inflação de Demanda:

Quando há aumento da demanda, isto é, do consumo de determinado produto, e a oferta ou disponibilidade deste produto no mercado não aumenta, os preços deste produto sobem.

Inflação de Custos:

Ocorre quando há estabilidade da demanda, porém se verifica redução da produção por motivo do aumento dos custos deste produto, ou também por maiores gastos com os aumentos salariais, aumentando os preços de mercado.

Inflação Inercial:

Diz-se da inflação que se apresenta em função de uma inflação passada, é possível ocorrer, pois os alugueis e reajustes podem provocar esse ciclo.

Inflação Estrutural:

Quando é específica de um determinado segmento de mercado no setor privado. Se aumentar o preço do petróleo, vai aumentar o preço dos seus derivados, ocorrendo um aumento generalizado.

É possível que uma inflação se encontre em sua forma extrema, com os preços aumentados de forma absurda, havendo um período extenso em que não haja controle, neste caso ocorre hiperinflação. Já uma redução do nível dos preços é chamada de deflação.

Existem no Brasil várias entidades credenciadas para medir a inflação e corrigir a desvalorização da moeda, dentre as quais podemos citar: a Fundação Getúlio Vargas - FGV que calcula o Índice Geral de Preços – IGP e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE que mede o Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC e Índice de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA. O Banco Central adota o IPCA como referência.

2.2.2 Conseqüências e Formas de Combate

Com a inflação de demanda é possível combater utilizando-se de uma redução na oferta da moeda, aumentando a taxa de juros e gerando redução no crédito e desaceleração econômica como uma forma de controle.

A inflação de custos pode ser combatida com uma redução na produção, reduzindo a oferta, a fim de evitar prejuízos de empresas, pois a demanda permanecerá a mesma.

Sobre a inflação inercial, destaca-se que este tipo já ocorreu no Brasil e que o combate se deu com o congelamento de preços e com a troca da unidade monetária, ocorrendo assim uma correção monetária. Em uma avaliação feita por Luiz Carlos Bresser Pereira e Yoshiaki Nakano[4], no ano de 1988 a inflação subiu exageradamente, levando à hiperinflação e seu controle se deu através do Plano Collor implantado anos mais tarde. Esta hiperinflação ocorreu devido à acumulação de dívidas externas na década de 70, às crises do petróleo e das taxas de juros internacionais e por fim somado às suspensões de financiamento externo.

No caso da inflação estrutural, a medida de combate se da com uma pressão de sindicatos, ou com um tabelamento de preços.

 

 

3 O TRADE-OFF

 

 

No período do capitalismo sempre existiu o trade-off[5], uma relação inversa entre a taxa de inflação e o desemprego em um período de curto prazo, e dentre as tentativas de explicação surge a Curva de Phillips [ver tabela abaixo]. No ponto A, verifica-se a elevada taxa percentual de inflação e a baixa taxa percentual de desemprego. A. W. Phillips acreditava que, em curto prazo, quanto menor a taxa de inflação, maior a de desemprego, porém ao longo prazo essa relação não é valida, pois estas taxas são independentes.

 

 

 

Fonte: Marco Antonio S. Vasconcellos e Manuel E. Garcia. (2005)

 

 Imagine que ao aumentar a taxa de crescimento da oferta de uma moeda, ocorre um aumento nos salários e nos preços, provocando uma maior inflação e menor desemprego. Verifica-se que os salários sobem em menor proporção do que os preços. As empresas aumentam a demanda porque verificam uma queda no repasse dos salários, e os trabalhadores aumentam a oferta de trabalho, pois acreditam estarem ganhando mais. No longo prazo, os trabalhadores percebem e pedem esse aumento em seus salários, esse ajuste retorna o desemprego ao nível natural, porém com uma inflação mais elevada.

A Curva de Phillips é criticada por não levar em consideração a taxa natural do desemprego, pois esta poderia permanecer sempre baixa. Milton Friedman e Edmund Phelps argumentaram que o dilema entre inflação e desemprego só poderia existir se os fixadores de salários subestimassem a inflação e que a taxa de desemprego deveria apresentar um nível mínimo.

 

 

3.1 Inflação X Desemprego

 

 

Como tentativa de repor o poder de compra de uma moeda é possível fazer reajustes nas contas bancárias, passando a ser visível que a camada mais pobre da população, que não tem acesso à conta bancária, terá seu dinheiro valendo sempre menos. O processo inflacionário obriga reajustes de preços e salários periodicamente, podendo agravar a crise.

Numa recessão existe menos procura de bens e serviços, o que faz com que os preços tendam a baixar e também a ocorrer queda na produção. Com a diminuição de produção, há menos necessidade de manter os mesmos postos de trabalho, de maneira que as demissões aumentam e a taxa de desemprego cresce. Neste sentido, quando há recessões, quase sempre há uma descida dos preços, bem como um aumento do desemprego.

Nas expansões econômicas, quando há mais crescimento econômico, há maior procura de trabalhadores e o desemprego diminui. Por outro lado, a expansão leva a um aumento dos rendimentos e a procura de bens e serviços cresce. Com o aumento da procura, os preços tendem a subir, e a inflação aumenta. Ou seja, mais uma vez, o desemprego e a inflação andam em direções contrárias. Esta lógica só funciona nos choques de procura, pois não há esta relação inversa nos choques de oferta.

Como um exemplo dado pelo professor Achilles Ribeiro, suponhamos que, como está ocorrendo, os preços dos produtos petrolíferos aumentaram significativamente. Devido à importância do petróleo como fonte de energia, os aumentos dos preços de seus derivados fazem aumentar os restantes dos preços, o que causa um aumento da inflação. Por outro lado, esse aumento amplia os custos das empresas sobre os produtos, o que as leva a cortar outros custos, como os salários, o que faz aumentar o desemprego. Ou seja, no choque de oferta, a inflação sobe e o desemprego também.

 

 

3.1.1 Desemprego: “Assistir” [6] ou Combater

 

 

É fato que uma maçante parcela da população se encontra desempregada, fato este que pode ser comprovado pela situação de miséria a qual milhões de cidadãos do país estão subjugados. A Constituição da República Federativa do Brasil, em seus artigos, garante a seus cidadãos direitos como a dignidade, direito a saúde, direito da criança à educação, etc. Porém, o que é visto é uma população que se encontra privada desses direitos pela falta de um emprego.

O Art. 6º da Constituição assim declara: “São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.” (grifo nosso) [7]. Diante do exposto, pode-se facilmente constatar que a política assistencialista adotada pelo governo nacional não tem efetividade em atender os direitos dos cidadãos. A prática do assistencialismo só vem a gerar a dependência de uma população “acostumada” a ter seus direitos negados, fato este que está claro nas palavras do professor Elton Fogaça, quando diz que “a assistência só gera dependência” [8].

É facilmente comprovado o fato de que quanto mais a sociedade tem acesso à renda, mais esta sociedade evolui intelectualmente e conseqüentemente evolui em vários outros aspectos. Uma sociedade que tem acesso à educação sabe escolher melhor seus representantes, sabe quais são os seus direitos e de que forma lutar por eles. Combatendo o desemprego, de certa forma se combate também a fome, o analfabetismo, a corrupção e vários outros problemas sociais que são as maiores causas para o subdesenvolvimento do país.

Quando falamos de um país onde o número de desempregados é alto, falamos de uma nação que perde economicamente estando com tanta mão-de-obra “inutilizada”, pois quanto mais cidadãos empregados, mais o número de pessoas inclusas na PEA aumenta, havendo assim maior circulação da renda, gerando maior riqueza para o país.

Outra forma que o governo pode se utilizar para beneficiar a geração de empregos seria exercendo a política comercial, pois visa a ação do governo em realizar contratos com outros países. A política comercial interna cria possibilidades de competir com os produtos estrangeiros ao terem qualidade e preços condizentes com a realidade social, fruto de uma capacitação dos trabalhadores. A política comercial externa cria possibilidades de receber investimentos estrangeiros e exportar tanto nossos produtos, quanto internacionalizar nossas empresas, proporcionando um desenvolvimento e crescimento econômico ao gerar mais empregos para os cidadãos.

 

 

3.1.2 Inflação: Crise ou Estabilidade

 

 

Nosso passado histórico aponta que os governos que deixaram a inflação subir prejudicaram todo o país. O caso dos governos de Juscelino Kubitschek  e José Sarney foram alguns dos quais deixaram em estado de calamidade. Porém foi na Alemanha, entre 1922 e 1923, que ocorreu o caso mais grave de hiperinflação.

Em 1929 ocorreu uma crise inflacionaria que afetou a economia norte-americana, sendo solucionada apenas em 1933 durante o governo de Franklin Delano Roosevelt. O plano chamado de New Deal foi a solução, nele o governo passou a controlar os preços e a produção industrial, sendo possível evitar a formação de estoque, e também investiu em obras públicas, diminuindo a taxa de desemprego. Até o momento o governo não poderia intervir na economia, pois os Estados Unidos adotavam o liberalismo econômico.

Por meio de políticas adotadas é possível achar saídas para solucionar a crise de inflação no país.  A política fiscal está relacionada ao que o governo arrecada de impostos e o quanto é gasto pelo país. Supondo que o governo brasileiro arrecadou 3 trilhões de reais e gastou apenas 2,9 trilhões de reais, houve um superávit de 0,1 trilhão e este foi deixado de circular pelo país. Com essa política fiscal o governo diminui a demanda, pois as pessoas não terão em excesso, e os preços dos produtos poderão ser normalizados.

A política monetária implica em modificação da taxa de juros pelo Banco Central. Caso o Banco Central aumente a taxa básica de juros, ocorrerá da demanda diminuir, pois não permitirá às pessoas terem acesso facilitado em financiamentos, resultará na diminuição dos preços dos produtos, assim como na produção. As empresas serão forçadas a cortarem os gastos, ocasionando em desempregos.

É de saber de todos que em um país onde a inflação é constantemente alta, fica difícil para seus cidadãos atingirem uma boa qualidade de vida. Quando o Estado procura priorizar em sua gestão o combate à inflação, ele busca as formas para que sua população encontre-se na capacidade de organizar seus gastos e desta forma dar a si mesmo e sua família os bens necessários para a manutenção de uma vida digna.

O presidente Luis Inácio Lula da Silva fez um pedido para os cidadãos reforçarem suas contenções:

 

 

[...] controlar a inflação não é apenas a responsabilidade do governo. O governo tem alguns instrumentos e o povo tem outros instrumentos. Na medida em que o povo perceba que um determinado produto está subindo muito de preço, o povo precisa sabe, deixar de comprar aquele produto para que aquele produto volte ao preço normal. [9]

 

 

O que está ocorrendo neste ano de 2008 é a estagflação, em que o ritmo de crescimento global cai, devido às pessoas, mesmo com menos dinheiro, não se privarem de consumir. Por conta dessa situação, os preços dos produtos demoram a baixar, pois surge a oportunidade de comerciantes elevarem os preços em percentuais maiores do que a inflação. Um exemplo de como funciona: um lápis custa R$ 0,50 e passa a custar R$ 1,00. Não ocorre reclamação dos consumidores, pois não percebem que o aumento foi de 100%, sendo que o índice é maior do que o da inflação. O presidente Lula, ao fazer o pedido para que a sociedade lutasse contra a inflação, quis passar a mensagem para pouparem seu dinheiro, até os preços se normalizarem.

Um exemplo que se pode dar sobre a utilização dos juros, é o que está ocorrendo no mercado financeiro por causa da crise dos Estados Unidos em que a redução da oferta de dinheiro elevou as taxas de juros cobrados pelos bancos aparecendo como conseqüência um encarecimento no financiamento. No Brasil, a taxa básica de juros, SELIC [veja gráfico abaixo], também está sendo elevada pelo Comitê de Política Monetária, Copom[10]. Em janeiro de 2006 foi o ponto mais crítico dos últimos dois anos, quando o Banco Central impôs a taxa de 17,25% ao ano de juros, porém ao decorrer dos meses esta taxa foi sendo gradualmente diminuída, passando a apresentar seu mínimo em março de 2008, com 11,25%. Logo em seguida, com o aumento da inflação, o Copom estabeleceu uma taxa de 13,75% em setembro de 2008.

 

 

Fonte: Banco Central

A idéia que tem o Banco Central é de que, com o aumento da renda, o crédito cresceu, impulsionando a demanda no país e o necessário para reduzir a inflação, seria com a desaceleração da economia mundial e também com a redução dos preços das commodities[11].

A inflação gera concentração de renda, aumentando as diferenças sociais. Como as empresas recebem os preços dos impostos que o governo cobra, estes valores são repassados para o consumidor. Por isso, se diz que as classes menos favorecidas sofrem mais. Outra forma para amenizar o lado do desemprego seria a prática do assistencialismo, como ocorre com a utilização do programa Bolsa Família.

Combatendo a inflação, a moeda valoriza, entra capital e investimento no país, e dando equilíbrio financeiro para governo, a chance de futuramente ele ter poder e estabilidade para investir nos cidadãos é maior. A moeda tornando-se forte,  vira orgulho da nação, pois ela é o símbolo nacional. Ninguém gosta de mais desemprego, mas às vezes a estabilidade dos preços é importante para estabilizar a economia a atrair mais investidores.

 

 

4 CONCLUSÃO

 

 

Dentre as medidas que podem ser praticadas pelo governo a fim de solucionar o conflito do trade-off, estão a política fiscal associada à política monetária que visarão combater a inflação e a prática da política comercial que visa a queda da taxa de desempregos associada à educação que gerará capacitação.

Necessita-se de governantes sensatos, que acreditem no potencial da população do país e de maiores investimento na educação de base e capacitação de profissionais, pois enquanto os cargos mais altos das grandes empresas tiverem de serem ocupados por estrangeiros, o país não vai desenvolver uma mão-de-obra especializada, mantendo constante os altos números do desemprego e conseqüentemente uma constante taxa inflacionária.

Diante dos argumentos e fatos expostos é incontestável que tomar medidas que vão de contra nossa Constituição e até mesmo contra valores morais de nossa sociedade podem ser evitadas levando em conta a maior geração de educação, população ativa, queda do nível de criminalidade e os demais argumentos aqui já citados. Promovendo o crescimento do país, o governo trará mais benefícios para a economia e para a sua população em geral.

 

 

REFERÊNCIAS

 

 

Banco Central mantém em 13,75% a taxa básica de juros do mercado. In: Agência Brasil. Disponível em: <http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/10/29/materia.2008-10-29.9395080980/view> Acesso em: 3 nov. 2008.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil-1988. Brasília. Senado Federal. 2002.

 

Inflação. 14 out. 2008. Aula proferida pelo professor Achilles Ribeiro na disciplina Economia. U NDB.

Jusnaturalismo. 18 Set. 2008. Aula proferida pelo professor Elton Fogaça na disciplina Introdução de Estudo ao Direito I. UNDB.

MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia: Princípios de Micro e Macroeconomia. Rio de Janeiro. Elsevier. 2001.

PEREIRA, Luiz Carlos Bresser; NAKANO, Yoshiaki. Hiperinflação e Estabilização no Brasil: o primeiro plano Collor. In: Revista de Economia Política. São Paulo. 1991. Vol 11. nº 4. Disponível em: < http://www.rep.org.br/pesquisar3.asp?id=451> Acesso em: 22 out.2008.

SILVA, Luís Inácio Lula da. Crescimento Econômico do País é Responsável, Avalia Presidente Lula. In: Café com o Presidente. Disponível em: < http://cafe.radiobras.gov.br/Aberto/Cafe/Materia/id:312:mes:09 > Acesso em: 22 out. 2008.

VASCONCELLOS, Marco Antonio S.; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de Economia.  2 ed. São Paulo. Saraiva. 2005.

VIEIRA, Edmar Augusto. Desemprego. Viçosa.  Disponível em: < http://www.ufv.br/pdv/desemprego.htm > Acesso em: 28 out. 2008.



[1] VIEIRA, Edmar Augusto. Desemprego. Viçosa. p.1 Disponível em: < http://www.ufv.br/pdv/desemprego.htm > Acesso em: 28 out. 2008.

[2] VIEIRA. Op.cit.p.1. A passagem citada se refere especificamente a uma cidade, porém a afirmação pode se encaixar perfeitamente em um contexto nacional.

[3] Inflação. 14 out. 2008. Aula proferida pelo professor Achilles Ribeiro na disciplina Economia. UNDB.

[4] PEREIRA, Luiz Carlos Bresser; NAKANO, Yoshiaki. Hiperinflação e Estabilização no Brasil: o primeiro Plano Collor. In: Revista de Economia Política. São Paulo. 1991. Vol 11. nº 4. Disponível em: < http://www.rep.org.br/pesquisar3.asp?id=451> Acesso em: 22 out.2008

[5] Define uma situação em que há conflito de escolha.

[6] Fazendo referência à política assistencialista usada pelo governo nacional.

[7] BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil-1988. Brasília. Senado Federal. 2002.  p.8. Foi pretendido dar ênfase à parte do texto destacada por ser o ponto principal de ligação com o assunto do artigo científico aqui apresentado.

[8] Jusnaturalismo. 18 set. 2008. Aula proferida pelo professor Elton Fogaça na disciplina Introdução de Estudo ao Direito I. UNDB.

[9] SILVA, Luís Inácio Lula da. Crescimento Econômico do País é Responsável, Avalia Presidente Lula. In:Café com o Presidente. Disponível em: < http://cafe.radiobras.gov.br/Aberto/Cafe/Materia/id:312:mes:09 > Acesso em: 22 out. 2008.

[10] Banco Central mantém em 13,75% a taxa básica de juros do mercado. In: Agência Brasil. Disponível em: < http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/10/29/materia.2008-10-29.9395080980/view > Acesso em: 3 nov. 2008

[11] Produtos primários com cotação internacional