O CONHECIMENTO NA ALEGORIA DA CAVERNA DE PLATÃO
Publicado em 17 de fevereiro de 2010 por Ana Paula Brazão
No livro 7 da obra a republica encontramos uma ilustração de como o homem pode alcançar o conhecimento pleno ,segundo Platão , que recorre para isto a um mito ,a alegoria da caverna,onde homens eram prisioneiros em uma caverna , com grilhões no pescoço e mãos e pés acorrentados de costas para a entrada e de frente para o fundo da caverna ,poderiam somente ver as sombras do que acontecia á suas costas,iluminadas por uma fogueira.
Caso um desses homens conseguisse se soltar e escapar da caverna , teria que abrir os olhos aos poucos para que a luz do sol não o cegasse , sentiria dores, ficaria deslumbrado, e assustado, mais apos conhecer a verdadeira realidade , jamais desejaria voltar á caverna , mais se fosse obrigado a retornar para a prisão e contasse o que viu aos outros prisioneiros e dissesse para eles que até então ,tudo que estes viveram não passou de uma mentira, seria tomado por louco ou até mesmo morto .
Este mito ilustra a sua teoria das idéias onde haveria dois mundos o inteligível( a luz do sol ) e o sensível( a caverna) o primeiro , seria a ciência que é objetiva real, e racional, indo de encontro ao pensamento de Parmênides,o segundo o sensível, seria repleto de idéias individuas , contingentes, transitórias e dessa forma mutáveis, indo assim de encontro ao pensamento de Heráclito.
Seguindo a trajetória do prisioneiro liberto, deveria ser assim a adaptação do homem resgatado da ignorância para o mundo inteligível de forma gradativa e ponderada, para alcançar assim a plenitude deste novo mundo.
Neste caso as sombras seriam as aparências, o irreal,preconceitos ,ignorância passividade,o senso comum, iluminadas pela luz irreal e inconstante da fogueira .
a subida, seria como Platão,acreditava que antes de habitar o mundo sensível, a alma habitava no mundo das idéias e já possuía todo o conhecimento implícito em si, a subida nada mais é que o senso critico ,o reconhecimento da ignorância,
a descida seria o começo do pensamento racional ,a caverna, o mundo que encobria as aparências, e enfim o sol,a verdade constante e imutável, o mundo real, sem sombras que no começo assustaria , ofuscaria os olhos,mais depois viria a compensação ,o reconhecimento do saber real , o saber filosófico.
Esta alegoria vem a ser a ilustração perfeita do que acontece com a realidade humana, tudo o que enxergamos é sombra,na maioria das vezes é a mentira que nos rege, somos prisioneiros,pois temos a capacidade de mudar as coisas mais esta se encontra acorrentada ao medo ao comodismo e a valores impostos pela sociedade.
Se jamais buscarmos esta coragem para romper estes grilhões,viveremos uma vida inteira na ignorância, sem se quer ter o direito de questionar os valores da nossa própria vida.